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Sunday, December 22nd, 2024
the Fourth Week of Advent
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Bible Commentaries
Comentário Bíblico Enduring Word Enduring Word
Declaração de Direitos Autorais
Esses arquivos devem ser considerados domínio público e são derivados de uma edição eletrônica disponível no site "Enduring Word".
Esses arquivos devem ser considerados domínio público e são derivados de uma edição eletrônica disponível no site "Enduring Word".
Informação Bibliográfica
Guzik, David. "Comentário sobre Luke 21". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/commentaries/por/tew/luke-21.html. 2024.
Guzik, David. "Comentário sobre Luke 21". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/
Whole Bible (1)New Testament (2)
versos 1-38
Lucas 21 – Jesus avisa sobre a queda de Jerusalém e Seu Retorno
A. A Oferta da Viúva.
1. (1-2) Jesus observa a doação da viúva.
Jesus olhou e viu os ricos colocando suas contribuições nas caixas de ofertas. Viu também uma viúva pobre colocar duas pequeninas moedas de cobre.
a. Jesus olhou e viu os ricos colocando suas contribuições nas caixas de ofertas: No templo, Jesus notou uma fila grande de pessoas ricas que doavam bastante dinheiro, talvez simplesmente para que os outros vissem, como algum tipo de demonstração para chamar atenção ao que doavam.
i. A fila na caixa de oferta e o orgulho demonstrado pelos homens ricos em suas doações nos mostra que não é necessariamente mais espiritual ter uma caixa de oferta ao invés de passar uma saca de ofertas. Não é uma questão de certo e errado, mas uma questão de qual é o jeito mais fácil para as pessoas doarem de uma maneira que não chame atenção para seus donativos.
b. Viu também uma viúva pobre colocar duas pequeninas moedas de cobre: Esta pobre viúva deve ter sido uma visão bem vinda a um Jesus cansado, que suportou uma tempestade de perguntas de Seus inimigos.
i. Viu também: Jesus nos vê quando nós damos. Ele nota quanto nós damos, mas está muito mais interessado na fé e motivo e coração ao dar do que simplesmente na quantidade.
c. Duas pequeninas moedas de cobre: De acordo com os cálculos de Pole, o valor de uma moeda de cobre pode ser determinado assim: um denário é o salário de um dia de trabalho, e equivale a seis meahs; um meah equivale a dois pondions; um pondion equivale a dois issarines; um issarine equivale a oito moedas de cobre. Quando entende tudo, duas moedas de ouro é 1% de um denário – 1% de um dia de salário.
i. A palavra grega antiga lepton literalmente significa “uma coisa minúscula” e então no inglês arcaico foi traduzida para mite, que vem da palavra para uma “migalha” ou “parcela muito pequena”.
ii. Ela doou duas pequeninas moedas de cobre, não apenas uma. A viúva poderia ter ficado com uma moeda para ela, e ninguém a culparia se o tivesse feito. Doar uma significava doar metade de todo o dinheiro dela. Ao invés disso, ela doou com uma generosidade impressionante.
2. (3-4) Jesus pondera sobre a doação da viúva.
E disse: “Afirmo-lhes que esta viúva pobre colocou mais do que todos os outros. Todos esses deram do que lhes sobrava; mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía para viver”.
a. Esta viúva pobre colocou mais do que todos os outros: Jesus não disse que ela colocou mais do que qualquer um deles. Ele disse que ela pôs mais do que todos eles – todos eles somados. Os outros doaram do que lhes sobrava; ele doou com sacrifício, da sua pobreza.
i. O princípio de Jesus aqui nos mostra que diante de Deus, o espírito de doação determina o valor da doação mais do que a quantidade. Deus não quer dinheiro doado de má vontade ou dinheiro de culpa. Deus ama o doador alegre.
ii. O donativo da viúva e o comentário de Jesus sobre ele também nos mostra que o valor de um donativo é determinado pelo que ele custa ao doador. Isto foi o que fez a doação da viúva valer tanto. Davi recusou dar a Deus aquilo que não me custa nada ( 2 Samuel 24:24).
