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Sunday, November 24th, 2024
the Week of Christ the King / Proper 29 / Ordinary 34
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Bible Commentaries
Comentário Bíblico Enduring Word Enduring Word
Declaração de Direitos Autorais
Esses arquivos devem ser considerados domínio público e são derivados de uma edição eletrônica disponível no site "Enduring Word".
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Informação Bibliográfica
Guzik, David. "Comentário sobre Luke 18". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/commentaries/por/tew/luke-18.html. 2024.
Guzik, David. "Comentário sobre Luke 18". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/
Whole Bible (1)New Testament (2)
versos 1-43
Lucas 18 – Oração, Humildade e Discipulado.
A. A Parábola da Viúva Persistente.
1. (1) O propósito da parábola: que nós não desanimemos na oração.
Então Jesus contou aos seus discípulos uma parábola, para mostrar-lhes que eles deviam orar sempre e nunca desanimar.
a. Que eles deviam orar sempre: O homem foi criado com um instinto espiritual ( Eclesiastes 3:11), então a oração vem de maneira natural. Contudo, obstáculos aparecem no caminho da oração efetiva e constante, então Jesus sabia que precisávamos ser tanto ensinados quanto encorajados sempre…a orar.
i. Jesus não quis dizer que nós deveríamos sempre dobrar nossos joelhos e fechar nossos olhos em oração, mas devemos sempre estar no que é chamado às vezes de espírito de oração. Paulo mencionou esta ideia em 1 Tessalonicenses 5:17 quando ele escreveu, orem continuamente. É difícil medir quanto bem tanta oração constante faria e de quanto mal ela nos guardaria.
b. E nunca desanimar: Geralmente falhamos ao orar porque nós desanimamos. Tornamo-nos desencorajados e então, não mais oramos como deveríamos.
i. É fácil desanimar em oração porque a oração é um trabalho duro que nós frequentemente abordamos levemente. Em Colossenses 4:12, Paulo elogiou um homem chamado Epafras porque ele estava sempre batalhando… em oração. Paulo sabia que oração era um trabalho duro que requeria trabalho fervoroso. Morrison tentou explicar por que a oração era difícil, porque três partes do ser humano estão engajadas em oração: “Há o entendimento, pelo qual nós trabalhamos inteligentemente; há o coração, porém no qual nós trabalhamos por vontade própria, e há a vontade pela qual nós trabalhamos obstinadamente”. (Morrison)
ii. É fácil desanimar em oração porque o Diabo odeia a oração. Se a oração fosse impotente, seria fácil.
iii. É fácil desanimar em oração porque nós não estamos sempre convencidos da realidade do poder da oração. Muito frequentemente, oração se torna um último recurso ao invés de o primeiro recurso.
iv. Lembre-se de que Jesus viveu uma vida cheia de oração e Ele sempre vive para orar por Seu povo ( Hebreus 7:25). Portanto, nós não devemos desanimar em oração.
·A mulher de Canaã permaneceu orando apesar de ter sido negada primeiramente.
·Jacó se recusou a parar até mesmo quando a perna dele foi lesada.
·Raquel disse a Jacó: “Dê-me filhos ou morrerei!”.
2. (2-8) A parábola da viúva e o juiz injusto.
Ele disse: “Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus nem se importava com os homens. E havia naquela cidade uma viúva que se dirigia continuamente a ele, suplicando-lhe: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário’. “Por algum tempo ele se recusou. Mas finalmente disse a si mesmo: ‘Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens, esta viúva está me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça para que ela não venha mais me importunar’”. E o Senhor continuou: “Ouçam o que diz o juiz injusto. Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar? Eu lhes digo: Ele lhes fará justiça, e depressa. Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?”
a. Um juiz que não temia a Deus nem se importava com os homens: O juiz era ímpio como ambos, homem e juiz. Contudo no final ele respondeu ao pedido da mulher. O único motivo pelo qual ele deu a ela o que queria é porque a mulher não parava de perturbá-lo.
i. Barclay destaca que este não teria sido um juiz judeu, porque disputas no mundo judeu eram trazidas aos anciãos. “Este juiz era um dos magistrados pagos apontados ou por Herodes ou pelos romanos. Tais juízes eram notórios”. (Barcaly)
ii. Quando ele reclamou que a mulher estava me aborrecendo, isso na verdade significa, “Me atordoando. Uma metáfora tirada de boxeadores que machucam um ao outro”. (Clarke) “Apesar de a palavra hypopiaze significar literalmente ‘deixar um olho roxo’ (cf. 1 Coríntios 9:27), o sentido figurado é mais adequado aqui”. (Pate)
b. Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens, esta viúva está me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça: O juiz injusto somente respondeu relutantemente ao pedido da mulher. Jesus não contou esta parábola para dizer que Deus era como o juiz injusto, mas diferente dele. Deus ama responder nossas orações, e Ele até mesmo nos ajuda quando nós oramos. Deus está do seu lado quando você ora, não contra você (como o juiz injusto estava contra a viúva).
i. A mulher teve de superar a relutância do juiz em ajudar. Nós frequentemente sentimos que devemos fazer o mesmo quando nós oramos – usar nossa persistência para superar a relutância de Deus. Isto perde inteiramente o propósito da parábola. Jesus não disse que eles deviam orar sempre e nunca desanimar porque Deus é relutante, mas porque Ele não é, e isso é nosso encorajamento para orar.
