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Monday, July 21st, 2025
the Week of Proper 11 / Ordinary 16
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Bible Commentaries
Comentário BÃblico Enduring Word Enduring Word
Declaração de Direitos Autorais
Esses arquivos devem ser considerados domÃnio público e são derivados de uma edição eletrônica disponÃvel no site "Enduring Word".
Esses arquivos devem ser considerados domÃnio público e são derivados de uma edição eletrônica disponÃvel no site "Enduring Word".
Informação Bibliográfica
Guzik, David. "Comentário sobre John 14". "Comentário BÃblico Enduring Word". https://studylight.org/commentaries/por/tew/john-14.html. 2024.
Guzik, David. "Comentário sobre John 14". "Comentário BÃblico Enduring Word". https://studylight.org/
Whole Bible (1)New Testament (2)
versos 1-31
João 14 â O Jesus Que Parte
A. Acalmando corações perturbados com confiança e esperança em Jesus.
1. (1) Um comando para acalmar o coração perturbado.
âNão se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim.â
a. Não se perturbe o coração de vocês: Os discÃpulos tinham razão para estarem perturbados. Jesus acabou de falar para eles que um deles era um traidor, que todos eles iriam negá-Lo, e que ele os deixaria aquela noite. Tudo isso legitimamente perturbaria os discÃpulos, contudo Jesus lhes disse: não se perturbe o coração de vocês.
i. Jesus nunca quis que tivéssemos vida sem perturbação, mas Ele prometeu que nós podÃamos ter um coração sem perturbação até mesmo em uma vida perturbada.
ii. Isso de certo modo foi um comando. âA forma do imperativo me tarassestho implica que eles deveriam âparar de ficar perturbadosâ. âAcalme o seu coraçãoâ seria uma boa tradução.â (Tenney)
iii. Jesus não disse: âEstou feliz que vocês homens estão perturbados e cheios de dúvidas. Suas dúvidas são maravilhosas.â âEle não se deleita na dúvida e inquietude do seu povo. Quando Ele viu que por causa do que havia dito a eles, tristeza havia preenchido os corações de seus apóstolos, suplico-lhes com grande amor rogou-lhes que ficassem consolados.â (Spurgeon)
iv. âSeus discÃpulos sentiram Sua partida como uma tortura. E foi então que Ele os consolou com um discurso tão simples e glorioso que toda a cristandade é devedora de sua agonia.â (Morrison)
b. Creiam em Deus, creiam também em mim: Em vez de ceder para um coração perturbado, Jesus lhes disse para colocarem firmemente sua confiança em Deus e no próprio Jesus. Isso foi um chamado radical a confiar em Jesus apenas como alguém confiaria em Deus Pai, e uma promessa radical de que ao fazer isso traria conforto e paz para um coração perturbado.
i. âO que O sinalizou e o separou de todos os outros mestres religiosos não é a clareza ou a ternura com o que ele reiterava as verdades sobre o amor do Pai ou sobre moralidade, justiça, verdade e bondade; mas sim a peculiaridade do Seu chamado para o mundo que é âCreiam em mimâ.â (Maclaren)
ii. âAlguém que parece um homem pede a todos os homens para ter por Ele precisamente a mesma fé e confiança que eles têm em Deus.â (Meyer)
iii. Existe algum debate sobre como os tempos verbais deste versÃculo deveriam ser considerados. à possÃvel que Jesus quis dizer: você deve crer em Deus, você deve também crer em mim (imperativo) ou é possÃvel que Ele quis dizer: tu crês em Deus, crês também em mim (indicativo). Na suma, a melhor evidência parece ser que Jesus quis dizer isso como uma ordem ou uma instrução aos discÃpulos.
·âO verbo crer nas duas vezes está no imperativo.â (Alford)
·âEm vista do imperativo anterior é melhor no meu julgamento considerar as duas formas como imperativo. Jesus está urgindo a Seus seguidores a continuarem a crer no Pai e continuarem a crer também Nele.â (Morris)
iv. âA solução de Jesus para a perplexidade não é uma receita; é um relacionamento com ele.â (Tenney)
2. (2-4) Razões para acalmar o coração perturbado: uma reunião futura na casa do Pai.
âNa casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver. Vocês conhecem o caminho para onde vou.â
a. Na casa de meu pai há muitos aposentos: Jesus falou com confiança completa sobre o céu, aqui descrito como a casa de seu Pai. Jesus não imaginava sobre a vida além dessa terra; Ele a conhecia e contou aos Seus discÃpulos que havia espaço para todos no céu (muitos aposentos).
i. âPlatão conta sobre as últimas horas de Sócrates na prisão antes dele beber o venenoâ¦Como Cristo, Sócrates vai morrer. Como Cristo, seus pensamentos correm na imortalidade. Ele a discute com seus amigos que vem visitá-lo; ele especula, argumenta e imagina. Que contraste perfeito e estupendo entre isso e a atitude de Cristo.â (Morrison)
b. Muitos aposentos: à luz do grego antigo, aposentos é traduzida melhor para âmoradias.â O substantivo mone (conectado ao verbo meno, âficarâ ou âpermanecerâ) significa âum lugar para ficar.â à luz da natureza de Deus, é melhor traduzi-la para aposentos. Qualquer moradia que Deus tenha para nós no céu, será tão gloriosa quanto uma mansão.
i. Haverá muitas moradias como esta. Jesus podia ver o que os discÃpulos nunca puderam â milhões e milhões, até mesmo bilhões de cada tribo, lÃngua e nação na casa de Seu Pai. Ele pode até mesmo ter sorrido quando disse: muitos aposentos â muitos de fato!
ii. âAposentos, monai, vieram para a AV e RV através da influência da vulgata aposentos, que pode significar âestaçõesâ ou âmoradias temporáriasâ onde viajantes podem descansar em diferentes estágios de sua jornada. à luz disso, muitos estudiosos, especialmente Westcott e Temple, seguindo OrÃgenes, presumem que a concepção do céu nesta passagem fala de um estado de progresso de um estágio para outro até que o objetivo final seja alcançado. No entanto, essa não foi a interpretação geralmente dada à palavra pelos Padres antigos, e por derivação parece denotar muito mais a ideia de permanência. Ela é encontrada uma vez mais no Novo Testamento, em João 14:23, onde é enfatizada a morada permanente do Pai e do Filho nos corações dos discÃpulos amorosos.â (Tasker)
c. Vou preparar-lhes lugar: O amor prepara as boas-vindas. Com amor, pais expectantes preparam um quarto para o bebê. Com amor, a anfitriã se prepara para seus convidados. Jesus prepara um lugar para Seu povo porque Ele os ama e está confiante em sua chegada.