iii. O princípio de Jesus aqui nos mostra que Deus não precisa de nosso dinheiro. Se Deus precisasse de nosso dinheiro, então quanto nós damos seria mais importante do que nosso coração ao dar. Em vez disso, é nosso privilégio dar a Ele, e nós precisamos dar porque é bom para nós, não porque é bom para Deus.
b. Da sua pobreza: A mulher era pobre pois era viúva e não tinha um marido para ajudar a sustentá-la. Pode ser também importante que Jesus havia acabado de criticar os escribas como aqueles que devoram as casas das viúvas (Lucas 20:47). E então, uma viúva solitária faz uma contribuição espetacular. Talvez um escriba tenha devorado sua casa.
i. A viúva desafiou a mentalidade que diz: “Eu darei quando tiver mais”. A viúva não tinha virtualmente nada, mesmo assim, foi uma doadora. Isto significa que nós todos conseguimos agradar a Deus com nossas doações tanto quanto o homem mais rico consegue agradar a Deus com sua doação. Qualquer coisa que dermos sacrificialmente a Deus, Ele vê e fica agradado.
B. Jesus fala de eventos futuros.
1. (5-6) Jesus faz uma previsão incrível com relação ao templo.
Alguns dos seus discípulos estavam comentando como o templo era adornado com lindas pedras e dádivas dedicadas a Deus. Mas Jesus disse: “Disso que vocês estão vendo, dias virão em que não ficará pedra sobre pedra; serão todas derrubadas”.
a. Alguns dos seus discípulos estavam comentando como o templo: Este templo foi originalmente reconstruído por Zorobabel e Esdras ( Esdras 6:15), mas muito expandido e melhorado por Herodes. Foi o centro da vida judaica por quase mil anos. O templo era tão venerado que era de costume jurar pelo templo (Mateus 23:16), e falar contra o templo poderia ser considerado blasfêmia ( Atos 6:13).
i. O Rei Herodes mais do que dobrou a área do monte do templo, aumentando-a para mais ou menos 36 acres (150,000 metros quadrados). O trabalho de reconstrução de Herodes começou em 19 a.C. e foi completado somente em 63 d.C, durando mais de oitenta anos. Foi finalizado apenas sete anos antes de ser destruído.
b. Era adornado com lindas pedras e dádivas: O templo não era apenas grande, mas também era lindo. O historiador judeu Josefo disse que o templo era coberto por fora com placas de ouro que eram tão brilhantes que quando o sol brilhava delas, era cegante olhar. Onde não havia ouro, havia blocos de mármore de um branco tão puro que de longe, viajantes pensavam que havia neve no monte do templo.
i. Mesmo o templo sendo grande como era, Jesus nunca hesitou em afirmar que Ele era maior do que o templo (Mateus 12:6). Para muitos judeus daquela época, o tempo havia se tornado um ídolo – começou a significar mais para as pessoas do que o próprio Deus significava.
ii. Coisas boas podem ser tornar os piores ídolos; e às vezes Deus tira até mesmo coisas boas das quais nós transformamos em nossos ídolos.
c. Não ficará pedra sobre pedra; serão todas derrubadas: Mais ou menos 40 anos depois que Jesus disse isso, houve uma grande revolução judaica contra os romanos na Palestina. Os rebeldes desfrutaram de muitos sucessos no começo, mas no final, Roma acabou com a rebelião. Jerusalém foi destruída, incluindo o templo – exatamente como Jesus disse.
i. É dito que durante a queda de Jerusalém, os últimos sobreviventes judeus da cidade fugiram para o templo, porque era a construção mais forte e segura na cidade. Soldados romanos a cercaram e um soldado bêbado começou um fogo que logo tomou conta do prédio todo. Detalhes ornamentais de ouro no telhado do templo derreteram e entraram pelas rachaduras entre as paredes de pedra do templo e, para recuperar o ouro, o comandante romano ordenou que o templo fosse desmantelado pedra por pedra. A destruição foi tão completa que hoje existe uma verdadeira dificuldade de saber exatamente onde o templo ficava.
2. (7) Seus ouvintes perguntam sobre os eventos conectados à destruição do templo.