ii. Às vezes realmente parece para nós que Deus é relutante a responder as nossas orações. Contudo, os atrasos na oração não são necessários para mudar Deus, mas para mudar a nós. Persistência na oração traz um elemento transformador para dentro nossas vidas, que constrói dentro de nós o caráter do próprio Deus. É uma maneira de Deus construir dentro de nós um coração que se importa com as coisas do mesmo jeito que Ele se importa. “Muitas orações são como as batidas do menino que bate na porta e corre – dadas, e antes que a porta se abra, ele já não está mais lá”. (Spurgeon)
iii. Ambos Jesus (Marcos 14:39) e Paulo ( 2 Coríntios 12:8) oraram repetidamente pela mesma coisa. Todavia, nós devemos nos proteger contra a persistência da descrença – repetindo orações com a atitude de que Deus nunca nos ouviu nem na primeira vez.
iv. Há muitos contrastes entre este juiz e o Deus que ouve oração.
·O juiz foi injusto; Deus é justo.
·O juiz não tinha nenhum interesse pessoal na viúva; Deus ama e se importa com todos àqueles que pedem a Ele.
·O juiz atendeu ao pedido da viúva por puro interesse próprio; Deus ama abençoar Seu povo pelo bem deles também.
c. Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite: Jesus provavelmente tinha em mente as orações de crentes perseguidos, que anseiam por justiça e clamam…dia e noite para Deus fazer justiça a eles e lidar com seus perseguidores.
i. Aqueles no fogo da perseguição precisam de uma graça especial para perseverar e não desanimar em oração. Eles precisam ser assegurados de que Deus não é como o juiz injusto. Assim, deveríamos continuar orando ao senhor, que resolverá todas as coisas corretamente.
ii. Nosso Deus é um juiz justo e maravilhoso:
·Nós chegamos a um juiz de caráter perfeito e bom.
·Nós chegamos a um juiz que ama cuidar de Seus filhos.
·Nós chegamos a um juiz que é gentil e gracioso.
·Nós chegamos a um juiz que nos conhece.
·Nós chegamos a um juiz com um advogado, um amigo que defenderá nosso caso perante o juiz.
·Nós chegamos a um juiz com promessas para nos encorajar.
·Nós chegamos a um juiz com o direito de acesso livre, a um juiz que tem um interesse pessoal em nosso caso.
d. Quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra? Isto conecta o pensamento de Jesus às Suas palavras sobre Sua vinda no final do capítulo anterior. A menos que saibamos quem Deus é (como sendo diferente do juiz injusto) e ao menos que nós sejamos pessoas que oram sem desanimar, nós ainda não teremos o tipo de fé que Jesus procurará em Seu retorno.
B. Lições de humildade.
1. (9-14) Uma parábola para repreender o hipócrita.
A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: “Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’. “Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’. “Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”.
a. A alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros: A conexão entre aqueles que confiavam em sua própria justiça e aqueles que desprezavam os outros é quase inevitável. Se eu credito a mim mesmo uma caminhada supostamente grande e espiritual com Deus, então é algo fácil desprezar outro por sua suposta caminhada baixa e carnal com Deus.
b. Dois homens subiram ao templo para orar: Nesta parábola, ambos homens oravam, mas ambos homens não vieram a Deus da mesma maneira. O fariseu foi ao templo para orar, mas ele não orou. Ele falou consigo mesmo, não com Deus; ele orava no íntimo, e em sua pequena oração ele repetiu a palavra “Eu” cinco vezes.
i. É inteiramente possível dirigir suas palavras a Deus, mas na verdade estar orando para si mesmo, porque o foco está em você mesmo, e não em Deus. Sua paixão é pelo seu próprio plano, não o de Deus. Sua atitude é seja feitaa minha vontade e não seja feita a Tua vontade. O homem estava cheio de elogios, porém ele se alegrou “não por quem Deus era, mas sim, por quem ele era!”. (Pate)
c. Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: Em sua (tal chamada) oração, o fariseu elogiou a sim mesmo e se comparou a outros homens. Não é difícil ter uma opinião tão alta sobre si mesmo quando você se compara com outras pessoas; normalmente, não é difícil encontrar alguém pior.
