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Sunday, November 24th, 2024
the Week of Christ the King / Proper 29 / Ordinary 34
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Bible Commentaries
Comentário Bíblico Enduring Word Enduring Word
Declaração de Direitos Autorais
Esses arquivos devem ser considerados domínio público e são derivados de uma edição eletrônica disponível no site "Enduring Word".
Esses arquivos devem ser considerados domínio público e são derivados de uma edição eletrônica disponível no site "Enduring Word".
Informação Bibliográfica
Guzik, David. "Comentário sobre John 8". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/commentaries/por/tew/john-8.html. 2024.
Guzik, David. "Comentário sobre John 8". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/
New Testament (2)
versos 1-59
João 8 – A Luz do Mundo
A. Uma mulher pega em adultério é trazida até Jesus para julgamento.
1. (7:53-8:2) Jesus ensina no templo.
Então cada um foi para a sua casa. Jesus, porém, foi para o monte das Oliveiras. Ao amanhecer ele apareceu novamente no templo, onde todo o povo se reuniu ao seu redor, e ele se assentou para ensiná-lo.
a. Cada um foi para a sua casa: O sentido no texto como entendemos é que Jesus confundiu Seus oponentes ao ensinar no templo e então eles foram para casa. Jesus foi para o Monte das Oliveiras para dormir.
i. Como mostra o texto original, esta é uma seção (João 7:53-8:11) com um pouco de debate e controvérsia. Pela evidência atual do manuscrito, parece improvável que esta porção foi parte do texto original do evangelho de João ou pelo menos neste lugar.
·A maioria dos primeiros manuscritos gregos antigos omitem esta seção.
·Muitos manuscritos mais tarde marcam esta seção com asteriscos.
·Um grupo de manuscritos insere esta seção depois de Lucas 21:38.
·Alguns manuscritos têm esta seção depois de João 21:24 e um a possui depois de João 7:36.
·“Toda esta evidência sugere que os escribas eram frequentemente ignorantes sobre sua exata posição, embora ansiosos para retê-la como parte dos quatro Evangelhos”. (Tasker) Eles sabiam que ela pertencia, porém não sabiam exatamente onde.
ii. Alguns cristãos antigos (como Agostino e Ambrose) omitiram essa história, não muito por causa da evidência textual, mas porque eles pensavam que ela fazia Jesus aparentemente aprovar imoralidade sexual, ou pelo menos não a considerar séria.
iii. Ao mesmo tempo, o caráter da história faz parecer óbvio que é genuína e muitos estudiosos observam que é histórica e factual. Os primeiros escritores cristãos mencionam este relato já no início do segundo século (d.C. 100). Nós temos boa razão para crer que isso de fato aconteceu, e que João realmente escreveu isso. Existe algum debate quanto à onde ela pertence nos relatos do evangelho, mas há boa razão para crer que pertence.
iv. “Se não foi de João foi uma interpolação muito precoce: pode possivelmente ter tido a sanção de Simeão ou Judas (início do século 2), o segundo e terceiro bispo de Jerusalém, “irmãos” de nosso Senhor, os últimos sobreviventes da era Apostólica. Estes dois parecem ter estado conectados com a edição desse evangelho, pois eles são provavelmente os ‘nós’ de João 21:24 e os dois discípulos não nomeados de João 21:2”. (Trench)
v. “Se não podemos sentir que esta é parte do evangelho de João podemos sentir que a história é verdadeira sobre o caráter de Jesus”. (Morris)
b. Ele apareceu novamente no templo, onde todo o povo se reuniu ao seu redor, e ele se assentou para ensiná-lo: Se nós considerarmos a cronologia do evangelho de João em sua atual composição, Jesus permaneceu em Jerusalém por alguns dias depois da Festa das Cabanas (João 7:37). Embora as autoridades religiosas quisessem silenciá-Lo e prendê-Lo, Ele ainda ensinou com ousadia grandes multidões no lugar mais público em Jerusalém – no templo.
2. (3-5) A mulher é trazida até Jesus, pega no ato de adultério.
Os mestres da lei e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher surpreendida em adultério. Fizeram-na ficar em pé diante de todos e disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher foi surpreendida em ato de adultério. Na Lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres. E o senhor, que diz?”
a. Trouxeram-lhe uma mulher surpreendida em adultério: Eles fizeram isso enquanto Jesus ensinava publicamente nos pátios do templo. Eles queriam fazer isso da maneira mais pública possível para constranger tanto à mulher quanto a Jesus.
i. “Tudo indica que os acusadores dela tinham alguma vingança especial contra ela. Isso é mostrado também no fato de que eles trouxeram a mulher com eles publicamente…Não havia necessidade para isso. Ela poderia ter sido mantida em custódia enquanto o caso era referido a Jesus”. (Morris)
ii. O verbo (foi) surpreendida está no tempo perfeito. “O perfeito indica um significado como “levada com sua vergonha sobre ela”. Aponta para seu caráter contínuo como adúltera”. (Morris)
b. Esta mulher foi surpreendida em ato de adultério: Os líderes religiosos trouxeram essa mulher para Jesus em circunstâncias cheias de vergonha e humilhantes. Ela foi segurada contra a sua vontade, uma prisioneira sob a custódia da polícia religiosa que a surpreendeu envolvida com um homem que não era seu marido, em ato de adultério.
i. Para mencionar o óbvio, também havia um homem envolvido neste ato de adultério – contudo, o homem culpado não foi trazido diante de Jesus para julgamento. Isso também significava que havia espiões pré-arranjados enviados para testemunhar este caso, e eles cuidadosamente notaram os detalhes sórdidos.
ii. Morris ressalta que legalmente falando, o padrão de evidência era muito alto para esse crime. Tinha que haver duas testemunhas e elas tinham que concordar perfeitamente. Eles tinham que ver o ato sexual acontecer; não era suficiente ver o casal saindo junto do mesmo quarto ou até mesmo deitados na mesma cama juntos. “Os movimentos físicos reais do casal não podiam ser capazes de dar qualquer outra explicação…as condições eram tão rigorosas que elas somente podiam ser alcançadas em raras ocasiões”. (Morris)
iii. “Dentro dessas condições a obtenção de evidência de adultério seria quase impossível se a situação não fosse uma armadilha”. (Boice)
c. Na lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres: É verdade que o adultério era uma ofensa capital dentro da lei judaica, mas as regras para provas em casos capitais eram extremamente rígidas. O ato real tinha que ser observado por múltiplas testemunhas que concordassem exatamente sobre seu testemunho. Como um assunto prático, virtualmente ninguém foi executado por adultério, já que isso era um pecado relativamente privado.
i. “Parece que pelo primeiro século d.C. o rigor completo da lei não era mais aplicado como regra geral, pelo menos em comunidades urbanas”. (Bruce)
ii. “Pela referência à lei no versículo 5 poderia parecer que ela estava suscetível a esta punição em particular porque havia pecado durante o período de noivado, fornicação durante esse período era considerada como adultério”. (Tasker)
d. E o senhor, que diz? Eles armaram uma armadilha para Jesus. Se Jesus dissesse: ““Deixe-a ir”, então pareceria que Ele quebra a Lei de Moisés. Se Ele dissesse: “Executem-na pelo crime de adultério”, então Jesus pareceria severo e talvez cruel. Também, Ele quebraria a lei romana, pois os romanos tinham tirado o direito de execução oficial por ofensas religiosas dos judeus.
i. Este foi um dilema semelhante ao colocado pela pergunta a Jesus sobre pagar impostos a César (Mateus 22:15-22).
3. (6) Jesus ignora os acusadores, como se Ele nunca os ouvisse.
