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Friday, November 22nd, 2024
the Week of Proper 28 / Ordinary 33
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Bible Commentaries
Comentário Bíblico Enduring Word Enduring Word
Declaração de Direitos Autorais
Esses arquivos devem ser considerados domínio público e são derivados de uma edição eletrônica disponível no site "Enduring Word".
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Informação Bibliográfica
Guzik, David. "Comentário sobre Acts 7". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/commentaries/por/tew/acts-7.html. 2024.
Guzik, David. "Comentário sobre Acts 7". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/
Whole Bible (1)New Testament (2)
versos 1-60
Atos 7 – A Resposta de Estevão ao Sinédrio
A. A história de Israel do tempo de Abraão.
1. (1) O Sumo Sacerdote convida Estêvão para falar.
Então o sumo sacerdote perguntou a Estêvão: “São verdadeiras estas acusações?”
a. Então o sumo sacerdote perguntou: O sumo sacerdote provavelmente ainda era Caifás, o mesmo que presidiu sobre o julgamento de Jesus (Mateus 26:57).
b. São verdadeiras estas acusações? O sumo sacerdote convidou Estêvão a se explicar em luz das acusações registradas em Atos 6:11-14. Estêvão foi acusado de falar palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus, e contra este lugar santo [o templo] e a lei. Além disso, eles o acusaram de dizer que Jesus destruiria ambos o templo e os costumes deixados por Moisés.
i. Em sua resposta Estêvão deu um panorama da história do Antigo Testamento. Nós não deveríamos pensar que Estêvão instruiu o Sinédrio sobre partes da história judaica nas quais eles eram ignorantes. Ao invés disso, Estêvão enfatizou algumas coisas na história judaica que eles talvez não tivessem considerado: Que Deus nunca confinou a Si mesmo a um lugar (como o templo), e que o povo judeu tinha o hábito de rejeitar aqueles que Deus envia a eles.
ii. Isso não foi realmente uma defesa. Estêvão não estava interessado em se defender. Ele simplesmente queria proclamar a verdade sobre Jesus de um modo que as pessoas conseguiriam entender. Ele não estava “aparentemente fazendo uma defesa especial de modo algum ou com uma sílaba se referindo a seus acusadores e suas falsas testemunhas, ele está, contudo os refutando totalmente e fazendo a defesa mais efetiva”. (Lenski)
iii. “Estêvão parece ter percebido… que a antiga ordem das coisas estava passando e uma nova ordem estava vindo. Isto se torna particularmente claro quando ele fala sobre o templo. Ela era estimada pelos judeus. Mas estava destinada a passar e Estêvão parecia ter sentido isso. Seu discurso é um discurso de transição que abre o caminho para a apresentação do evangelho aos gentios, que começa no próximo capítulo de Atos”. (Boice)
iv. “Um discurso como este não foi de maneira alguma calculado para garantir uma absolvição perante o Sinédrio. É, na verdade, uma defesa de puro cristianismo como a maneira de adoração apontada por Deus”. (Bruce)
2. (2-5) A Promessa de Deus a Abraão.
A isso ele respondeu: “Irmãos e pais, ouçam-me! O Deus glorioso apareceu a Abraão, nosso pai, estando ele ainda na Mesopotâmia, antes de morar em Harã, e lhe disse: ‘Saia da sua terra e do meio dos seus parentes e vá para a terra que eu lhe mostrarei’. “Então ele saiu da terra dos caldeus e se estabeleceu em Harã. Depois da morte de seu pai, Deus o trouxe a esta terra, onde vocês agora vivem. Deus não lhe deu nenhuma herança aqui, nem mesmo o espaço de um pé. Mas lhe prometeu que ele e, depois dele, seus descendentes, possuiriam a terra, embora, naquele tempo, Abraão não tivesse filhos.
a. O Deus glorioso apareceu a Abraão, nosso pai, estando ele ainda na Mesopotâmia: Bem no começo, Estêvão enfatizou que o Deus glorioso apareceu a Abraão antes de ele sequer vir para a Terra Prometida.
i. Não somente foi o templo desnecessário para esta revelação do Deus glorioso; a Terra Prometida em si não foi necessária. Deus era maior do que ambos, e isto explicava como Estêvão estava sendo falsamente acusado de falar contra o templo. Estêvão não estava se defendendo; ele simplesmente explicou.
