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Thursday, November 21st, 2024
the Week of Proper 28 / Ordinary 33
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Bible Commentaries
Comentário Bíblico Enduring Word Enduring Word
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Esses arquivos devem ser considerados domínio público e são derivados de uma edição eletrônica disponível no site "Enduring Word".
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Informação Bibliográfica
Guzik, David. "Comentário sobre John 12". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/commentaries/por/tew/john-12.html. 2024.
Guzik, David. "Comentário sobre John 12". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/
New Testament (2)
versos 1-50
João 12 – Chegou a hora
A. Um jantar em Betânia.
1. (1-2) Lázaro come e Marta serve.
Seis dias antes da Páscoa Jesus chegou a Betânia, onde vivia Lázaro, a quem ressuscitara dos mortos. Ali prepararam um jantar para Jesus. Marta servia, enquanto Lázaro estava à mesa com ele.
a. Seis dias antes da Páscoa: João deu um marcador de tempo, dizendo-nos que esta era a última semana antes da morte e sepultamento de Jesus. Quase metade do Evangelho de João é dado a esta última semana. Mateus usou mais de 33% de seu Evangelho para cobrir aquela semana, Marcos quase 40% e Lucas mais de 25% – a sete dias de toda a vida de Jesus.
b. Ali prepararam um jantar para Jesus: Menos de uma semana antes de Sua crucificação, Jesus participou de um jantar em Betânia, provavelmente para celebrar a ressurreição de Lázaro dos mortos. Com tudo o que Jesus tinha em mente, conhecendo Seu destino quando veio a Jerusalém para a Páscoa, é notável que Ele tenha comparecido a este jantar. A maioria não gostaria de socializar.
i. “Ele não magoaria Seus anfitriões com indiferença egocêntrico à mesa. A razão para a festa é obviamente a ressurreição de Lázaro, como é sugerido por ele ser mencionado duas vezes nos versículos 1 e 2”. (Maclaren)
ii. Ali prepararam: “O ‘ali’ aponta para a gratidão pela restauração de Lázaro, que aquela família agora mostrava ao entretê-lo na ceia.” (Trench)
c. Marta servia: Parece que este jantar foi na casa de Simão, o leproso (Mateus 26:6 e Marcos 14:3). Seus amigos Marta, Lázaro e Maria também estavam presentes. Como Marta parece ser a anfitriã, alguns pensam que Simão, o Leproso, era parente de Maria, Marta e Lázaro ou mesmo que era marido de Marta. Se os costumes comuns fossem seguidos, este jantar era para os homens da aldeia e Marta e as outras mulheres serviam.
i. É fácil ver Marta em nossa imaginação trazendo os melhores pratos primeiro para Jesus, pressionando-o a comer cada vez mais. Ela estava tão grata e tão feliz por servir a Jesus. Seu serviço foi apreciado e valorizado.
ii. “João não afirma, como Marcos e Mateus, que o anfitrião em Betânia era Simão, o leproso. Na história de Lucas 7, o anfitrião, Simão, o fariseu, é quase certamente um Simão diferente daquele mencionado em Marcos. Simon era um nome judeu muito comum.” (Tasker)
iii. “A única discrepância de qualquer consequência é que os Sinópticos parecem colocar a festa apenas dois dias antes da Páscoa. Mas eles introduzem a festa entre parênteses para apresentar o motivo imediato da ação de Judas e, portanto, desconsideram a cronologia estrita”. (Dods)
2. (3) Maria unge os pés de Jesus.
Então Maria pegou um frasco de nardo puro, que era um perfume caro, derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância do perfume.
a. Então Maria pegou um frasco de nardo puro, que era um perfume caro, derramou-o sobre os pés de Jesus: No meio da ceia, Maria deu um presente notável a Jesus. Não era incomum lavar os pés de um convidado, mas era incomum fazê-lo durante a própria refeição, usar perfume caro de nardo puro para fazê-lo e enxugar os pés com o cabelo, usando o cabelo como tipo de toalha.
·O presente de Maria foi notavelmente humilde. Quando um convidado entrava na casa, geralmente os pés do convidado eram lavados com água e a cabeça do convidado era ungida com um pouco de óleo ou perfume. Aqui, Maria usou este perfume precioso e ungiu os pés de Jesus. Ela considerou seu precioso unguento apenas bom o suficiente para Seus pés. “Cuidar dos pés era tarefa do escravo mais humilde. Assim, a ação de Maria denotava grande humildade e grande devoção”. (Morris)
·O presente de Maria foi notavelmente extremo. Ela usou muito (um frasco) de um perfume caro de nardo puro. Especiarias e unguentos eram frequentemente usados como investimento porque eram pequenos, portáteis e podiam ser vendidos facilmente. Judas acreditava que esse óleo valia 300 denários (João 12:5), o que valia o salário de um ano para um trabalhador.
·O presente de Maria foi notavelmente inconsciente. Ela não apenas deu o óleo caro como presente, ela também derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. Isso significa que ela soltou o cabelo em público, algo que uma mulher judia raramente faria.
i. Nardo puro: “Tanto João como Marcos o descrevem pelo adjetivo pistikos (Marcos 14:3). Curiosamente, ninguém sabe realmente o que essa palavra significa. Existem quatro possibilidades. Pode vir do adjetivo pistos que significa fiel ou confiável, e assim pode significar genuíno. Pode vir do verbo pinein que significa beber e também pode significar líquido. Poderia vir de uma palavra que significa noz de pistache e ser um tipo especial de essência extraída dela. De qualquer forma, era um tipo de perfume especialmente valioso.” (Barclay)
ii. “Foi muito caro, mas não custou um centavo a mais agora que poderia ser usado nele. Havia uma libra, mas nada demais para ele. Foi muito doce, mas não muito doce para ele.” (Spurgeon)
iii. “O ato é ainda mais impressionante porque uma senhora judia nunca desamarrava o cabelo em público. Isso aparentemente era uma marca de moral frouxa. Mas Maria não parou para calcular a reação do público. Seu coração estava com seu Senhor e ela deu expressão a algo de seus sentimentos neste belo e tocante ato”. (Morris)
iv. Em tudo isso, Maria é um estudo de devoção a Jesus. “A vida de Maria é pintada para nós, em três quadros memoráveis, em cada um dos quais ela está aos pés de Jesus.” (Eerdman)
·Lucas 10:39: Maria sentou-se aos pés de Jesus e aprendeu.
