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Sunday, December 22nd, 2024
the Fourth Week of Advent
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Bible Commentaries
Comentário Bíblico Enduring Word Enduring Word
Declaração de Direitos Autorais
Esses arquivos devem ser considerados domínio público e são derivados de uma edição eletrônica disponível no site "Enduring Word".
Esses arquivos devem ser considerados domínio público e são derivados de uma edição eletrônica disponível no site "Enduring Word".
Informação Bibliográfica
Guzik, David. "Comentário sobre Hebrews 4". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/commentaries/por/tew/hebrews-4.html. 2024.
Guzik, David. "Comentário sobre Hebrews 4". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/
Whole Bible (1)New Testament (2)
versos 1-16
Hebreus 4 – Entrando no Seu Descanso
A. Como entrar no descanso de Deus.
1. (1-2) O aviso é repetido: não perca o descanso de Deus.
Visto que nos foi deixada a promessa de entrarmos no descanso de Deus, que nenhum de vocês pense que falhou. Pois as boas novas foram pregadas também a nós, tanto quanto a eles; mas a mensagem que eles ouviram de nada lhes valeu, pois não foi acompanhada de fé por aqueles que a ouviram.
a. Visto: a ideia é carregada sem pausa de Hebreus 3, que a incredulidade manteve a geração que escapou do Egito sem poder entrar em Canaã. Foi deixada a promessa de entrarmos no descanso de Deuse podemos entrar nesse descanso pela fé. A incredulidade nos fará falhar em alcançar o descanso que Deus tem para nós.
i. O antigo comentarista puritano John Owen descreveu 5 características desse descanso para o crente:
·Descanso significa paz com Deus.
·Descanso significa libertação de um espírito servil e de escravidão na adoração e serviço de Deus.
·Descanso significa libertação do fardo da observância mosaica.
·Descanso significa a liberdade de adoração segundo o evangelho.
·Descanso significa o descanso que o próprio Deus desfruta.
b. Que nenhum de vocês pense que falhou: Este lugar de descanso é tão maravilhoso que deveria nos preocupar quando outros ou nós pensamos que falhamos. Não é suficiente quase entrar no descanso Dele; nós não queremos falhar nisso.
i. Adam Clarke sobre falhar: “É uma alusão da qual existem muitas nesta epístola, às corridas dos jogos gregos: aquele que falhava era aquele que estava a qualquer distância, não importa quão pequena, atrás do vencedor.”
c. Pois as boas novas foram pregadas também a nós, tanto quanto a eles: Ouvir a palavra de Deus não é suficiente. A antiga Israel ouviu a palavra, mas de nada lhe valeu porque ela não a recebeu com fé. Ouvir lhe deu a oportunidade, mas a oportunidade somente valia se fosse acompanhada de fé.
d. Acompanhada de fé: Você pode ouvir a palavra de Deus e ter experiências espirituais, mas a não ser que a obra de Deus esteja acompanhada de fé não fará nenhum bem. Isso explica por que duas pessoas podem ouvir a mesma mensagem e apenas uma se beneficia enquanto a outra não. Isso também mostra que quando existe mais fé – mais da antecipação de bênção e favor de Deus – existe de fato mais bênção.
i. Clarke sobre acompanhada: “É uma metáfora tirada da nutrição do corpo humano do alimento levado ao estômago acompanhado de saliva e suco gástrico… para que neste processo, devidamente executado, dependam (sob Deus) a força, a saúde e a própria vida.”
ii. Pense na alegria que Israel sentiu saindo do Egito e se aproximando da Terra Prometida – e depois pense em todas as sepulturas cavadas no deserto. Uma promessa maravilhosa estava disponível, mas não foi alcançada. Eles falharam porque embora tinham ouvido a palavra de Deus, ela não foi acompanhada de fé.
2. (3-5) O descanso para o povo de Deus é como o próprio descanso de Deus.
Pois nós, os que cremos, é que entramos naquele descanso, conforme Deus disse:
“Assim jurei na minha ira:
‘Jamais entrarão no meu descanso’”;
embora as suas obras estivessem concluídas desde a criação do mundo. Pois em certo lugar ele falou sobre o sétimo dia, nestas palavras:
“No sétimo dia Deus descansou de toda obra que realizara.”
