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Bible Commentaries
Lucas 10

Comentário Bíblico Enduring WordEnduring Word

versos 1-42

Lucas 10 – O Envio dos Setenta Discípulos

A. Instruindo os setenta discípulos em sua partida.

1. (1-3) Setenta discípulos são designados e enviados.

E, depois disso, designou o Senhor ainda outros setenta e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir. E lhes disse: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Portanto, peçam ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita. Vão! Eu os estou enviando como cordeiros entre lobos.”

a. E, depois disso, designou o Senhor ainda outros setenta: Jesus sabia que o tempo era curto antes de Sua crucificação, e que ainda havia muitos vilarejos que não tinham escutado a mensagem Dele. Jesus recorreu a esse grupo maior de Seus discípulos para serem Seus mensageiros, para preparar esses locais a frente Dele (aonde ele havia de ir).

i. Isso nos lembra de que havia um grupo maior de seguidores interessados em Jesus além dos 12 que Ele escolheu como discípulos e apóstolos. Dentre este grupo maior Jesus designou o Senhor ainda outros setenta para fazer Seu trabalho. Há algumas razoes pelas quais ele escolheu setenta.

·Talvez setenta fosse simplesmente o número sábio que fez o uso mais eficaz das pessoas disponíveis.

·Talvez setenta sugerisse uma conexão com os setenta anciãos que foram com Moisés ao Sinai e viram a glória de Deus ( Êxodo 24:1, 9). Jesus escolheu estes setenta para ver a glória de Deus em ação ao servi-Lo e representa-Lo.

·Talvez setenta sugerisse uma conexão com os setenta membros do Sinédrio e Jesus mostrou que Ele havia estabelecido uma nova ordem, uma nova liderança.

·Talvez setenta sugerisse uma conexão com os setenta tradutores da Bíblia Hebraica para o grego, a Septuaginta, e Jesus mostrou que estes eram os que “traduziriam” Sua palavra para o dia a dia.

ii. “Melhor ser um dos setenta sem nome, que fizeram seu trabalho e foram felizes ao fazê-lo, e dos quais nomes são conhecidos somente por Deus. Melhor: talvez mais seguro também. Havia um Judas entre os doze: nós nunca lemos sobre um dentre os setenta”. (Morrison)

iii. E mandou-os adiante da sua face, de dois em dois: “Estes, Cristo enviou de dois em dois: 1. Para ensiná-los a necessidade da concórdia entre os ministros da justiça. 2. Que nas bocas de duas testemunhas tudo poderia ser estabelecido. E, 3: Que eles poderiam confortar e apoiar um ao outro em seu trabalho difícil”. (Clarke)

iv. Aonde ele havia de ir: “Que misericórdia é quando um pregador sabe que seu Mestre está vindo após ele, quando ele pode ouvir o som dos pés de seu Mestre atrás dele! Que coragem isso lhe dá! Ele sabe que, apesar de que o que ele pode fazer seja pouco, ele é a parte fina da cunha preparando o caminho para Um que pode fazer tudo”. (Spurgeon)

b. A colheita é grande: Usando a analogia de um campo maduro de grãos, Jesus explicou por que Ele sentia uma urgência maior sobre a Sua obra. Ele considerava que a multidão da humanidade fosse como um campo pronto para a colheita. Ele pensou na grandeza da necessidade humana, e a viu como uma oportunidade.

i. Usando a figura sugerida por Jesus, nós podemos dizer que o campo em si é grande, e a colheita pronta também é grande. Esta não foi a única vez que Jesus falou isso; algum tempo antes e, em um lugar diferente, Jesus disse basicamente a mesma coisa (Mateus 9:37-38). Talvez isto fosse uma declaração proverbial de Jesus, algo que Ele observava e dizia frequentemente.

ii. Isto ainda é verdade. Se acreditamos que há pouco tempo até a volta de Jesus, então devemos aplicar os princípios da comissão dos setenta de Jesus em nossas vidas também.

iii. “Consegue imaginar a angústia de um fazendeiro quando ele vê seus campos dourados com colheita, e não há serventes para colher aquela colheita? Foi esta a agonia que encheu o coração de Jesus enquanto Ele olhava Seu campo de colheita”. (Morrison)

c. Os trabalhadores são poucos: Isto não significa somente que deve haver mais trabalhadores, mas também que aqueles engajados no trabalho devem ter o foco apropriado no seu trabalho. Quando há muito trabalho e poucos trabalhadores, o foco deve-se dar totalmente ao trabalho.

i. Esta é uma colheita que necessita de trabalhadores. O bom de uma colheita pode ser desperdiçado se não houver trabalhadores para tomar vantagem da recompensa. Jesus nos alertou que oportunidades de atender a necessidade humana e trazer pessoas para Seu reino pode ser desperdiçada por causa de uma escassez de trabalhadores.

d. Portanto, peçam ao Senhor da colheita: Jesus os ordena que peçam; o trabalho diante deles era grande e não poderia ser realizado sem muita oração. Especificamente, eles deviam pedir ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para Sua colheita. Isto fala poderosamente sobre:

·A necessidade de orar no trabalho de evangelização (portanto peçam).

·O criador da colheita (ao Senhor da colheita).

·A necessidade por trabalhadores no trabalho de evangelização (trabalhadores).

·O chamado de Deus para o trabalho da colheita (que mande)

·A natureza da participação da colheita, trabalho (trabalhadores).