·João 11:32: Maria prostrou-se aos pés de Jesus e se rendeu.
·João 12:3: Maria ungiu os pés de Jesus e honrou Jesus.
v. “Você deve sentar-se aos pés dele, ou você nunca os ungirá; ele deve derramar seu ensinamento divino em você, ou você nunca derramará um unguento precioso sobre ele”. (Spurgeon)
b. E a casa encheu-se com a fragrância do perfume: O olfato traz lembranças duradouras e João se lembrou de como os óleos essenciais de Maria faziam toda a casa cheirar bem.
3. (4-6) Judas se opõe ao rico presente de Maria.
Mas um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, que mais tarde iria traí-lo, fez uma objeção: “Por que este perfume não foi vendido, e o dinheiro dado aos pobres? Seriam trezentos denários”. Ele não falou isso por se interessar pelos pobres, mas porque era ladrão; sendo responsável pela bolsa de dinheiro, costumava tirar o que nela era colocado.
a. Judas Iscariotes, que mais tarde iria traí-lo: Em pouco tempo Judas trairia Jesus. Sua traição foi muito mais sombria quando contrastada com o brilho da devoção de Maria a Jesus. Judas provavelmente se opôs ao presente de Maria porque ficou envergonhado por sua simples e poderosa demonstração de amor.
i. Este é o único lugar no Novo Testamento onde Judas é mencionado como fazendo algo mal, além da sua traição a Jesus, e mesmo isso foi feito em segredo. Judas escondeu com sucesso a escuridão de seu coração de todos, exceto de Jesus. As aparências muitas vezes enganam. Muitas pessoas têm uma fachada religiosa que esconde o pecado secreto.
ii. “Ele venderia seu próprio Salvador. E ele fez uma boa combinação: pois, como Austin diz, Judas vendeu sua salvação, e os fariseus compraram sua condenação.” (Trapp)
b. Por que este perfume não foi vendido, e o dinheiro dado aos pobres? Seriam trezentos denários: Essa foi uma cena embaraçosa. Então Judas quebrou o silêncio constrangedor com seu senso aguçado de valores financeiros – mas nenhuma apreciação do que Deus valorizava. Ele achava que isso era muito amor e devoção para mostrar a Jesus.
i. “Judas, cego de interesse próprio, criticou a ação dela e, assim, revelou-se totalmente oposto ao próprio espírito do próprio Senhor.” (Morgan)
ii. Sua atitude, (isso não é demasiado?)a atitude de Judas era contagiante. Mateus 26:8 mostra que Judas não estava sozinho nessa objeção. Outros parecem ter sentido que Judas fazia algum sentido. “O choque do que viram deve ter causado um breve silêncio constrangedor, que foi quebrado por uma voz expressando os sentimentos de muitos.” (Bruce)
iii. Às vezes esse pensamento é torcido em uma justificativa para todo tipo de opulência e luxo, alegando que nada é bom demais para Jesus – e na torção, para aqueles que afirmam servi-lo. Notamos que isso foi feito diretamente para Jesus, não para qualquer um dos discípulos. Também notamos que foi derramado em um único ato, e não algo como uma obra de arte que poderia ser vendida em benefício dos pobres ou na extensão do reino de Jesus.
c. Ele não falou isso por se interessar pelos pobres, mas porque era ladrão; sendo responsável pela bolsa de dinheiro, costumava tirar o que nela era colocado: Nós supomos com razão que João não sabia naquela época que Judas era um ladrão; isso foi escondido para os discípulos. No entanto, também supomos corretamente que Jesus sabia que Judas era um ladrão, mas ainda assim o designou como tesoureiro.
i. Lucas 8:2-3 nos diz que mulheres generosas supriram algumas das necessidades financeiras de Jesus e Seus discípulos. Esse dinheiro seria guardado e administrado por Judas.
ii. “Quando um homem foi tão longe na ganância egoísta que deixou para trás a honestidade comum, não é de admirar que a visão de um amor totalmente auto entregado lhe pareça loucura.” (Maclaren)
iii. “A palavra grega traduzida bare [tirar] (bastazo) significa tanto ‘carregar’ quanto ‘tirar’. Judas fez as duas coisas!” (Tasker) “Que ἐβάσταζεν pode suportar o sentido de ‘tirar’ ou ‘carregar’ é indiscutível.” (Dods)
iv. “O verbo ‘bare’ [tirar] está no tempo imperfeito, mostrando que ele habitualmente o carregava”, e habitualmente tirava dele. (Trench)
v. Provavelmente foi por ganância e descontentamento que o diabo entrou na vida de Judas. “Cuidado com o descontentamento. Foi o pecado do diabo que o expulsou do céu. Desde então esse espírito inquieto gosta de pescar em águas turbulentas.” (Trapp)
vi. De acordo com algumas cronologias, Judas saiu no dia seguinte e fez seu acordo com os líderes religiosos para trair Jesus por 30 moedas de prata (Mateus 26:14-16, Marcos 14:10-11). “A impressão que fica é que Judas, vendo uma fonte de enriquecimento pessoal perdida, apressou-se a criar outra.” (Morris)
4. (7-8) Jesus defende Maria e explica o que ela fez.