Eles estavam usando essa pergunta como armadilha, a fim de terem uma base para acusá-lo. Mas Jesus inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo.
a. Eles estavam usando essa pergunta como armadilha, a fim de terem uma base para acusá-lo: Os líderes religiosos – homens miseráveis como eram – usaram esta mulher como uma arma contra Jesus. Eles apresentaram-na como uma pecadora diante de Jesus, mas ignoraram seu próprio pecado na situação.
i. Eles não se importavam em nada com a verdadeira justiça, pois ficou evidente que eles arranjaram cuidadosamente tanto o ato adúltero quanto a prisão dela. Eles alegaram que esta mulher foi surpreendida em ato de adultério – contudo eles não trouxeram o homem culpado diante de Jesus. É possível que o homem fosse um deles e eles simplesmente usaram a mulher como uma arma ou peão em seu conflito contra Jesus.
ii. “O adultério não é o tipo de ofensa que pode ser cometida por uma pessoa sozinha; se ela foi pega no flagrante, como o seu parceiro conseguiu escapar?” (Bruce)
iii. “Eles não olharam de jeito nenhum para essa mulher como uma pessoa; estavam olhando para ela apenas como uma coisa, um instrumento pelo qual conseguiriam formular uma acusação contra Jesus”. (Barclay)
b. Jesus inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo: Esta resposta de Jesus foi cuidadosa e deliberada. Em vez de dar uma resposta verbal imediata Ele inclinou-se. E então começou a escrever no chão com o dedo, presumidamente na terra no chão.
i. Inclinou-se indica humildade. Jesus não reagiu com raiva ou ultraje imediato. Ele não gritou com a mulher ou com aqueles que trouxeram a mulher. Ele pausou e inclinou-se.
ii. Inclinou-se é uma postura baixa, se identificando com a humilhação da mulher. Jesus fez o que podia para se identificar, cuidar e aliviar o constrangimento dessa mulher. Pode-se dizer que essa história ilustra o grande problema: como pode Deus mostrar amor e graça ao pecador sem ser injusto, sem quebrar Sua própria lei? Ele faz isso primeiro identificando-se com o pecador em sua baixa condição.
iii. Começou a escrever no chão significa que Jesus conseguia escrever e que ele escreveu na presença da mulher e desses homens. O que Jesus escreveu tem sido uma fonte infinita de especulação para mestres, pregadores e comentaristas.
·Alguns acham que Jesus simplesmente rabiscava na terra. O verbo traduzido para escrever poderia também significar “desenhar”. (Morris)
·Alguns acham que Jesus simplesmente enrolou por tempo.
·Alguns acham que Jesus escreveu a passagem na lei que condenava a mulher adúltera.
·Alguns acham que Jesus escreveu uma passagem como Êxodo 23:1: não seja cúmplice do ímpio, sendo-lhe testemunha mal-intencionada.
·Alguns acham que Jesus escreveu os nomes dos acusadores.
·Alguns acham que Jesus escreveu os pecados dos acusadores.
·Alguns acham que Jesus seguiu a prática judicial romana e escreveu Sua sentença antes de pronunciá-la.
iv. “A palavra normal grega para escrever é graphein; mas aqui a palavra usada é katagrapheini, que pode significar escrever um registro contra alguém”. (Barclay)
c. Mas Jesus inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo: Quando Jesus inclinou-se escreveu, Ele agiu como se nem tivesse ouvido a acusação contra a mulher. Talvez Jesus os ignorou porque desprezava seu trabalho perverso. Talvez Jesus os ignorou porque estava envergonhado pela mulher.
i. Paulo fez referência à mansidão e bondade de Cristo ( 2 Coríntios 10:1) – isso é o que nós vemos demonstrado aqui.
4. (7-8) Jesus sentencia os acusadores.
Visto que continuavam a interrogá-lo, ele se levantou e lhes disse: “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela”. Inclinou-se novamente e continuou escrevendo no chão.
a. Visto que continuavam a interrogá-lo: Jesus inclinou-se, escreveu o chão e agiu como se não tivesse ouvido os acusadores da mulher pega em adultério. Os homens que trouxeram a mulher não pararam de perguntar a Jesus o que deveria ser feito com ela – continuavam a interrogá-lo.
b. Ele se levantou e lhes disse: Jesus disse isso diretamente aos acusadores da mulher, de pé para fazer contato visual com eles.
c. Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar Pedra nela: Na lei judaica, testemunhas de um crime capital começavam o apedrejamento. Jesus na verdade disse: “Podemos executá-la, mas devemos fazer isso corretamente. Uma das testemunhas deve começar a sua execução. Então quem dentre vocês é aquele que testemunhou este crime e somente trouxe a mim a mulher, não o homem? Quem planejou a humilhação desta pobre mulher?”
i. Em invés de sentenciar a mulher, Jesus sentenciou os acusadores dela. Ele não disse: “Não a executem”. Ele simplesmente exigiu que a justiça fosse aplicada de forma justa e correta.
ii. Se algum de vocês estiver sem pecado: Não era que estes homens haviam pecado uma ou duas vezes antes, e por isso não tinham direito de ter algo a ver com o pecado da mulher. É que eles orquestraram e tramaram o pecado e vergonha dela, usando-a como uma arma contra Jesus. Neste incidente direto eles possuíam um pecado e culpa maiores.
iii. Com isso Jesus expôs um pecado comum: um desejo de punir os pecados dos outros, enquanto ignorando o seu próprio pecado. O Rei Davi foi um exemplo disso quando o Profeta Natã lhe contou a história de um homem que furtou e matou a cordeira de estimação de um outro homem ( 2 Samuel 12:1-10).
iv. Se devemos olhar para os pecados dos outros, devemos estar cientes de que também pecamos. Ainda há um lugar para expor, repreender e lidar diretamente com os pecados dos outros na família de Deus, porém isso deve sempre ser feito com um coração que reconhece a si mesmo como um pecador perdoado. Quando feito certo, confrontar o pecado é feito mais frequentemente com lágrimas e um coração partido do que com raiva e condenação.
d. Inclinou-se novamente e continuou escrevendo no chão: Jesus pareceu fazer tudo o que ele podia parar acalmar a agitação e tensão da cena, provavelmente por preocupação pela dignidade e segurança da mulher. Novamente, Jesus continuou escrevendo no chão.
i. Ele não encarou os homens acusadores em um ato de intimidação. Jesus fez tudo nessa situação para deixar as coisas menos tensas, e não mais tensas. Ele não tentou mudá-las por meio da intimidação.
ii. Jesus continuou a se importar com a vergonha da mulher e fez o que pôde para aliviá-la. A vergonha pode servir um propósito útil, porém Deus nunca pretendeu que ela seja uma condição permanente.
5. (9) Os acusadores respondem indo embora.
Os que o ouviram foram saindo, um de cada vez, começando pelos mais velhos. Jesus ficou só, com a mulher em pé diante dele.
a. Os que o ouviram foram saindo: Eles foram convencidos pelo que ouviram de Jesus. aparentemente não foi o que Jesus escreveu (embora possa ter tido algo a ver com isso). Mais ainda, foi o que Jesus disse que convenceu a consciência deles.
i. Ela falou sobre estes homens que a consciência deles não estava morta ou queimada. eles ainda podiam ser convencidos pela sua consciência. Eles estavam mais cientes de seu próprio pecado do que do pecado da mulher.
b. Um de cada vez, começando pelos mais velhos: Entendemos por que eles foram embora; eles foram convencidos pela sua consciência. não está imediatamente claro porque eles foram embora em ordem; começando pelos mais velhos. Talvez os mais velhos tenham ido embora primeiro porque entenderam mais facilmente que Jesus estava falando sobre eles.
i. “O tempo contínuo neste último verbo dá a ideia de algo como uma procissão. Eles continuaram saindo”. (Morris)
ii. Alguns especulam que Jesus escreveu no chão um relato de seus próprios pecados, começando dos mais velhos para os mais novos – explicando a ordem de sua partida.