·A necessidade de reconhecer a Quem a colheita pertence (sua colheita).

i. Nós devemos orar para que o Senhor mande trabalhadores: “Porém o grego é muito mais forçoso; fala no sentido de que ele os empurraria, e os impulsiona para fora. É a mesma palavra que é usada para a expulsão de um diabo para fora de um homem possuído. Demanda grande poder expulsar um diabo. É necessário um poder igual vindo de Deus para impulsionar um ministro a fazer o seu trabalho”. (Spurgeon)

e. Vão: Jesus os ordenou “vão”, porque Deus os usaria para responder as suas próprias orações. Orar: “Senhor, mande trabalhadores para Sua colheita,” é exatamente o tipo de oração que constrói um interesse interno pela colheita naquele que ora.

f. Eu os estou enviando como cordeiros entre lobos: Jesus os ordenou que fossem com um certo tipo de coração, confiando em Deus e não tentando abusar e manipular outros. Ir como cordeiros entre lobos não soa muito atrativo, porém foi exatamente assim que Jesus foi enviado e como o poder de Deus operou através Dele poderosamente.

i. “Afinal de contas, a missão enviar ovelhas aos lobos é esperançosa, já que nós vemos no mundo natural que as ovelhas, apesar de tão frágeis, são muito mais numerosas do que lobos que são tão ferozes. O dia virá quando os perseguidores serão tão escassos quanto os lobos, e os santos, tão numerosos quanto as ovelhas”. (Spurgeon)

2. (4-8) Diretrizes especificas para o ministério deles.

Não levem bolsa, nem saco de viagem, nem sandálias; e não saúdem ninguém pelo caminho. “Quando entrarem numa casa, digam primeiro: Paz a esta casa. Se houver ali um homem de paz, a paz de vocês repousará sobre ele; se não, ela voltará para vocês. Fiquem naquela casa, e comam e bebam o que lhes derem, pois o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem mudando de casa em casa. “Quando entrarem numa cidade e forem bem recebidos, comam o que for posto diante de vocês.

a. Não levem bolsa, nem saco de viagem, nem sandálias: Primeiro Jesus os disse para pedirem; em seguida disse-Lhes para irem; e então lhes disse como irem. Jesus deu instruções especificas aos setenta que eram para mostrar uma atitude particular por sua obra em representar Jesus e Sua mensagem.

·Não era para eles se distraírem com preocupações materiais (Não levem bolsa, nem saco de viagem, nem sandálias).

·Não era para eles se distraírem com cerimonias de etiqueta tediosas (e não saúdem ninguém pelo caminho).

i. “No Oriente cumprimentos são tão tediosos, tão cheios de adulações, tão certos a levar a fofocas paralelas, que homens que estão em trabalho de vida ou morte devem correr o risco de parecerem antissociais às vezes”. (Morrison)

b. Quando entrarem numa casa, digam primeiro: Paz a esta casa: Nos costumes daquela época, significava que eles iriam provavelmente ficar no lar de pessoas hospitaleiras (pousadas, quando disponíveis, eram frequentemente casas de prostituição e não apropriadas para mensageiros piedosos). Eles foram instruídos a levar uma bênção de paz para cada casa, se o lar a recebesse.

i. Se houver ali um homem de paz: “No estilo judeu, um homem que tem qualquer qualidade boa ou é chamado de filho dela…homem da paz no texto não só significa um homem pacífico e quieto, mas também um homem de boa reputação por sua retidão e benevolência. Teria sido uma desonra para esta missão, se os missionários tivessem feito sua estadia com aqueles que não tinham uma boa reputação entre os que estavam sem”. (Clarke)

c. Fiquem naquela casa, e comam e bebam o que lhes derem: Eles tinham que confiar que Deus proveria para eles através da generosidade de outros, e era para eles receberem com gratidão o que fosse oferecido a eles – sem implorar de casa em casa.

d. Pois o trabalhador merece seu salário: Jesus disse aos seus discípulos para não considerarem o suporte dado a eles como caridade, mas como pagamento apropriado pelo seu trabalho em nome do reino de Deus.

3. (9) O que Jesus queria que os setenta fizessem: curar e pregar.

“Curem os doentes que ali houver e digam-lhes: ‘O Reino de Deus está próximo de vocês.’”

a. Curem os doentes: a cura era importante porque ela mostrava que o Reino de Deus vinha com poder (como todos esperavam), mesmo assim o poder era evidente em atos de misericórdia e bondade (o que não era esperado).

b. Digam-lhes: O Reino de Deus está próximo de vocês: Isto significava que a cura era uma parte de sua pregação. Como parte de curar os doentes, eles descreviam sobre o que era o Reino de Deus a partir do que Jesus havia os ensinado e mostrado.

i. Está próximo de vocês: De acordo com Pate, esta antiga palavra grega engiken pode significar “chegado” no sentido de já estar presente, ou pode significar “estar próximo” no sentido de estar prestes a aparecer. Pode ser que a notável demonstração do poder de Deus na obra dos setenta era para ser feita para preparar as pessoas para a revelação final do poder e reino de Deus na morte e ressurreição de Jesus que estava por vir.

4. (10-16) O que aconteceria àqueles que rejeitassem a mensagem dos setenta.