“Mestre”, perguntaram eles, “quando acontecerão essas coisas? E qual será o sinal de que elas estão prestes a acontecer?”
a. Mestre…quando acontecerão essas coisas? Pasmos com a predição de Jesus, os discípulos fizeram uma pergunta óbvia. Esta pergunta dá início a uma das lições mais famosas de Jesus, frequentemente chamada de Discurso do Olivete porque Mateus 24:3 nos conta que Jesus disse essas coisas, sentado no Monte das Oliveiras.
i. Mateus 24 parece ter um relato mais completo dessa lição e ajuda a responder perguntas sobre o relato de Lucas vindo de um registro mais completo em Mateus.
ii. Ambos, Mateus e Lucas, deixam claro que Jesus falou tanto da destruição vindoura de Jerusalém quanto do fim dos tempos e Seu glorioso retorno.
iii. “Devemos levar em conta o sítio de Jerusalém e a destruição do templo como sendo um tipo de ensaio do que ainda está para acontecer”. (Spurgeon)
iv. “Muitos teólogos pensam que Deus pretendia dar uma espécie de conflagração geral e arruinar o mundo no último dia com a destruição de Jerusalém. Então sinais do mesmo tipo que aqueles vistos antes de Jerusalém ser destruída, serão vistos antes do grande e terrível dia da vinda de nosso Senhor para julgar o mundo”. (Poole)
b. Qual será o sinal de que elas estão prestes a acontecer? A resposta de Jesus a estas perguntas, registradas em Mateus 24 e aqui em Lucas 21, tem em mente tanto a destruição vindoura de Jerusalém em tempos próximos quanto o retorno final de Jesus no fim dos tempos. O relato de Lucas foca mais no primeiro aspecto.
i. Mateus registrou uma resposta bem mais especifica a esta pergunta, apontando para o que Jesus chamou de a abominação da desolação (Mateus 24:15 e adiante).
3. (8) Para caminhar nestes tempos perigosos, não siga falsos líderes.
Ele respondeu: “Cuidado para não serem enganados. Pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ e ‘O tempo está próximo’. Não os sigam.
a. Cuidado para não serem enganados: Desde o princípio, Jesus avisou os discípulos de que muitos seriam enganados ao anteciparem Seu retorno. Houve vezes na história da igreja em que predições precipitadas foram feitas e confiadas, resultando em grande decepção, desilusão e abandono da fé.
i. Um exemplo notável disso foi a expectativa profética em 1846 com William Miller nos Estados Unidos. Por causa destas interpretações proféticas, cálculos, e publicações, houve centenas de milhares de pessoas nos Estados Unidos que foram convencidas de que Jesus retornaria em 1846. Quando Ele não retornou, houve grande decepção, com alguns abandonando a fé e alguns grupos cultistas nascendo deste fervor profético.
b. Pois muitos virão em Meu nome: Jesus sabia que muitos viriam depois Dele, afirmando ser o messias político e militar de Israel. Um exemplo marcante disso foi um homem chamado Bar Kokhba, que 100 anos depois de Jesus muitos judeus consideravam ser o messias. Ele começou uma revolução generalizada contra os romanos e desfrutou de sucesso no começo, mas foi logo destruído.
c. Não os sigam: Tragicamente, aqueles que rejeitaram Jesus quando Ele veio até eles como o Messias, acabaram seguindo falsos messias que os levaram para nada além de morte e destruição. Em rejeitar a verdade, eles ficaram vulneráveis a maiores enganos.
i. Quando os romanos vieram contra Jerusalém, “Josefo conta também, de seis mil refugiados que pereceram nas chamas dos pórticos do templo iludidos por um ‘falso profeta, que havia proclamado naquele dia às pessoas na cidade que Deus os comandava a subir para o pátio do templo, para receber lá os sinais de sua libertação’ (J.W. 6.285). Eles foram iludidos por charlatães e falsos mensageiros de Deus”. (Pate)
4. (9-11) Para caminhar nestes tempos perigosos, não se assuste com as catástrofes comumente associadas com o fim dos tempos.