E de novo, na passagem citada há pouco, diz:
“Jamais entrarão no meu descanso.”
a. Nós, os que cremos, é que entramos naquele descanso: Isto está em contraste com aqueles mencionados anteriormente que não entraram no descanso de Deus. A incredulidade mantém muitos fora do descanso de Deus; a fé (Nós, os que cremos) guia o povo de Deus para o esse descanso.
b. Meu descanso: Esta citação do Salmo 95:11 demonstra que esse descanso é de Deus; é o Seu descanso. Deus finalizou Sua obra da criação muito antes de Israel vir para o Egito ou antes de Davi escrever o Salmo 95 ( Gênesis 2:2). Contudo, embora as suas obras estivessem concluídas desde a criação do mundo ele ainda falou do “meu descanso” – demonstrando que Deus ainda tem esse descanso.
i. Este descanso é segundo o modelo do próprio descanso de Deus no sétimo dia…de toda obra, como descrito na citação de Gênesis 2:2.
ii. Em certo lugar nos lembra que pergaminhos antigos eram um tanto pesados, e passagens específicas não foram citadas com precisão de acordo com nossas ferramentas mais modernas de capítulo e versículo.
3. (6-9) O descanso que resta para o povo de Deus.
Portanto, resta entrarem alguns naquele descanso, e aqueles a quem anteriormente as boas novas foram pregadas não entraram, por causa da desobediência. Por isso Deus estabelece outra vez um determinado dia, chamando-o “hoje”, ao declarar muito tempo depois, por meio de Davi, de acordo com o que fora dito antes:
“Se hoje vocês ouvirem a sua voz,
não endureçam o coração.”
Porque, se Josué lhes tivesse dado descanso, Deus não teria falado posteriormente a respeito de outro dia. Assim, ainda resta um descanso sabático para o povo de Deus;
a. Portanto, resta entrarem alguns naquele Descanso: Deus não criou este lugar de descanso em vão. Se Israel (aqueles a quem anteriormente as boas novas foram pregadas) falharam em entrar por causa da desobediência, então outras pessoas entrariam naquele descanso.
b. Se hoje vocês ouvirem a sua voz: O apelo no Salmo 95:7-8 prova que existe um descanso restante para o povo de Deus entrar, além do cumprimento sob Josué. Se Josué cumpriu plenamente a promessa de descanso, o apelo de Deus por meio de Davi dizendo “hoje” não faz sentido.
c. Assim, ainda resta um descanso sabático para o povo de Deus: Tudo isso junto prova o ponto de que existe um descanso sabático para o povo de Deus. Este é um descanso que é espiritual, contudo, modelado segundo o descanso provido para Israel por meio de Josué.
i. A menção de Josué nos lembra que o nome “Jesus é o mesmo que “Josué.” O segundo Josué finalizará o que o primeiro deixou inacabado. Jesus é maior do que ambos, Moisés e o primeiro Josué.
ii. O descanso está em uma pessoa – em Jesus Cristo, mais do que em doutrinas e ideias. Se você encontra uma criança perturbada chorando e tenta confortá-la e dar-lhe descanso usando ideias e lógica, não vai adiantar muito. Mas quando a mamãe chega, a criança está feliz de novo.
iii. Aqueles que pregam este descanso devem eles mesmos o possuir. “A não muito tempo atrás, um de nossos ministros estava pregando sobre a salvação e a obra do Espírito no coração, quando alguém da congregação levantou-se e perguntou-o respeitosamente: ‘Senhor, você sabe de tudo isso pelo relato de outros ou isso aconteceu em sua própria experiência?’ O pregador não foi, de maneira alguma, perturbado pela pergunta, mas se regozijou com ela; pois pôde responder honestamente: ‘Eu confiei em Cristo. Eu estou salvo, e conheço e sinto a paz que resulta disso’. Se ele não pudesse ter feito esta declaração solene, ele não teria tido nenhuma influência sobre a pessoa que fez a pergunta.” (Spurgeon)
4. (10) Descanso significa não continuar com as obras.
Pois todo aquele que entra no descanso de Deus, também descansa das suas obras, como Deus descansou das suas.
a. Aquele que entra no Descanso de Deus, também descansa das suas obras: Entrar neste descanso significa não precisar mais trabalhar. A ideia não é que não há mais nenhum lugar para fazer boas obras. A ideia é que não há mais nenhum lugar para obras como uma base para a nossa justiça.
i. “Existe um sentido no qual entrar na salvação cristã significa cessar com suas obras e descansar com segurança no que Jesus Cristo fez.” (Morris)
b. Descansa das suas obras, como Deus descansou das suas: Essa parada com as obras como uma base para justiça cumpre nosso “descanso Sabático.” Deus descansou de Suas obras no Sábado original de Gênesis 2:2 porque a obra estava terminada. Nós descansamos de obras de autojustificação porque Jesus terminou a obra na cruz.