Mas quando entrarem numa cidade e não forem bem recebidos, saiam por suas ruas e digam: Até o pó da sua cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vocês. Fiquem certos disto: o Reino de Deus está próximo. Eu lhes digo: Naquele dia haverá mais tolerância para Sodoma do que para aquela cidade. “Ai de você, Corazim! Ai de você, Betsaida! Porque se os milagres que foram realizados entre vocês o fossem em Tiro e Sidom, há muito tempo elas teriam se arrependido, vestindo roupas de saco e cobrindo-se de cinzas. Mas no juízo haverá menor rigor para Tiro e Sidom do que para vocês. E você, Cafarnaum: será elevada até ao céu? Não; você descerá até o Hades! “Aquele que lhes dá ouvidos, está me dando ouvidos; aquele que os rejeita, está me rejeitando; mas aquele que me rejeita, está rejeitando aquele que me enviou”.

a. Até o pó da sua cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vocês: Jesus disse aos Seus discípulos para dizer isto publicamente pelas ruas de qualquer cidade que rejeitasse os setenta e sua mensagem. Era importante que aquelas cidades soubessem o preço de rejeitar Jesus e Seu reino.

b. Fiquem certos disto: o Reino de Deus está próximo: Sua mensagem e a prova do poder do reino deviam ser claros o suficiente para que eles pudessem dizer isto publicamente a uma cidade que os rejeitasse.

i. Um comentário triste sobre muito do trabalho que é feito entre pessoas cristãs hoje é que eles não conseguem dizer credivelmente para aqueles que talvez rejeitem a eles e a mensagem que levam: “Fiquem certos disto: o Reino de Deus está próximo“.

c. Naquele dia haverá mais tolerância para Sodoma do que para aquela cidade: As cidades de Sodoma e Tiro e Sidom eram notoriamente pecaminosas. Jesus disse que as cidades que rejeitassem a mensagem Dele estariam em mais apuros diante de Deus do que estas, porque eles viram uma obra maior de Deus do que qualquer uma daquelas cidades pecaminosas viram; e mesmo assim, ainda O rejeitaram.

i. Quanto mais ouvimos a verdade de Deus e mais o vemos se movendo, mais nós somos responsáveis. Já que as pessoas de Corazim e de Betsaida e de Cafarnaum tinham recebido sinais tão convincentes, eles eram mais responsáveis pelo que haviam visto.

ii. Há muito tempo elas teriam se arrependido, vestindo roupas de saco e cobrindo-se de cinzas: As cidades de Corazim e Betsaida e Cafarnaum receberam muito, mas se arrependeram pouco. É um grande mistério porque alguns recebem tantas chances e uma ajuda tão clara, e ainda recusam se arrepender.

iii. Cafarnaum era especialmente elevada até o céu porque ela foi o lar adotivo de Jesus durante os dias de Seu ministério Galileu, ouvindo muito de Seus ensinamentos e vendo muitos de Seus milagres.

iv. Jesus disse que haveria mais tolerância para alguns no dia do julgamento do que para outros. Isto nos leva a acreditar que naquele dia alguns receberão pior julgamento do que outros. Ninguém vai ficar bem no inferno, mas ele será pior para alguns do que para outros.

v. A Bíblia nunca especificamente menciona os milagres de Jesus em Corazim. Isto é uma indicação de que os Evangelhos nos dão esboços da vida de Jesus, não biografias completas. O apóstolo João admitiu isso dizendo que seria impossível recontar tudo que Jesus fez (João 21:25).

d. Aquele que lhes dá ouvidos, está me dando ouvidos; aquele que os rejeita, está me rejeitando; mas aquele que me rejeita, está rejeitando aquele que me enviou: Como Ele enviou setenta discípulos com a antecipação de que alguns os rejeitariam, Jesus também os encorajou com o pensamento de que eles eram Seus representantes, e não deveriam tomar sua rejeição (ou aceitação) muito pessoalmente. Se as pessoas rejeitavam a mensagem, rejeitavam Jesus, e também rejeitavam Seu Pai (aquele que me enviou).

i. É útil para todos os servos de Deus não se apegar a elogios ou rejeições muito fortemente. Se eles realmente representam seu Mestre, o sucesso ou rejeição de seu trabalho é mais por causa Dele do que deles. A maior preocupação deles não deveria ser com sucesso ou rejeição, mas com o representar apropriadamente Jesus, seu Mestre.

B. Alegria com o retorno dos Setenta.

1. (17-20) A alegria dos setenta e o aviso de Jesus.

E voltaram os setenta com alegria, dizendo: “Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam.” Ele respondeu: “Eu vi Satanás caindo do céu como relâmpago. Eu lhes dei autoridade para pisarem sobre cobras e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; nada lhes fará dano. Contudo, alegrem-se, não porque os espíritos se submetem a vocês, mas porque seus nomes estão escritos nos céus”.

a. E voltaram os setenta com alegria: Este foi um bom dia. Os discípulos e seguidores de Jesus suportaram sua parcela de confusão e dificuldade, mas eles também desfrutaram de algumas bênçãos maravilhosas de um serviço eficaz.

i. Todos os setenta retornaram. “Nenhum dos cordeiros foi comido pelos lobos”. (Spurgeon)

b. Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam: Uma observação cuidadosa sobre as instruções que Jesus deu a estes setenta (Lucas 10:9) nos mostra que Jesus não havia originalmente os comissionados a expulsar demônios (como Ele fez com os doze discípulos em Lucas 9:1-2). Portanto, nós poderíamos considerar isto como uma bênção inesperada do ministério deles.

i. Estes setenta discípulos aprenderam que quando nós corajosamente fazemos o que Jesus nos diz para fazer, podemos antecipar que Ele nos abençoará de maneiras que vão além de nossas expectativas.

ii. Pelo teu nome mostra que eles não tomaram crédito para si mesmos. Eles sabiam que era o poder e autoridade de Jesus. “Tenha certeza de confiar, não nos números ou organização, mas no nome de Jesus, usado não como um talismã, mas como representação de seu poder vivo e ascendente”. (Meyer)

c. Eu vi Satanás caindo do céu como relâmpago: O sucesso desses discípulos comissionados – especialmente a autoridade sobre espíritos demoníacos que tinham – causou Jesus a falar de Satanás caindo, quando ele caiu tão rápido e dramático quanto relâmpago do céu.

i. A Bíblia na verdade menciona quatro quedas de Satanás:

·De glorificado a profano ( Ezequiel 28:14-16).