ii. “Um único fio percorre através da primeira parte de sua defesa. Que o Deus de Israel é um Deus peregrino que não está restrito a lugar algum… se ele tem algum lar na Terra, é com o seu povo que ele mora”. (Slott)
iii. “Então não era como se Abraão estivesse na Mesopotâmia e Deus, talvez do Monte Sião a muitas centenas de quilômetros de distância, gritasse para ele: ‘Abraão, venha até aqui. Eu quero que você venha para a Palestina’. Em vez disso Deus apareceu para ele lá mesmo na Mesopotâmia em toda a sua glória”. (Boice)
b. Saia da sua terra e do meio dos seus parentes e vá para a terra que eu lhe mostrarei: Deus disse isso a Abraão quando estava ele ainda na Mesopotâmia. Contudo, Estêvão explicou que Abraão não foi imediatamente a Canaã (ele antes morou em Harã) e ele não deixou imediatamente seus parentes (seu pai veio com ele para Harã).
i. A obediência parcial de Abraão não levou embora a promessa de Deus. Ao invés disso, ela significou que a promessa estava esperando até que Abraão estivesse pronto para fazer o que o senhor disse. O cumprimento da promessa não progrediu até que Abraão deixou Harã e seu pai para trás e foi ao lugar que Deus queria que ele fosse.
ii. Abraão certamente se tornará um gigante de fé, até mesmo sendo o pai dos crentes ( Gálatas 3:7); contudo, ele não começou lá. Abraão é um exemplo de alguém que cresceu na fé e obediência.
c. Deus não lhe deu nenhuma herança…filhos: Foi prometido a Abraão ambos: a terra e descendentes, mas não havia prova externa de nenhum deles. Ele podia apenas confiar em Deus para o cumprimento destas coisas.
i. Com isto, Estêvão enfatizou um relacionamento com Deus baseado na fé e não em evidências externas como um templo ou a estrutura da religião institucional e seus costumes.
ii. Mesmo quando Abraão estava na terra, ele era um peregrino. Ele não transformou em um ídolo as bênçãos que Deus havia dado ou prometido. Isto foi uma repreensão aos líderes religiosos com quem Estêvão falava, porque muitos dentre eles haviam parado de ser peregrinos e faziam de ídolos as bênçãos do templo e da terra.
3. (6-8) Deus alertou Abraão e deu a ele uma aliança.
Deus lhe falou desta forma: ‘Seus descendentes serão peregrinos numa terra estrangeira, e serão escravizados e maltratados por quatrocentos anos. Mas eu castigarei a nação a quem servirão como escravos, e depois sairão dali e me adorarão neste lugar’. E deu a Abraão a aliança da circuncisão. Por isso, Abraão gerou Isaque e o circuncidou oito dias depois do seu nascimento. Mais tarde, Isaque gerou Jacó, e este os doze patriarcas.
a. Seus descendentes serão peregrinos numa terra estrangeira…serão escravizados: A promessa não seria fácil ou leve para Abraão ou seus descendentes. Contudo, Deus prometeu julgar a nação que traria Israel a escravidão.
i. Estêvão aqui sugeriu a ideia de que Deus sabe como cuidar e proteger Seu povo. Ele mesmo descansava nessa garantia, e desafiou o conselho a ter a mesma garantia.
b. Deu a Abraão a aliança da circuncisão…Isaque gerou Jacó, e este os doze patriarcas: A circuncisão tornou-se o sinal da aliança para Israel e a aliança foi transmitida por meio desses descendentes de Abraão.
4. (9-16) A Fidelidade de Deus por meio de José.
“Os patriarcas, tendo inveja de José, venderam-no como escravo para o Egito. Mas Deus estava com ele e o libertou de todas as suas tribulações, dando a José favor e sabedoria diante do faraó, rei do Egito; este o tornou governador do Egito e de todo o seu palácio. “Depois houve fome em todo o Egito e em Canaã, trazendo grande sofrimento, e os nossos antepassados não encontravam alimento. Ouvindo que havia trigo no Egito, Jacó enviou nossos antepassados em sua primeira viagem. Na segunda viagem deles, José fez-se reconhecer por seus irmãos, e o faraó pôde conhecer a família de José. Depois disso, José mandou buscar seu pai Jacó e toda a sua família, que eram setenta e cinco pessoas. Então Jacó desceu ao Egito, onde faleceram ele e os nossos antepassados. Seus corpos foram levados de volta a Siquém e colocados no túmulo que Abraão havia comprado ali dos filhos de Hamor, por certa quantia.