c. Com a mulher em pé diante dele: Esta é a única referência no relato sobre a postura física da mulher. É possível que os líderes religiosos que a trouxeram até Jesus forçaram-na a ficar de pé durante a provação. Contudo, a natureza humana e a repetida postura inclinada de Jesus sugerem que a mulher, durante algum tempo ou toda essa provação, estava em uma postura baixa no chão.
i. A antiga palavra grega traduzida para de pé (hestimi) muitas vezes significa “levantar-se”, mas às vezes é entendida em um sentido figurado – como pôr ou colocar, como em Mateus 4:5 e 18:2. A frase em pé diante dele não exige que a mulher estivesse realmente de pé sobre seus pés.
ii. Trench diz sobre um uso posterior de hestimi em João 18:18 e 18:25: “Lucas é bem definitivo que eles e Pedro estavam sentados: como também Mateus com relação a Pedro. João parece falar deles e de Pedro como estando de pé: mas estas palavras usadas por João são tão frequentemente idiomáticas para querer meramente significar ‘estar parado’, ‘continuar’, ‘estar lá’, ‘estar’, exatamente como o italiano stare, que o em pé não pode ser pressionado – não mais aqui do que, por exemplo, nos outros 19 lugares onde ocorrem no evangelho de João”. (Trench)
6. (10-11) Jesus desafia a mulher a não pecar mais.
Então Jesus pôs-se em pé e perguntou-lhe: “Mulher, onde estão eles? Ninguém a condenou?” “Ninguém, Senhor”, disse ela. Declarou Jesus: “Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado”.
a. Então Jesus pôs-se em pé: Os acusadores foram embora enquanto Jesus estava agachado ao chão escrevendo na terra.
b. Mulher, onde estão eles? ninguém a condenou? Com seus acusadores fora não havia mais ninguém para condenara mulher e o próprio Jesus não a condenou.
c. “Ninguém, Senhor”, disse ela: A mulher – culpada de pecado e um grande pecado – conheceu a bondade de não ser condenada. Ela passou do pecado e da sentença de morte para o perdão e a vida.
d. Eu também não a condeno: Em certo sentido, Jesus tomou a culpa dela para a Si mesmo, especialmente quando Ele se inclinou de maneira tão demonstrável. Somente Ele era sem pecado entre eles. Conhecendo todas as coisas, Ele tinha direito de atirar a primeira pedra – mas Ele não atirou. A mulher encontrou o refúgio na conexão com Jesus.
i. “Eles conheciam a emoção de exercitar poder de condenar; Jesus conhecia a emoção de exercitar o poder de perdoar”. (Barclay)
ii. Em certo sentido, Jesus modelou aqui a grande verdade de Romanos 8:1: De que não há condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus.
e. Agora vá e abandone sua vida de pecado: Jesus a mandou embora com um chamado para parar de pecar e continuar parada com relação a aquele pecado. Ele a mandou embora sem jamais aprovar ou aceitar o pecado dela.
i. “A forma do comando implica um cessar em cometer uma ação já iniciada: ‘Pare com o seu hábito pecaminoso’. E o ‘abandone’ aponta para o pensamento de não retornar”. (Morris)
ii. Jesus fez várias coisas com essas palavras poderosas.
·Ele reconheceu que o que a mulher havia feito era pecado, por que Ele a mandou parar de pecar.
·Ele mandou que ela se arrependesse e não continuasse com o seu pecado.
·Ele a deu esperança de que sua vida poderia continuar em liberdade do pecado sexual.
·Ele deu a ela uma palavra de esperança para falar contra a vergonha que posteriormente provavelmente ameaçaria sobrecarregar a vida dela.
iii. A mulher precisava de esperança porque as consequências do seu pecado eram severas o bastante. Depois disso ela provavelmente seria evitada por sua comunidade e rejeitada por seu marido, talvez até divorciada (presumindo que era casada ou noiva).
B. A Luz do Mundo responde a oposição no templo.
1. (12) Jesus, a luz do mundo.
Falando novamente ao povo, Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida”.
a. Falando novamente ao povo, Jesus: Se pegarmos o arranjo do Evangelho de João como ele está no texto comum, o incidente da mulher surpreendida em adultério interrompeu Jesus quando Ele ensinava nos pátios do templo nos dias imediatamente a seguir da Festa das Cabanas.
b. Eu sou a luz do mundo: A luz era um símbolo importante na Festa das Cabanas. Durante a festa muitos emblemas de cerimônias lembravam a coluna de fogo que deu luz a Israel durante o Êxodo. Agora, Jesus pegou este símbolo importante e simplesmente aplicou a Si mesmo: Eu sou a luz do mundo.
i. Barclay e vários outros conectam os dizeres luz do mundo com uma cerimônia associada à Festa das Cabanas conhecida como A Iluminação do Templo. “Era o costume durante a primeira noite, se não durante cada noite, da Festa das Cabanas, acender dois grandes candelabros dourados no pátio das mulheres, a luz que iluminava toda a Jerusalém. Por toda aquela noite eles realizavam uma dança festiva perto da luz”. (Alford)
ii. Este foi um contraste forte e eloquente à escuridão daqueles se opondo a Jesus, aqueles que trouxeram a Ele apenas a mulher surpreendida em adultério.
iii. “‘Eu sou’ é enfático. É o próprio estilo de divindade que vimos empregada antes neste Evangelho”. (Morris)
c. Quem me segue, nunca andará em trevas: Jesus, sendo a luz do mundo, traz luz para aqueles que O seguem. Quando O seguimos, permanecemos na luz e não andamos em trevas.
i. Quem me segue: “Se um homem pudesse viajar tão rápido que sempre segue o sol, é claro que ele sempre estaria na luz. Se caso chegasse o dia em que a velocidade da ferrovia fosse igual a velocidade do movimento do mundo, então um homem pudesse viver de maneira que nunca perca a luz. Agora que ele segue Cristo nunca andará em trevas”. (Spurgeon)
ii. As Escrituras Hebraicas muitas vezes falam da Palavra de Deus como luz.
·A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho (Salmo 119:105).
·Envia a tua luz e a tua verdade; elas me guiarão (Salmo 43:3).
iii. Como Jesus é a Palavra (João 1:1), faz perfeito sentido que ele também seja a luz.
2. (13-16) A primeira testemunha de Jesus: o próprio Jesus.
Os fariseus lhe disseram: “Você está testemunhando a respeito de si próprio. O seu testemunho não é válido!” Respondeu Jesus: “Ainda que eu mesmo testemunhe em meu favor, o meu testemunho é válido, pois sei de onde vim e para onde vou. Mas vocês não sabem de onde vim nem para onde vou. Vocês julgam por padrões humanos; eu não julgo ninguém. Mesmo que eu julgue, as minhas decisões são verdadeiras, porque não estou sozinho. Eu estou com o Pai, que me enviou.
a. Você está testemunhando a respeito de si próprio. O seu testemunho não é válido! Jesus apenas proclamou que Ele era a luz do mundo, porém os fariseus não conseguiam ver isso. Eles não conseguiam ver Sua luz, mas foi porque eles estavam cegos, não porque a luz de Jesus falhou em brilhar.
i. Um homem que enxerga não precisa de ninguém para provar a luz; ele simplesmente a vê. “A luz estabelece sua reivindicação. Faz isso, não por argumentos, mas ao brilhar. A luz em si deve sempre ser aceita, e isso apesar das objeções dos cegos”. (Morgan)
ii. Os fariseus não conseguiam provar que Jesus não era o Messias que afirmava ser. Eles esperavam mudar o argumento dizendo que Jesus não podia provar a Si mesmo como sendo o Messias de Deus, que Ele não tinha uma testemunha para provar a afirmação.