·De ter acesso ao céu ( Jó 1:12, 1 Reis 22:21, Zacarias 3:1) a restrição à terra ( Apocalipse 12:9).

·Da terra ao cativeiro no abismo por 1,000 anos (Apocalipse 20: 1-3).

·Do abismo ao lago de fogo ( Apocalipse 20:10).

ii. Aqui Jesus falou da primeira queda de Satanás, de glorificado a profano. Caindo do céu como relâmpago não significa que Satanás caiu do céu, mas que sua queda foi tão dramática e repentina quanto um relâmpago vindo do céu. De acordo com Jó 1:12, 1 Reis 22:21 e Zacarias 3:1, Satanás ainda tem acesso ao céu. Todavia, o sucesso dos discípulos contra espíritos demoníacos era a confirmação que Satanás havia caído de seu lugar de autoridade e poder, e mesmo que ainda fosse poderoso, estava em uma posição inferior.

iii. Satanás caindo foi o julgamento imediato de Deus sobre aquele espírito rebelde (embora não o julgamento completo, que ainda o aguarda). Toda vez que o reino de Jesus é apresentado em verdade e poder, é como outro julgamento a Satanás e a todos que compartilham com o espírito rebelde dele. “Então, onde o evangelho é pregado com poder divino, Satanás desce de seu trono, em corações e mentes humanos, tão rapidamente quanto o relâmpago cai do céu; e quando nós vemos seu reino abalado, então, como Jesus, nós regozijamos em espírito”. (Spurgeon)

iv. Ao lembrar a queda de Satanás, Jesus também os avisa contra o orgulho. Afinal de contas, se Satanás podia acabar caindo…como relâmpago de sua alta posição de status espiritual e privilégio, eles também podiam. “No trabalho mais sagrado sempre ronda lá este perigo da glorificação da vida-própria”. (Morgan)

d. Eu lhes dei autoridade: Porque Satanás estava caído e os discípulos eram mensageiros de Jesus e Seu reino, eles desfrutaram de um poder superior de Deus sobre Satanás.

i. “Se você ousa viver no Cristo ressuscitado, você compartilha Seu império e todos os frutos de Sua vitória sobre Satanás”. (Meyer)

e. Contudo, alegrem-se, não porque os espíritos se submetem a vocês: Jesus os alertou para se alegrarem no que Deus tinha feito por eles (porque seus nomes estão escritos nos céus), mais do que no que eles tinham feito por Deus (porque os espíritos se submetem a vocês).

i. Não era errado que eles se alegrassem no sucesso de seu serviço; porém eles deviam ter uma alegria maior em um milagre maior – a promessa da salvação deles. “Ele não quis no instante presente censurar a alegria deles pelo sucesso que haviam tido, mas somente fazê-la subordinada a outra alegria e prevenir seu crescimento excesso”. (Spurgeon)

ii. Algumas pessoas ficam intoxicadas emocionalmente depois de um serviço de sucesso ou com a demonstração de poder espiritual. Depois que Deus as usa de alguma maneira, elas ficam impressionadas arrogantemente com tudo que elas fizeram por Deus. Deus quer que vejamos que o que Ele fez por nós é sempre muito maior do que o que jamais poderíamos fazer por Ele. É bom para nós sermos moderados na alegria que temos sobre nossos talentos, habilidades, e nosso sucesso.

iii. Seus nomes estão escritos nos céus: “Que vocês são burgueses inscritos da nova Jerusalém. Paulo através de seu privilégio de ser um romano escapou das chicotadas; nós, através disto, escapamos da condenação”. (Trapp)

iv. Todos os povos de Deus compartilham esta alegria. Pela estimativa da terra, alguns serviços são mais bem sucedidos do que outros, porém esta alegria une a todos os crentes.

2. (21-22) A alegria de Jesus quando Ele vê o trabalho de Deus em Seu povo.

Naquela hora Jesus, exultando no Espírito Santo, disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado. “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho o quiser revelar”.

a. Naquela hora Jesus, exultando no Espírito Santo: Jesus estava genuinamente animado. Literalmente, o grego antigo diz que Ele estava emocionado de alegria. Este singular exemplo específico de Jesus alegrando-se era sobre o trabalho de Seus servos. Deus se deleita em usar o fraco e coisas tolas deste mundo para confundir o sábio ( 1 Coríntios 1:27-29).

i. Esta é a única ocasião nos evangelhos onde é dito especificadamente que Jesus exultou; ela permanece sozinha. Mesmo assim nós não deveríamos pensar que Jesus nunca exultava em outras vezes. “Nós não escutamos que ele riu, apesar de ter sido reportado que ele chorou três vezes; e aqui pela primeira vez, tão muito único, nós encontramos a inspirada garantia de que ele exultou”. (Spurgeon)

ii. Geldenhuys diz que a palavra grega antiga para exultando é “referindo-se à alegria e exultação excepcional”. Jesus exultou fortemente; porém Ele também exultou profundamente (no Espírito Santo).

iii. “Este Homem de Dores foi frequentemente muito alegre, mas nunca mais do que no sucesso dos amigos Dele… Jesus exulta quando seus filhos sem nome prosperam”. (Morrison)

iv. Uma razão de Jesus estar tão feliz é porque toda vitória é importante. “Não há nenhuma vitória em lugar algum por qualquer discípulo solitário, ou um punhado de discípulos, que não tenha uma reação no campo de batalha inteiro”. (Meyer)

b. Eu te louvo, Pai: A alegria de Jesus o fez cair em oração. Ele louvou Deus Pai por Sua sabedoria, por Seu plano e por Sua própria relação única com Deus Pai.