a. Deus estava com ele: Novamente Estêvão enfatizou a presença espiritual de Deus com José o tempo todo. José não precisava ir ao templo para estar perto de Deus – não havia um templo. Ao invés disso, Deus estava com ele o tempo todo.
b. Tendo inveja de José, venderam-no: Estêvão mencionou a história de José porque ele é uma figura de Jesus, no que diz respeito aos filhos de Israel rejeitarem José que mais tarde tornou-se um salvador para eles (e o único salvador possível).
c. Setenta e cinco pessoas: Gênesis 46:27 diz que havia 70 ao todo da família de Israel, quando Estêvão em Atos 7:14 diz que havia 75. Estêvão citou da versão Septuaginta do Velho Testamento que diz 75. O número na Septuaginta não está errado, apenas chegou em um caminho diferente, especificamente adicionando mais cinco filhos (ou netos) de José nascidos no Egito.
d. No túmulo que Abraão havia comprado: A única terra que Abraão possuiu de verdade em Canaã foi este túmulo. O resto foi recebido apenas pela fé.
B. A história de Israel do tempo de Moisés.
1. (17-22) O início da vida de Moisés.
“Ao se aproximar o tempo em que Deus cumpriria sua promessa a Abraão, aumentou muito o número do nosso povo no Egito. Então outro rei, que nada sabia a respeito de José, passou a governar o Egito. Ele agiu traiçoeiramente para com o nosso povo e oprimiu os nossos antepassados, obrigando-os a abandonar os seus recém-nascidos, para que não sobrevivessem. “Naquele tempo nasceu Moisés, que era um menino extraordinário. Por três meses ele foi criado na casa de seu pai. Quando foi abandonado, a filha do faraó o tomou e o criou como seu próprio filho. Moisés foi educado em toda a sabedoria dos egípcios e veio a ser poderoso em palavras e obras.”
a. Naquele tempo nasceu Moisés, que era um menino extraordinário: Moisés foi também como Jesus no sentido em que foi favorecido por Deus desde o nascimento e preservado na infância. Do mesmo modo, ele era um menino extraordinário sem o templo ou os costumes da religião institucional.
b. Veio a ser poderoso em palavras e obras: Moisés foi também como Jesus que viria depois dele no sentido em que era sábio, habilidoso com palavras e um homem de poderosas…obras.
2. (23-29) Israel rejeita Moisés.
“Ao completar quarenta anos, Moisés decidiu visitar seus irmãos israelitas. Ao ver um deles sendo maltratado por um egípcio, saiu em defesa do oprimido e o vingou, matando o egípcio. Ele pensava que seus irmãos compreenderiam que Deus o estava usando para salvá-los, mas eles não o compreenderam. No dia seguinte, Moisés dirigiu-se a dois israelitas que estavam brigando, e tentou reconciliá-los, dizendo: ‘Homens, vocês são irmãos; por que ferem um ao outro?’ “Mas o homem que maltratava o outro empurrou Moisés e disse: ‘Quem o nomeou líder e juiz sobre nós? Quer matar-me como matou o egípcio ontem?’ Ouvindo isso, Moisés fugiu para Midiã, onde ficou morando como estrangeiro e teve dois filhos.
a. Ao completar quarenta anos, Moisés decidiu visitar seus irmãos: No tempo determinado, Moisés desceu de seu trono real por cuidado e preocupação por seus irmãos. Esta era outra maneira que Moisés era como Jesus que viria depois dele.
b. Ele pensava que seus irmãos compreenderiam que Deus o estava usando para salvá-los, mas eles não o compreenderam: Quando Moisés ofereceu libertação a Israel ele foi rejeitado e rejeitado com despeito. Israel negou que ele tinha qualquer direito de ser um líder e juiz sobre eles.
i. A mensagem de Estêvão foi clara: “Vocês rejeitaram Jesus que era como Moisés, contudo maior do que ele, e vocês negam que Jesus tem qualquer direito de ser um líder e juiz sobre vocês”.