iii. Se eles não pudessem matar Jesus a testemunha, eles tinham esperança de intimidá-Lo. Se eles não pudessem intimidá-Lo, tinham esperança de mostrar que ele era uma testemunha duvidosa e não confiável.
b. Ainda que eu mesmo testemunhe em meu favor, o meu testemunho é válido: Jesus concordaria que dentro de circunstâncias normais, o testemunho de um homem com relação a Ele mesmo não podia ser estabelecido como verdade. No entanto, Jesus destacou que estava qualificado para dar testemunho sobre Si mesmo.
i. Jesus pode testemunhar sobre Si mesmo porque Ele (e não eles) tinha uma visão da eternidade: Sei de onde vim e para onde vou.
ii. Jesus pode testemunhar sobre Si mesmo porque Ele (e não eles) julgava de maneira justa: vocês julgam por padrões humanos. “Eles constituíram a si mesmos como juízes Dele, e decidiram contra Ele, porque ‘por padrões humanos’ Ele nasceu na Galiléia”. (Dods)
iii. Jesus pode testemunhar sobre Si mesmo porque Seu testemunho era completamente apoiado por Deus Pai: As minhas decisões são verdadeiras, porque não estou sozinho. eu estou com o pai, que me enviou.
iv. “Ele deve dar testemunho de Si mesmo: mais ninguém está qualificado para dar testemunho sobre Sua natureza e sobre Sua obra essencial”. (Trench)
c. Eu estou com o pai, que me enviou: Embora os líderes religiosos protestassem, Jesus estava absolutamente decidido e seguro sobre Sua identidade, apesar de todas as vozes que Lhe diziam o contrário. Este estado de ser decidido e seguro sobre a própria identidade é um padrão maravilhoso para os crentes de hoje.
3. (17-18) A segunda testemunha de Jesus: Deus Pai.
Na Lei de vocês está escrito que o testemunho de dois homens é válido. Eu testemunho acerca de mim mesmo; a minha outra testemunha é o Pai, que me enviou”.
a. Na Lei de vocês está escrito que o testemunho de dois homens é válido: Jesus acreditava que seu testemunho era o suficiente. Contudo, para acomodá-los, ele também trouxe um outro testemunho.
i. “Se os judeus daquela época demandam duas testemunhas para satisfazer a lei judaica de provas, essas duas testemunhas existem; elas são Jesus e Seu Pai”. (Tasker)
b. Eu testemunho acerca de mim mesmo; a minha outra testemunha é o Pai, que me enviou: Deus pai também testificou que Jesus era o Messias, o Filho de Deus e Deus Filho.
i. “Nosso Senhor fala aqui exatamente no caráter de um embaixador. Uma pessoa como essa não traz consigo uma segunda para atestar sua verdade; suas credenciais de seu rei determinam seu caráter: ela representa a pessoa do rei. Assim, nosso Senhor representa o Pai dando testemunho com ele”. (Clarke)
4. (19-20) Jesus conhece Seu Pai; os fariseus não conheciam.
Então lhe perguntaram: “Onde está o seu pai?” Respondeu Jesus: “Vocês não conhecem nem a mim nem a meu Pai. Se me conhecessem, também conheceriam a meu Pai”. Ele proferiu essas palavras enquanto ensinava no templo, perto do lugar onde se colocavam as ofertas. No entanto, ninguém o prendeu, porque a sua hora ainda não havia chegado.
a. Onde está o seu pai? Os fariseus provavelmente tinham intenção disso ser um insulto profundamente cortante a Jesus. Eles se referiram à controvérsia em torno de Seu nascimento virginal, e aos rumores de que não foi uma concepção milagrosa, mas sim impura.
i. “No Oriente, questionar a paternidade de um homem é um insulto definitivo à sua legitimidade”. (Tenney)
b. Vocês não conhecem nem a mim nem a meu Pai: Em referência à paternidade de Jesus, os fariseus achavam que possuíam alguma informação prejudicial ou escandalosa sobre Ele. Eles devem ter pensado: “Veja como Ele reage quando nós revelamos o que sabemos sobre Ele”. Em resposta, Jesus deixou claro que eles não sabiam nada sobre Ele ou Seu Pai.
i. “Eles tinham orgulho dos seus próprios conhecimentos sobre seu Deus. Jesus disse a eles que eles não têm nenhum conhecimento sobre Ele”. (Morris)
c. Ele proferiu essas palavras enquanto ensinava no templo: João nos lembra que Jesus teve este debate com os seus oponentes no lugar mais público em Jerusalém – bem no Monte do Templo. Ainda assim, ninguém o prendeu, porque a sua hora ainda não havia chegado.
5. (21-22) Jesus conta sobre Sua iminente partida; os líderes religiosos O insultam.
Mais uma vez, Jesus lhes disse: “Eu vou embora, e vocês procurarão por mim, e morrerão em seus pecados. Para onde vou, vocês não podem ir”.
Isso levou os judeus a perguntarem: “Será que ele irá matar-se? Será por isso que ele diz: ‘Para onde vou, vocês não podem ir’?”
a. Eu vou embora… Para onde vou, vocês não podem ir: Jesus sabia que estava indo para o céu. Por causa do ódio deles contra Ele, Jesus podia dizer que Seus acusadores não iriam para o céu. Para onde Ele estava indo, eles não podiam seguir.
i. Se seguirmos Jesus na terra, O seguiremos para o céu. Se não expressamos nenhum desejo de segui-Lo na terra, o que nos faria pensar que O seguiríamos para o céu?
b. Será que ele irá matar se? Isso foi outro insulto contra Jesus. Os judeus da época de Jesus ensinavam que os níveis mais baixos de Hades eram para aqueles que cometiam suicídio. Aqui os fariseus tentaram distorcer as palavras de Jesus para insinuar que Ele cometerá suicídio e por isso será condenado.
i. “De acordo com o pensamento judeu, as profundezas do inferno eram reservadas para aqueles que tiravam suas próprias vidas”. (Barclay)
6. (23-24) Dois destinos: Jesus irá para a glória; em seu percurso presente eles morrerão em seus pecados.
Mas ele continuou: “Vocês são daqui de baixo; eu sou lá de cima. Vocês são deste mundo; eu não sou deste mundo. Eu lhes disse que vocês morrerão em seus pecados. Se vocês não crerem que Eu Sou, de fato morrerão em seus pecados”.
a. Vocês São daqui de baixo; eu sou lá de cima. vocês são deste mundo; eu não sou deste mundo: Os fariseus que se opunham à Jesus insinuaram que Ele iria para o céu como um suicida (de acordo com o ensinamento deles). Jesus respondeu que eles de fato tinham destinos diferentes, só que não como pensavam.
b. Se vocês não crerem que Eu Sou, de fato morrerão em seus pecados: Estes homens eram líderes religiosos, ainda assim viviam naquela escuridão que enchia suas mentes e ações. A escuridão permanecia porque eles rejeitaram (não crerem) a luz. Jesus lhes deu um alerta sério; o dia da graça não duraria para sempre. A morte faria de sua escuridão pecaminosa permanente.
i. As pessoas nascem em pecado (Salmo 51:5) e se nós nos segurarmos ao nosso pecado e não lidarmos com ele, morreremos em nossos pecados. Como deve se lidar com todo pecado, aqueles que morrem em seus pecados terão que pagar por seus pecados no inferno. Porém se lidarmos com nossos pecados agora, desse lado da morte, confiando em quem é Jesus e o que Ele fez para nos salvar, podemos evitar morrer em nossos pecados.
ii. “O plural ‘pecados’ é usado no versículo 24, ao contrário do singular ‘pecado’ no versículo 21; se o singular expressa a raiz do pecado da incredulidade, o plural expressa aquelas atitudes, palavras e ações particulares que compõem seus frutos”. (Bruce)
c. Se vocês não crerem que Eu Sou, de fato morrerão em seus pecados: Jesus os chamou para crerem que Eu Sou. O “Sou” Está corretamente em maiúsculo e adicionado pelos tradutores. O título “Eu Sou” é uma reivindicação à divindade e para que os fariseus sejam salvos de morrer em seus pecados, eles devem crer em Jesus e em quem Ele realmente é – Deus Filho.
i. “Deveríamos provavelmente entender isso nos termos da expressão similar na Septuaginta, que é o estilo de divindade…A mesma expressão grega ocorre em 6:20 e 18:6, nenhuma das quais é difícil de entender”. (Morris)
7. (25-27) Jesus conta sobre Sua dependência em Deus Pai para tudo o que disse.