·Jesus agradeceu ao Pai, não louvando Seu próprio trabalho.

·Jesus agradeceu ao Pai por Seu plano sábio e às vezes inesperado.

·Jesus agradeceu ao Pai pelos queridos servos em Seu meio.

·Jesus agradeceu ao Pai pela simplicidade de Seus servos.

i. Jesus falou de sua união com o Pai (Todas as coisas me foram entregues pelo meu Pai).

ii. Jesus falou de Sua relação especial com o Pai (Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho).

iii. Jesus falou sobre como Deus nos permite ter certa parte nesta relação especial (e aqueles a quem o Filho quiser revelar).

c. Porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos e as revelaste aos pequeninos: Jesus exultou que pessoas improváveis foram ensinadas sobre Deus e usadas por Ele. Os pequeninos foram os setenta; simples crentes que receberam sabedoria real vinda da revelação de Deus.

·Ele tinha que mandar o simples, porque os sábios desse mundo nunca iriam sair como cordeiros entre os lobos.

·Ele tinha que mandar o simples, porque eles não mudariam a mensagem.

·Ele tinha que mandar o simples, porque Ele queria alcançar os simples.

·Ele tinha que mandar o simples, porque eles fariam o trabalho em Seu nome.

·Ele tinha que mandar o simples, porque eles exultariam sobre a obra.

·Ele tinha que mandar o simples, porque eles dariam louvor a Jesus.

3. (23-24) Jesus conta aos discípulos sobre a bênção única que possuem.

Então ele se voltou para os seus discípulos e lhes disse em particular: “Felizes são os olhos que vêem o que vocês vêem. Pois eu lhes digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vocês estão vendo, mas não viram; e ouvir o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram”.

a. Felizes são os olhos que vêem o que vocês vêem: Os discípulos viveram em uma época única e foi bom para eles perceber que foi uma bênção especial para eles fazer parte do trabalho do Messias.

i. “Jesus era o pico para o qual a história estava escalando, o objetivo para o qual estava marchando, o sonho que sempre assombrou homens de Deus”. (Barclay)

ii. “Há um ditado parecido com este entre rabinos em Sohar, Genes, onde dizem: ‘Bendita é a geração que a terra terá, quando o Rei Messias vir’”. (Clarke)

b. Muitos profetas e reis desejaram ver o que vocês estão vendo, mas não viram: Os grandes homens do Antigo Testamento gostariam muito de ter visto o ministério de Jesus e ministrado para Ele. Podemos imaginar o quanto o Rei Davi amaria ter visto Jesus fazer as coisas que Ele fez, e como Isaías gostaria de ter ouvido o que Jesus disse.

i. Nossa própria época tem privilégios especiais e é bom ver as bênçãos de nosso tempo atual.

ii. Considerar o trabalho dos setenta discípulos como descrito em Lucas 10, nos mostra caminhos que nós podemos seguir para servir Jesus e espalhar Sua mensagem.

·A colheita é grande: Nós fazemos o trabalho sabendo o quão grande ele é.

·Os trabalhadores são poucos: Nós fazemos o trabalho sabendo que nós temos um trabalho chave.

·Peçam ao Senhor da colheita: Nós fazemos o trabalho com muita oração.

·Vão: Nós temos que realmente ir e fazer o trabalho.

·Como cordeiros entre lobos: Nós fazemos o trabalho nos tornando vulneráveis, deixando Deus ser nossa força.

·Não levem: Nós fazemos o trabalho sem depender de nada a não ser o evangelho e o poder de Deus.

·Não saúdem ninguém: Nós fazemos o trabalho sem deixar obrigações sociais atrapalharem nosso trabalho.

·Quando entrarem numa casa: Nós fazemos o trabalho na esperança de que Deus trará ajuda e provisões.

·Comam e bebam o que lhes derem: Nós fazemos o trabalho sem se preocupar com coisas pequenas.

·Curem os doentes: Nós fazemos o trabalho tentando ministrar para a pessoa completa com o poder de Deus.

·Digam-lhes: O Reino de Deus está próximo de vocês: Nós fazemos o trabalho pregando que o Rei e Seu Reino estão aqui.

·Mas quando entrarem numa cidade e não forem bem recebidos, saiam por suas ruas: ao fazermos o trabalho, nós não gastamos nosso tempo naqueles que estão rejeitando o evangelho.

·Aquele que lhes dá ouvidos, está me dando ouvidos; aquele que os rejeita, está me rejeitando: Nós fazemos o trabalho lembrando quem nós representamos.

·Os setenta voltaram alegres: Nós fazemos o trabalho na expectativa de que Deus fará mais do que esperamos.

·Jesus, exultando no Espírito Santo: Nós fazemos o trabalho sabendo que Jesus tem muita alegria quando nós fazemos a Sua obra.

C. A Parábola do Bom Samaritano.

1. (25-29) Um perito faz uma pergunta.