i. James Barrie Foi o homem que escreveu Peter Pan, entre outras obras. Um de seus livros foi sobre sua mãe, Margaret Ogilvy, e sobre como ele cresceu na Escócia. Sua mãe sofreu muita miséria na vida incluindo a morte trágica de um de seus filhos. De acordo com Morrison, Barrie escreveu que o capÃtulo favorito da BÃblia de sua mãe era João 14. Ela ô lia tanto que quando sua BÃblia era aberta e apoiada, as páginas naturalmente caÃam abertas neste lugar. Barrie disse que quando ela estava idosa e não podia mais ler estas palavras, ela se inclinava em sua BÃblia e beijava a página onde as palavras estavam impressas.
ii. Vou fala sobre o próprio plano e iniciativa de Jesus. Ele não foi levado para a cruz; Ele foi lá. âEles pensaram que Sua morte foi uma calamidade inesperada. Cristo os ensinou que ela era o caminho do seu próprio plano.â (Morrison)
d. Voltarei e os levarei para mim: Jesus prometeu vir novamente aos discÃpulos. Isso não foi somente no sentido de sua ressurreição em breve ou na vinda do EspÃrito Santo. Jesus também tinha em mente a grande reunião do Seu povo no fim da era.
i. âEles não deviam pensar Nele como deixando de existir quando não pudessem mais vê-Lo. Ele apenas foi para outra morada para preparar a vinda deles; e, além disso, Ele voltaria para recebê-los.â (Morgan)
ii. âA referência ao segundo advento não deve ser esquecida. à verdade que João não se refere a ele tão frequentemente quanto à maioria dos outros escritores do Novo Testamento, mas não é verdade que ele está faltando em suas páginas.â (Morris)
iii. âEssa foi uma promessa muito preciosa a primeira Igreja e Paulo pode muito bem, estar ecoando-a quando ele informa os Tessalonicenses âpela palavra do Senhorâ que Jesus descerá do céu e reunirá crentes para Si mesmo para estarem com Ele para sempre (veja 1 Tessalonicenses 4:15-17).â (Tasker)
f. Para que vocês estejam onde eu estiver: O foco inteiro do céu está sendo unificado com Jesus. O céu é o céu não por causa das ruas de ouro ou dos portões de pérolas, ou mesmo da presença de anjos. O céu é o céu porque Jesus está lá.
i. Ficamos confortados ao saber que enquanto Ele prepara um lugar para nós, Jesus também nos prepara para esse lugar.
3. (5-6) Jesus é o caminho exclusivo para o Pai.
Disse-lhe Tomé: âSenhor, não sabemos para onde vais; como então podemos saber o caminho?â Respondeu Jesus: âEu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.â
a. Senhor, não sabemos para onde vais: Tomé deveria ser elogiado por explicar sua confusão de maneira honesta e clara. Ele pensou que Jesus estava simplesmente indo para outro lugar, como se fosse para outra cidade.
i. âEmbora uma necessidade da linguagem humana compele Jesus a falar sobre âir emboraâ e sobre âum caminho para o Paiâ, estes termos não têm significado espacial ou material.â (Tasker)
ii. âPor isso notamos como eles falam com ele com uma familiaridade natural e fácil; e ele conversa com eles com uma total simpatia pela sua fraqueza, ensinando-os pouco a pouco ao estarem aptos a aprender. Eles apenas fazem essas perguntas como um menino poderia perguntar ao seu pai. Frequentemente eles mostram sua ignorância, porém nunca parecem tÃmidos na presença dele, ou envergonhados por deixá-lo ver como são superficiais e difÃceis de entender.â (Spurgeon)
b. Eu sou o caminho, a verdade e a vida: Jesus não disse que nos mostraria um caminho; Ele disse que Ele é o caminho. Ele não prometeu nos ensinar uma verdade; Ele disse que Ele é a verdade. Jesus não nos ofereceu os segredos da vida; Ele disse que Ele é a vida.
·Eu estou vagando; não sei para onde estou indo. Jesus é o caminho.
·Eu estou confuso; não sei o que pensar. Jesus é a verdade.
·Estou morto por dentro e não sei se consigo continuar. Jesus é a vida.
i. à luz dos acontecimentos em breve, esta declaração foi um paradoxo. O caminho de Jesus seria a cruz; Ele seria condenado por mentirosos descarados; Seu corpo em breve estaria deitado sem vida em um sepulcro. Porque Ele tomou esse caminho, Ele é o caminho para Deus; porque Ele não contestou as mentiras nós podemos crer que Ele é a verdade; porque Ele estava disposto a morrer Ele se tornou o canal da ressurreição â a vida para nós.
ii. âSem o caminho não há uma ida; sem a verdade não há conhecimento; sem a vida não tem como se viver. Eu sou o caminho que tu deves seguir; a verdade que tu deves crer; a vida pela qual tu deves ter esperança.â (aâ Kempis, citado por Bruce)
c. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim: Jesus fez essa declaração extraordinária, afirmando que Ele era o único caminho para Deus. Com isso ele deixou de lado o templo e seus rituais, assim como outras religiões. Foi uma reivindicação de ter um caminho, verdade e vida exclusivos â o único caminho para Deus Pai, o verdadeiro Deus no céu.
i. Compreendido de maneira clara, essa foi uma das coisas mais controversas que Jesus disse e os escritores do Evangelho registraram. Muitas pessoas não se importam de dizer que Jesus é o único caminho legÃtimo para Deus, no entanto outras religiões e até indivÃduos possuem seus próprios caminhos legÃtimos para Deus. Muitos pensam que não é justo para Deus criar apenas um caminho.
ii. No entanto, este é um tema consistente na BÃblia. Os Dez Mandamentos começam, eu sou o Senhor, o teu Deus, que te tirou do Egito, da Terra da escravidão. não terás outros deuses além de mim ( Ãxodo 20:2-3). Por todo o Antigo Testamento Deus denunciou e zombou dos supostos deuses que os outros adoravam ( IsaÃas 41:21-29; 1 Reis 18:19-40). A BÃblia consistentemente apresenta Um Deus Verdadeiro e Jesus é consistentemente apresentado como o único caminho para o Um Deus Verdadeiro.
d. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim: Simplificando, se Jesus não é o único caminho para Deus, então ele não é nenhum caminho para Deus. Se existem muitas estradas para Deus, Jesus então não é uma delas, porque Ele reivindicou absolutamente que era a única estrada para Deus, e Ele mesmo era essa estrada. Se Jesus não é o único caminho para Deus, então Ele não foi um homem honesto; Ele certamente não foi um profeta verdadeiro. Ele então seria ou um louco ou um diabo mentiroso. Não há um meio-termo disponÃvel.
i. Ãs vezes as pessoas não concordam e dizem: âEu creio que Jesus foi um homem honesto e acredito que Ele foi um profeta verdadeiro. Mas eu não acredito realmente que Ele disse aquelas coisas sobre Si mesmo nos Evangelhos. Eu acredito que cristãos adicionaram aquelas coisas mais tarde eles mesmos.â Mas não há uma razão objetiva para uma pessoa fazer uma distinção entre âJesus realmente disse issoâ ou âJesus realmente não disse aquilo.â Não temos textos antigos nos mostrando apenas os ditos supostamente verdadeiros de Jesus. Qualquer distinção como esta é baseada puramente em razões subjetivas â âEu pessoalmente não acho que Jesus teria dito aquilo, portanto ele não disse aquilo â os cristãos mais tarde apenas colocaram essas palavras em Sua boca.â
ii. Se tudo depender de opinião pessoal â se pudéssemos determinar o que Jesus disse ou não disse de acordo com nossas próprias vontades â então deverÃamos rejeitar completamente os Evangelhos. à realmente um negócio de tudo ou nada. Ou tomamos as palavras de Jesus como registradas por estes documentos historicamente confiáveis e precisos, ou as rejeitamos completamente.
iii. Mas o cristianismo é intolerante? Certamente, existem alguns que reivindicam que são cristãos que são na verdade intolerantes. Mas o Cristianismo BÃblico é a religião mais pluralista, tolerante e abrangente de outras culturas na terra. O cristianismo é a única religião que abraça outras culturas e tem a maior urgência em traduzir as Escrituras para outras lÃnguas. Um cristão pode manter sua lÃngua e cultura nativa e seguir Jesus no meio disso. Uma crÃtica antiga do cristianismo era a observação de que eles podiam tomar qualquer um! Escravo ou livre; rico ou pobre; homem ou mulher; grego ou bárbaro. Todos eram aceitos, mas dentro do senso comum da verdade como revelada em Jesus Cristo. Sair deste senso comum em Jesus é suicÃdio espiritual tanto para agora quanto para a eternidade.
iv. âSe isso parece ofensivamente exclusivo, que fique em mente que aquele que faz essa afirmação é a Palavra encarnada, o revelador do Pai.â (Bruce)
v. A fé cristã receberá qualquer um que venha por meio de Jesus. Jesus disse, por mim: âNão é âacreditando em certas proposições a meu respeitoâ nem âpor meio de algum tipo especial de féâ, mas âpor mimâ.â (Dods)
4. (7-8) Conhecendo o Pai e conhecendo o Filho.
âSe vocês realmente me conhecessem, conheceriam também o meu Pai. Já agora vocês o conhecem e o têm visto.â Disse Filipe: âSenhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.â
a. Se vocês realmente me conhecem, conheceriam também o meu Pai: Jesus explicou por que Ele era o único caminho para Deus; por que ele foi e é a representação perfeita de Deus. Conhecer Jesus é conhecer a Deus.
b. Já agora vocês o conhecem e o têm visto: Os discÃpulos certamente haviam aprendido e conhecido muito sobre Deus em seus três anos de aprendizado com Jesus. Contudo Jesus compreendia que como eles ainda não tinham visto a revelação completa do amor de Deus na cruz e seu poder na ressurreição, havia um sentido no qual eles apenas agora conheceriam e veriam a Deus.
c. Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta: Filipe havia visto e experimentado muito seguindo Jesus, mas ainda não havia visto Deus Pai com seus olhos fÃsicos. Talvez ele pensou que uma experiência como essa traria uma certeza e coragem que mudariam sua vida.
5. (9-11) Jesus novamente explica a sua unidade com e dependência no Pai.
Jesus respondeu: âVocê não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: âMostra-nos o Paiâ? Você não crê que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu lhes digo não são apenas minhas. Ao contrário, o Pai, que vive em mim, está realizando a sua obra. Creiam em mim quando digo que estou no Pai e que o Pai está em mim; ou pelo menos creiam por causa das mesmas obras.â
a. Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo: Isso significa que Filipe esteve próximo de Jesus contudo ainda não O entendia. O mesmo é possÃvel e verdade para muitos hoje.
b. Quem me vê, vê o Pai: Esta repreensão gentil lembrou Filipe do que Jesus disse muitas vezes; que conhecê-Lo era conhecer a Deus Pai. Ver o amor de Jesus era ver o amor de Deus Pai; ver Jesus em ação era ver o Pai em ação.
i. âà difÃcil interpretar isso sem ver o Pai e o Filho em algum sentido como sendo um. Estas são palavras que nenhum mero homem tem o direito de usar.â (Morris)
ii. Quem me vê, vê o Pai: âNenhuma imagem material ou aparência pode descrever Deus adequadamente. Somente uma pessoa pode dar conhecimento dele já que a personalidade não pode ser representada por um objeto impessoal.â (Tenney) Esse para sempre acaba com a ideia de que as Escrituras Hebraicas apresentam um Deus cruel e Jesus nos mostrou um Deus mais legal. Ao invés disso, Jesus nos mostra o mesmo amor, compaixão, misericórdia e bondade que estava e está em Deus Pai. Ãxodo 34:5-9, entre outras passagens, mostra essa natureza de Deus Pai no Antigo Testamento.
iii. Quem me vê, vê o Pai: âPoderia qualquer criatura dizer essas palavras? Elas não evidentemente implicam que Cristo declarou a si mesmo aos seus discÃpulos como sendo o Deus infinito?â (Clarke)
c. As palavras que eu lhes digo não são apenas minhas: Jesus repetiu algo enfatizado no Evangelho de João; que Jesus viveu e falou na constante dependência de Deus Pai e não fez nada fora da Sua autoridade e orientação (João 5:19, 8:28).