i. Nem mesmo como este publicano: “O pronome demonstrativo ‘este’ (houtos) distingui pejorativamente o fariseu de sua contraparte no templo”. (Pate)
ii. Um rabino antigo (Rabino Simeão, o filho de Yohai) foi um exemplo desse tipo de orgulho farisaico quando ele disse: “Se houvessem apenas trinta pessoas justas no mundo, eu e meu filho seríamos duas delas; mas se houvessem apenas vinte, eu e meu filho estaríamos dentro do número; e se houvessem apenas dez, eu e meu filho estaríamos dentro do número; e se houvessem apenas cinco, eu e meu filho estaríamos dentre os cinco; e se houvessem apenas duas, eu e meu filho seríamos essas duas; e se houvesse apenas uma, eu mesmo seria essa uma”. (Clarke)
iii. Jejuo duas vezes por semana: Naqueles dias muitos judeus jejuavam no segundo e quinto dia de cada semana, porque eles acreditavam que Moisés subiu o Monte Sinai para receber a lei no quinto dia da semana e que ele desceu com a lei no segundo dia da semana. “Aqueles que desejavam ganhar um mérito especial jejuavam também nas Segundas e Quintas. É importante mencionar que estes eram os dias de feira, quando Jerusalém estava cheia de pessoas do interior. Aqueles que jejuavam branqueavam seus rostos e apareciam em roupas desgrenhadas, e aqueles dias davam a sua religiosidade a maior audiência possível”. (Barclay)
iv. “Eu não sou como este publicano, Não, pois tu és pior; sim para isto, porque tu se achas melhor”. (Trapp)
v. “O que o fariseu disse sobre si mesmo era verdade. Seu problema não foi que ele não estava longe o suficiente no caminho, mas que ele estava no caminho completamente errado”. (Morris)
d. Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’: O fariseu confiou em seu próprio poder e feitos perante Deus, mas o publicano confiou na misericórdia e compaixão de Deus. Ele reconheceu que era um pecador que precisava da misericórdia de Deus.
i. Nós podemos imaginar o fariseu orando com palavras eloquentes e em estilo espiritual, fluído; qualquer um que o ouvisse orar diria que ele era um homem espiritual. Em contraste, nós podemos imaginar o publicano orando de forma desajeitada, com meias frases e medo; mas sua oração agradou a Deus.
ii. Mas batendo no peito: A ideia por trás disto era que um estava tão consciente de seu pecado e corrupção do coração que ele batia em seu próprio peito como uma punição. De acordo com Morris, o tempo verbal de batendo no peito descreve uma ação contínua; ele continuou fazendo isso. “O original não diz que ele bateu no peito uma só vez, mas que ele bateu repetidamente. Foi um ato contínuo. Ele parecia dizer – Ó, coração perverso! E batia no peito. Diversas vezes ele expressou sua dor intensa através deste gesto oriental, pois ele não conhecia outra maneira de expressar sua tristeza”. (Spurgeon)
iii. O fariseu achava que não era como os outros homens; ele se achava melhor que eles. O publicano também achava que não era como os outros homens; ele se achava pior do que eles. “Na verdade, ele até orou: ‘Ó Deus, tenha misericórdia de mim – o pecador’. Como se ele fosse não meramente um pecador, mas o pecador por excelência”. (Barclay) “Se não houvesse outro pecador no mundo, ele era o único; e em um mundo de pecadores, ele era um ofensor proeminente – o pecador dos pecadores. Empaticamente, ele aplica a si mesmo o nome de culpado”. (Spurgeon)
iv. A palavra grega antiga traduzida tem misericórdia é hilaskomai; É na verdade, a palavra para um sacrifício expiatório. O senso total do que o publicano disse foi: “Deus, tem misericórdia de mim através do Seu sacrifício expiatório pelos pecados, porque eu sou um pecador”. O único outro lugar que esta palavra é usada no Novo Testamento é em Hebreus 2:17, onde ela é traduzida propiciação.
v. “O grego original contém ainda menos palavras do que o inglês. Ó, que os homens aprendam a orar com menos linguagem e mais significado! Quão grandes são as coisas empacotadas nesta curta petição! Deus, misericórdia, a propiciação, e perdão”. (Spurgeon)
e. Este homem, e não o outro, foi para casa justificado: A justificação do publicano foi imediata. Ele veio humildemente até Deus na base de Seu sacrifício expiatório e foi justificado. Ele não ganhou sua justificação, e não teve um período probatório; ele foi simplesmente justificado.
i. Ele foi justificado, pois como um pecador, ele humildemente orou por misericórdia, e misericórdia no sentido de sacrifício expiatório. Ele orou: “Ó Deus, fique satisfeito com o sacrifício expiatório e me perdoe”.
·Ele não disse: “Deus, tem misericórdia de mim, eu não sou um fariseu”.
·Ele não disse: “Deus, tem misericórdia de mim, um pecador arrependido”.
·Ele não disse: “Deus, tem misericórdia de mim, um pecador que ora”.
·Ele não disse: “Deus, tem misericórdia de mim – Sou apenas humano”.
·Ele não disse: “Deus, tem misericórdia de mim, eu tentarei melhorar”.
·Ele simplesmente orou de corpo, alma e mente: “Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador!”
f. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado: Essencialmente, o fariseu a via oração e sua vida espiritual como um modo de ser exaltado, mas o publicano veio a Deus em humildade.
i. A verdadeira humildade é simplesmente ver as coisas com elas são. O fariseu se via como algo grande quando ele não era, e o publicano se via como um pecador necessitado da misericórdia de Deus, como o que ele era.
ii. Nós não ganhamos nada vindo a Deus na mentira do orgulho. O princípio de que Deus zomba os zombadores, mas concede graça ao humilde é tão importante que Deus o repetiu três vezes ( Provérbios 3:34, Tiago 4:6, 1 Pedro 5:5).
2. (15-17) Jesus usa crianças como exemplos de humildade.