Respondeu Jesus: “Deixe-a em paz; que o guarde para o dia do meu sepultamento. Pois os pobres vocês sempre terão consigo, mas a mim vocês nem sempre terão”.
a. Deixe-a em paz: Se formos extremos em nosso amor por Jesus, Ele não nos criticará; foi isso que Judas fez. É muito melhor ser como Maria (extremo em nosso amor por Jesus) do que ser como Judas (criticando outros que demonstram tanto amor por Jesus).
b. Que o guarde para o dia do meu sepultamento: Da mesma forma que seria rude se opor em voz alta às despesas do funeral no serviço do falecido, então era inadequado para Judas ou qualquer outra pessoa colocar um preço no amor de Maria e devoção a Jesus enquanto Ele ainda estava vivo.
i. “Despesas incomuns em um funeral não eram consideradas impróprias; por que alguém deveria objetar, se o unguento que de outra forma teria sido usado para ungir seu cadáver no devido tempo foi derramado sobre ele, enquanto ele ainda estava vivo, e capaz de apreciar o amor que motivou a ação?” (Bruce)
ii. Marcos 14:9 diz: “Eu lhes asseguro que onde quer que o evangelho for anunciado, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória”.“O evangelista que registra essa promessa não menciona o nome de Maria; João, que menciona o nome, não registra a promessa. Pouco importa que nossos nomes sejam lembrados, contanto que Jesus os tenha gravados em Seu coração”. (Maclaren)
iii. O que João escreveu sobre a fragrância do óleo que enchia a casa pode ter sido sua maneira de dizer o que Marcos 14:9 disse. “Existe um ditado rabínico ‘(O cheiro do) bom óleo é difundido do quarto para o refeitório, enquanto um bom nome é difundido de um extremo ao outro do mundo.’” (Morris)
5. (9-11) A trama para matar Jesus e Lázaro.
Enquanto isso, uma grande multidão de judeus, ao descobrir que Jesus estava ali, veio, não apenas por causa de Jesus, mas também para ver Lázaro, a quem ele ressuscitara dos mortos. Assim, os chefes dos sacerdotes fizeram planos para matar também Lázaro, pois por causa dele muitos estavam se afastando dos judeus e crendo em Jesus.
a. Assim, os chefes dos sacerdotes fizeram planos para matar também Lázaro: os principais sacerdotes eram principalmente saduceus, e os saduceus não acreditavam na ressurreição. Lázaro era um exemplo vivo de vida após a morte, e tê-lo por perto era uma vergonha para seu sistema teológico. Para eles, havia apenas uma solução para este problema embaraçoso – matar também Lázaro.
i. “Que loucura gigante foi essa, pegar em armas contra o próprio céu! procurar matar um homem, só porque Deus o deu vida!” (Trapp) “Nesta proposta diabólica, a obstinação da incredulidade é exibida em sua forma extrema.” (Dods)
ii. “Quando os homens odeiam a Cristo, eles também odeiam aqueles a quem ele abençoou e farão de tudo para silenciar seu testemunho.” (Spurgeon)
iii. “Quão cegos foram esses homens para não perceber que aquele que o ressuscitou, depois de quatro dias morto, poderia ressuscitá-lo, embora o tivessem matado mil vezes?” (Clarke)
b. Pois por causa dele muitos estavam se afastando dos judeus e crendo em Jesus: Isso agravou o problema dos principais sacerdotes. O milagre de ressuscitar Lázaro dentre os mortos atraiu muitas pessoas a Jesus. Portanto, na opinião desses líderes religiosos, Lázaro também teve que ser detido.
i. Se afastando dos judeus e crendo: “A expressão: ‘afastando dos judeus e crendo em Jesus’ pode ser semitismo, significando ‘estavam crendo cada vez mais em Jesus’”. (Bruce)
B. A entrada triunfal.
1. (12-16) A multidão saúda Jesus como um Rei vindouro.
No dia seguinte, a grande multidão que tinha vindo para a festa ouviu falar que Jesus estava chegando a Jerusalém. Pegaram ramos de palmeiras e saíram ao seu encontro, gritando:
“Hosana!”
“Bendito é o que vem em nome do SENHOR!”
“Bendito é o Rei de Israel!”
Jesus conseguiu um jumentinho e montou nele, como está escrito:
“Não tenhas medo, ó filha de Sião;
Eis que o seu rei vem, montado num jumentinho”.
A princípio seus discípulos não entenderam isso. Só depois que Jesus foi glorificado, perceberam que lhe fizeram essas coisas, e que elas estavam escritas a respeito dele.
a. No dia seguinte, a grande multidão que tinha vindo para a festa: Esta era a grande multidão que vinha para os maiores feriados do judaísmo – a Páscoa. Muitos deles vieram da Galileia. Quando eles vieram, eles vieram com cordeiros. A lei judaica exigia que o cordeiro pascal vivesse com a família por pelo menos três dias antes do sacrifício ( Êxodo 12:3-6). Quando Jesus ia e vinha a Jerusalém, cordeiros para sacrifício o cercavam e a todos os outros.
i. “Josefo, o historiador judeu, nos diz que um ano foi feito um censo do número de cordeiros mortos para a Páscoa e esse número era de 256.500. Em outras palavras, com números tão grandes, os cordeiros devem literalmente ser levados a Jerusalém durante todo o dia. Consequentemente, sempre que Jesus entrou na cidade, Ele deve ter feito isso cercado de cordeiros, sendo Ele mesmo o maior dos cordeiros”. (Boice)
b. Pegaram ramos de palmeiras: A multidão (a grande multidão) se reuniu para algo que parecia um desfile patriótico. Ramos de palmeira eram um símbolo do nacionalismo judaico desde a época dos Macabeus. A multidão olhava para Jesus como um salvador político e nacional, mas não tanto como um salvador espiritual.