Certa ocasião, um perito na lei levantou-se para pôr Jesus à prova e lhe perguntou: “Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna?” “O que está escrito na Lei?”, respondeu Jesus. “Como você a lê?” Ele respondeu: “‘Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento’e ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’”. Disse Jesus: “Você respondeu corretamente. Faça isso, e viverá”. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo?”

a. Certa ocasião, um perito na lei levantou-se para pôr Jesus à prova: O perito (um expert na Mosaico Judaico e lei rabínica) pôs Jesus à prova. A ideia por trás do antigo termo grego para pôr a prova não é necessariamente maldosa ou má. Esta deve ter sido uma pergunta sincera de uma pessoa que realmente buscava a verdade.

b. O que preciso fazer para herdar a vida eterna? O entendimento Bíblico de vida eterna não necessariamente se refere à duração da vida, porque cada pessoa é imortal, seja no céu que no inferno. Não se refere à vida que começa somente quando morremos. Vida eterna é uma qualidade especial da vida; uma vida que vem de Deus e uma vida que nós podemos ter agora mesmo.

c. O que está escrito na lei? Jesus apontou o perito de volta aos mandamentos de Deus. Se a pergunta fosse “O que preciso fazer para herdar a vida eterna?” então a resposta era simples: cumpra a lei de Deus e a cumpra perfeitamente.

i. “A primeira parte pareceu levemente sarcástica, ‘O que está escrito na lei?’ Em outras palavras, ‘Você é o perito que interpreta a Lei; você me conta o que ela diz”. (Pate)

d. “‘Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento’ e ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’”: O perito era sábio o suficiente para saber que isto era a essência da Lei – conhecer os requisitos da Lei; agora tudo o que tinha de fazer era vivê-la: Faça isso, e viverá.

i. É claro o suficiente o que significa amar Deus com tudo o que somos, apesar de ser impossível o fazer completamente. Mas houve muita confusão sobre o que significa amar o seu próximo como a si mesmo. Isto não significa que nós devemos nos amar antes que possamos amar qualquer outro; isto significa que da mesma maneira que nós tomamos conta de nós mesmos e estamos preocupados com nossos próprios interesses, nós deveríamos tomar conta e se preocupar pelos interesses dos outros.

e. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo?” O perito se mediu em ambos os mandamentos. Ele imaginou que obedeceu ao primeiro mandamento bem o suficiente, mas seu cumprimento do segundo mandamento dependia de como se definisse “próximo”.

i. Seu primeiro e talvez pior erro foi presumir que havia cumprido o primeiro mandamento. Quando nós realmente consideramos o que as palavras significam, quem entre nós amou Deus com todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento? É fácil para nós sermos distraídos em qualquer uma dessas áreas até mesmo quando nós adoramos a Deus; mais ainda em nossa vida diária.

ii. Seu segundo erro foi pensar que ele podia cumprir o mandamento de amar a Deus com tudo que ele tinha e ainda possivelmente não cumprir o mandamento de amar ao próximo. Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame também seu irmão. ( 1 João 4:20-21)

iii. Seu terceiro erro foi a maneira como ele quiz definir estreitamente próximo. Se somente nossos amigos e aqueles que são fáceis de amar são nossos próximos, então talvez este homem tenha cumprido o mandamento de um modo imperfeito. Depende de quão ampla seja a definição. Os judeus no tempo de Jesus acreditavam que você tinha que amar seu próximo; mas também ensinavam entre si que era um dever perante a Deus odiar seu inimigo. Tudo depende de quem é seu próximo e quem é seu inimigo.

2. (30-35) Jesus define próximo com uma ilustração.

Em resposta, disse Jesus: “Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto. Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado. E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado. Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e lhe disse: ‘Cuide dele. Quando eu voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver’.

a. Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes: A estrada de Jerusalém para Jericó era infame por causa de crime e roubo. Não foi surpreendente aos ouvintes de Jesus que Ele colocou essa história nesta estrada em particular.

i. “Aquela estrada era famosa por seus perigos ocultos, especialmente assaltantes (veja Josefo, J.W. 2.451-75)”. (Pate)

ii. “Ele era obviamente um personagem imprudente e temerário. As pessoas raramente tentariam viajar pela estrada de Jerusalém à Jericó sozinhas se estivessem carregando mercadorias ou itens valiosos. Procurando segurança em números, eles viajavam em comboios ou caravanas. Este homem não tinha ninguém a não ser a ele mesmo para culpar pelo apuro em que se encontrava”. (Barclay)

b. Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote: O sacerdote e o levita (ambas categorias de oficiais religiosos) viram seu irmão judeu caído em sua situação terrível, mas nenhum deles fez nada. Cada um passou pelo outro lado.

i. “Sacerdote e levita são mencionados aqui, em parte porque eles eram os viajantes mais frequentes dessa estrada, e em parte para mostrar que estas eram as pessoas que, pela natureza de seus ofícios, eram obrigadas a conduzir obras de misericórdia, e de quem uma pessoa em sofrimento tinha o direito de esperar socorro e conforto imediato; e conduta inumana deles aqui foi uma grande quebra da lei”. (Clarke)

ii. Pense em todas as desculpas que eles poderiam ter usado:

·“Esta estrada é muito perigosa para eu parar e ajudar o homem”.

·“Ele pode ser uma isca para uma emboscada”.

·“Eu tenho que chegar ao templo e realizar meu serviço para o Senhor”.

·“Eu tenho que chegar em casa e ver minha família”.

·“Alguém realmente deveria ajudar aquele homem”.

·“Se eu vou servir no templo eu não posso sujar minhas roupas de sangue”.

·“Eu não conheço os primeiros-socorros”.

·“É um caso perdido”.

·“Eu sou apenas uma pessoa; o trabalho é grande demais”.

·“Eu posso orar por ele”.

·“Ele causou isso a si mesmo; ele nunca deveria ter ficado sozinho em uma estrada perigosa como esta”.