O povo também estava trazendo criancinhas para que Jesus tocasse nelas. Ao verem isso, os discípulos repreendiam aqueles que as tinham trazido. Mas Jesus chamou a si as crianças e disse: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele”.
a. O povo também estava trazendo criancinhas para que Jesus tocasse nelas: Crianças amam vir a Jesus, e isso diz algo sobre nosso Salvador; que as crianças O amavam e que Ele amava as crianças. Jesus não era um homem mau e azedo porque crianças não amam pessoas más e azedas.
i. “Era de costume que as mães trouxessem suas crianças para algum rabino distinto no primeiro aniversário, para que ele pudesse abençoá-las”. (Barclay)
b. Para que Jesus tocasse nelas: Jesus sabia que essas criancinhas, apesar de não entenderem o discurso ou eloquência dos ensinamentos de Jesus, podiam responder a um toque. Jesus sabe como se comunicar da maneira que nós precisamos.
i. Mateus 19:13 diz especificamente que Ele lhes impusesse as mãos e orasse por elas. Com isso, Jesus abençoava as crianças. A imposição das mãos é usada biblicamente como uma maneira de conceder bênçãos a outro ( Atos 6:6, Atos 8:17, 1 Tessalonicenses 5:22, 2 Timóteo 1:6).
ii. “Ele não as batizava, mas realmente as abençoava”. (Spurgeon)
c. Deixem vir a mim as crianças: Porque as crianças amam vir a Jesus, nós nunca deveríamos bloquear o caminho – ou falhar em providenciar a elas um caminho. Nós sabemos mais sobre Jesus do que as mulheres judias sabiam; então não há uma boa razão para nós impedirmos nossas crianças de irem a Jesus.
d. Pois o Reino de Deus: Crianças recebem a bênção de Jesus sem tentar se tornarem dignas dela, ou fingindo que elas não precisam dela. Nós precisamos receber as bênçãos de Deus da mesma maneira.
i. “Não só Jesus bem acolheu esses pequenos seres humanos como membros do Reino de Deus, mas Ele também os exaltou como cidadãos modelos do mesmo, por causa da capacidade deles de confiar e amar”. (Pate)
C. Riquezas e verdadeiro discipulado.
1. (18-19) Um jovem rico vem a Jesus.
Certo homem importante lhe perguntou: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” “Por que você me chama bom?”, respondeu Jesus. “Não há ninguém que seja bom, a não ser somente Deus.
a. Certo homem importante: Este homem conhecido comumente como o jovem rico, que é descrito como importante (Lucas 18:18), como rico (Lucas 18:23) e como jovem (Mateus 19:22). Nós não sabemos se a autoridade dele era no mundo da política ou no mundo da religião.
b. Bom Mestre: esta foi uma maneira impressionante e talvez surpreendente de chamar a Jesus. “Bom Mestre” era um título nunca aplicado a outros rabinos nos dias de Jesus, pois implicava que a pessoa era sem pecado e completamente boa. Jesus, e todos os outros, reconheciam que Bom Mestre era um título único.
i. “Não há instância em todo o Talmude de um rabino sendo chamado de ‘Bom Mestre’” (Plummer, citado em Geldenhuys). Eles insistiam em chamar apenas Deus de “bom”.
c. Que farei para herdar a vida eterna? Esta pergunta demonstra que este homem, assim como todas as pessoas por natureza, tinha uma orientação na direção de merecer a vida eterna. Ele queria saber que boa obra ou feito nobre ele deveria fazer para herdar a vida eterna.
d. Por que você me chama de bom? Com isto, Jesus não só negou Sua própria bondade. Ao invés disso, Ele perguntou ao homem: “Você entende o que você está dizendo quando você me chama de bom? Porque não há ninguém que seja bom, a não ser somente Deus”.
i. Foi como se Jesus dissesse: “Você vem a Mim perguntando qual boa obra você deve fazer para herdar a vida eterna; mas o que você realmente sabe sobre bondade?” “O argumento é claro: ou Jesus era bom ou ele não deveria tê-Lo chamado de bom; mas como não há ninguém que seja bom, a não ser somente Deus, Jesus que é bom, deve ser Deus”. (Spurgeon)
ii. Nós podemos dizer que o homem importante não sabia quem Jesus era. Se ele soubesse, ele teria se humilhado como o publicano fez na história que Jesus contou anteriormente no capítulo (Lucas 18:10-14). Os versículos seguintes mostram que o homem importante também não sabia realmente quem ele era.
2. (20-21) Jesus pergunta ao homem importante sobre sua vida.