i. “Eles saudaram Jesus como um rei, embora ignorassem a natureza de Sua realeza. Parece que eles o viam como um líder nacionalista em potencial, com cuja ajuda eles poderiam se tornar totalmente independentes de potências estrangeiras”. (Tasker)
ii. “Desde os tempos dos Macabeus, as palmeiras ou ramos de palmeiras eram usados como símbolo nacional. Ramos de palmeiras figuraram na procissão que celebrou a rededicação do templo em 164 a.C. (2 Macabeus 10:7) e novamente quando a conquista da independência política total foi celebrada sob Simão em 141 a.C. (1 Macabeus 13:51). Mais tarde, as palmeiras apareceram como símbolos nacionais nas moedas cunhadas pelos insurgentes da Judeia durante a primeira e a segunda revolta contra Roma (66-70 e 132-135 d.C.). (Bruce)
c. “Hosana!” “Bendito é o que vem em nome do SENHOR!” Essa grande e entusiástica multidão cumprimentou Jesus com palavras do Salmo messiânico 118:25-26. O grito Hosana significava “salve agora”, e neste dia a multidão recebeu Jesus como um Messias triunfante.
d. Jesus conseguiu um jumentinho e montou nele: Jesus fez isso tanto como um cumprimento deliberado da profecia ( Zacarias 9:9) quanto como uma demonstração do caráter de Seu reino. Era um reino espiritual, não um reino militar. Ele veio em paz, não em guerra.
i. “Um jumento normalmente não era usada por uma pessoa guerreira. Era o animal de um homem de paz, um sacerdote, um comerciante ou algo semelhante. Também pode ser usado por uma pessoa importante, mas em conexão com propósitos pacíficos. Um conquistador entraria na cidade em um cavalo de guerra, ou talvez marcharia a pé à frente de suas tropas. O jumento fala de paz.” (Morris)
ii. “Ele não veio como conquistador, mas como mensageiro da paz. Ele montou um jumento, não o corcel da realeza, mas o de um plebeu em uma viagem de negócios.” (Tenney)
e. “Bendito é o Rei de Israel!” Isso mostra que a multidão, ao gritar “salve agora!” tinha em mente a salvação política da opressão dos romanos. No entanto, os romanos provavelmente sentiram que tinham pouco a temer de um suposto rei que veio sem exércitos ou os símbolos aceitos de poder.
i. “‘Ó filha de Sião’ é uma personificação da cidade de Jerusalém; ocorre com frequência no Antigo Testamento, especialmente nos profetas posteriores”. (Tenney)
2. (17-19) As multidões vêm atrás de Jesus, para desespero dos líderes.
A multidão que estava com ele, quando mandara Lázaro sair do sepulcro e o ressuscitara dos mortos, continuou a espalhar o fato. Muitas pessoas, por terem ouvido falar que ele realizara tal sinal miraculoso, foram ao seu encontro. E assim os fariseus disseram uns aos outros: “Não conseguimos nada. Olhem como o mundo todo vai atrás dele!”
a. Muitas pessoas, por terem ouvido falar que ele realizara tal sinal miraculoso, foram ao seu encontro: As multidões adoravam Jesus porque acreditavam que a ressurreição de Lázaro dentre os mortos provava que Jesus poderia ser o Messias conquistador pelo qual ansiavam.
i. “Aquele que pudesse chamar um morto de volta à vida certamente seria capaz de libertar a cidade santa do jugo de César.” (Bruce)
b. Olhem como o mundo todo vai atrás dele! A popularidade de Jesus era ofensiva para Seus inimigos. Isso os fez sentir que não estavam conseguindo nada. Ficamos felizes em ver os inimigos de Jesus frustrados.
i. “É claro que os fariseus estavam exagerando, mas as palavras o mundo todo vai atrás dele! (João 12:19), como as palavras de Caifás em João 11:50, eram inconscientemente proféticas.” (Tasker)
ii. “Eles estão preocupados que alguns judeus estejam sendo influenciados. Mas suas palavras expressam a convicção de João de que Ele estava conquistando o mundo”. (Morris)
C. Chegou a hora.
1. (20-23) Os gregos vêm ao encontro de Jesus.
Entre os que tinham ido adorar a Deus na festa da Páscoa, estavam alguns gregos. Eles se aproximaram de Filipe, que era de Betsaida da Galileia, com um pedido: “Senhor, queremos ver Jesus”. Filipe foi dizê-lo a André, e os dois juntos o disseram a Jesus. Jesus respondeu: “Chegou a hora de ser glorificado o Filho do homem.”
a. Entre os que tinham ido adorar a Deus na festa da Páscoa, estavam alguns gregos: Não nos é dito o passado desses alguns gregos. Eles podem ter sido gregos convertidos ao judaísmo. Eles podem ter sido gregos tementes a Deus, aqueles que tinham grande respeito pelo judaísmo, mas não se converteram e se circuncidaram. Eles podem ter sido simplesmente gregos viajantes, conhecidos por sua curiosidade.