d. Creiam em mim⦠ou pelo menos creiam por causa das mesmas obras: Jesus apresentou dois fundamentos sólidos para nossa confiança Nele. Podemos crer em Jesus simplesmente por causa de Sua pessoa e palavras, ou podemos também crer Nele por causa das mesmas obras que ele milagrosamente realizou.
i. O Pai, que vive em mim, está realizando a sua obra: âNão somos únicos na natureza, mas únicos também em operação. As obras que eu fiz dão testemunho da perfeição infinita da minha natureza. Tais milagres como eu operei poderiam ser apenas realizados por poder ilimitado.â (Clarke)
ii. Creiam em mim: âAqui Jesus chama por Filipe e os outros (note a mudança para o plural) a acreditarem Nele, não apenas a crerem Nele. A fé inclui um reconhecimento do que Jesus diz como verdade.â (Morris)
iii. âNosso Salvador alega para si a Divindade tanto de suas palavras quanto das suas obras. Ele foi poderoso, disse Pedro, tanto na palavra quanto em obra. Ministros também devem, em sua medida, ser capazes de argumentar e a se aprovarem como homens de Deus, pela doutrina sã e boa vida.â (Trapp)
B. Três certezas para discÃpulos perturbados.
1. (12-14) Quando Jesus parte para o Pai, Sua obra vai continuar na terra.
âDigo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai. E eu farei o que vocês pedirem em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho. O que vocês pedirem em meu nome, eu farei.â
a. Digo-lhes a verdade: Jesus começou a primeira de três certezas dadas aos seus discÃpulos na noite de Sua partida. A primeira certeza respondia ao medo deles de que âeste é o fim. A obra está terminada e todos fomos demitidos.â Eles não foram demitidos; eles foram promovidos e promovidos a grandes coisas.
b. Aquele que crê em mim: Jesus apenas encorajou os discÃpulos a confiar, depender e apegar-se a Ele na fé, por quem Ele é, pelas palavras que Ele falou e milagres que realizou. Agora Jesus descreveu o benefÃcio ou bem que vem a aquele que crê.
c. Fará também as obras que tenho realizado: Jesus esperava que aqueles que creem Nele continuem sua obra no mundo. Ele não esperava que os discÃpulos se separassem depois de Sua partida, mas sim continuassem com sua obra em magnitude ainda maior (Fará coisas ainda maiores do que estas).
i. âO âcoisas ainda maioresâ do qual ele agora falou a eles ainda serão suas próprias obras; alcançadas não mais pela presença visÃvel entre eles, mas por seu EspÃrito dentro deles.â (Bruce)
d. Fará coisas ainda maiores do que estas: Jesus não quis dizer maiores no sentido de mais sensacional, mas sim maiores em magnitude. Jesus deixaria para trás uma famÃlia vitoriosa e trabalhadora de seguidores que espalhariam Seu reino para mais pessoas e lugares do que Jesus jamais fez em Sua vida e ministério.
i. Essa promessa parece impossÃvel; contudo depois do primeiro sermão de Pedro houve mais convertidos do que existem registrados no ministério inteiro de Jesus.
ii. âA tradução literal da palavra traduzida pela AV como obras maiores é âcoisas maioresâ; e provavelmente a segunda deveria ser mantida. As obras dos apóstolos depois da ressurreição não foram maiores em espécie do que aquelas de Jesus, mas maiores na esfera de suas influências.â (Tasker)
iii. âA palavra âobrasâ na verdade não ocorre. Não há palavra naquele ponto, então nossa melhor tradução seria âe coisas maioreâ. O ponto é que os cristãos farão algo maior até mesmo do que as obras de Jesus.â (Boice)
iv. âO que Jesus quer dizer podemos ver nas narrativas dos Atos. Lá existem alguns milagres de cura, mas a ênfase está nas obras poderosas de conversão. Só no dia de Pentecostes mais crentes foram adicionados ao pequeno bando de crentes do que por toda a vida terrena inteira de Cristo. Lá nós vemos um cumprimento literal de âfará coisas ainda maiores do que estasâ.â (Morris)
v. William Barclay considerou a dificuldade de tomar isto como significando que Jesus pretendeu que seus seguidores fizessem mais milagres e milagres mais impressionantes do que Ele mesmo fez: âEmbora possa ser dito que a primeira igreja fez as coisas que Jesus fez, certamente não pode ser dito que fez coisas maiores do que ele fez.â (Barclay)
vi. Existem alguns que acreditam que Jesus quis dizer que crentes individuais podem e deveriam fazer obras mais espetaculares do que Jesus fez nos anos de Seu ministério terreno. Nós honestamente aguardamos prova daqueles que tem feito repetidamente coisas maiores do que andar sobre a água, acalmar tempestades com uma palavra, multiplicar comida para milhares, ressuscitar pessoas da morte (mais do que três registradas na obra de Jesus). Mesmo se nos fosse provado que uma pessoa após Jesus fez tais coisas, ainda não explica por que não existem agora ou existiram milhares de pessoas que cumpriram essa errada e às vezes perigosa compreensão do que Jesus quis dizer quando disse: Fará coisas ainda maiores do que estas.
e. Porque eu estou indo para o pai: Jesus logo explicaria que quando Ele ascendesse ao céu, enviaria o EspÃrito Santo (João 14:16, 14:26, 15:26, 15:7-9, 15:13). Foi porque Jesus foi para o Pai que o EspÃrito Santo veio para seu povo, permitindo-os fazer estas coisas ainda maiores.
i. âA razão pela qual você deve fazer coisas maiores é, por causa do EspÃrito todo-poderoso de graça e súplica que Minha ida para o Pai trará sobre a igreja.â (Alford)
f. O que vocês pedirem em meu nome, eu farei: Jesus mais tarde explicou como as coisas maiores seriam possÃveis para Seus seguidores. Seria possÃvel porque Jesus faria a sua obra através de pessoas que oram, que pedem e agem em seu nome. Ele prometeu fazer o que seus seguidores confiantes pedissem em seu nome, ou seja, com o Seu caráter e autoridade.
i. Em meu nome não é um encantamento mágico de oração; isso fala sobre ambos, um endosso (como um cheque de banco) e uma limitação (pedidos devem estar de acordo com o caráter do nome). Vamos a Deus no nome de Jesus, não no nosso nome.
ii. âO teste de qualquer oração é: Eu consigo fazê-la no nome de Jesus? Nenhum homem, por exemplo, poderia orar por vingança pessoal, por ambição pessoal, por um objeto indigno e não cristão no nome de Jesus.â (Barclay)
iii. âPedir âem Seu nomeâ ou fazer qualquer coisa âem Seu nomeâ argumenta uma unidade de mente com a Dele, uma unidade de objetivo e motivo.â (Trench)
g. Que o pai seja glorificado no filho: Estas coisas maiores que Jesus prometeu trariam glória tanto para o Pai quanto para o Filho. Orações feitas com uma paixão pela glória de Jesus e de Deus Pai serão verdadeiramente no nome de Jesus e será um tipo de oração que Deus responderá.