Você conhece os mandamentos: ‘Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe’.“A tudo isso tenho obedecido desde a adolescência”, disse ele.
a. Você conhece os mandamentos: Este homem importante era um judeu educado de seu dia, então é claro que ele conhecia os mandamentos. Jesus podia apelar ao homem neste conhecimento comum.
i. Homens e mulheres modernos podem não ter o mesmo conhecimento e acordo exato sobre os mandamentos como Jesus se referiu a eles aqui. Contudo, no geral, eles concordam com eles, porque Deus também fala com os homens através da criação e consciência ( Romanos 1:19-20, 2:14-45).
ii. Apesar de muitas pessoas conhecerem os mandamentos através de instrução ou intuição, muito menos pessoas estão interessadas na pergunta básica, como posso eu herdar vida eterna?
b. Não matarás: jesus perguntou ao homem sobre os mandamentos relevantes à relação do homem com o homem. Em resposta, o jovem rico clamou: “A tudo isso tenho obedecido desde a adolescência”, assim, clamando cumprir todos os mandamentos de Deus com relação a como nós devemos tratar outras pessoas.
c. A tudo isso tenho obedecido desde a adolescência: É justo perguntar se este homem realmente havia cumprido esses mandamentos. É provável que realmente os cumpriu de uma maneira que o fez justo aos olhos dos homens, no sentido que Paulo pôde dizer quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na Lei, irrepreensível em Filipenses 3:6. Mas ele certamente não os cumpriu no sentido completo e perfeito no qual Jesus falou no Sermão da Montanha.
i. “O período de tempo envolvido na mente do jovem rico pode ter começado com seu bar mitzvah (‘Filho da Lei’), o período em que um jovem se torna um adulto com treze anos de idade, e, portanto, é obrigado a cumprir a Lei Mosaica”. (Pate)
3. (22-23) Jesus instrui o jovem rico.
Ao ouvir isso, disse-lhe Jesus: “Falta-lhe ainda uma coisa. Venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro nos céus. Depois venha e siga-me”. Ouvindo isso, ele ficou triste, porque era muito rico.
a. Ao ouvir isso: Jesus falou o seguinte para este homem, em luz do que ele era e do que ele disse. Esta foi uma palavra específica para um homem específico; contudo, no princípio, pode ser aplicada a todos.
i. O relato de Marcos adiciona algo aqui. Marcos escreveu: Jesus olhou para ele e o amou…disse ele (Marcos 10:21). A resposta de Jesus a este homem foi dita com amor – sem dúvida, pois Jesus percebeu que ele estava mal orientado e vazio. Alguém pode dizer que este homem havia escalado ao topo da escada do sucesso, para simplesmente encontrar a escada apoiada contra o prédio errado.
b. Falta-lhe ainda uma coisa: Apesar de o homem ter tudo – riquezas, uma vida exteriormente justa, respeito e prestígio, Jesus ainda pôde dizer a ele: “Falta-lhe ainda uma coisa”. O homem tinha tudo, mas sabia que não possuía vida eterna – então, ele, na verdade, não tinha nada.
c. Falta-lhe ainda uma coisa. Venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro nos céus. Depois venha e siga-me: Ao invés de desafiar o cumprimento da lei do homem (o que Jesus tinha todo o direito de fazer), Jesus o direcionou para o que é comumente chamado de primeira tábua da lei – as leis que têm a ver com nosso relacionamento com Deus. Jesus o desafiou a colocar Deus primeiro; para cumprir a lei: ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças ( Deuteronômio 6:5).
i. Ao dizer: “Venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro nos céus. Depois venha e siga-me”, Jesus desafiou o homem a amar a Deus mais do que o dinheiro e coisas materiais. O homem falhou neste desafio. Essencialmente, este homem era um idólatra: ele amava o dinheiro e coisas materiais mais do que Deus. Isto demonstra que ambas as tábuas da lei testarão os homens.
ii. Jesus pediu ao jovem rico para deixar de lado seu dinheiro, porque Ele via que o dinheiro era um ídolo. Ele o pediu para dá-lo aos pobres porque via que ele não amava aos outros da maneira que deveria.
d. Venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro nos céus. Depois venha e siga-me: O chamado para deixar tudo para trás e seguir Jesus é um chamado para colocar Deus primeiro antes de todas as coisas. É uma obediência total à primeira tábua da lei, que lida com o relacionamento do homem com Deus.
i. Podemos cometer dois erros aqui. O primeiro é acreditar que isso se aplica a todos, quando Jesus nunca deu essa ordem geral a todos que O seguissem, mas especialmente a este homem rico o qual as riquezas eram claramente um obstáculo ao seu discipulado. Ao invés disso, muitas pessoas ricas podem fazer mais bem ao mundo continuando a fazer dinheiro e usando estes recursos para a glória de Deus e o bem dos outros. O segundo erro é acreditar que isto não se aplica a ninguém, quando há claramente aqueles hoje os quais a melhor coisa que poderiam fazer para si mesmos, espiritualmente, é renunciar radicalmente ao materialismo que os arruína. Francisco de Assis foi alguém notável que ouviu Jesus falar estas palavras a ele, e doou tudo o que tinha para seguir Jesus.
ii. Contudo, nós notamos que Jesus simplesmente chamou a este homem para ser Seu discípulo, quando disse: “Siga-me”. Ele usou uma linguagem similar à linguagem usada quando chamou muitos de Seus discípulos (Mateus 4:19; 8:22; 9:9, Marcos 2:14). Jesus simplesmente chamou este homem para ser Seu seguidor; mas para este homem isto significava deixar para trás as riquezas que ele tinha colocado em seu coração.