·“Ele nunca pediu ajuda”.

iii. Porém todas estas são desculpas simples. “Eu nunca conheci um homem recusar a ajudar o pobre, que falhou em dar pelo menos uma admirável desculpa”. (Spurgeon)

c. Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele: Quando os ouvintes de Jesus ouviram sobre o sacerdote e o levita, eles provavelmente esperaram Jesus dizer em seguida que um judeu comum veio e ajudou. Se isso tivesse acontecido, esta história seria diferente. Jesus mostrou a corrupção dos líderes religiosos daquele tempo. Porém Jesus os chocou ao dizer que o homem que ajudou era um samaritano.

d. Um Samaritano: Genericamente falando, judeus e samaritanos se desprezavam tanto racialmente quando religiosamente. A cultura deu muitas razões ao samaritano para odiar este homem judeu e passar reto.

i. Alguns rabinos ensinavam que um judeu era proibido de ajudar uma mulher Gentia que estivesse dando à luz em sofrimento, porque se obtivessem sucesso, tudo o que fariam era ajudar mais um Gentio a vir para o mundo. Eles muitas vezes pensavam que os samaritanos eram piores do que outros Gentios.

e. Teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele: Ao invés de passar reto, o samaritano demonstrou um amor sacrificial. Ele não esperou ser pedido; ao ver a necessidade bem em frente a ele, foi suficiente para levá-lo a fazer algo. Ele também deu gratuitamente seu tempo e seus recursos.

i. O vinho, contendo álcool, tinha um efeito antisséptico nas feridas do homem. O óleo ajudava a melhorar as feridas aliviando a dor. Quando colocou-o sobre o seu próprio animal significa que o samaritano teve de ir andando.

ii. Deu dois denários ao hospedeiro: Parece que dois denários supririam as necessidades do homem na hospedaria por pelo menos duas ou três semanas.

iii. Há muitas maneiras em que o samaritano foi como Jesus.

·O samaritano era um estrangeiro desprezado por muitos.

·O samaritano veio depois que outros falharam em suprir a necessidade.

·O samaritano veio antes que fosse tarde demais.

·O samaritano veio com tudo que era necessário.

·O samaritano veio direto para o homem aflito.

·O samaritano cuidou carinhosamente.

·O samaritano proveu para necessidades futuras.

3. (36-37) Jesus aplica a parábola.

Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” “Aquele que teve misericórdia dele”, respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: “Vá e faça o mesmo”.

a. Qual destes três você acha que foi o próximo: De acordo com o pensamento da época, o sacerdote e o levita foram opróximo ao homem que tinha sido surrado e roubado. Mas eles não agiram de maneira alguma como próximos.

i. “Somos presos pelo fato de que Ele mudou completamente o contexto da pergunta e, por esta resposta disse, de fato, que a questão sobre quem é o próximo não era tão importante quanto a questão de para quem ele era o próximo”. (Morgan)

b. Aquele que teve misericórdia dele: o perito sabia quem tinha sido o verdadeiro próximo; mesmo assim ele mesmo não podia dizer o nome “samaritano”. Talvez tivéssemos esperado que ele fosse um inimigo, mas ao invés disso, ele foi um próximo que teve misericórdia dele.

i. Obviamente o perito sabia que ele não podia mais se justificar. Ele não teve este tipo de amor, um amor que fosse além do que ele queria pensar como “próximo”.

c. Vá e faça o mesmo: Jesus permitiu a parábola responder à questão do perito e guiar a aplicação. Eu devo amar meu próximo, e meu próximo é aquele que outros possam considerar meu inimigo. Meu próximo é aquele com necessidade bem na minha frente.

i. Spurgeon escreveu que “Quando nós vemos pessoas inocentes sofrendo como resultado do pecado de outros, nossa piedade deveria ficar animada”. Ele então deu exemplos de situações que deveriam provocar piedade no crente:

·Crianças doentes e passando fome por causa de um pai bêbado.

·Esposas sobrecarregadas e oprimidas por causa de maridos preguiçosos e cruéis.

·Trabalhadores oprimidos em salários e condições de trabalho, apenas para sobreviver.

·Aqueles aflitos por acidentes e doença.

ii. Isto não significa correr atrás de cada necessidade que se apresente. Afinal de contas, o samaritano não criou um hospital para viajantes desafortunados. Mas isto sim significa uma preocupação por aqueles bem em nossas frentes, em necessidades sociais e espirituais. “O mundo seria um lugar diferente se todo cristão atendesse os sofrimentos que estão bem a sua frente”. (Maclaren)

iii. Muitas, até a maioria das pessoas não têm este tipo de amor por Deus ou pelos outros. Como então elas receberão vida eterna?

·Primeiro, ao recusar a herdar a vida eterna por fazer. Ao invés disso, acredite em Jesus; confie em Deus que Jesus pagou a pena que você mereceria por toda vez que você falha em amar a Deus ou aos outros do jeito que você deveria.

·E então, tendo recebido a vida eterna – O tipo de vida de Deus em você – Deus lhe dará os recursos para amar Ele e outras pessoas de um modo muito melhor. Você não conseguirá fazer isso sem ter a vida Dele em você.

iv. “Nunca se esqueça de que o que a lei exige de nós, é na verdade o que o evangelho produz em nós”. (Spurgeon)

D. Maria e Marta.

1. (38-40) O apelo de Marta a Jesus.