3. (30-34) Deus aparece para Moisés no Monte Sinai.
“Passados quarenta anos, apareceu a Moisés um anjo nas labaredas de uma sarça em chamas no deserto, perto do monte Sinai. Vendo aquilo, ficou atônito. E, aproximando-se para observar, ouviu a voz do Senhor: ‘Eu sou o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó’. Moisés, tremendo de medo, não ousava olhar. “Então o Senhor lhe disse: ‘Tire as sandálias dos pés, porque o lugar em que você está é terra santa. De fato tenho visto a opressão sobre o meu povo no Egito. Ouvi seus gemidos e desci para livrá-lo. Venha agora, e eu o enviarei de volta ao Egito’.
a. Apareceu a Moisés um anjo… no deserto, perto do monte Sinai: Estêvão novamente enfatizou um dos pontos principais de sua resposta ao conselho – que Deus, Sua glória e Sua obra não estavam confinados ao templo. Deus apareceu a Moisés no deserto antes de sequer haver um templo.
b. Eu o enviarei de volta ao Egito: Estêvão enfatizou que Deus chamou e comissionou Moisés.
4. (35-36) Moisés foi o libertador de Israel, apesar da rejeição anterior de Israel.
“Este é o mesmo Moisés que tinham rejeitado com estas palavras: ‘Quem o nomeou líder e juiz?’ Ele foi enviado pelo próprio Deus para ser líder e libertador deles, por meio do anjo que lhe tinha aparecido na sarça. Ele os tirou de lá, fazendo maravilhas e sinais no Egito, no mar Vermelho e no deserto durante quarenta anos.
a. Este…Moisés que tinham rejeitado: Apesar de Israel ter rejeitado Moisés e sua liderança, Deus nomeou Moisés com sinais inconfundíveis, incluindo a sarça em chamas no deserto.
b. Ele os tirou de lá: Embora Israel rejeitasse Moisés no que poderia ser chamado de sua “primeira vinda”, ele ainda permaneceu o libertador escolhido de Deus para Israel.
5. (37-41) A rejeição repetida de Israel a Moisés.
“Este é aquele Moisés que disse aos israelitas: ‘Deus lhes levantará dentre seus irmãos um profeta como eu’. Ele estava na congregação, no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai e com os nossos antepassados, e recebeu palavras vivas, para transmiti-las a nós.Mas nossos antepassados se recusaram a obedecer-lhe; ao contrário, rejeitaram-no, e em seu coração voltaram para o Egito. Disseram a Arão: ‘Faça para nós deuses que nos conduzam, pois a esse Moisés que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu!’Naquela ocasião fizeram um ídolo em forma de bezerro. Trouxeram-lhe sacrifícios e fizeram uma celebração em honra ao que suas mãos tinham feito.
a. Este é aquele Moisés que disse aos israelitas: Moisés prometeu que viria depois dele um outro profeta e alertou que Israel deveria tomar um cuidado especial ao escutar a vinda desse profeta. Porém, assim como Israel rejeitou a Moisés, eles também estavam rejeitando a Jesus que é o profeta de quem Moisés falou.
i. Cada indivíduo deveria considerar por si mesmo como deveria aceitar Jesus, e não rejeitá-Lo. Eles deveriam recebê-Lo como seu Libertador, Aquele que pode resgatar.
b. Ele estava na congregação… e recebeu palavras vivas: Moisés, como Jesus, liderou a congregação do povo de Deus, desfrutou de uma intimidade especial com Deus e trouxe a revelação de Deus.
c. Naquela ocasião fizeram um ídolo… em honra ao que suas mãos tinham feito: Quando a antiga Israel rejeitou Moisés e a obra de Deus por meio dele, eles o substituíram com sua própria religião feita pelo homem. Estêvão aplicou a mesma ideia ao conselho com quem ele falava.
i. A frase em honra ao que suas mãos tinham feito é especialmente significativa. Uma das acusações contra Estêvão era que ele blasfemou contra o templo. Não é que Estêvão falou contra o tempo, mas contra a maneira com que Israel louvava o templo de Deus ao invés do Deus do templo. Assim como Israel louvou o ídolo no deserto, então eles agora estavam louvando ao que suas mãos tinham feito.
6. (42-43) A resposta de Deus a repetida rejeição de Seus mensageiros.