“Quando ouvirem falar de guerras e rebeliões, não tenham medo. É necessário que primeiro aconteçam essas coisas, mas o fim não virá imediatamente”. Então lhes disse: “Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares, e acontecimentos terríveis e grandes sinais provenientes do céu.”
a. Quando ouvirem falar de guerras e rebeliões, não tenham medo: O que Jesus disse aqui se aplicava tanto à destruição vindoura de Jerusalém quanto ao retorno de Jesus ainda a ser cumprido no fim dos tempos.
i. De certa maneira, houve guerras que precederam a destruição de Jerusalém, pois os romanos estavam frequentemente em guerra com os judeus, os samaritanos, os sírios, e outros durante este período. No grande Império Romano houve terremotos notáveis antes de Jerusalém ser destruída. Houve fome, como as mencionadas em Atos 11:28. No grande Império Romano houve acontecimentos terríveis como o da destruição de Pompéia, apenas sete anos após Jerusalém ser destruída. Houve sinais provenientes dos céus, como um cometa que parecia uma espada no céu sobre Jerusalém antes de sua destruição.
b. É necessário que primeiro aconteçam essas coisas, mas o fim não virá imediatamente: No entanto, Jesus disse especificamente que nenhuma dessas coisas são os sinais específicos de Seu retorno imediato. Mateus 24:8 descreveu estas coisas como o início das dores, mais literalmente o início das dores de parto. Assim como é verdade sobre dores de parto, nós deveríamos esperar que as coisas mencionadas – guerras, fome, terremotos e assim por diante – se tornem mais frequentes e mais intensas antes do retorno de Jesus – sem que elas sejam o sinal específico do fim.
i. Que primeiro aconteçam essas coisas: “Estas coisas devem acontecer, pois elas são parte do programa profético do Fim dos tempos no geral, e também são decretadas divinamente; mas elas não levam ao fim imediato. A queda de Jerusalém e os eventos que a levaram a esta queda foram moralmente, apesar de não cronologicamente, de um caráter escatológico”. (Geldenhuys)
5. (12-15) Jesus descreve o que Seus discípulos devem esperar ter que suportar.
“Mas antes de tudo isso, prenderão e perseguirão vocês. Então os entregarão às sinagogas e prisões, e vocês serão levados à presença de reis e governadores, tudo por causa do meu nome. Será para vocês uma oportunidade de dar testemunho. Mas convençam-se de uma vez de que não devem preocupar-se com o que dirão para se defender. Pois eu lhes darei palavras e sabedoria a que nenhum dos seus adversários será capaz de resistir ou contradizer.
a. Mas antes de tudo isso, prenderão e perseguirão vocês: Isto foi e é verdade em ambos os tempos, antes da destruição de Jerusalém e do retorno final de Jesus na glória. Os discípulos serão perseguidos, mas não devem considerar nenhum desses períodos de sofrimento, independentemente de quão severo possam ser, como o sinal específico do fim.
b. Os entregarão às sinagogas e prisões: Isto indica perseguição de origens tanto religiosas quanto secularistas. Os discípulos de Jesus devem esperar as duas.
c. Será para vocês uma oportunidade de dar testemunho: Dos Livros dos Atos em diante, houve inúmeras ocasiões onde a perseguição deu aos cristãos a oportunidade de pregar e dar testemunho para aqueles que, caso contrário, nunca alcançariam com a mensagem, como reis e governadores.
d. Eu lhes darei palavras e sabedoria a que nenhum dos seus adversários será capaz de resistir ou contradizer: Jesus pessoalmente prometeu graça especial, ajuda especial ao Seu povo em tais circunstâncias.
i. Não devem preocupar-se com o que dirão para se defender: “A palavra grega para ‘preocupar-se’, promeletan, era uma expressão técnica para praticar um discurso anteriormente”. (Pate)
6. (16-19) Caminhar nestes tempos perigosos, quando todos os outros se voltam contra você, persevere e tome uma posição firme.