Caminhando Jesus e os seus discípulos, chegaram a um povoado, onde certa mulher chamada Marta o recebeu em sua casa. Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo a sua palavra. Marta, porém, estava ocupada com muito serviço. E, aproximando-se dele, perguntou: “Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude!”

a. Certa mulher chamada Marta o recebeu em sua casa: Marta e Maria, juntas com seu irmão Lázaro, eram duas queridas amigas de Jesus que viviam em Betânia. É fácil imaginar que Marta queria tudo perfeito quando Jesus veio lhe visitar.

i. Um povoado: “Se este povoado era Betânia, onde Mara e Maria moravam, [era] em uma distancia menor do que 3 quilômetros de Jerusalém”. (Clarke)

b. Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo a sua palavra: Marta não conseguiu a ajuda que queria de sua irmã Maria. Não era porque Maria era preguiçosa – ela se preparou tão bem quanto Marta, mas ela também ficou sentada aos pés do Senhor.

i. “Esta era a postura de estudiosos judeus enquanto escutavam as instruções dos rabinos. É neste sentido que São Paulo diz que foi trazido aos PÉS de Gamaliel, Atos 22:3”. (Clarke)

c. Marta, porém, estava muito ocupada com serviço: Marta não fez nada de errado em trabalhar duro por Jesus – aquilo era bom. Seu problema foi que ela ficou muito ocupada com serviço. Ele se distraiu de Jesus.

i. Há muitas pessoas que se tornam rabugentas e irritáveis em seu serviço ao Senhor como Marta se tornou. É fácil olhar para tudo o que fazemos e criticar aquele que parece não fazer tanto quanto. Porém o problema real de Marta não era Maria; era Marta. Ela se distraiu e tirou seus olhos de Jesus.

ii. A frustração de Marta é típica daqueles que diligentemente servem com boa intenção, mas esquecem de também ficar sentados aos pés do Senhor. “O espírito de Marta diz: ‘Se o trabalho for feito, já não é o suficiente?’ O espírito de Maria pergunta se Jesus está bem satisfeito ou não. Tudo deve ser feito em no nome dele e por seu Espírito, ou nada é feito”. (Spurgeon)

2. (41-42) A resposta de Jesus a Marta.

Respondeu o Senhor: “Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”.

a. Marta, Marta: Nós quase conseguimos sentir o amor na voz de Jesus quando disse isto. Marta fez bem – ela queria servir Jesus; mas ela não havia adicionado uma[que] é necessária. A Bíblia fala de apenas uma.

i. Uma coisa pedi ao Senhor; é o que procuro: que eu possa viver na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a bondade do Senhor e buscar sua orientação no seu templo. (Salmo 27:4)

ii. Ao ouvir isso, disse-lhe Jesus: “Falta-lhe ainda uma coisa. …venha e siga-me”. (Lucas 18:22)

iii. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus. ( Filipenses 3:13-14)

iv. “A única coisa evidentemente necessária é aquilo que Maria escolheu – a boa parte que não será tirada dela. Muito claramente isto era sentar-se aos pés de Jesus e escutar sua palavra”. (Spurgeon)

·Sentar-se aos pés de Jesus implica prontidão em aceitar e obedecer ao que Jesus ensina.

·Sentar-se aos pés de Jesus implica submissão a Jesus; a rebelião acabou.

·Sentar-se aos pés de Jesus implica fé em quem Jesus é.

·Sentar-se aos pés de Jesus implica discipulado.

·Sentar-se aos pés de Jesus implica amor.

v. “Se nós formos fortes para o serviço na força que previne distração e inquietação, devemos saber o que é encontrar tempo no meio de todos os deveres da vida para sentarmos aos pés Dele como discípulos”. (Morgan)

vi. “O caminho para atingir o avivamento é começar aos pés do Mestre; primeiro vá lá com Maria e em seguida você poderá trabalhar com Marta”. (Spurgeon)

b. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada: A boa parte de Maria estava em sua simples devoção a Jesus, amando-O escutando Sua palavra. Este foi o foco escolhido por Maria.

i. “Não imagine que sentar-se aos pés de Jesus é algo pequeno, sem significado. Significa paz, pois aqueles que se submetem a Jesus encontram paz através de seu precioso sangue. Significa santidade, pois aqueles que aprendem de Jesus não aprendem pecado, mas são instruídos em coisas amáveis e de boa reputação. Significa força, pois aqueles que se sentam com Jesus e se alimentam dele, são cingidos por sua força; a alegria do Senhor é a força deles. Significa sabedoria, pois aqueles que aprendem do Filho de Deus entendem mais do que anciãos, porque eles mantêm seus estatutos. Significa zelo, pois o amor de Cristo acende os corações que vivem nele, e aqueles que ficam muito com Jesus tornam-se como Jesus, pois, o zelo da casa do Senhor os consome”. (Spurgeon)

·As pessoas dizem que precisamos de avivamento; nós precisamos nos sentar aos pés de Jesus e ouvir Sua palavra.

·As pessoas dizem que precisamos de unidade; nós precisamos nos sentar aos pés de Jesus e ouvir Sua palavra.

·As pessoas dizem que precisamos vencer argumentos; nós precisamos nos sentar aos pés de Jesus e ouvir Sua palavra.

·As pessoas dizem que precisamos alcançar o mundo; nós precisamos nos sentar aos pés de Jesus e ouvir Sua palavra.

ii. É possível dizer que este relato da vida de Jesus nos mostra três tipos de pessoas que dizem seguir Jesus Cristo.

·Há pessoas como Maria: aqueles que sabem servir e também sentar-se aos pés de Jesus.

·Há pessoas como Marta: aqueles que diligentemente e com a melhor das intenções, servem a Deus, mas sem adicionar uma única coisa – um foco contínuo em Jesus; e isto resulta em grande frustração.

·Há pessoas que não fazem nenhuma dessas coisas. Elas não ficam nem na casa com Jesus, pois estão ocupadas demais com suas próprias coisas.

Informação Bibliográfica
Guzik, David. "Comentário sobre Luke 10". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/commentaries/por/tew/luke-10.html. 2024.
 
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