“Quem é você?”, perguntaram eles. “Exatamente o que tenho dito o tempo todo”, respondeu Jesus. “Tenho muitas coisas para dizer e julgar a respeito de vocês. Pois aquele que me enviou merece confiança, e digo ao mundo aquilo que dele ouvi.” Eles não entenderam que lhes estava falando a respeito do Pai.
a. Quem é você? Essa é uma pergunta maravilhosa a se fazer com um coração sincero. Contudo essa pergunta dos fariseus veio de uma combinação de confusão proposital e desprezo. Embora Jesus tenha contado a eles por várias vezes quem Ele era, eles continuavam a perguntar, sempre esperando por uma resposta que pudessem usar para prendê-Lo e condená-Lo.
i. Algumas perguntas não são usadas para descobrir a verdade; elas são usadas para resistir à verdade e justificar uma recusa a crer. Os líderes religiosos fizeram muitas perguntas hostis:
·Onde está o seu pai? (João 8:19)
·Será que ele irá matar-se? (João 8:22)
·Quem é você? (João 8:25)
ii. “A pergunta ‘Quem é você, afinal?’ mostra a exasperação dos fariseus com as dicas e alegações aparentemente extravagantes de Jesus”. (Tenney)
b. Exatamente o que tenho dito o tempo todo: Jesus não tinha uma resposta nova para eles. Ele repetiria as verdades e temas que falou a eles muitas vezes antes.
i. Tenho muitas coisas para dizer e julgar a respeito de vocês: “Eu poderia rapidamente expor todas as suas iniquidades – seu orgulho e ambição, sua hipocrisia e falta de religião, seu ódio pela luz e sua malícia contra a verdade, juntos com a descrença obstinada atual de seus corações, e mostrar que essas são as razões pelas quais eu digo que vocês morrerão em seus pecados”. (Clarke)
c. Digo ao mundo aquilo que dele ouvi: Jesus enfatizou o ponto novamente de que Suas palavras vinham de Deus Pai. Por isso se os fariseus se opunham à Jesus, eles na verdade se opunham a Deus Pai.
8. (28-30) Jesus fala sobre Sua dependência em Deus Pai para tudo o que faz.
Então Jesus disse: “Quando vocês levantarem o Filho do homem, saberão que Eu Sou, e que nada faço de mim mesmo, mas falo exatamente o que o Pai me ensinou. Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sozinho, pois sempre faço o que lhe agrada”. Tendo dito essas coisas, muitos creram nele.
a. Quando vocês levantarem o Filho do homem: O “levantarem” que Jesus descreveu não tinha nada a ver com “exaltar” Jesus nas maneiras que normalmente pensamos. Não era para dar a Ele aplausos e celebridade. Em vez disso, tinha a ver com “levantar” Jesus do chão em uma cruz. Quando Jesus fosse crucificado, eles veriam a obediência perfeita do Filho ao Pai. Eles veriam que verdadeiramente nada faço de mim mesmo.
i. “O ‘levantar’ Dele seria sua vindicação: e então estaria manifesto que ele havia agido e falado através da autoridade do Pai”. (Bruce)
b. Ele não me deixou sozinho: A unidade entre o Pai e o Filho continua e continuará. Apesar das acusações dos fariseus, Jesus estava mais próximo do Seu Pai do que nunca.
c. Sempre faço o que lhe agrada: Jesus foi ousado o suficiente para dizer essas palavras aos Seus adversários – essencialmente desafiando os Seus inimigos a achar alguma coisa que Ele fez ou faz que não é agradável a Deus Pai. Em resposta, Seus inimigos ficaram em silêncio. Este foi um testemunho extraordinário a como Jesus era sem pecados.
i. Sempre faço o que lhe agrada: É fácil dizer: “Eu sempre faço a vontade do Pai”, quando você apenas debate pontos teológicos. É outra coisa inteiramente “sempre fazer a vontade do Pai” quando isso significa ir para a cruz. A cruz provaria a obediência perfeita de Jesus.
d. Tendo dito essas coisas, muitos creram nele: Quando os fariseus ouviram Jesus falar eles se opuseram mais a Ele. Contudo, havia muitos que ouviram as mesmas palavras e creram nele. Eles creram apesar da evidente oposição dos líderes religiosos.
i. A mensagem de Jesus de Sua união com o Pai foi tão bem recebida por alguns pois Sua vida era consistente com a mensagem. Ao contrário dos fariseus, poderia se dizer que Jesus estava próximo a Deus. Os fariseus cultivavam uma imagem de intimidade com Deus, porém era evidente que eles não estavam de verdade próximos a Deus.
9. (31-32) Jesus oferece discipulado e liberdade para aqueles crendo Nele.
Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”.
a. Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: O versículo anterior nos conta que muitos creram nele (João 8:30). Jesus falou com aqueles que tiveram aquele começo de crença, dizendo-os o que eles precisavam para continuar na crença.
i. “Esta seção do discurso é dirigida àqueles que creem, e ainda assim não creem. Claramente eles estavam inclinados a pensar que o que Jesus disse era verdade. Mas eles não estavam preparados para entregar a Ele a fidelidade de longo alcance que a verdadeira confiança Nele implica. Este é um estado espiritual muito perigoso”. (Morris)
b. Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos: Se quisermos ser discípulos de Jesus, devemos permanecer em Sua palavra. Não há outra maneira. Ser um seguidor de Jesus – a Palavra feita carne – é permanecer (viver, habitar, fazer seu lar) em Sua palavra.
i. Se vocês permanecerem firmes na minha palavra: “Para aqueles que acabaram de ser descritos como crendo Nele Jesus continuou dizendo: ‘Se você’ – enfatizado na distinção daqueles que não creram – ‘permanecerem firmes na minha palavra’ – não concordando em tomar o primeiro passo na direção da fé e obediência – ‘então’ – mas não até lá – ‘vocês são realmente meus discípulos’”. (Dods)
ii. Tasker descreveu o que significa permanecer firme em Sua palavra: “Acolhendo-a, estando em casa com ela e vivendo com ela tão continuamente que ela se torna parte da vida do crente, uma influência e estímulo permanente em cada avanço fresco na bondade e santidade”. (Tasker)
iii. Esta também é uma outra afirmação refletindo a unidade entre o Pai e o Filho. Jesus chamou os homens para permanecerem em Sua palavra. Na boca de qualquer outro que não fosse Jesus, essas palavras seriam absurdas.
iv. “Nosso tratamento das palavras do Senhor nos discrimina: Ele que tem meus mandamentos e os mantêm, é aquele que Me ama”. (Meyer)
c. Conheceram a verdade, e a verdade os libertará: Este é o resultado de permanecer na palavra de Jesus. Nós nos provamos sermos seus discípulos e conhecemos a verdade, e Deus realiza Sua liberdade em nossa vida através da verdade Dele. A verdade da qual Jesus falou não vem apenas de uma busca acadêmica da verdade em geral; mas de permanecer em Sua palavra e ser Seu discípulo.
i. Não há nada como a liberdade que podemos ter em Jesus. Nenhum dinheiro pode comprá-la, nenhum status pode obtê-la, nenhuma obra pode ganhá-la, e nada se compara a ela. É trágico que nem todo o cristão experimenta essa liberdade a qual nunca pode ser encontrada exceto permanecendo na palavra do Senhor e sendo discípulo de Jesus.