2. (15-17) Quando Jesus parte, Ele vai enviar o EspÃrito Santo.
âSe vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos. E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o EspÃrito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês.â
a. Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos: Jesus havia acabado de demonstrar Seu amor extraordinário aos Seus discÃpulos ao lavar seus pés (João 13:15). Ele lhes disse qual deveria ser a sua resposta amorosa; obedecera Seus mandamentos.
·Ele os comandou a lavar os pés uns dos outros, seguindo o exemplo que acabou de demonstrar (João 13:14-15).
·Ele os comandou a amar uns aos outros seguindo o modelo de Seu amor por eles (João 13:34).
·Ele os comandou a colocarem sua fé em Deus Pai e no próprio Jesus (João 14:1).
i. Obedecer aos mandamentos de Jesus apela para nossa moralidade pessoal, contudo, Sua ênfase estava no amor pelos outros e na fé Nele como demonstrações de obediência aos Seus mandamentos.
ii. Esta é uma medida justa de nosso amor por Jesus. à fácil pensar em amar Jesus meramente em termos sentimentais e emocionais. à maravilhoso quando nosso amor por Jesus tem sentimento e paixão, mas deve sempre estar conectado a obedecer a Seus mandamentos ou não é amor de verdade.
iii. Para o crente, desobediência não é apenas o fracasso de desempenho ou uma falha de força. Em certo sentido, também é uma falha de amor. Aqueles que amam a Deus devem obedecê-Lo da maneira mais alegre e natural. Dizer: âEu realmente amo Jesus. Eu só não quero que Ele me diga como viver minha vidaâ é um terrÃvel mal-entendido tanto de Jesus quanto do amor a Ele.
iv. Jesus também falou sobre a origem adequada de nossa obediência. Não é medo, orgulho ou desejo de querer uma bênção. A origem adequada da obediência é o amor. âObediência deve ter o amor como sua mãe, enfermeira e comida. A essência da obediência está no amor sincero que motiva a ação e não na ação em si.â (Spurgeon)
v. âAlgumas pessoas pensam que se elas amam Jesus, devem entrar em um convento, retirar-se para uma cela, vestir-se estranhamente ou raspar suas cabeças. Tem sido o pensamento de alguns homens que âse amamos Cristo devemos nos livrar de tudo o que possuÃmos, vestir um pano de saco, amarrar cordas em volta de nossas cinturas e definhar no desertoâ. Outros tem pensado que ser sábio fazer pouco caso da estranheza no vestuário e no comportamento. O Salvador não diz nada desse tipo, mas sim: âse vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentosâ.â (Spurgeon)
b. Eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro: Esta foi a segunda nesta série de três certezas. Os discÃpulos temiam, âJesus está nos abandonando. Quando Ele for embora não saberemos o que fazer.â Eles não teriam menos ajuda; eles teriam mais ajuda porque o Pai enviaria outro Conselheiro.
i. Jesus entendia que Seus discÃpulos (tanto aqueles com Ele naquela noite quanto aqueles através dos séculos) precisariam da presença e poder de Deus para obedecerem aos Seus mandamentos. Deus Filho prometeu orar para Deus Pai e pedir a concessão do Deus EspÃrito Santo ao crente para realizar isso.
ii. Esta declaração é um exemplo maravilhoso da ideia trinitária de Deus tecida na estrutura do Novo Testamento. Jesus não pretendia dar uma palestra complicada sobre a Trindade; Ele simplesmente falou sobre como as Pessoas da Trindade interagem e trabalham para o bem do povo de Deus e a promoção de Seu plano.
iii. O sentido é de que essa oração seria feita quando Jesus ascendesse ao céu. âEu pedireiâ indica, provavelmente, uma maneira de pedir implicando presença e proximidade reais â e aqui é usado para o ofÃcio mediador no estado ascendido de Cristo.
c. Ele lhes dará outro Conselheiro: A palavra Conselheiro traduz a antiga palavra grega parakletos. Esta palavra possui a ideia de alguém chamado para ajudar outra pessoa e pode se referir a um conselheiro, um defensor legal, um mediador ou um intercessor.
i. A versão do Rei James traduz parakletos com a palavra Consolador. A tradução fez mais sentido entendendo o significado da palavra no Inglês mais antigo. âWycliffe, de quem temos a palavra Consolador, frequentemente usou âconfortoâ para o Latim confortari, que significa fortalecerâ¦Portanto a ideia de ajuda e força é passada por ela, tão bem quanto a de consolação.â (Alford)
ii. Uma maneira de entender a obra do Conselheiro é entender o oposto dessa obra. âO diabo é chamado de o acusador, katnyopoc, em total oposição a esse nome e tÃtulo dado aqui ao EspÃrito Santo.â (Trapp)
iii. Outro Conselheiro: A palavra outro é a antiga palavra grega allen, significando âum outro do mesmo tipoâ (Tenney) Em contraste a um outro de um tipo diferente. Assim como Jesus mostra a natureza de Deus Pai, o EspÃrito Santo também mostraria â sendo um outro do mesmo tipo â a natureza de Jesus.
iv. âQue nosso Senhor aqui chama o EspÃrito Santo de âoutro consoladorâ (allon paraklhtoV)â implica que Ele em pessoa alegou ser também um paraklhtoV, como João em sua primeira epÃstola ( 1 João 2:1) O chama.â (Trench)
v. Seria maravilhoso viver a vida cristã com Jesus do nosso lado a cada passo do caminho. Jesus prometeu que o EspÃrito Santo cumpriria exatamente esse papel para nós, sendo enviado para capacitar e ajudar o crente. A obra maior descrita em João 14:12-14 é impossÃvel sem a capacitação descrita em João 14:15-18.