iii. “Não pense, portanto, como muitos pensam, que não há outro inferno além da pobreza, nenhum céu é melhor do que a abundância”. (Trapp)
e. Ouvindo isso, ele ficou triste, porque era muito rico: Os outros evangelhos contam que o homem afastou-se (Mateus 19:22, Marcos 10:22). Lucas percebeu sua expressão, sua resposta emocional: triste. Quando ele ouviu o chamado radical de Jesus ao discipulado ele disse: Eu não posso fazer isso. Eu não consigo fazer este sacrifício. Eu acho que vou para o inferno.
i. Triste e muitorico é uma combinação trágica, mesmo assim, comum o suficiente naqueles que fazem das riquezas um ídolo.
ii. O principio permanece: Deus pode desafiar e exigir que um indivíduo desista de algo para o bem de Seu reino que Ele ainda permite a uma outra pessoa. Há muitos que morrem porque não renunciam ao que Deus os manda renunciar.
iii. Triste, porque era muito rico: “E o que eram estas coisas em comparação com a paz da consciência e o descanso mental? Além do mais, ele tinha prova irrefutável de que estas coisas não contribuíam em nada para seu conforto, pois se encontrava em miséria mesmo enquanto as possuía! E então, assim serão todas as almas que colocam bens mundanos no lugar da supremacia de Deus”. (Clarke)
4. (24-27) O problema da riqueza.
Vendo-o entristecido, Jesus disse: “Como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus! De fato, é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”. Os que ouviram isso perguntaram: “Então, quem pode ser salvo?” Jesus respondeu: “O que é impossível para os homens é possível para Deus”.
a. Vendo-o entristecido, Jesus: Jesus não mudou as exigências do discipulado quando o homem rico afastou-se. Ele sim usou a tristeza do homem como uma ocasião para ensinar Seus discípulos e todos que ouvissem.
b. Como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus! As riquezas são um problema porque elas tendem a nos fazer satisfeitos com esta vida, ao invés de ansiar por uma era a vir. Também, às vezes, riquezas são procuradas no lugar da procura de Deus.
i. Claramente Jesus disse que as riquezas são um obstáculo ao reino de Deus. Nós geralmente pensamos na pobreza como um problema. Jesus nos contou que riquezas podem apresentar um problema muito mais sério.
ii. Nós frequentemente nos excluímos do que Jesus disse aqui porque não nos consideramos ricos. Contudo, poucos entre nós não seriam considerados mais ricos do que este jovem rico era.
c. De fato, é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus: Com esta imagem humorística, Jesus ilustrou a dificuldade que as riquezas apresentam para entrar no reino de Deus. Nós imediatamente pensamos nisto como impossível.
i. “Já tentaram explicar de várias maneiras as palavras de Jesus sobre o camelo e o fundo de uma agulha em termos de um camelo que passa por uma porta secundaria, ou ao ler kamilon como ‘cabo’ ou kamelon como ‘camelo’. Tais explicações estão equivocadas. Eles falham ao não entender que o sentido que Jesus usa trata-se de uma ilustração humorística”. (Morris)
ii. “Muito frequentemente os rabinos conversavam de um elefante tentando passar pelo fundo de uma agulha como uma figura de algo fantasticamente impossível”. (Barclay) Talvez Jesus pegou este conhecido provérbio e o suavizou um pouco de sua versão comum. Um camelo é menor do que um elefante, mesmo que obviamente maior do que o fundo de uma agulha.
d. Então, quem pode ser salvo? A reação daqueles que ouviram isto é verdadeira sobre a natureza humana. Nós também achamos difícil ver como riquezas podem nos atrapalhar de alcançar o reino de Deus. Nós pensamos somente na bênção e no bem que as riquezas podem trazer.
i. Eles provavelmente tinham esperado que seguir Jesus os tornaria ricos, influentes e proeminentes líderes em Seu governo Messiânico. “Em uma cultura em que a riqueza era um sinal da bênção de Deus e onde um professor religioso era, portanto, esperado a ser pelo menos moderadamente rico, o estilo de vida de Jesus e seus discípulos era visivelmente diferente”. (France)
ii. Nós lembramos o que Paulo disse a Timóteo: Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos ( 1 Tessalonicenses 6:9-10).
e. O que é impossível para os homens é possível para Deus: É possível para o homem rico ser salvo. A graça de Deus é suficiente para salvar o homem rico; nós temos exemplos de pessoas como Zaqueu, José de Arimateia e Barnabé. Todos estes eram homens ricos ainda sim capazes de colocar Deus em primeiro lugar, não suas riquezas.
i. “Jesus não está dizendo que todas as pessoas pobres e nenhuma das ricas entrarão no reino dos céus. Isso excluiria Abraão, Isaque e Jacó, para não dizer Davi, Salomão e José de Arimateia”. (Carson)
ii. “O homem está sempre tentando entrar pessoalmente ou socialmente no Reino de Deus por esforços com os homens, e isto nunca funciona. Com Deus a coisa é possível”. (Morgan)
5. (28-30) Nossa recompensa e a solução para o problema das riquezas.
Pedro lhe disse: “Nós deixamos tudo o que tínhamos para seguir-te!”