10. (33-36) Jesus responde ao protesto deles que eles já estão livres.
Eles lhe responderam: “Somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como você pode dizer que seremos livres?” Jesus respondeu: “Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado. O escravo não tem lugar permanente na família, mas o filho pertence a ela para sempre. Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres.
a. Somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém: A reação dos líderes religiosos não foi: “Isso é maravilhoso! Nos conte mais sobre o que significa ser livre confiando em Sua palavra”. Em vez disso eles reagiram: nós não precisamos disso. Nós somos bons.
i. Esta foi uma afirmação notável e impensada. O povo judeu foi escravo do Egito e dos Filisteus; da Babilônia, Pérsia, Síria e Roma. “Não havia uma guarnição de romanos olhando do castelo para os próprios pátios do Templo onde essa falsidade arrogante foi proferida?” (Maclaren)
ii. Contudo, muitas pessoas judias daquele tempo tinham um forte senso de sua própria independência. “Josefo escreve dos seguidores de Judas na Galiléia que lideraram uma revolta famosa contra os romanos: ‘Eles têm um apego inviolável à liberdade, eles dizem que Deus será seu único Governante e Senhor’ (Josefo, Antiguidades dos Judeus, 18:1.6)” (Barclay)
iii. “O poder de enganar a si mesmo no homem não convertido é infinito”. (Ryle)
b. Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado: Pecado nessa passagem está em um tempo verbal indicando uma ação habitual e contínua. A pessoa em pecado habitual é um escravo do pecado.
i. “A construção principal ‘todo aquele que vive pecando’ está no tempo presente, o que implica um hábito contínuo de pecar ao invés de um lapso ocasional”. (Tenney)
ii. “Há outro tipo de escravidão sem ser social ou económica. O pecado é um mestre de escravos, e é possível até mesmo para pessoas que pensam sobre si mesmas como livres estarem escravizadas no pecado”. (Bruce)
iii. “É muito mais comum para o homem nunca ter feito algum mal qualquer, nunca ter ficado bêbado, nunca ter roubado ou algo do gênero, do que tê-lo feito apenas uma vez”. (Maclaren)
iv. “Não devemos minimizar a força do ‘servo’. Não significa uma pessoa que é paga com salários e que tem uma área considerável de liberdade. Significa um escravo”. (Morris)
c. O escravo não tem lugar permanente na família, mas o filho pertence a ela para sempre: Escravidão para o pecado é o pior tipo de escravidão, pois não há como escapar de você mesmo. Um Filho deve nos libertar e o Filho de Deus nos liberta e nos traz para dentro da família de Deus.
i. “O escravo não tem lugar permanente na família; ele pode ser dispensado ou vendido”. (Dods)
d. Se o filho os libertar, vocês de fato serão livres: Se formos libertos de nossa escravidão para o pecado – libertos por um Filho, e libertos permanecendo na palavra de Jesus e sendo Seu discípulo – então nós somos de fato livres, tendo uma verdadeira liberdade que contrasta à “liberdade” que os fariseus cegamente alegaram em João 8:33.
i. Se o filho os libertar: “Assim, o escravo do pecado não pode ele mesmo mudar sua condição. Ele não pode converter a si mesmo, nem pode ele ser convertido por qualquer companheiro pecador… O libertador de nossa escravidão deve vir de fora das fileiras da humanidade escravizada”. (Tasker)
ii. “Se somos escravos do Pecado, então podemos ser transferidos de sua casa e trazidos para nosso verdadeiro lar na casa de nosso Pai. Aqui então, está a abençoada esperança para todos nós”. (Maclaren)
iii. Uma mulher cristã de 82 anos de Hong Kong contou sobre a vida dela na China, mas ainda usou muito do vocabulário que os comunistas usavam ao descrever sua revolução – eles a chamavam de “a liberação”. Foi perguntado a ela: “Quando você estava de volta na China, você tinha a liberdade de se reunir com outros cristãos para adorar?” “Oh, não”, ela respondeu. “Desde a liberação não é permitido a ninguém se reunir para a cultos cristãos”. “Mas certamente você era capaz de se reunir em grupos pequenos e discutir a fé cristã?” “Não, nós não éramos”, a mulher respondeu. “Desde a liberação todas as reuniões como esta são proibidas”. “Você era livre para ler a Bíblia?” “Desde a liberação, ninguém é livre para ler a Bíblia”.
iv. O ponto é claro: liberdade não consiste na palavra “liberdade”, ou em palavras, mas num relacionamento com Jesus Cristo, através de permanecer em Sua Palavra e ser Seu discípulo.
11. (37-41a) Eles se provam serem diferentes de seu pai Abraão.
Eu sei que vocês são descendentes de Abraão. Contudo, estão procurando matar-me, porque em vocês não há lugar para a minha palavra. Eu lhes estou dizendo o que vi na presença do Pai, e vocês fazem o que ouviram do pai de vocês”. “Abraão é o nosso pai”, responderam eles. Disse Jesus: “Se vocês fossem filhos de Abraão, fariamas obras que Abraão fez. Mas vocês estão procurando matar-me, sendo que eu lhes falei a verdade que ouvi de Deus; Abraão não agiu assim. Vocês estão fazendo as obras do pai de vocês”.
a. Eu sei que vocês são descendentes de Abraão: Jesus admitiria que eles são descendentes de Abraão em um sentido genético, mas Abraão não era pai deles em um sentido espiritual. Quando mensageiros do céu vieram para Abraão, ele os recebeu (Gênesis 18); mas estes descendentes genéticos de Abraão rejeitaram e procuraram matar Aquele que fora enviado do céu.
i. “Incentivar intenções assassinas contra alguém que compartilhou a verdade de Deus com eles não é a marca dos filhos de Abraão”. (Bruce)
b. Porque em vocês não há lugar para a minha palavra: A rejeição deles da palavra de Jesus e de Jesus a Palavra provou que eles não eram como Abraão, e que eles não tinham a liberdade que vem de permanecer em Sua palavra.
i. Spurgeon considerou várias maneiras em que a palavra de Deus deveria ter um lugar no crente.
·A palavra de Deus deve ter um lugar interno.
·A palavra de Deus deve ter um lugar de grande honra.
·A palavra de Deus deve ter um lugar de confiança.
·A palavra de Deus deve ter um lugar de lei.
·A palavra de Deus deve ter um lugar de amor.
·A palavra de Deus deve ter um lugar permanente.
c. Eu lhes estou dizendo o que vi na presença do pai: Jesus os lembrou que o que Ele fez era consistente com Seu pai, e o que eles fizeram era consistente com o pai deles (vocês fazem o que ouviram do pai de vocês). Jesus em breve falaria claramente para eles quem era o pai deles.
d. Abraão é nosso pai: Os líderes religiosos protestaram que Abraão era seu verdadeiro pai. Isto era verdade em um sentido genético, mas não em um sentido espiritual. Jesus concordou que eles eram descendentes (João 8:37) de Abraão, mas não filhos de Abraão porque eles procuravam matar Jesus quando Abraão O abraçou. Eles estavam fazendo as obras do pai deles.
i. Jesus expôs a inconsistência na vida deles. Eles diziam que eram filhos de Abraão, porém não agiam assim nem um pouco. “Se a origem deles podia ser inteiramente traçada até Abraão, então sua conduta deveria lembrar a dele”. (Dods)
ii. O ponto de Jesus foi importante. Nossa paternidade espiritual é o que determina a nossa natureza e nosso destino. Se nascermos de novo e tivermos Deus como nosso Pai, isso será mostrado em nossa natureza e destino. No entanto, se nosso pai é Satanás ou Adão isso também será mostrado em nossa natureza e destino – assim como é mostrado nestes adversários de Jesus.