Mas Deus afastou-se deles e os entregou à adoração dos astros, conforme o que foi escrito no livro dos profetas:
‘Foi a mim que vocês apresentaram sacrifícios e ofertas durante os quarenta anos no deserto,
Ó nação de Israel?
Ao invés disso, levantaram o santuário de Moloque
E a estrela do seu deus Renfã,
Ídolos que vocês fizeram para adorar!
Portanto, eu os enviarei para o exílio, para além da Babilônia’.
a. Mas Deus afastou-se deles e os entregou à adoração dos astros: Ao rejeitar Moisés e o Deus que o e enviou, Israel voltou-se para ídolos corruptos, trazendo para si mesmos o julgamento descrito na passagem citada de Amós 5:25-27.
i. Estêvão pegou a passagem de Amós e a mudou levemente para trazer o questão até seus ouvintes. Amós disse: “além de Damasco” ( Amós 5:27), mas Estêvão a mudou para “além da Babilônia”.
ii. Boice explica: “Estêvão, que cita o texto, o altera, porque ele não está conversando com pessoas do reino do norte, mas com os líderes de Israel no sul. É a história deles que ele tem em mente”.
b. Deus afastou-se deles e os entregou à adoração dos astros: A ideia aqui é tão importante quanto incrível. Paulo mais tarde construiu sobre o pensamento de Deus entregando o homem aos seus desejos pecaminosos em Romanos 1:24-32.
i. Isso faz com que cada um de nós considere a questão: se nós rejeitarmos Jesus, ao que nós seremos entregues?
7. (44-50) Até mesmo ao Israel rejeitar Deus, eles ainda tinham o tabernáculo e mais tarde o templo.
“No deserto os nossos antepassados tinham o tabernáculo da aliança, que fora feito segundo a ordem de Deus a Moisés, de acordo com o modelo que ele tinha visto. Tendo recebido o tabernáculo, nossos antepassados o levaram, sob a liderança de Josué, quando tomaram a terra das nações que Deus expulsou de diante deles. Esse tabernáculo permaneceu nesta terra até a época de Davi, que encontrou graça diante de Deus e pediu que ele lhe permitisse providenciar uma habitação para o Deus de Jacó. Mas foi Salomão quem lhe construiu a casa. “Todavia, o Altíssimo não habita em casas feitas por homens. Como diz o profeta:
‘O céu é o meu trono,
E a terra, o estrado dos meus pés.
Que espécie de casa vocês me edificarão? diz o Senhor,
Ou, onde seria meu lugar de descanso?
Não foram as minhas mãos que fizeram todas estas coisas?’
a. Nossos antepassados tinham o tabernáculo… foi Salomão quem lhe construiu a casa: O ponto de Estêvão era que a presença do tabernáculo ou do templo não os preveniam de rejeitar a Deus e Seus mensageiros especiais.
b. Todavia, o Altíssimo não habita em casas feitas por homens: Estêvão confrontou sua idolatria do tempo. Ao fazer isso, eles tentaram confinar Deus dentro do templo. Contudo, Deus é grande demais para caber em qualquer templo que o homem consiga construir.
i. Em um nível mais sutil, muitos cristãos fazem a mesma coisa. Pode não ser a adoração do prédio de uma igreja (apesar de que isso certamente acontece de tempos em tempos), mas é o confinamento de Deus a um lugar. Em outras palavras, o único lugar que eles encontram Deus é na igreja. Para eles Deus está ausente do resto de suas vidas. Nas mentes e nas vidas de alguns hoje, Deus poderia muito bem viver apenas na igreja.
8. (51-53) Estêvão aplica o sermão aos seus ouvintes.
“Povo rebelde, obstinado de coração e de ouvidos! Vocês são iguais aos seus antepassados: sempre resistem ao Espírito Santo! Qual dos profetas os seus antepassados não perseguiram? Eles mataram aqueles que prediziam a vinda do Justo, de quem agora vocês se tornaram traidores e assassinos — vocês, que receberam a Lei por intermédio de anjos, mas não lhe obedeceram”.
a. Vocês são iguais aos seus antepassados; sempre resistem ao Espírito Santo! Você pode imaginar a raiva sussurrando entre o Sinédrio à medida que a lição de história de Estêvão começou a fazer sentido. Estêvão viu isso e sabia que eles estavam rejeitando novamente Aquele que Deus enviou, exatamente como antes.