Vocês serão traídos até por pais, irmãos, parentes e amigos, e eles entregarão alguns de vocês à morte. Todos odiarão vocês por causa do meu nome. Contudo, nenhum fio de cabelo da cabeça de vocês se perderá. É perseverando que vocês obterão a vida.
a. Vocês serão traídos: Cristãos devem esperar sofrer não somente com inimigos fora da igreja, mas também com traidores entre os crentes (pais, irmãos, parentes e amigos). Por causa disso, alguns irão até morrer (entregarão alguns de vocês à morte).
b. Todos odiarão vocês por causa do meu nome: É estranho pensar que homens e mulheres seriam odiados por causa de Jesus, que foi e é somente amor e bondade. Mesmo assim, isso é verdade.
c. É perseverando que vocês obterão a vida: A palavra para perseverando aqui é a grande palavra grega hupomone. Ela fala sobre uma forte resistência, não sobre uma espera passiva. Nós resistimos, confiando na promessa de Jesus que, no final das contas, em perspectiva eterna, nenhum fio de cabelo da cabeça de vocês se perderá.
7. (20-24a) Caminhar nestes tempos perigosos, fuja de Jerusalém quando os exércitos começarem a cercá-la.
“Quando virem Jerusalém rodeada de exércitos, vocês saberão que a sua devastação está próxima. Então os que estiverem na Judéia fujam para os montes, os que estiverem na cidade saiam, e os que estiverem no campo não entrem na cidade. Pois esses são os dias da vingança, em cumprimento de tudo o que foi escrito. Como serão terríveis aqueles dias para as grávidas e para as que estiverem amamentando! Haverá grande aflição na terra e ira contra este povo. Cairão pela espada e serão levados como prisioneiros para todas as nações.”
a. Quando virem Jerusalém rodeada de exércitos: Este aviso de Jesus, focado em aspectos mais próximos da grande profecia, foi virtualmente ignorado pelo povo judaico em 70 d.C. quando os exércitos romanos cercaram Jerusalém.
b. Os que estiverem na Judéia fujam para os montes: Muitos judeus esperavam o Messias retornar na glória quando exércitos hostis de gentios cercaram Jerusalém. No entanto, cristãos em Jerusalém sabiam o que Jesus tinha dito e O obedeceram, fugindo para o outro lado do Rio Jordão, a maioria para Pela. Poucos cristãos morreram na queda de Jerusalém, ou talvez nenhum.
i. O historiador antigo cristão Eusébio escreveu que cristãos fugiram para Pela como resposta a “um oráculo dado pela revelação” (História da Igreja, 3.5.3, citado em Morris).
c. Pois esses são os dias da vingança: A conquista romana de Jerusalém em 70 d.C. foi completa. A História registra que 1.1 milhão de judeus foram mortos e outros 97,000 foram levados cativos em uma das piores calamidades que jamais aconteceu ao povo judeu. Jesus os avisou para evitá-la.
i. Quando os romanos terminaram seu trabalho com Jerusalém em 70 d.C. nem um judeu foi deixado vivo na cidade. Os romanos eventualmente renomearam a cidade Aelia Capitolina, e por muitos anos não permitiam que um judeu se quer entrasse na que era previamente conhecida como Jerusalém, exceto em um dia do ano – o aniversário da queda da cidade e da destruição do templo, quando judeus eram convidados a vir e lamentar amargamente.
ii. “Desde o começo da história da nação judaica, Deus, por meio de Seus servos, os avisou claramente que se eles se comportassem de maneira infiel e perversa, colheriam uma retribuição desastrosa. Cf. especialmente as palavras marcantes de Deuteronômio 28:15-68. Não houve uma forma de calamidade que atacou os judeus na guerra Romana-Judaica que não fora mencionada aqui em Deuteronômio”. (Geldenhuys)
iii. Jesus quis realmente dizer quando disse esses são os dias da vingança. Esta é a razão pela qual ele chorou por Jerusalém (Lucas 19:41-44), porque Ele podia ver a devastação massiva que estava vindo em direção a esta cidade que Ele amava – e a razão pela qual Ele avisou todos que quiseram ouvir como eles podiam escapar da destruição que viria.
8. (24b) Jerusalém será pisada pelos gentios até que o tempo dos gentios se acabe.
“Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos deles se cumpram.”
a. Jerusalém será pisada pelos gentios: Após a destruição de Jerusalém e a dispersão dos judeus predita por Jesus nos versos anteriores, viria um longo período em que Jerusalém seria dominada por gentios.
i. Após milhares de anos de exílio, o estado judeu foi milagrosamente estabelecido em Israel novamente em 1948. Não foi até 1968 que Israel controlou Jerusalém, mas ainda hoje eles cedem o governo e a administração da parte mais central de Jerusalém – o Monte do Templo – para os gentios governarem (a Autoridade Palestina). Pode ser argumentado que profeticamente falando, Jerusalém ainda é pisada pelos gentios.
b. Até que os tempos deles se cumpram: Quando estes tempos deles forem completados, começa o período de sete anos designado para o povo judeu em Daniel 9. As calamidades descritas nos versículos seguintes virão neste período.
i. “Os gentios não pisarão sempre em Jerusalém.” (Trap)
ii. “É muito provável que Jesus pretendesse com esta frase sugerir que chegará o momento em que os gentios não possuirão mais Jerusalém e que, quando tal momento for chegar, a nação de Israel retomará sua terra.” (Pate)
9. (25-28) Quando o último período de calamidade chegar ao mundo, olhe para cima – sua redenção está próxima.
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações estarão em angústia e perplexidade com o bramido e a agitação do mar. Os homens desmaiarão de terror, apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo; e os poderes celestes serão abalados. Então se verá o Filho do homem vindo numa nuvem com poder e grande glória. Quando começarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês”.
a. Sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações estarão em angústia e perplexidade: A história não registra o cumprimento adequado destas palavras em 70 d.C. ou logo depois. Jesus aqui olhou para os aspectos posteriores do cumprimento final de Seu retorno e do fim da era.
i. Este tipo de caos total e calamidade é descrito em detalhes horríveis em Apocalipse 6, 8-9, e 15-18. Tudo isso culminará no dramático e espetacular retorno de Jesus, vindo com Sua igreja para a terra.
b. Então se verá o Filho do homem vindo numa nuvem com poder e grande glória: Novamente, a história não registra o cumprimento adequado destas palavras em 70 d.C. ou logo em seguida. Jesus passou da descrição de eventos que já aconteceram (de nossa perspectiva), para a descrição de eventos que ainda não aconteceram.
c. Quando começarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês: As coisas que começarão a acontecer são descritas em Lucas 21:25-27. Jesus assegurou aos crentes na terra naquele momento que estivessem prontos, porque o tempo da grande tribulação que eles experimentarão não durará para sempre, pois Jesus voltará em breve em glória.
10. (29-33) Quando verás estes sinais (falados em Lucas 21:25-26), saberás que o fim está muito próximo.
Ele lhes contou esta parábola: “Observem a figueira e todas as árvores. Quando elas brotam, vocês mesmos percebem e sabem que o verão está próximo. Assim também, quando virem estas coisas acontecendo, saibam que o Reino de Deus está próximo. “Eu lhes asseguro que não passará esta geração até que todas essas coisas aconteçam. Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão.”
a. Observem a figueira: A figueira é apenas um exemplo de uma árvore que brota antes do verão; nenhuma referência especial a Israel parece ser intencional (como indicado pelas palavras, e todas as árvores). A ideia é que quando uma figueira brota, há um resultado inevitável – o verão está próximo, e os frutos estão chegando. Da mesma forma, quando estes sinais forem vistos, a vinda de Jesus em glória com Sua igreja a este mundo acontecerá inevitavelmente.
b. Não passará esta geração até que todas essas coisas aconteçam: Jesus não se referiu a Sua própria geração e a dos discípulos, mas à geração que vê esses sinais; eles também verão o fim. Esta é a promessa de Deus de que Ele não prolongará o que Jesus chamou de a Grande Tribulação (Mateus 24:21) para sempre.
i. Há também um forte argumento de que Jesus se referia ao povo judeu pelo termo esta geração, que significa que eles não pereceriam (apesar das terríveis perseguições e tentativas de genocídio) até que estas coisas fossem cumpridas.
ii. “Genea pode significar três coisas: (1) os descendentes de um ancestral comum; (2) um conjunto de pessoas nascidas ao mesmo tempo; (3) o período de tempo ocupado por tal conjunto de pessoas, muitas vezes no sentido de conjuntos sucessivos de pessoas. Não se pode dizer…portanto, que genea necessariamente signifique geração.” (Pate)
c. Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão: Nenhum homem simples poderia dizer isto com sinceridade. Jesus afirmou que Suas palavras eram as próprias palavras de Deus – e são.