5. (11) Aplicando a ideia e o convite de entrar no descanso de Deus por meio da fé.
Portanto, esforcemo-nos por entrar nesse descanso, para que ninguém venha a cair, seguindo aquele exemplo de desobediência.
a. Portanto: Esta frase ou esta ideia aparece repetidamente no Livro de Hebreus. Uma verdade doutrinária é apresentada – neste caso, a verdade de um descanso restante disponível pela fé – depois a verdade é aplicada.
b. Esforcemo-nos por entrar nesse descanso: O descanso está lá, mas Deus não o força sobre nós. Devemos entrar nesse descanso. Claramente, se entra no descanso pela fé; mas é preciso fé esforçada. Isso nos mostra que a fé não é passiva; é preciso esforço para confiar, depender e apegar-se a Jesus e Sua obra por nós.
c. Para que ninguém venha a cair, seguindo aquele exemplo de desobediência: Se não nos esforçamos por entrar nesse descanso, o resultado pode ser um desastre. Podemos cair, seguindo aquele exemplo de desobediência. Podemos cair, assim como os filhos de Israel caíram no deserto.
6. (12-13) Descoberto pela Palavra de Deus.
Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração. Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas.
a. Pois a palavra de Deus: A palavra de Deus diagnostica a condição do homem com a precisão de um cirurgião. Abre o coração e discerne com precisão a saúde espiritual. No caso daqueles que o escritor de Hebreus se dirigiu primeiramente, estavam prontos demais para seguir na falha dos filhos de Israel e desistir da fé forte e viva.
b. Viva e eficaz: Quando a palavra de Deus expõe nossa fraqueza e incredulidade dessa forma, demonstra seu poder, afiação e precisão inerentes. Ela carrega um lembrete constante de que quando nos submetemos a palavra de Deus, o fazemos por muito, muito mais do que conhecimento intelectual ou aprender fatos da Bíblia. Nós o fazemos pelo ministério da Palavra, porque Deus nos encontra em Sua Palavra e o Espírito Santo opera poderosamente por meio da palavra de Deus. Esta obra espiritual da Palavra de Deus vai muito além do valor básico educacional de estudar a Bíblia.
i. A palavra de Deus traz saúde, frutos, prosperidade e sucesso verdadeiros para o que fazemos. (Salmo 1:3)
ii. A palavra de Deus possui poder de cura e poder de libertar da opressão. (Salmo 107:20, Mateus 8:8, Mateus 8:16)
iii. A palavra de Deus nos purifica. Se prestarmos atenção segundo a palavra de Deus nosso caminho será purificado. (Salmo 119:9, João 15:3, Efésios 5:26)
iv. A palavra de Deus, guardada em nossos corações, nos mantém longe do pecado. (Salmo 119:11)
v. A palavra de Deus é um conselheiro. Quando nos deleitamos na palavra de Deus, ela se torna uma fonte rica de conselho e orientação para nós. (Salmo 119:24)
vi. A palavra de Deus é uma fonte de força. (Salmo 119:28)
vii. A palavra de Deus dá vida. É uma fonte contínua de vida. (Salmo 119:93, Mateus 4:4)
viii. A palavra de Deus é uma fonte de iluminação e orientação. Quando a palavra de Deus entra, luz entra. Ela faz do inexperiente sábio e dá discernimento. (Salmo 119:105, Salmo 119:130)
ix. A palavra de Deus dá paz para aqueles que amam. Eles estão seguros, de pé em um lugar seguro. (Salmo 119:165)
x. Quando a palavra de Deus é ouvida e compreendida, ela dá frutos. (Mateus 13:23)
xi. A palavra de Deus tem poder inerente e autoridade contra os poderes demoníacos. (Lucas 4:36)
xii. O próprio Jesus – Sua pessoa eterna – é descrito como a Palavra. Quando estamos na palavra de Deus, estamos em Jesus. (João 1:1)
xiii. Ouvir a Palavra de Deus é essencial para a vida eterna. Ninguém pode passar da morte para a vida a não ser que ouça a palavra de Deus. (João 5:24, Tiago 1:21, 1 Pedro 1:23)
xiv. Permanecendo – vivendo – na palavra de Deus é evidência do verdadeiro discipulado. (João 8:31)
xv. A palavra de Deus é o meio para a santificação. (João 17:17)
xvi. O Espírito Santo pode trabalhar com um grande poder quando a palavra de Deus é pregada. ( Atos 10:44)
xvii. Ouvindo a palavra de Deus edifica a fé. ( Romanos 10:17)