i. “Ouvimos muito sobre ele e desejamos ver a pessoa de quem ouvimos coisas tão estranhas. A salvação final da alma muitas vezes se origina, sob Deus, em um princípio de simples curiosidade. Muitos só desejaram ver ou ouvir um homem que fala muito de Jesus, seus milagres e suas misericórdias; e ao ouvir sentiram os poderes do mundo vindouro, e tornaram-se genuínos convertidos às verdades do Evangelho”. (Clarke)
ii. “Nesta ocasião, a curiosidade dos gregos sobre Jesus pode ter sido despertada simplesmente porque todos estavam falando sobre ele. Mas poderia ter havido uma razão mais especial. Entre os versículos 19 e 20, um ou dois dias se passaram: Jesus não estava mais no caminho para Jerusalém, mas ensinando diariamente no recinto do templo. E enquanto isso, de acordo com Marcos 11:15-17, ele havia expulsado os comerciantes e cambistas do recinto – isto é, mais precisamente, do pátio externo – para que o local pudesse cumprir seu propósito divinamente ordenado de sendo ‘uma casa de oração para todas as nações’ ( Isaías 56:7). Esses gregos reconheceram essa ação como tendo sido empreendida no interesse de gentios como eles, que, quando subiram para adorar o verdadeiro Deus, tiveram que se limitar ao pátio externo?” (Bruce)
b. Senhor, queremos ver Jesus: esses gregos ouviram falar de Jesus, talvez de sua reputação como mestre e operador de milagres. O que eles sabiam de Jesus os fez querer saber mais sobre Ele, então eles foram a Filipe (o único discípulo com um nome grego) pedindo para ver Jesus.
i. “Esses homens do Ocidente, no final da Vida de Jesus, apresentaram o mesmo que os Magos do Oriente em seu início: – mas eles vêm à Cruz do Rei, como aqueles ao Seu berço.” (Stier, citado em Alford)
c. Chegou a hora: Pelo menos duas vezes antes Jesus disse que a hora não havia chegado (João 2:4 e 7:6). Ele tomou este interesse de busca dos gentios como o sinal de que agora é chegada a hora de ser glorificado o Filho do homem.
i. “Neste Evangelho vemos Jesus como o Salvador do mundo, e evidentemente João quer que entendamos que este contato com os gregos inaugurou o clímax… o mundo, incluindo os gregos”. (Morris)
ii. O fato de que Sua hora ainda não havia chegado o livrou da violência antes (João 7:30, 8:20). Agora que chegou a hora era hora de Jesus fazer o sacrifício final.
iii. Jesus nunca realmente respondeu a esses buscadores gentios, mas Ele o faria do outro lado da cruz. Se a humanidade receber uma nova vida em Deus o Filho, então Jesus deve morrer (ser glorificado) primeiro.
d. Chegou a hora de ser glorificado o Filho do homem: Jesus não quis dizer que Ele seria glorificado aos olhos dos homens. Isso acabou de acontecer na entrada triunfal. A glorificação que Jesus apontou aqui estava sendo glorificada na cruz. Algo que o mundo só podia ver como humilhação vergonhosa, Jesus viu como sendo glorificado.
i. Chegou a hora: “O verbo ‘chegou’ está no tempo perfeito, ‘chegou a hora e fica conosco’. Não há como voltar atrás.” (Morris)
2. (24-26) Jesus explica por que Ele está disposto a enfrentar a morte.
Digo-lhes verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto. Aquele que ama a sua vida, a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo, a conservará para a vida eterna. Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará.
a. Se o grão de trigo não cair na terra e não morrer: Assim como uma semente nunca se tornará uma planta a menos que morra e seja enterrada, a morte e o sepultamento de Jesus foram necessários para Sua glorificação. Antes que possa haver poder de ressurreição e fecundidade, deve haver morte.
i. “O princípio declarado no versículo 24 é de ampla aplicação; em particular, se é verdade para Jesus, deve ser verdade para seus seguidores”. (Bruce)
b. Aquele que ama a sua vida, a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo, a conservará: Somos chamados a odiar a nossa vida não no sentido de a desprezarmos, mas no sentido de a renunciarmos livremente, para Deus. Nossa vida é preciosa para nós, especialmente porque é algo que podemos dar a Jesus.
i. Jesus focou nosso ódio pela vida quando disse que odeia sua vida neste mundo. Devemos desconsiderar nossa vida neste mundo, vendo que somos meros estrangeiros e peregrinos, com nosso lar no céu em vez da terra ( Hebreus 11:13-16).
ii. “O homem cujas prioridades são certas tem tal atitude de amor pelas coisas de Deus que faz com que todo interesse pelos assuntos desta vida pareça, em comparação, como ódio.” (Morris)
c. Quem me serve precisa seguir-me: Ser cristão é servir a Jesus, é segui-lo. Isso não significa que você pare de trabalhar, cuidar de sua família ou estudar na escola. Significa que você faz tudo isso como um servo de Jesus, um seguidor de Jesus.
i. “Todos vocês que desejam ter Cristo como seu Salvador, devem estar dispostos a servi-lo. Não somos salvos pelo serviço, mas somos salvos para o serviço.” (Spurgeon)
ii. Serve-Me: “Diakonos é especialmente um servo atendente, à mesa ou em outro lugar; um doulos pode servir à distância: daí a adequação de diakonos neste verso. O ofício de diakonos pode parecer humilde e doloroso, mas ser valorizado ou honrado pelo Pai coroa a vida.” (Dods)
iii. Seria fácil para os discípulos pensarem: “Jesus está indo para a cruz. Graças a Deus eu não tenho que fazer isso.” Então Jesus diz: “Siga-me”.
iv. “Pense em um Homem de pé diante de toda a humanidade, e fria e deliberadamente dizendo a eles: ‘Eu sou o ideal realizado da conduta humana; Eu sou a Perfeição Encarnada; e todos vocês, em toda a infinita variedade de condição, cultura e caráter, devem Me tomar como seu padrão e seu guia.’” (Maclaren)
d. Onde estou, o meu servo também estará: Jesus descreveu o servo como aquele que queria estar onde Jesus está. Isso não é escravidão forçada onde o servo quer se libertar do mestre. Este é um serviço escolhido e voluntário que simplesmente quer estar perto do Mestre.
i. Onde estou: “A palavra se refere, não ao lugar de nosso Senhor naquele momento, mas ao Seu lugar essencial e verdadeiro, ou seja, (João 17:24) na glória do Pai”. (Alford)
e. Aquele que me serve, meu Pai o honrará: Esta é uma promessa notável. A recompensa por servir a Jesus é receber honra de Deus Pai. Essa honra é recompensa e reconhecimento.