Respondeu Jesus: “Digo-lhes a verdade: Ninguém que tenha deixado casa, mulher, irmãos, pai ou filhos por causa do Reino de Deus deixará de receber, na presente era, muitas vezes mais, e, na era futura, a vida eterna”.
a. Nós deixamos tudo o que tínhamos para seguir-te! Em contraste com o jovem rico, os discípulos sim renunciaram a tudo (ou quase tudo) para seguir Jesus. Pedro imaginou qual recompensa seria prometida àqueles que obedeceram, onde o jovem rico desobedeceu.
i. Há uma honra especial para estes discípulos. Eles têm um lugar especial no julgamento, provavelmente no sentido de administração no Reino milenar. Também, os apóstolos tiveram a honra de ajudar a providenciar uma fundação singular para a igreja ( Efésios 2:20), e ter um tributo especial na Nova Jerusalém ( Apocalipse 21:14).
b. Digo-lhes a verdade: Ninguém que tenha deixado: Os doze talvez possuam sua recompensa única, mas haverá honra universal para todos que se sacrificarem por amor a Jesus. Tudo o que for renunciado por Ele, retornará a nós muitas vezes mais, na presente era…e na era futura, a vida eterna.
i. Muitas vezes mais não quer dizer, obviamente no sentido material. Jesus não prometeu cem mães e cem viúvas. Muitas vezes mais é literal, mas em seu cumprimento espiritual.
ii. Matthew Poole descreveu algumas das maneiras que nós recebemos muitas vezes mais:
·Alegria no Espírito Santo, paz na consciência, o sentido do amor de Deus.
·Contentamento. Eles terão um estado de espírito contente.
·Deus mexerá com os corações dos outros para suprir seus desejos e este suprimento será mais doce para eles do que a abundância era.
·Deus às vezes os repaga nesta vida, ao restaurar Jó depois de sua provação com as grandes riquezas.
iii. O princípio se mantém: Deus não será um devedor a nenhum homem. É impossível para nós darmos mais a Deus do que Ele nos dá de volta. Ter e manter o coração de um doador nos protegerá de sermos corrompido pelas riquezas. Nós todos devemos fazer o que o Salmo 62:10 diz: se as suas riquezas aumentam, não ponham nelas o coração.
6. (31-34) Jesus novamente anuncia Seu destino vindouro em Jerusalém.
Jesus chamou à parte os Doze e lhes disse: “Estamos subindo para Jerusalém, e tudo o que está escrito pelos profetas acerca do Filho do homem se cumprirá. Ele será entregue aos gentios que zombarão dele, o insultarão, cuspirão nele, o açoitarão e o matarão. No terceiro dia ele ressuscitará”. Os discípulos não entenderam nada dessas coisas. O significado dessas palavras lhes estava oculto, e eles não sabiam do que ele estava falando.
a. Estamos subindo para Jerusalém: Isto não foi uma surpresa para os discípulos. Mesmo que Jesus não os tenha contado especificamente, o movimento deles no sul da Galiléia por volta da época da festa da Páscoa facilitou a entender que Jesus e os discípulos estariam em Jerusalém para a Páscoa.
b. E tudo o que está escrito pelos profetas acerca do Filho do homem se cumprirá: Ao dizer “tudo que está escrito” Jesus enfatizou os aspectos acerca do Filho do homem que foram comumente negligenciados e esquecidos pelo povo judeu de Seus dias – que o Messias sofreria e morreria como um servo que carrega o pecado.
c. Ele será entregue aos gentios que zombarão dele, o insultarão, cuspirão nele: Jesus lembrou Seus discípulos de Seu futuro sofrimento e morte, enfatizando a vergonha e humilhação que Ele suportaria.
i. Será entregue: Isto fala da traição de Jesus; um de Seus próprios discípulos O entregaria para os líderes religiosos por dinheiro. Certamente Jesus não armou Sua própria traição, contudo, Ele disse com confiança que isto iria acontecer.
ii. Zombarão dele, o insultarão, cuspirão nele: Jesus previu a humilhação e zombaria associadas com Sua futura agonia – a qual, humanamente falando, Ele não poderia orquestrar. “Eles arrancaram seu cabelo, bateram no Seu rosto, cuspiram em sua face. A zombaria não podia ir mais longe. Foi um desprezo cruel, cortante e amaldiçoado”. (Spurgeon)
iii. O açoitarão: Esta flagelação brutal era uma agonia e humilhação única de suportar.
iv. E o matarão: O sofrimento não acabaria com humilhação e uma surra severa. Continuaria até a morte de Jesus.
v. Vista como um todo, a imagem inteira é de grande sofrimento.
·Sofrimento da deslealdade de amigos.
·Sofrimento da injustiça.
·Sofrimento do insulto e humilhação propositais.
·Sofrimento da dor física.