d. Para estar com vocês para sempre: Jesus daria o EspÃrito Santo para Ele estar (indicando uma pessoa, não uma coisa) dentro de nós permanentemente e não temporariamente, como na doação do EspÃrito Santo no Antigo Testamento.
i. âO Advogado estará com os discÃpulos âpara sempreâ. O novo estado das coisas será permanente. O EspÃrito uma vez dado não será retirado.â (Morris)
e. O mundo não pode recebê-lo: O mundo não pode entender ou receber o EspÃrito, pois ele é Santo e verdadeiro. O EspÃrito da verdade não é popular em uma era de mentiras, e o mundo não pode perceber o EspÃrito e não O conhece.
i. âSe o mundo não pode receber o EspÃrito Santo, devemos nos perguntar que nós em nosso mundanismo coletivo vemos e mostramos coletivamente tão pouco de seu poder?â (Trench)
f. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês: Jesus falou dos três aspectos do relacionamento de um discÃpulo com o EspÃrito Santo.
·Em contraste com o mundo, o discÃpulo de Jesus deveria conhecer o EspÃrito Santo.
·Em contraste com o mundo, o discÃpulo de Jesus deveria ter o EspÃrito Santo com ele.
·Em contraste com o mundo, o discÃpulo de Jesus deveria ter EspÃrito Santo em si.
i. Para aqueles 11 discÃpulos o EspÃrito Santo já estava com eles, e logo estaria neles. Isso foi cumprido quando Jesus soprou neles e eles receberam o EspÃrito Santo, quando eles foram regenerados e nasceram de novo (João 20:22).
ii. Além do come em, Jesus usou uma terceira preposição para descrever o relacionamento do discÃpulo com o EspÃrito Santo: receberão poder quando o EspÃrito Santo descer sobre vocês ( Atos 1:8). Esta experiencia de sobre é o batismo do EspÃrito Santo, o derramamento do EspÃrito.
iii. âQue distância havia entre Cristo na terra e seus discÃpulos! Em sua condescendência, ele se aproximou muito deles; mas ainda assim você sempre percebe um abismo entre o sábio Mestre e os discÃpulos tolos. Agora o EspÃrito Santo aniquila essa distância habitando em nós.â (Spurgeon)
3. (18-21) Quando Jesus parte, Ele vai se dar a conhecer aos Seus discÃpulos.
âNão os deixarei órfãos; voltarei para vocês. Dentro de pouco tempo o mundo não me verá mais; vocês, porém, me verão. Porque eu vivo, vocês também viverão. Naquele dia compreenderão que estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês. Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele.â
a. Eu não os deixarei órfãos; voltarei para vocês: Jesus começou Sua terceira certeza. Os discÃpulos temiam: âQuando Jesus for embora, nosso programa de discipulado está acabado e ele mal começou.â O programa de discipulado deles não estava terminado; estava apenas acabando de começar.
i. âOs discÃpulos de um mestre em particular entre os Hebreus o chamavam de pai; seus estudiosos eram chamados de seus filhos, e em sua morte, foram considerados como órfãos.â (Clarke)
ii. Spurgeon considerou vários caminhos nos quais os seguidores de Jesus não são como órfãos.
·Um órfão tem pais que estão mortos; o EspÃrito nos mostra que Jesus está vivo.
·Um órfão é deixado sozinho; o EspÃrito nos aproxima da presença de Deus.
·Um órfão perdeu seu provedor; o EspÃrito provê todas as coisas.
·Um órfão não tem nenhum defensor; o EspÃrito é protetor.
b. Voltarei para vocês: Jesus novamente prometeu voltar para os discÃpulos (anteriormente em João 14:3). Esta foi uma promessa grande cumprida pela Sua ressurreição, pelo envio do EspÃrito e pela promessa de seu retorno corporal a esta terra.
i. âToda a fase de sua vinda prometida está abraçada nesta certeza: âEu voltarei para vocêâ.â (Bruce)
c. O mundo não me verá mais; vocês, porém, me verão: Isso foi verdade em um sentido quando Jesus ressuscitou dos mortos. Contudo, foi verdade até mesmo quando Ele ascendeu ao céu. Jesus se revelaria aos discÃpulos de uma maneira real e poderosa depois de Sua partida. Eles O verão de um modo ainda maior do que O vendo com a visão fÃsica.
i. O Apóstolo Paulo mais tarde escreveu: Ainda que antes tenhamos considerado Cristo dessa forma, agora já não o consideramos assim ( 2 CorÃntios 5:16). Havia algo mais convincente em conhecer Jesus pelo EspÃrito do que até mesmo conhecendo-O na carne.
d. Porque eu vivo, vocês também viverão: Os discÃpulos não somente veriam Jesus pelo EspÃrito, eles também continuariam a viver em Jesus por meio da obra do EspÃrito Santo. A dependência deles na vida de Jesus não acabaria quando Ele partisse; continuaria em maior medida por meio do EspÃrito Santo.
i. âUm homem é salvo porque Cristo morreu por ele, ele continua salvo porque Cristo vive por ele. A única razão pela qual a vida espiritual habita é porque Jesus vive.â (Spurgeon)
e. Compreenderão que estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês: Através do EspÃrito Santo eles conheceriam uma vida de relacionamento, vida compartilhada e união com Deus Pai, Deus Filho e no discÃpulo.
·Esta união é marcada pelo conhecimento da vontade de Deus (tem os meus mandamentos).
·Esta união é marcada pela obediência a vontade de Deus (e lhes obedece).
·Esta união é marcada pelo amor (esse é o que me ama).
·Esta união é marcada pelo relacionamento e recepção do amor com Deus Pai (será amado por meu Pai).
·Esta união é marcada por uma revelação do próprio Jesus (e me revelarei a ele).
·Tudo isso flui da união com Deus no discÃpulo por meio do EspÃrito Santo.
i. Este relacionamento é para a experiência do discÃpulo agora, não apenas na era que virá. âPois ele não reserva a todos para a vida que está por vir, mas dá uma uva de Canaã neste deserto, tal qual o mundo nunca provou antes.â (Trapp)
ii. Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama: âO amor ao qual Cristo promete uma manifestação de Si mesmo não é um sentimento ocioso ou uma fantasia superficial, mas sim um princÃpio que induz à obediência.â (Dods)
iii. Quem tem os meus mandamentos: âO homem que ama a Cristo é aquele que âtemâ Seus mandamentos e os obedece. âTerâ mandamentos é uma expressão incomum e não parece ter exatamente paralelo (embora cf. 1 João 4:21). O significado aparenta ser fazer dos mandamentos seus próprios, levá-los para o seu ser interior.â (Morris)
4. (22-24) Respondendo à pergunta de Judas (não o Iscariotes).