i. “Ele pega a faca afiada da Palavra e rasga os pecados das pessoas, abrindo as partes internas de seus corações e os segredos de suas almas… Ele não poderia ter entregado aquele endereço de busca com mais destemor do que se tivesse a garantia de que eles o agradeceriam pela operação; o fato de que a morte dele era certa não tinha efeito nenhum sobre ele além de fazê-lo ainda mais zeloso”. (Spurgeon)
b. Povo rebelde, obstinado de coração e de ouvidos! Pegando conceitos do Antigo Testamento, Estêvão repreendeu aqueles que rejeitaram Jesus como obstinado (como Israel é descrita em passagens como Êxodo 32:9), e como obstinado de coração e de ouvidos (como Israel é descrita em passagens como Jeremias 9:26).
i. Ao usar as duas frases juntas, ele talvez tenha em mente uma passagem como Deuteronômio 10:16: Sejam fiéis, de coração, à sua aliança; e deixem de ser obstinados.
ii. Por quase 20 vezes no Antigo Testamento, Deus chama Israel de obstinada. Estes líderes religiosos estavam agindo exatamente como os seus antepassados agiram.
iii. Israel tinha orgulho de si mesma no sinal da circuncisão porque isso separava eles dos gentios. Estêvão essencialmente disse: “Vocês são exatamente como os gentios em sua rejeição do Senhor”.
c. Vocês se tornaram traidores e assassinos: O ponto principal de Estêvão era inconfundível: “Assim como Israel foi em sua história, vocês são assim hoje. Deus lhes deu a lei, mas vocês não lhe obedeceram”.
d. Que receberam a lei por intermédio de Anjos, mas não lhe obedeceram: Esta acusação deve ter indignado os membros do conselho. Eles tinham orgulho de si mesmos em sua obediência à lei, até mesmo como o Apóstolo Paulo mais tarde reivindicaria sobre seu pensamento pré-cristão: Quanto à justiça que há na lei, irrepreensível ( Filipenses 3:6).
i. Apesar de que isso deve ter ofendido conselho, a mensagem de Estêvão era verdadeira. Primeiro, Deus não é respeitador de lugares; isto é, apesar do templo ser um presente maravilhoso de Deus, era errado enfatizá-lo demais como “a casa de Deus”. Segundo, Israel naquele tempo era culpada do que eles eram frequentemente culpados: rejeitar os mensageiros de Deus.
ii. Jesus disse que é impossível para vasilhas de vinho velhas suportarem vinho novo (Mateus 9:17). Por meio de Estêvão, o Espírito Santo mostrou como as tradições antigas do judaísmo (especialmente a ênfase exagerada no templo) não poderiam conter o vinho novo do cristianismo.
iii. Deus usou o martírio vindouro de Estêvão para enviar a igreja para todo o mundo, mas Deus também usou a mensagem de Estêvão para mostrar que não havia razão teológica para prevenir o evangelho de ir para os gentios.
iv. A ideia toda por trás de um templo permanente e imóvel é “você vem a mim”. É por isso que Israel, apesar de ser uma luz para as nações, pensava principalmente em termos do mundo vindo até eles por salvação. Por meio da igreja Deus mostraria um coração diferente: “Eu virei até você”, incluindo até aos gentios.
C. A reação do conselho ao ser mão de Estêvão.
1. (54) Eles ficaram furiosos e condenados pelo Espírito Santo.
Ouvindo isso, ficaram furiosos e rangeram os dentes contra ele.
a. Ficaram furiosos: O conselho estava bravo, mas porque a mensagem de Estêvão acertou o alvo. Eles não conseguiam descartar ou ignorar o que ele disse. O Sinédrio reagiu com ira ao invés de submissão ao Espírito Santo.
b. Rangeram os dentes contra ele: É notável pensar nesta resposta vinda de homens que eram líderes dignos e respeitados em Israel. Isso seria como se um grupo de senadores rangessem seus dentes de fúria em resposta ao testemunho de uma testemunha em uma audiência.
i. A ideia de “rangeram os dentes contra ele” não faz nada além de nos lembrar da primeira imagem do Inferno. Em sete ocasiões diferentes Jesus descreveu o Inferno como um local de choro e ranger de dentes (Mateus 8:12). Estes homens eram proeminentes, bem-sucedidos e pareciam ser religiosos; contudo, eles estavam rejeitando Deus e associando a si mesmos com o inferno, não o céu.
ii. Eles não começaram a ranger quando Estêvão terminou seu discurso. “Tudo o que eles podiam fazer em seu frenesi era ranger os seus dentes. Não foi uma explosão repentina, mas a frase mostra que foi prolongada”. (Gaebelein)
2. (55-56) A visão de Estêvão de Jesus.
Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus em pé, à direita de Deus, e disse: “Vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé, à direita de Deus”.
a. Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo: Isto foi um grande contraste do comportamento do conselho. O fato de que Estêvão estava cheio do Espírito Santo mostra a origem de sua coragem, sabedoria e poder pregando.
i. A tradução de J. B. Philips contém uma percepção: Estêvão, cheio do Espírito Santo por todo seu ser. É assim como nós deveríamos estar cheios do Espírito Santo.
b. Viu a glória de Deus, e Jesus em pé, à direita de Deus: É difícil descrever exatamente o que Estêvão viu. Não podemos dizer se isto foi uma visão pessoal ou se algum tipo de “janela para o céu” se abriu, mas indo além da descrição clara do texto é pura especulação.
c. Jesus em pé, à direita de Deus: É significativo notar que Jesus está em pé aqui, em oposto a descrição mais comum Dele sentado no céu (Mateus 26:64, Colossenses 3:1), à direita de Deus Pai.
i. Nós podemos supor que Jesus estava em pé aqui em solidariedade à Estevão neste momento de crise. Ele não reage sem paixão aos problemas de Seu povo.
ii. Nós também poderíamos considerar que Jesus se levantou para dar uma ovação de pé a Estêvão, de quem o destino fez dele único entre os crentes. Dentre todos os seguidores de Jesus, Estêvão foi o primeiro mártir.
iii. Jesus disse: Quem, pois, me confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante do meu pai que está nos céus (Mateus 10:32). Jesus também pode ter ficado de pé para pleitear o caso de Estêvão perante a Deus Pai, presumindo que apesar de ele ter sido considerado culpado e punido na terra, ele foi considerado justo e recompensado no céu.
iv. “Estêvão vinha confessando Cristo perante os homens e agora ele vê Cristo confessando seu servo perante a Deus”. (Bruce)
3. (57-58) A execução de Estêvão por apedrejamento.
Mas eles taparam os ouvidos e, dando fortes gritos, lançaram-se todos juntos contra ele, arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo.
a. Dando fortes gritos, lançaram-se todos juntos contra ele: Quando Estêvão declarou que ele viu Jesus em pé, à direita de Deus, foi demais. O Sinédrio reagiu rapidamente, violentamente e junto. Quando Jesus, diante deste mesmo grupo de homens declarou que ele se sentaria à direita de Deus, eles tiveram a mesma reação e selaram sua morte como um blasfemador (Mateus 26:64-66).
i. “Para Estêvão sugerir que o Jesus crucificado estava em pé em uma posição de autoridade à direita de Deus deve ter sido considerado como blasfêmia no pensamento daqueles que sabiam que um homem crucificado morria sob a maldição divina”. (Bruce)
b. Mas eles taparam os ouvidos e, dando fortes gritos, lançaram-se todos juntos contra ele: Estes eram homens distintos e mais velhos se comportando dessa maneira. A reação do Sinédrio parece extrema, mas é típica daqueles que rejeitam a Deus e estão perdidos em insanidade espiritual. Eles esperavam em agonia e cobriam suas orelhas para a revelação de Deus, o que eles consideravam como blasfêmia.
i. É uma coisa perigosa ser religioso à parte de um relacionamento real com Jesus Cristo. Isto cumpre sobre o que Jesus alertou em João 16:2-3: Vocês serão expulsos das sinagogas; de fato, virá o tempo quando quem os matar pensará que está prestando culto a Deus. Farão essas coisas porque não conheceram nem o Pai, nem a mim.
c. Lançaram-se… contra ele: Isso usa a antiga palavra grega hormao. Esta é a mesma palavra usada para descrever a corrida louca da manada de porcos para o mar (Marcos 5:13). Isso foi uma multidão fora de controle correndo contra Estêvão.
d. Arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo: A extensão de sua raiva foi mostrada pela sua execução de Estêvão, que foi feita sem nenhuma consideração pela lei romana e que foi realizada de acordo com o costume tradicional judaico (apedrejamento).
i. Mishnah, a obra literária judaica do segundo século, descreveu a prática do apedrejamento: “Quando o julgamento estiver terminado, o homem condenado é trazido para fora para ser apedrejado…Quando a dez côvados do local de apedrejamento eles dizem a ele: ‘Confesse, pois é o costume de todos que estão para ser condenados à morte fazer a confissão, e todos que confessam partilham na era que está para vir’ …A quatro côvados do local de apedrejamento o criminoso é despido… A queda do local de apedrejamento era duas vezes a altura de um homem. Uma das testemunhas empurra o criminoso por trás para que ele caia com o rosto para baixo. Em seguida, ele é virado de barriga para cima. Se ele morrer dessa queda, é o suficiente. Se não, a segunda testemunha pega a pedra e a derruba em seu coração. Se isto causar a morte, é o suficiente; se não, ele é apedrejado por toda a congregação de Israel”. (Citado em Bruce)
e. As testemunhas deixaram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo: Saulo ficou lá como supervisor da operação. Como um membro do Sinédrio, ele também tinha aprovado a execução de Estêvão.
i. Jovem literalmente quer dizer “um homem no seu auge”. Isso certamente não significa que Paulo não era velho o suficiente para ser um membro do Sinédrio. Em Atos 26:10 Paulo diz eu dava o meu voto contra eles, e a implicação clara era de que ele tinha um voto como um membro do Sinédrio.
4. (59-60) As últimas palavras de Estêvão.
Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”. Então caiu de joelhos e bradou: “Senhor, não os consideres culpados deste pecado”. E, tendo dito isso, adormeceu.
a. Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”: A vida de Estevão terminou da mesma maneira que foi vivida: Em completa confiança em Deus, acreditando que Jesus tomaria conta dele na próxima vida.
i. “Os fogos… nos dias mais antigos nunca criavam mártires; eles os revelavam. Nenhum furacão de perseguição jamais criou mártires; ele os revela. Estêvão era um mártir antes deles o apedrejarem. Ele foi o primeiro mártir a selar seu testemunho com seu sangue”. (Morgan)
b. Senhor, não os consideres culpados deste pecado: Deus atendeu a oração de Estêvão e a usou para tocar o coração de um homem que concordava energeticamente com seu apedrejamento – Apesar de o homem não saber que a oração estava sendo atendida. Quando nós chegarmos no céu, deveríamos agradecer a Estêvão por cada bênção concedida através do Ministério de Saulo de Tarso.
i. Deus escutou a oração de Estêvão e Paulo é a prova disso. Nós não fazemos ideia do quão grandiosamente Deus pode nos usar em nossos momentos de sofrimento.
ii. Agostinho disse: “Se Estêvão não tivesse orado a igreja não teria tido Paulo”.
c. Bradou: “Senhor, não os consideres culpados deste pecado”: Estêvão demonstrou a mesma atitude de perdão que Jesus teve na cruz (Lucas 23:34). Ele pediu a Deus para perdoar seus acusadores e ele fez as promessas em voz alta e publicamente.
i. Se os evangelhos contêm aquilo que Jesus começou a fazer e a ensinar, eles também contêm aquilo que Jesus começou a sofrer. Houve um sentido em que Jesus sofreu junto com Estevão enquanto ele era martirizado.
d. E, tendo dito isso, adormeceu: O texto descreve o falecimento de Estêvão da maneira mais suave possível. Ao invés de simplesmente dizer que ele morreu, diz que ele meramente adormeceu – com a ideia de que ele acordou em um mundo muito melhor.
i. Se Estêvão adormeceu, a igreja tinha que acordar. “Se houvesse qualquer otimismo cor-de-rosa sobre ganhar rapidamente o povo judeu para ser o Messias, estava acabado. A Igreja não podia esperar triunfar sem uma batalha sangrenta”. (LaSor)
ii. Estêvão não foi um Super-Homem, mas ele foi um homem cheio do Espírito Santo em todo o seu ser. Muitos não têm muita ideia do quão grandiosamente eles podem ser usados por Deus enquanto vivem no poder do Espírito Santo.