12 (41b-43) Os líderes religiosos novamente questionam a paternidade de Jesus.
Protestaram eles: “Nós não somos filhos ilegítimos. O único Pai que temos é Deus”. Disse-lhes Jesus: “Se Deus fosse o Pai de vocês, vocês me amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui. Eu não vim por mim mesmo, mas ele me enviou. Por que a minha linguagem não é clara para vocês? Porque são incapazes de ouvir o que eu digo.
a. Nós não somos filhos ilegítimos: Como anteriormente em João 8:19, eles novamente insultaram a paternidade de Jesus, O chamando de filho ilegítimo. A insinuação era: “Nós não somos filhos ilegítimos, mas não sabemos sobre Você, Jesus”.
i. “Embora João não fale diretamente do nascimento virginal, pode haver indícios de que ele sabia disso e que algumas das pessoas sabiam que havia um mistério em torno da origem de Jesus”. (Tenney)
b. Se Deus fosse o pai de vocês, vocês me amariam: Jesus novamente fez uma alegação notável de que Ele e Seu Pai eram e são tão próximos em natureza que se alguém vive de verdade como se Deus fosse seu Pai, também amaria Jesus. Não há lugar para a pessoa que diz: “Eu amo Deus, mas rejeito Jesus”.
c. Pois eu vim de Deus e agora estou aqui: Jesus descreveu aqui Sua união de natureza, propósito e vontade com Deus Pai.
i. “Estou aqui transmite o resultado de eu vim, que deve ser compreendido em seu significado teológico mais profundo, da vinda do Filho Eterno da essência do Pai”. (Alford)
ii. Eu vim de Deus e agora estou aqui: “Isso aponta para a Sua vida terrena como sendo um resultado permanente de um ato inicial que foi voluntário e próprio Dele, e por trás do qual se estendeu por uma existência indefinida”. (Maclaren)
iii. “Enquanto os judeus pensassem que havia apenas Uma Pessoa na Divindade, era impossível para eles crerem corretamente em nosso Senhor: daí Sua insistência a seus teólogos de que Ele tem um Pai; que Ele não é o Pai, mas é o Filho; que o Filho, embora não seja o Pai, é para todos aquele Deus.
d. Por que a minha linguagem não é clara para vocês? Porque são incapazes de ouvir o que eu digo: Jesus explicou que o problema com sua falta de compreensão estava enraizado em seu fracasso – até mesmo incapacidade – de ouvir o que Ele dizia. Isso nos lembra que a capacidade de ouvir a Sua palavra é um dom pelo qual deveríamos ser gratos.
i. “A impossibilidade era espiritual. Preconceitos, ciúmes e antagonismos tornavam o Cristo real inaudível para eles embora cada sílaba dele caísse em seus ouvidos”. (Morrison)
13. (44-47) Jesus revela a identidade do verdadeiro pai deles.
“Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira. No entanto, vocês não crêem em mim, porque lhes digo a verdade! Qual de vocês pode me acusar de algum pecado? Se estou falando a verdade, porque vocês não crêem em mim? Aquele que pertence a Deus ouve o que Deus diz. Vocês não o ouvem porque não pertencem a Deus”.
a. Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele: Os líderes religiosos levantaram a questão da paternidade ao insultar Jesus em João 8:41. Jesus respondeu explicando a paternidade espiritual deles – eles eram os filhos espirituais do diabo. Isso ficou evidente em seus desejos sendo os mesmos do diabo: o desejo de matar e enganar.
i. “Este versículo é um dos testemunhos mais decisivos sobre a personalidade objetiva do diabo. É completamente impossível supor uma acomodação aos pontos de vista judaicos ou uma forma metafórica de discurso, em uma afirmação tão solene e direta como esta”. (Alford)
ii. Ele foi homicida desde o princípio: “Cyril e alguns outros acham que é o primeiro assassinato, o de Abel, que está em vista ( 1 João 3:15), porém muito mais provavelmente é a introdução da morte através do primeiro pecado”. (Dods)
b. Quando mente, fala a sua própria língua: Jesus nos dá um pouco de perspectiva sobre o caráter de Satanás. A mentira é o núcleo do caráter do diabo, e ele é o enganador mais perigoso de todos – o enganador que enganou a si mesmo.
c. No entanto, vocês não crêem em mim, porque lhes digo a verdade! Eles rejeitaram Jesus porque Ele lhes disse a verdade que não queriam ouvir. Não foi porque Ele contou mentiras.
d. Qual de vocês pode me acusar de algum pecado? Novamente, Jesus deu a Seus inimigos – que odiavam tanto Ele que queriam matá-Lo – uma oportunidade de declarar algum pecado Nele – e eles não conseguiram. Isto foi um outro extraordinário testemunho de como Jesus Cristo era sem pecados.
i. “Frequentemente estamos tão interessados no fato de que eles não conseguiram encontrar nenhuma acusação para fazer que ignoramos aquele outro fato de que o que realmente impressiona é a criação do desafio. Indica uma consciência limpa e serena. Somente aquele que estava na comunhão mais próxima e íntima com o Pai poderia ter falado tais palavras”. (Morris)
e. Vocês não o ouvem porque não pertencem a Deus: Jesus apressou a conclusão do ponto sobre paternidade espiritual, que foi evidente pelas ações deles – notavelmente sua rejeição de Jesus e Sua palavra.
14. (48-50) Jesus responde a acusação que Ele está endemoninhado.
Os judeus lhe responderam: “Não estamos certos em dizer que você é samaritano e está endemoninhado?” Disse Jesus: “Não estou endemoninhado! Ao contrário, honro o meu Pai, e vocês me desonram. Não estou buscando glória para mim mesmo; mas, há quem a busque e julgue.”
a. Não estamos certos em dizer que você é samaritano e está endemoninhado? Os inimigos de Jesus estavam frustrados e exasperados. Eles não foram capazes de fazer Jesus parecer mal, e mais ainda creram Nele (João 8:30). Então, eles lançaram seu último ataque: xingamento.
·Você é samaritano (Uma das raças mais desprezadas para os judeus)
·E está endemoninhado (dizendo que Jesus estava possuído por um demônio).
b. Não estou endemoninhado! Ao contrário, honro o meu Pai: O desejo de Jesus de honrar a Deus e Sua humildade pessoal refutou qualquer acusação de possessão demoníaca. Assim como aqueles que têm Satanás como o seu o pai espiritual terão algumas das características de Satanás, eles terão um orgulho evidente e interesse próprio – coisas que eram e são ausentes em Jesus.
i. “Nenhum homem que é dito ter um diabo honra a Deus; pois o espírito maligno desde o começo tem sido o inimigo de tudo que glorifica ao Pai”. (Spurgeon)
15. (51-53) A grande promessa para aqueles que aceitam Jesus e permanecem em Sua palavra.
