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Sunday, December 22nd, 2024
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Bible Commentaries
1 Pedro 1

Matheus Henry - Comentário do Novo testamentoHenry Comentário NT

versos 1-25

Esta epístola está dirigida aos crentes em geral, que são estrangeiros em toda cidade e país onde morem e estão disseminados por todas as nações. Eles têm que atribuir sua salvação ao amor escolhedor do Pai, a redenção do Filho e a santificação do Espírito Santo; e, assim, dar glória ao Deus único em três Pessoas em cujo nome foram batizadas.
A esperança no vocabulário mundano se refere somente a um bem incerto, porque todas as esperanças mínimas são instáveis, edificadas sobre areia, e as esperanças do céu que tem o mundano são conjecturas cegas e sem fundamento. Porém, a esperança dos filhos do Deus vivo é uma esperança viva; não só acerca de seu objeto, senão também em seu efeito. Vivifica e consola em todas as angústias, capacita para enfrentar e superar todas as dificuldades. A misericórdia é a fonte de tudo isso; sim, grande misericórdia e misericórdia múltipla. Esta bem cimentada esperança de salvação é um princípio ativo e vivo de obediência na alma do crente.
O tema do gozo cristão é a memória da felicidade colocada por diante. É incorruptível, não pode acabar; é uma fortuna que não pode ser gasta. Também é incontaminada, o que significa sua pureza e perfeição. Imarcescível, porque não é mais ou menos prazerosa às vezes, senão sempre a mesma, não muda. Todas as possessões daqui estão maculadas com defeitos e falhas; ainda falta algo: casas lindas que têm preocupações tristes pairando em volta de seus tetos dourados e bem pintados; leitos moles e mesas cheias, amiúde com corpos doentes e estômagos revolvidos. Todas as possessões estão maculadas de pecado, seja ao obtê-las ou ao usá-las. Quão prestes estamos para fazer das coisas que temos ocasião e instrumento de pecado, e pensar que não há liberdade nem deleite em seu uso, sem abusar delas! As possessões mundanas são incertas e logo passam como as flores e as plantas do campo. Isso deve ser do mais elevado valor, já que se coloca no melhor lugar e mais elevado: o céu. Ditosos aqueles cujos corações põe o Espírito Santo nesta herança. Deus não só dá graça a seu povo, senão que o preserva para glória.
Cada crente sempre tem algo em que pode regozijar-se grandemente; isto deve demonstrar-se no semblante e na conduta. O Senhor não aflige por gosto embora seu sábio amor costuma designar provas agudas para mostrar o coração de seu povo e para fazê-lhes o bem afinal. O ouro não aumenta por ser provado no fogo, torna-se menor; porém a fé se afirma e multiplica pelas tribulações e aflições. O ouro deve perecer no final e somente pode comprar coisas perecíveis, enquanto que a prova da fé será achada para louvor, honra e glória. Isto deve reconciliar-nos com as aflições presentes. Busquemos então crer na excelência de Cristo em si e em seu amor por nós; isto acenderá um fogo tal no coração que o elevará em um sacrifício de amor com Ele. A glória de Deus e nossa própria felicidade estão tão unidas que se agora procurarmos sinceramente uma, obteremos a outra, quando a alma já não esteja mais sujeita ao mal. A certeza desta esperança é como se os crentes já a tivessem recebido.



Jesus Cristo foi o tema principal dos estudos dos profetas. A indagação deles nos sofrimentos de Cristo e as glória que se seguiriam, conduziram a uma visão de todo o evangelho, cujo resumo é que Cristo Jesus foi entregue por nossas ofensas e levantado de novo para nossa justificação.
Deus se agradou em responder as nossas necessidades mais que aos nossos pedidos. A doutrina dos profetas é a dos apóstolos concorda exatamente, pois vem do mesmo Espírito de Deus. O Evangelho é a ministração do Espírito; seu êxito depende de sua operação e bênção. Então, busquemos com diligência as Escrituras que contêm a doutrina da salvação.



Como o viajante, o atleta, o guerreiro e o trabalhador recolhem suas vestes longas e soltas, para estar preparados para suas atividades, assim façam os cristãos com suas mentes e afetos. Sejam sóbrios, vigiem contra todos os perigos e inimigos espirituais e sejam moderados em toda conduta. Sejam sóbrios na opinião e na conduta e humildes em seus juízos sobre vocês mesmos. Uma confiança firme e perfeita na graça de Deus harmoniza com os melhores esforços em nosso dever.
A santidade é o desejo e o dever de todo cristão. Deve estar em todos os assuntos, em cada condição, e para toda a gente. Devemos vigiar e orar especialmente em contra dos pecados aos que nos inclinamos. A palavra escrita de Deus é a regra mais segura de vida do cristão, e por essa regra se nos ordena sermos santos em tudo. Deus faz santos aos que salva.



A santa confiança em Deus como Pai e o temor que lhe é devido como Juiz, harmonizam; e considerar sempre a Deus como Juiz o faz querido como Pai para Norte. Se os crentes fazem o mal, Deus os visitará com corretivos. Então, os cristãos não devem duvidar da fidelidade de Deus a suas promessas, nem dar lugar ao temor escravizador por Sua ira, mas devem reverenciar Sua santidade. O professo que não teme está indefeso e Satanás o cativa a sua vontade; o professo desalentado não tem coração que o valha para servir-se de suas vantagens e é levado facilmente a render-se.
O preço pago pela redenção do homem foi o precioso sangue de Cristo.
Não só a conversação francamente perversa, senão a que não aproveita é altamente perigosa, embora se diga que é por costume. Néscio é resolver: "Eu viverei e morrerei de tal modo, pois assim fizeram os meus antepassados".
Deus tinha propósitos de favor especial para seu povo muito antes que manifestasse sua graça a eles. Mas a clareza da luz, os suportes da fé, o poder das ordenanças, são todos muito maiores que o que antes foram, desde que Cristo veio à terra. O consolo disto é que tendo sido feitos um com Cristo pela fé, sua glória presente é uma garantia de que onde Ele estiver, também estaremos nós (Jo 14.3). A alma deve ser purificada antes que possa abandonar seus próprios desejos e indulgências. A palavra de Deus implantada no coração pelo Espírito Santo é um médio de vida espiritual, que nos estimula ao dever, operando uma mudança total nas disposições e afetos da alma, até que a conduz à vida eterna.
Em contraste com a excelência do homem espiritual renovado, como nascido de novo, note-se a vaidade do homem natural. Em sua vida e em sua queda, é como a erva, a flor da erva, que logo murcha e morre. Devemos ouvir, receber e amar a santa palavra viva, e arriscar tudo antes que perdê-la; devemos eliminar todas as outras coisas do lugar devido a ela. Devemos alojá-la em nosso coração como nosso único tesouro e prenda segura do tesouro de glória que há para os crentes no céu.




Informação Bibliográfica
Henry, Matthew. "Comentário sobre 1 Peter 1". "Matheus Henry - Comentário do Novo testamento". https://www.studylight.org/commentaries/por/mhn/1-peter-1.html. 1706.
 
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