Disse então Judas (não o Iscariotes): âSenhor, mas por que te revelarás a nós e não ao mundo?â Respondeu Jesus: âSe alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele. Aquele que não me ama não obedece à s minhas palavras. Estas palavras que vocês estão ouvindo não são minhas; são de meu Pai que me enviou.â
a. Mas por que te revelarás a nós: Jesus fez uma excelente pergunta. A ideia de revelarás é mostrar, deixar claro. Não ficou imediatamente aparente como em Sua partida Jesus poderia se revelar aos Seus discÃpulos e não ao mundo todo.
i. Judas havia ouvido Jesus ensinar que toda a terra veria o Messias em Sua glória (Mateus 24:30). Foi difÃcil para ele entender Jesus quando Ele agora falou sobre uma revelação de Si mesmo que o mundo não veria.
ii. âJudas se chama âJudas filho de Tiagoâ em Lucas 6:16 e Atos 1:13; e em cada ocasião a AV traduz como âo irmão de Tiagoâ e a RV e RSV, mais naturalmente como âo filho de Tiagoâ. Ele parece ser idêntico ao Tadeu de Mateus 10:3 e Marcos 3:18.
iii. âAs palavras não o Iscariotes são na realidade supérfluas depois de João 13:30, são adicionadas por São João vindas de seu terror profundo do traidor que possuÃa o mesmo nome.â (Alford)
b. Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra: Respondendo a Judas, Jesus repetiu os temas dos versÃculos anteriores. Jesus seria revelado para e entre os discÃpulos por meio do amor, da obediência e união com o Pai e o Filho. Estas não foram e não são primeiramente experiências mÃsticas ou extáticas, mas vida real vivida na presença e obra do EspÃrito Santo.
·O amor é pessoal; Jesus disse: Se alguém me ama.
·O amor tem uma consideração reverente pelos ensinamentos de Jesus; Jesus disse: obedecerá à minha palavra.
i. Obedecerá à minha palavra: âIsso é mais do que um âmandamentoâ, não é? A âpalavraâ de Cristo é mais do que preceito. Inclui todas as Suas palavras, e inclui todas elas como em uma unidade vital e um todo orgânico. Não devemos selecionar e escolher entre elas; elas são uma.â (Maclaren)
ii. Nós viremos a ele e faremos morada nele: âOnde amor e obediência são mostrados, a presença de Deus e de Cristo está realizada; o Pai e o Filho juntos fazem sua morada com cada um dos filhos.â (Bruce)
c. Estas palavras que vocês estão ouvindo não são minhas; são de meu Pai que me enviou: Jesus novamente enfatizou sua dependência total e submissão ao Deus Pai. Jesus abertamente declarou Sua igualdade com o Pai (João 14:1, 14:3, 14:7, 14:9).
C. Jesus, ao partir concede o dom do EspÃrito Santo e Sua paz.
1. (25-27) A partida de Jesus deixa os dons do EspÃrito Santo e de Sua paz.
âTudo isso lhes tenho dito enquanto ainda estou com vocês. Mas o Conselheiro, o EspÃrito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse. Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo.
a. O Conselheiro, o EspÃrito Santo, que o Pai enviará em meu nome: Jesus mencionou o Conselheiro pela primeira vez em João 14:16. Ele retornou à promessa maravilhosa de que ao ir embora com sua presença fÃsica, Jesus pediria ao Pai para enviar o EspÃrito Santo para aconselhar seus discÃpulos.
i. Enviará em meu nome: O EspÃrito Santo é enviado aos discÃpulos pelos méritos de Jesus e pela natureza e caráter de Jesus. âO EspÃrito seria o representante oficialmente designado de Jesus para agir em seu nome.â (Tenney)
·O discÃpulo não tem que pedir pelo EspÃrito por mérito próprio dele ou dela; Eles podem recebê-Lo pelo mérito de Jesus.
·O discÃpulo deveria esperar que a obra do EspÃrito se pareça com a natureza e caráter de Jesus como revelado na palavra de Deus.
ii. Este é outro maravilhoso exemplo da verdade sobre a Trindade tecida na estrutura do Novo Testamento. Deus Pai envia Deus EspÃrito Santo a pedido de Deus Filho.
iii. O EspÃrito Santo: âEsta designação caracterÃstica encontrada por todo o Novo Testamento não chama atenção para o poder do EspÃrito, Sua grandeza ou algo do gênero. Para os primeiros cristãos o importante era que Ele é santo.â (Morris)
b. Lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse: Em Sua partida, Jesus terminou Sua obra direta de ensinar aos discÃpulos como um rabino ensinava discÃpulos. O treinamento deles não estava acabado, mas continuaria com o Conselheiro, o EspÃrito Santo.
i. O EspÃrito Santo ensinaria os discÃpulos o que mais eles precisavam saber, e traria também de maneira sobrenatural a lembrança das palavras de Jesus, tanto para o próprio benefÃcio deles quanto para escreverem os Evangelhos.
ii. Isso significa que a obra do espÃrito seria uma obra de continuação. Seu ensinamento continuaria o que Jesus já ensinou. O EspÃrito não apaga totalmente o ensinamento anterior de Jesus e começa de novo. âO espÃrito não dispensará os ensinamentos de Jesus. O ensinamento a ser relembrado é Dele.â (Morris)
iii. Existe algo geral nesta promessa para cada crente. O EspÃrito Santo nos ensina e traz a palavra de Deus a nossa memória (se formos cuidadosos ao recebê-la). Contudo, a plenitude dessa promessa foi reservada para aqueles discÃpulos e apóstolos da primeira geração, sobre quem Jesus estabeleceu a igreja ( Efésios 2:20).
iv. âà no cumprimento dessa promessa aos Apóstolos que a suficiência deles como Testemunhas de tudo o que o Senhor fez e ensinou, e consequentemente A AUTENTICIDADE DA NARRATIVA DO EVANGELHO, está fundamentada.â (ALford)
c. Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou: De certa maneira isso foi algo comum a se dizer em uma despedida naquela cultura, desejar paz (shalom) aos outros quando você os deixa. Jesus pegou esta despedida normal e a encheu de força e significado profundos.