3. (27-28a) Na hora crucial, Jesus expressa Sua resolução.
Agora meu coração está perturbado, e o que direi? Pai, salva-me desta hora? Não; eu vim exatamente para isto, para esta hora. Pai, glorifica o teu nome!
a. Agora meu coração está perturbado: Jesus recebeu esta hora crucial, mas ela O incomodou porque Ele sabia o que as agonias da cruz envolveriam. João não nos fala sobre a oração de Jesus no Getsêmani, mas a ideia por trás dessa oração de Jesus é expressa em João 12:27-28.
i. “Como homem, ele estava perturbado com a perspectiva de uma morte violenta. A natureza abomina a morte: Deus implantou essa aversão na natureza, para que ela possa se tornar um princípio de autopreservação; e é a isso que devemos toda a prudência e cautela pelas quais evitamos o perigo. (Clarke)
b. E o que direi? “Pai, salva-me desta hora?” Sabendo que esta era a hora crucial, Jesus não poderia pedir para escapar da hora, porque Ele sabia que eu vim exatamente para isto, para esta hora. A cruz, que havia lançado uma sombra sobre toda a vida e ministério de Jesus, agora se tornaria uma realidade na experiência de Jesus.
i. “Parece claro que as palavras representam uma pergunta retórica, uma oração hipotética para a qual Jesus olha, mas que Ele se recusa a orar.” (Morris)
ii. “O próprio objetivo de Sua Encarnação, a razão de Sua vinda ao mundo e de Sua continuação até esta hora foi enfrentar esse Sofrimento.” (Trench)
c. Pai, glorifica o teu nome! Quando Jesus pensou na cruz a poucos dias de distância, Sua principal preocupação era glorificar o nome e o caráter de Deus Pai.
4. (28b-30) O Pai testifica de Jesus com uma voz do céu.
Então veio uma voz do céu: “Eu já o glorifiquei e o glorificarei novamente”. A multidão que ali estava e a ouviu, disse que tinha trovejado; outros disseram que um anjo lhe tinha falado. Jesus disse: “Esta voz veio por causa de vocês, e não por minha causa.”
a. Então veio uma voz do céu: Este foi o terceiro testemunho divino audível do status de Jesus como o Filho de Deus, depois que a voz divina foi ouvida em Seu batismo e Sua transfiguração.
b. Eu já o glorifiquei e o glorificarei novamente: Esta foi a garantia de Deus Pai. Aproximando-se da cruz, a grande preocupação de Jesus era glorificar o Pai, e Ele teve a certeza de que já o tinha feito e continuaria a fazê-lo.
i. E o glorificarei: “Cristo foi glorificado: 1. Pelos prodígios que aconteceram em sua morte. 2. Em sua ressurreição. 3. Em sua ascensão, e sentado à direita de Deus. 4. Na descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, e 5. No surpreendente sucesso com o qual o Evangelho foi acompanhado e pelo qual o reino de Cristo foi estabelecido no mundo”. (Clarke)
ii. E o glorificarei novamente: “A palavra novamente aqui não implica mera repetição, mas uma intensificação, da glorificação mais uma vez: e desta vez completa e finalmente”. (Alford)
c. Esta voz veio por causa de vocês: Para alguns, a voz de Deus soou como um trovão. Outros achavam que soava como algum tipo de discurso angelical. Para aqueles que puderam discernir, deu-lhes confiança em Jesus antes destes dias críticos.
i. “Assim, em Atos 9:7, 22:9, os companheiros de Saulo ouviram as reverberações físicas, mas não para entender a Voz, pois não era para eles.” (Trench)
5. (31-33) Jesus proclama claramente Sua morte.
“Chegou a hora de ser julgado este mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo. Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim”. Ele disse isso para indicar o tipo de morte que haveria de sofrer.
a. Chegou a hora de ser julgado este mundo: O espírito deste mundo foi julgado pela forma como tratou Jesus na cruz. A cruz não apenas julgou o mundo, mas também derrotou Satanás (agora será expulso o príncipe deste mundo). A derrota do mundo (cultura em oposição a Jesus) e de Satanás foi a vitória de Deus e a vitória do povo de Deus.
i. Poderíamos definir este mundo no sentido que Jesus falou como cultura em oposição a Jesus. Esta cultura tem um líder, um governante deste mundo – Satanás, o grande adversário de Deus (João 14:30, 16:11; 2 Coríntios 4:4, Efésios 2:2, 6:12).
b. Agora será expulso o príncipe deste mundo: Satanás, o grande adversário, foi de certa forma expulso pelo que Jesus realizou na cruz. Satanás foi expulso de qualquer autoridade legítima sobre o povo de Deus.
i. “Mas o julgamento do mundo sobre Jesus, dirigido pelo sinistro governante espiritual (archon) da presente ordem, seria anulado em um tribunal superior; esse próprio governante espiritual seria desalojado”. (Bruce)
ii. “Foi por causa da desobediência que o homem foi expulso por Deus do Jardim do Éden por ter se submetido ao príncipe deste mundo (João 12:31); agora, pela perfeita obediência de Jesus na cruz, o príncipe deste mundo será deposto de sua atual ascendência”. (Tasker)
iii. Colossenses 2:14-15 descreveu vividamente a derrota de Satanás na cruz: “…e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.”
c. Mas eu, quando for levantado da terra: O verbo usado para levantado tem um duplo sentido deliberado. Significa tanto uma elevação literal (como ser elevado em uma cruz) e exaltação (ser elevado em posição ou honra). Jesus prometeu que quando Ele fosse levantado (elevado, exaltado) na cruz Ele ia atrair todos a Ele.