11. (34-36) Como viver nos últimos dias.
“Tenham cuidado, para não sobrecarregar o coração de vocês de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente. Porque ele virá sobre todos os que vivem na face de toda a terra. Estejam sempre atentos e orem para que vocês possam escapar de tudo o que está para acontecer, e estar em pé diante do Filho do homem”.
a. Tenham cuidado: Devemos ter cuidado porque existem certas coisas que podem tornar uma pessoa despreparada – libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida. Cada uma destas coisas pode nos tornar despreparados para o dia do retorno de Jesus. Elas fazem sobrecarregar o coração.
i. De acordo com Morris, libertinagem refere-se literalmente à ressaca que vem depois de um tempo de intoxicação.
b. Porque ele virá sobre todos os que vivem na face de toda a terra: Jesus aqui falou de Sua vinda de um ângulo diferente. Em Lucas 21:25-26, Ele falou de uma inconfundível calamidade que irá sacudir a terra antes da vinda de Jesus. Em Lucas 21:34-36, Jesus disse que viria como uma surpresa, uma armadilha – e enfatizou a importância da prontidão.
i. Isto porque a segunda vinda de Jesus tem dois aspectos distintos, separados por um tempo apreciável. O primeiro aspecto vem de repente, inesperadamente, como uma armadilha, em um tempo de paz e segurança. O segundo vem com grande antecipação a um mundo quase destruído pelo julgamento de Deus, com Jesus vindo do céu para a terra com seu povo.
ii. Aqueles que estão prontos para o primeiro aspecto de Sua vinda seriam considerados dignos de escapar de tudo, as coisas de grande calamidade que cairão sobre a terra. Eles vão estar em pé diante do Filho do homem. Estes são aqueles que são arrebatados junto com Jesus, para encontrar o Senhor no ar ( 1 Tessalonicenses 4:17), para escapar da tribulação que virá sobre a terra.
iii. O que Jesus falou nesta parte do registro de Lucas do Discurso do Monte das Oliveiras se aplicava àqueles de toda a Terra, não apenas àqueles que viviam em Jerusalém ou na Judéia. Trata-se de muito mais do que o que aconteceu com Jerusalém em 70 d.C.
c. Estejam sempre atentos: Porque isto é relevante para toda a Terra, devemos estar sempre atentos. Qualquer um que está sempre atento nunca será pego em uma armadilha; falharmos por não estarmos atentos, nos impede de estarmos prontos.
d. Orem para que vocês possam escapar de tudo o que está para acontecer: Jesus disse a seus seguidores para orar sempre, para que possam ser considerados dignos de escapar de tudo o que está para acontecer. A boa notícia em Jesus é que não temos que passar por esta calamidade que está por vir. Ele levará todos os que estiverem prontos antes que esta calamidade comece.
i. Em um sentido menor e mais imediato em relação à destruição de Jerusalém, aqueles que ouviram e obedeceram a Jesus escaparam da horrível destruição que se abateu sobre a cidade.
ii. Quanto à destruição muito maior que virá sobre toda a Terra, aqueles que escutam e obedecem a Jesus podem escapar da horrível destruição que virá.
12. (37-38) A natureza pública do ministério de Jesus.
Jesus passava o dia ensinando no templo; e, ao entardecer, saía para passar a noite no monte chamado das Oliveiras. Todo o povo ia de manhã cedo ouvi-lo no templo.
a. Jesus passava o dia ensinando no templo: Lucas enfatiza o caráter público e aberto do trabalho de ensino de Jesus, mesmo ensinando de manhã cedo no local mais público de Jerusalém. Jesus não se escondeu nestes poucos dias antes de Sua traição, prisão e crucificação.
b. Ao entardecer, saía para passar a noite no monte chamado das Oliveiras: Como muitos galileus que vieram a Jerusalém para a Páscoa, Jesus essencialmente acampou no Monte das Oliveiras nos dias que antecederam a Páscoa.