i. âEra costumeiro ir embora com desejos de paz: â então 1 Samuel 1:17; Lucas 7:50; Atos 16:36; 1 Pedro 5:14; 3 João 15.â (Alford) ââA paz (shalom) esteja com vocêâ era (e é) a saudação judaica usual de quando amigos se encontravam e partiam.â (Bruce)
ii. Não a dou como o mundo a dá: Quando alguém naquela cultura antiga dizia paz ao se despedir, eles o diziam sem nenhum significado especial. Era como quando nós dizemos tchau. Literalmente aquilo significa: Que Deus esteja com você â mas nós não queremos dizer isso dessa maneira. Jesus queria que eles soubessem que quando ele disse deixo-lhes a paz, não era da maneira casual e vazia que a maioria das pessoas diziam.
iii. A paz deste mundo é muitas vezes baseada em distração ou cegueira proposital e mentiras. Jesus oferece uma paz melhor, uma paz real.
iv. Jesus não possuÃa herança ou fortuna para deixar para Seus seguidores em um testamento. Contudo, Jesus lhes deu duas coisas maiores do que qualquer fortuna: a presença e o poder do EspÃrito Santo e a paz do próprio Jesus. Esta é a paz do Deus Filho com Seu completo amor confiante em Deus Pai.
v. âEle descreveu cuidadosamente a paz como âminha pazâ. A paz Dele era um coração imperturbável e destemido em vez de todo o sofrimento e conflito à frente dele.â (Morgan)
vi. âNa BÃblia a palavra para a paz, shalom, nunca significa simplesmente a ausência de perturbações. Ela significa tudo o que contribui para nosso bem maior. A paz que o mundo nos oferece é a paz da fuga, a paz que vem de evitar perturbações e de se recusar a enfrentar as coisas.â (Barclay)
d. Não se perturbe o seu coração: Jesus retornou ao tema registrado no primeiro versÃculo de João 14. Com fé em Deus e em Seu Filho, com o recebimento do Seu EspÃrito e da Sua paz, podemos ter um coração imperturbável em uma vida bem perturbadora.
2. (28-29) A bondade da partida de Jesus para o Pai.
âVocês me ouviram dizer: Vou, mas volto para vocês. Se vocês me amassem, ficariam contentes porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. Isso eu lhes digo agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês creiam.â
a. Se vocês me amassem, ficariam contentes: Os discÃpulos estavam perturbados com a notÃcia da partida de Jesus. Na fé, eles deveriam ao invés disso ficar contentes, pelo bem de Jesus, por seu próprio bem e pelo bem do mundo. A obra de Jesus por meio do EspÃrito Santo enviado seria maior do que Sua obra durante os anos de Seu ministério terreno.
·Jesus, quando eu penso em tudo o que Você deixou para trás, tudo que Você tomou para Si mesmo quando você veio do céu para a terra â me deixa feliz que você vai para o Pai para ter tudo isso restaurado para Você.
·Jesus, quando eu penso em tudo o que Você me dará e a todo o Seu povo quando Você acende a glória e de lá em via o EspÃrito Santo, ora por Sua igreja e prepara um lugar para nós â me deixa feliz que você vai para o Pai, também pelo meu bem.
b. Porque vou para o Pai: Nós sentimos uma antecipação alegre em Jesus, feliz em Seu retorno em breve ao companheirismo do céu entre Pai e Filho.
c. Pois o Pai é maior do que eu: O Pai é maior do que o Filho em posição, especialmente a respeito da encarnação. Contudo, o Pai não é maior do que o Filho em essência ou ser; Eles são ambos igualmente Deus.
i. à notável que Jesus até mesmo dissesse isso. âQue deveria ser explicitamente afirmado, como aqui, é a evidência mais forte de que Ele era Divino.â (Dods)
3. (30-31) Jesus segue adiante por vontade própria, não como alguém que está sendo oprimido por Satanás.
âJá não lhes falarei muito, pois o prÃncipe deste mundo está vindo. Ele não tem nenhum direito sobre mim. Todavia é preciso que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço o que meu Pai me ordenou. Levantem-se, vamo-nos daqui!â
a. O prÃncipe deste mundo está vindo: Jesus sabia que Satanás estava vindo para Ele. Naquele momento Judas Iscariotes estava arranjando a prisão de Jesus no Jardim de Getsêmani. A calma amorosa e centrada nos outros de Jesus em tais circunstâncias é notável.
b. Ele não tem nenhum direito sobre mim: Jesus podia dizer com confiança e verdade que Satanás não tinha absolutamente nenhum gancho, nenhum ponto de apoio para enganação Nele. Satanás não podia empurrar Jesus para a cruz; Jesus foi em obediência amorosa a Deus pai e por amor ao mundo (Que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço o que meu Pai me ordenou).
i. âEle não tem nenhum direito sobre mim â nenhum ponto de aplicação para fazer o seu ataque.â (Alford)
ii. âJesus vai para a morte não derrotado pelas maquinações de Satanás, âmas para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço o que meu Pai me ordenouâ.â (Dods)
c. Levantam-se, vamo-nos daqui! Neste ponto, Jesus e seus discÃpulos deixaram a mesa e fizeram o seu caminho vagarosamente em direção ao Jardim de Getsêmani. Está claro que eles não foram embora imediatamente (João 18:1), mas começaram aqui.
i. âQualquer um que tentou fazer um grupo de doze ou mais ir embora de um lugar em particular em uma hora especÃfica saberá que geralmente leva mais do que uma breve exortação para se realizar isso.â (Morris)
ii. âProvavelmente o resto do discurso e oração, capÃtulo 17, foi feito quando agora todos estavam de pé prontos para partir.â (Alford)
iii. âSe os capÃtulos 15 a 17 foram conversados na rota para Getsêmani ou se ele os discÃpulos perduraram enquanto ele acabava a discussão não está claro.â (Tenney)
iv. Notavelmente, eles ficaram prontos para irem juntos. âPoderia se pensar que em uma noite como essa, o desejo mais profundo de Jesus teria sido ficar sozinhoâ¦Ele não podia deixá-los ir embora sozinhos. Ele os amava muito profundamente para isso. Eles poderiam abandoná-Lo, como estavam para fazer em breve. Era impossÃvel para Ele abandoná-los.â (Morrison)