Asseguro-lhes que, se alguém obedecer à minha palavra, jamais verá a morte”. Diante disso, os judeus exclamaram: “Agora sabemos que você está endemoninhado! Abraão morreu, bem como os profetas, mas você diz que se alguém obedecer à sua palavra, nunca experimentará a morte. Você é maior do que o nosso pai Abraão? Ele morreu, bem como os profetas. Quem você pensa que é?”
a. Se alguém obedecer à minha palavra, jamais verá a morte: Essa é outra reivindicação notável que só faz sentido se Jesus é Deus, e é um com Deus Pai. Jesus promete vida eterna para aqueles que obedecem a Sua palavra.
i. “Obedecer a minha palavra”, como, ‘permanecer firme na minha palavra’, versículo 31, não é somente obediência externa, mas a resistência e obediência da fé”. (Alford)
ii. Jamais verá a morte: “Nossa face é afastada da morte… O grego não é totalmente interpretado pela palavra ‘verá’: é uma palavra mais intensa. De acordo com Westcott, a visão mencionada aqui é aquela de ‘uma visão longa, constante e exaustiva, pela qual nos familiarizamos lentamente com a natureza do objeto ao qual ela é dirigida’… Enquanto imperdoável, eu não consigo deixar de contemplá-la e prevê-la como minha perdição. Quando o evangelho do Senhor Jesus vem à minha alma, e eu obedeço a sua palavra pela fé, eu me viro completamente. Minhas costas estão para a morte e minha face na direção da vida eterna”. (Spurgeon)
b. Agora sabemos que você está endemoniado! Abraão morreu: A grande afirmação de Jesus deleitou os líderes religiosos; eles acreditaram que finalmente O pegaram em uma afirmação claramente blasfema. Eles negaram a reivindicação que Jesus fez de conceder vida eterna.
i. Notamos que os líderes religiosos distorceram levemente as palavras de Jesus. Ele disse que aquele que obedece a sua palavra jamais verá a morte face a face; eles alegaram que Ele disse que esta pessoa nunca experimentará a morte. O crente irá de fato experimentar a morte, mas não é aterrorizado por este inimigo derrotado.
c. Você é maior do que o nosso pai Abraão: Eles colocam a pergunta de forma clara a Jesus. Esperando que Jesus em seguida seria pego em uma armadilha, eles perguntaram: “Quem você pensa que é?”
16. (54-55) A afirmação de Jesus de conhecer a Deus contrastava com a afirmação dos líderes religiosos.
Respondeu Jesus: “Se glorifico a mim mesmo, a minha glória nada significa. Meu Pai, que vocês dizem ser o seu Deus, é quem me glorifica. Vocês não o conhecem, mas eu o conheço. Se eu dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vocês, mas eu de fato o conheço e obedeço à sua palavra.”
a. Se glorifico a mim mesmo, a minha glória nada significa: Antes de Jesus responder à pergunta deles em João 8:53 Ele voltou ao assunto da paternidade espiritual. Jesus estava seguro em saber que Deus era Seu Pai e que meu Pai… é quem me glorifica.
i. “Não é difícil honrar a si mesmo; é muito fácil – na verdade, fatalmente fácil – banhar-se na luz de sua própria aprovação”. (Barclay)
b. Vocês não o conhecem, mas eu o conheço: Os líderes religiosos reivindicavam que o Pai no céu era o seu Deus, mas não era uma reivindicação verdadeira. Na verdade, eles não conheciam a Deus, mas Jesus conhecia.
c. Eu de fato o conheço e obedeço à sua palavra: Jesus não podia mentir e negar Seu verdadeiro conhecimento de Deus Pai, demonstrado por uma vida de obediência à palavra de Deus.
17. (56-59) Jesus faz a grande declaração Eu Sou.
“Abraão, pai de vocês, regozijou-se porque veria o meu dia; ele o viu e alegrou-se”. Disseram-lhe os judeus: “Você ainda não tem cinqüenta anos, e viu Abraão?” Respondeu Jesus: “Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!” Então eles apanharam pedras para apedrejá-lo, mas Jesus escondeu-se e saiu do templo.
a. Abraão, pai de vocês, regozijou se porque veria o meu dia; ele o viu e alegrou-se: Jesus fez outra afirmação extraordinária respondendo às perguntas deles em João 8:53. Jesus afirmou que não somente era Ele maior do que Abraão, mas que o próprio Abraão também reconhecia isso.
i. “Mas quando ele ‘exultou’ ver o dia de Cristo? Talvez quando ele disse a Isaque em seu caminho ao local do sacrifício: ‘O próprio Deus proverá um cordeiro para o holocausto’ ( Gênesis 22:8)”. (Bruce)
ii. “É Interessante também que a expressão Hebraica em Gênesis 24:1 que afirmou que Abraão ‘já passara por muitos dias’ (uma expressão traduzida em nossa Bíblia como ‘era de idade bem avançada’) foi considerada por alguns rabinos significar que ele viu o futuro distante”. (Tasker)
b. Você ainda não tem cinqüenta anos, e viu Abraão? A declaração notável de que Abraão viu e reconheceu a grandeza de Jesus era muito mais do que podiam entender. Eles perguntaram: “Como você poderia saber que Abraão regozijou em você? Você estava lá?”
i. “Talvez as tensões de sua vida o envelheceram prematuramente, contudo ele obviamente tinha menos do que cinquenta anos de idade”. (Tenney)
ii. “‘Cinquenta anos’ pode ser usado como um número arredondado, suficientemente exato para o propósito deles e sem nenhuma intenção de determinar a idade de Jesus”. (Dods)
iii. “Por que cinquenta? Essa era a idade na qual os levitas se aposentavam de seu trabalho ( Números 4:3). Os judeus estavam dizendo a Jesus: ‘Você é um homem jovem, ainda no auge da vida, nem velho o suficiente para se aposentar do trabalho. Como você pode possivelmente ter visto Abraão?’” (Barclay)
c. Antes de Abraão nascer, Eu Sou! Com esta frase dramática Jesus disse a eles que era o Deus eterno, existindo não somente durante o tempo de Abraão, mas antes pela eternidade passada. Jesus afirmou ser o grande Eu Sou, A voz do Deus da Aliança de Israel revelado na sarça em chamas ( Êxodo 3:13-14).
i. Eu Sou: Esta é a terceira vez neste capítulo que Jesus usa a frase Eu Sou (João 8:24, 8:28, e aqui em João 8:58). A antiga frase grega é ego emi, que era o mesmo termo usado na tradução grega do Antigo Testamento nos dias de Jesus para descrever a Voz da sarça em chamas. “Todos os flashes de relâmpago anteriores nem se comparam em significado diante do brilho dessa passagem”. (Barclay)
ii. Ao usar a frase Eu Sou (João 8:24, 8:58, 13:19) Jesus usou um título Divino claro pertencente apenas a Jeová ( Êxodo 3:13-14, Deuteronômio 32:39, Isaías 43:10) e foi interpretado dessa maneira pelos ouvintes de Jesus (João 8:58-59). “Eu Sou foi reconhecido pelos judeus como um título de divindade”. (Tenney)
iii. “Antes de Abraão existir eu sou, eternamente existente…Não ocorre nenhuma afirmação mais forte de pré-existência”. (Dods)
iv. “Se a reivindicação de Jesus não fosse bem fundada, então suas palavras seriam abertamente blasfemas: ele estava usando uma linguagem que apenas Deus poderia usar”. (Bruce)
d. Eles apanharam pedras para apedrejá-lo: E isso demonstra que os líderes religiosos entenderam perfeitamente o que Jesus quis dizer. Ele afirmou ser o Deus eterno e eles consideraram isso como blasfemo. Eles sentiram que Ele merecia a morte e pretendiam realizá-la naquele momento.
i. “Suas paixões foram despertadas. Eles ficaram indignados. Então, eles tomaram a lei nas suas próprias mãos”. (Morris)
ii. “As pedras que eles pegaram teriam achado no Pátio dos Gentios: pois o Templo (quer dizer, seus pátios) ainda estava sendo construído”. (Trench)
iii. “Um apedrejamento no templo é mencionado por Josefo, Antiguidades, 17.9,3”. (Dods)
e. Jesus escondeu-se e saiu do templo: Eles queriam matar Jesus, mas não conseguiram porque a sua hora ainda não havia chegado (João 7:30).
i. “Parece não haver nenhuma fuga milagrosa intencionada aqui, embora certamente a suposição de uma seja natural dentro das circunstâncias”. (Alford)
ii. Adam Clarke teve uma perspectiva imaginativa sobre a fuga de Jesus: “Com toda a probabilidade ele se tornou invisível – embora acreditem que ele se afastou daqueles judeus que eram seus inimigos, misturando-se com os muitos que acreditavam nele”. (Clarke)