i. “Em ὑψωθῶ levantado, portanto, embora a referência direta seja à Sua elevação na cruz, há uma sub-sugestão de ser elevado a um trono… homens a Ele como Seus súditos”. (Dods)
ii. Quando for levantado da terra: “Se, tão frequentemente, tem a força de ‘quando’. Não há dúvida na mente de Jesus de que Ele será crucificado”. (Tasker)
iii. Jesus sabia que o benefício de Sua obra na cruz iria muito além de bênção e salvação para o povo judeu. Atrairei todos a Mim.
iv. Atrairei todos a mim: “A Cruz é o ímã do cristianismo. Jesus Cristo atrai os homens, mas é principalmente pela Sua Cruz… Você desmagnetiza o Cristianismo, como toda a história mostra, se você mata a morte na Cruz pelo pecado de um mundo. O que resta não é um ímã, mas um pouco de sucata.” (Maclaren)
v. Todos: “Não há exclusão de nenhuma classe ou criatura da misericórdia de Deus em Cristo Jesus. ‘Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim’; e a história da igreja prova como isso é verdade: o rol dos convertidos inclui príncipes e mendigos, companheiros e jovens”. (Spurgeon)
d. Ele disse isso para indicar o tipo de morte que haveria de sofrer: Jesus não só sabia que morreria, mas também que morreria numa cruz, levantado da terra. Jesus conhecia a maneira dolorosa e humilhante de Sua morte, mas ainda assim obedeceu à vontade de Deus.
6. (34-36) O Messias viverá para sempre?
A multidão falou: “A Lei nos ensina que o Cristo permanecerá para sempre; como podes dizer: ‘O Filho do homem precisa ser levantado’? Quem é esse ‘Filho do homem’?” Disse-lhes então Jesus: “Por mais um pouco de tempo a luz estará entre vocês. Andem enquanto vocês têm a luz, para que as trevas não os surpreendam, pois aquele que anda nas trevas não sabe para onde está indo. Creiam na luz enquanto vocês a têm, para que se tornem filhos da luz”. Terminando de falar, Jesus saiu e ocultou-se deles.
a. A Lei nos ensina que o Cristo permanecerá para sempre: O povo tinha sido ensinado apenas as passagens da lei (o Antigo Testamento) que falavam do triunfo do Messias. Eles desconheciam principalmente as passagens que falavam de Seu sofrimento (como Salmo 22 e Isaías 53). Isso os fez pensar se Jesus era realmente o Messias, o Filho do Homem.
i. “Havia várias passagens que falavam da perpetuidade de seu reinado, como Is 9:7; Ez 37:25; Daniel 7:14, eles provavelmente confundiram um com o outro e, assim, chegaram à conclusão: O Messias não pode morrer; pois a Escritura disse, seu trono, reino e reinado serão eternos”. (Clarke)
ii. Essa multidão que saudava com entusiasmo um conquistador político não queria considerar Sua morte sacrificial. Não se encaixava com a ideia deles sobre o que um Messias deveria ser.
iii. Filho do Homem: “Esta entre outras passagens mostra que o ‘Filho do Homem’ era um título sugestivo de messianidade, mas não muito definido em seu significado e não muito idêntico a ‘Messias’.” (Dods)
b. Por mais um pouco de tempo a luz estará entre vocês. Andem enquanto vocês têm a luz: Jesus assegurou-lhes que estaria com eles por pouco tempo. A luz de Seu ministério terreno estava prestes a se apagar.
i. Devemos crer em Jesus enquanto a luz estiver lá, porque não durará para sempre. O Espírito de Deus nem sempre lutará com o homem ( Gênesis 6:3), e devemos responder ao Seu chamado enquanto ele toca para nós.
ii. Filhos da luz: “A expressão idiomática semítica ‘filhos de’ descreve homens que possuem as características do que se diz ser seu ‘pai’. Em nosso idioma, provavelmente deveríamos dizer ‘homens de luz’, cf. nossa expressão ‘um homem de integridade’.” (Tasker)
7. (37-41) João explica sua incredulidade à luz da profecia do Antigo Testamento.
Mesmo depois que Jesus fez todos aqueles sinais miraculosos, não creram nele. Isso aconteceu para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que disse:
“Senhor, quem creu em nossa mensagem,
E a quem foi revelado o braço do Senhor?”
Por esta razão eles não podiam crer, porque, como disse Isaías noutro lugar:
“Cegou os seus olhos e endureceu os seus corações,
Para que não vejam com os olhos,
Nem entendam com o coração,
Nem se convertam, e eu os cure”.
Isaías disse isso porque viu a glória de Jesus e falou sobre ele.
a. Mesmo depois que Jesus fez todos aqueles sinais miraculosos, não creram nele: Ao longo de seu Evangelho, João nos contou sobre muitos sinais que Jesus realizou que deveriam nos levar a crer Nele (João 2:11, 4:54, 6:14). No entanto, muitos não creram Nele. Usando duas citações de Isaías ( Isaías 53:1 e 6:9-10), João explicou que isso foi profetizado.
i. “Depois de séculos de história cristã, durante os quais a igreja tem sido quase exclusivamente gentia, chegamos a aceitar que é bastante normal que haja muito poucos judeus nela. Mas não era assim que parecia aos homens do Novo Testamento.” (Morris)
b. A quem foi revelado o braço do Senhor? Ao citar Isaías 53:1 João enfatizou que se alguém crê, é porque Deus revelou a Si mesmo e Sua verdade a eles. Jesus havia se revelado a eles por meio de muitos sinais e por meio de Seu ensino.