·Sofrimento da grande humilhação e degradação.
d. No terceiro dia ele ressuscitará: Jesus contou triunfantemente aos Seus discípulos que a história não acabaria com Seu sofrimento, humilhação e morte. Ele se levantaria novamente e ressuscitaria em glória.
i. Jesus, aparentemente, não tinha nenhum controle sobre isso. Mesmo assim, Ele anunciou aos Seus discípulos com confiança que isto aconteceria.
e. Os discípulos não entenderam nada dessas coisas: Eles ouviram as palavras diretamente da boca de Jesus, e viram a expressão em seu rosto e, mesmo assim, não entenderam – porque o significado dessas palavras lhes estava oculto. Eles não conseguiam ver ou entender a verdade até que Deus abriu seus olhos.
i. Talvez Deus não abriu os olhos deles para esta verdade porque eles não conseguiriam suportá-la. Se eles realmente soubessem o que aconteceria a Jesus, e como seria diferente do que suas próprias concepções de cavalgar nas costas do Messias para a glória, eles poderiam ter desistido ali mesmo.
ii. “Somente mais para frente no tempo…os rabinos judeus parecem ter ensinado que haveria uma Messias que sofreria (‘Messiah ben Joseph’) assim como um Messias triunfante (‘Messiah ben Judah’)”. (Geldenhuys)
7. (35-39) Em Jericó, um homem cego suplica pela atenção de Jesus.
Ao aproximar-se Jesus de Jericó, um homem cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmola. Quando ouviu a multidão passando, ele perguntou o que estava acontecendo. Disseram-lhe: “Jesus de Nazaré está passando”. Então ele se pôs a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim!” Os que iam adiante o repreendiam para que ficasse quieto, mas ele gritava ainda mais: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”.
a. Ao aproximar-se Jesus de Jericó: Uma das estradas mais viajadas de Galiléia a Jerusalém passava por Jericó. Quando Jesus veio a esta antiga cidade, Ele não estava longe de Jerusalém e o destino que esperava por Ele lá. Marcos 10:46 diz que o nome do homem cego era Bartimeu, o filho de Timeu.
i. O cego não conseguia ver Jesus, mas ele O escutava – então quando ouviu a multidão passando, ele perguntou o que estava acontecendo. Ao invés de desistir porque ele não podia procurar Jesus pela visão, ele procurou Jesus pelo modo que podia – pela audição.
ii. Nos Evangelhos de Mateus (20:29) e Marcos (10:46), este milagre é dito ter acontecido quando Jesus e a multidão estavam deixando Jericó. A aparente contradição em Lucas é compreendida pelo lado da arqueologia, a qual descobriu que na época de Jesus havia duas cidades de Jericó: a cidade antiga e a cidade romana mais nova. O milagre aconteceu no meio do caminho entre essas duas cidades de Jericó, indo embora de uma e entrando na outra.
b. Ele gritava ainda mais: O homem ouviu Jesus passando, e estava desesperado para chamar a atenção de Jesus. Ele não se envergonharia, ele não se calaria. Ele sabia que Jesus era o filho de Davi – que significa Messias, e continuou gritando por Sua misericórdia.
i. William Barclay aponta que há uma diferença nas antigas palavras gregas usadas para descrever a ação do homem cego em Lucas 18:38 e 18:39, e mostrar o grande desespero do homem cego.
·Gritar (Lucas 18:38): “um grito alto e normal para atrair atenção”.
·Gritava ainda mais (Lucas 18:39): “o choro instintivo da emoção desgovernada, um berro, um urro quase animalesco”.
c. Tem misericórdia de mim: O homem cego sabia que ele precisava da misericórdia de Jesus. Ele não achava que Deus devia a ele; ele queria misericórdia.
8. (40-43) Jesus cura o homem cego.
Jesus parou e ordenou que o homem lhe fosse trazido. Quando ele chegou perto, Jesus perguntou-lhe: “O que você quer que eu lhe faça?” “Senhor, eu quero ver”, respondeu ele. Jesus lhe disse: “Recupere a visão! A sua fé o curou”. Imediatamente ele recuperou a visão, e seguia Jesus glorificando a Deus. Quando todo o povo viu isso, deu louvores a Deus.
a. Jesus parou: Nada podia pará-Lo em Sua jornada à Jerusalém; contudo, Ele parou para responder ao pedido persistente por misericórdia.
b. O que você quer que eu lhe faça? Esta é uma simples e maravilhosa pergunta que Deus não parou de perguntar. Às vezes, nós ficamos desprovidos quando Deus quer nos dar algo, simplesmente porque nós não respondemos esta questão, e então não têm, porque não pedem ( Tiago 4:2).
i. Jesus fez esta pergunta com total conhecimento de que este homem era cego. Ele sabia o que ele precisava e o que ele queria, mas Deus ainda quer que nós contemos a Ele nossas necessidades como uma expressão constante de nossa confiança Nele.
c. Senhor, eu quero ver: O homem cego sabia como se submeter a Jesus – ele chamou Jesus de “Senhor” e pediu para ver.
e. Recupere a visão! A sua fé o curou: Jesus atendeu ao pedido do homem e o curou da cegueira. Jesus conectou a cura do homem à fé dele. Houve muitos aspectos notáveis da fé desse homem que o prepararam para receber a cura de Jesus.
·Foi a fé que queria Jesus.
·Foi a fé que sabia quem Ele era.
·Foi a fé que sabia o que ele merecia de Jesus.
·Foi a fé que pôde falar a Jesus o que ela queria.
·Foi a fé que pôde chamar Jesus de Senhor.
f. Ele recuperou a visão, e seguia Jesus glorificando a Deus: O homem cego, agora curado e salvo, começou a seguir Jesus. O caminho de Jesus se tornou seu caminho. Isto tinha significado especial considerando que Jesus estava em Seu caminho em direção a Jerusalém para morrer.