c. Cegou os seus olhos e endureceu os seus corações: Ao citar Isaías 6:9-10, João enfatizou que a incredulidade era porque Deus agia em julgamento sobre aqueles que se recusavam a ver Sua verdade e se voltar para Ele. Deus os fortaleceria em sua decisão, seja a favor de Jesus ou contra Ele. À luz desse princípio, eles não podiam crer, como Isaías descreveu.
i. “Nenhum deles estava destinado a ser incapaz de acreditar; fica claro abaixo (João 12:42) que alguns de fato acreditavam. Mas a predição do A.T. tinha que ser cumprida, e foi cumprida naqueles que, de fato, não creram.” (Bruce)
ii. “Ele não quer dizer que a cegueira ocorre sem a vontade ou contra a vontade dessas pessoas. Assim com o endurecimento de seu coração. Esses homens escolheram o mal. Foi sua própria escolha deliberada, sua própria culpa.” (Morris)
d. Isaías disse isso porque viu a glória de Jesus e falou sobre Ele: Como a profecia está registrada em Isaías 6, o profeta Isaías viu o Senhor Yahweh ( Isaías 6:1-13). João entendeu corretamente que Isaías viu a glória de Jesus antes de Sua encarnação e que Jesus é Yahweh.
i. “A visão de Isaías registrada em Isaías 6 é interpretada por João como uma visão da Divindade como um todo. O profeta viu a glória de Cristo, bem como a glória do Pai”. (Tasker)
8. (42-43) Alguns dos governantes têm uma crença fraca em Jesus.
Ainda assim, muitos líderes dos judeus creram nele. Mas, por causa dos fariseus, não confessavam a sua fé, com medo de serem expulsos da sinagoga; pois preferiam a aprovação dos homens do que a aprovação de Deus.
a. Ainda assim, muitos líderes dos judeus creram nele. Mas, por causa dos fariseus, não confessavam a sua fé: Neste ponto do ministério de Jesus havia muitos que creram nEle secretamente. Eles viram os sinais e ouviram Seus ensinamentos, mas porque estavam com medo do que os outros pensariam e fariam contra eles, eles não declararam abertamente (confessavam) sua fidelidade e confiança em Jesus.
i. “O discipulado secreto é uma contradição em termos de ‘ou o segredo mata o discipulado, ou o discipulado mata o segredo’.” (Barclay)
ii. O bispo Trench foi mais solidário: “Os comentaristas são duros com esses tímidos. Todos os cristãos são heroicos? Não há linho fumegante?” (Trench)
b. Pois preferiam a aprovação dos homens do que a aprovação de Deus: Jesus apenas explicou que se alguém O servisse, receberia honra de Deus (João 12:26). No entanto, havia muitos que preferiram a honra que vem de outros homens mais do que a aprovação que vem de Deus.
i. A aprovação dos homens: “O que é mais do que um hálito malcheiroso? Estes têm sua recompensa.” (Trapp)
9. (44-50) Um último apelo à fé: Jesus faz um último e apaixonado apelo à multidão.
Então Jesus gritou em alta voz: “Quem crê em mim, não crê apenas em mim, mas naquele que me enviou. Quem me vê, vê aquele que me enviou. Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. Se alguém ouve as minhas palavras, e não as guarda, eu não o julgo. Pois não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. Há um juiz para quem me rejeita e não aceita as minhas palavras; a própria palavra que proferi o condenará no último dia. Pois não falei por mim mesmo, mas o Pai que me enviou me ordenou o que dizer e o que falar. Sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu digo é exatamente o que o Pai me mandou dizer”.
a. Então Jesus gritou em alta voz: Estas são as últimas palavras no evangelho de João de Jesus para o público. Neste último discurso à multidão, Jesus enfatizou os temas de todas as Suas pregações anteriores em João. Incluía um lembrete de Seu ensino, um desafio para decidir, uma advertência para aqueles que decidiram contra Ele e uma promessa para aqueles que decidiram por Ele.
i. Gritou: “O tempo imperfeito no original significa que o grito era persistente.” (Tasker)
ii. “Como regra, nosso Salvador não clamava [gritava]. Não gritará nem clamará, nem erguerá a voz nas ruas. Isaías 42:2. Mas de vez em quando, em alguma hora exaltada, os Evangelhos nos dizem que Ele chorou (João 7:37).” (Morrison)
b. Quem me vê, vê aquele que me enviou: Jesus enfatizou Sua unidade com Deus Pai. Crer em Jesus era colocar fé naquele que enviou Jesus, ainda mais do que colocar fé no próprio Jesus.
i. “Embora fosse por afirmar isso (sua unidade com Deus) que eles iriam crucificá-lo, ele não retrata nada do que havia falado, mas o reafirma fortemente, nas próprias mandíbulas da morte!” (Clarke)
c. Eu vim ao mundo como luz: Jesus enfatizou Sua própria veracidade, e o homem na necessidade tem que seguir a Jesus – ou então viver nas trevas.
d. Pois não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo: A encarnação não era necessária se Jesus veio apenas para julgar. Ele não precisava adicionar humanidade à Sua divindade para fazer isso, mas Ele precisava fazer isso para resgatar a humanidade. No entanto, a própria palavra que proferi o condenará – há consequências inevitáveis para rejeitar Jesus.
i. “Sua última palavra não é de condenação. Mas um gentil chamado.” (Morris)
ii. “Sempre no Quarto Evangelho há esse paradoxo essencial; Jesus veio em amor, mas sua vinda é um julgamento”. (Barclay)
e. Pois não falei por mim mesmo: Jesus enfatizou Sua própria submissão a Deus Pai. Sua autoridade estava ligada à Sua submissão a Deus Pai.
i. O que dizer e o que falar: “O primeiro designa a doutrina de acordo com seu conteúdo, o segundo a maneira variada de entrega”. (Dods)