xviii. Apegando-se firmemente à palavra de Deus dá a certeza da salvação. ( 1 Coríntios 15:2)
xix. O manuseio fiel da palavra de Deus dá aos ministros da palavra uma consciência limpa. Eles sabem que fizeram tudo o que puderam diante de Deus. ( 2 Coríntios 4:2, Filipenses 2:16)
xx. A palavra de Deus é a espada do Espírito. É equipamento para o combate espiritual, especialmente na ideia de uma arma ofensiva. ( Efésios 6:17)
xxi. A palavra de Deus vem com o poder do Espírito Santo, “com muita convicção.” ( 1 Tessalonicenses 1:5)
xxii. A palavra de Deus trabalha eficazmente naqueles que creem. ( 1 Tessalonicenses 2:13)
xxiii. A palavra de Deus santifica a própria comida que comemos! ( 1 Tessalonicenses 4:5)
xxiv. A palavra de Deus não está morta; ela está viva ativa e mais afiada do que qualquer espada de dois gumes. A palavra de Deus pode nos sondar como o bisturi de um cirurgião especialista, cortando o que precisa ser cortado e mantendo o que precisa ser mantido. ( Hebreus 4:12)
xxv. A palavra de Deus é a fonte do crescimento espiritual do cristão. ( 1 Pedro 2:2, 1 Coríntios 2:1-5)
c. É viva e eficaz: Compreendendo esta natureza espiritual da Bíblia, o escritor de Hebreus pôde confiantemente escrever isso. A Bíblia não é uma coleção de simplesmente velhas histórias e mitos. Ela possui vida inerente e poder eficaz. O pregador não faz a Bíblia ganhar vida. A Bíblia está viva e dá vida ao pregador e qualquer outro que a receber com fé.
i. Eficaz (traduzida para ativa na versão do Rei James) nos lembra que algo pode estar vivo, e ainda assim dormente. Mas a palavra de Deus é viva e eficaz, no sentido de ser ativa.
d. Mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir a alma e o espírito, juntas e medulas: A palavra de Deus nos atinge com precisão surpreendente e o Espírito Santo fortalece o ministério da palavra para trabalhar profundamente em nossos corações.
i. Frequentemente as pessoas imaginam como a mensagem de um pregador pode ser tão relevante para as suas vidas. Elas às vezes honestamente imaginam se o pregador tem informações secretas sobre suas vidas. Mas não é necessariamente o pregador. É a Palavra de Deus afiada, entregando a mensagem exatamente no lugar certo.
ii. “Uma espada de dois gumes não tem um lado cego; ela corta de um jeito ou de outro. A revelação de Deus nos dada na Sagrada Escritura é só gume. Está viva em cada parte, e em cada parte deseja cortar a consciência e ferir o coração. Dependa dela, não há um versículo supérfluo na Bíblia, nem um capítulo que seja inútil.” (Spurgeon)
iii. “Enquanto ela possui uma ponta como uma espada, ela também possui uma ponta como um florete, ‘penetrando até o ponto de dividir a alma e o espírito’. A dificuldade com os corações de alguns homens é alcançá-los. Na verdade, não há como penetrar espiritualmente o coração de qualquer homem natural exceto com um instrumento perfurante, a Palavra de Deus. Porém, o florete da revelação perfurará qualquer coisa.” (Spurgeon)
e. Até o ponto de dividir alma e espírito: O escritor de Hebreus faz uma distinção entre alma e espírito, indicando que uma divisão pode ser feita entre eles.
i. Certamente, existe um pouco de distinção entre alma e espírito. “O uso do Novo Testamento do pneuma para o espírito humano foca no aspecto espiritual do homem, ou seja, sua vida com relação a Deus, enquanto a psique se refere à vida do homem e respectiva de sua experiência espiritual, ou seja, sua vida com relação a si mesmo, suas emoções e pensamento. Existe uma antítese forte entre os dois na teologia de Paulo.” (Guthrie)
ii. Mas a ênfase dessa passagem não é explicar uma teologia da diferença entre alma e espírito. “Tentativas de explicar [estes termos] com qualquer base psicológica são fúteis. A forma da expressão é poética e significa que a palavra penetra o mais íntimo de nosso ser espiritual como uma espada corta as juntas e medula do corpo.” (Vincent)
iii. No entanto, é importante entender o que a Bíblia quer dizer com os termos alma e espírito. A Bíblia nos conta que as pessoas possuem uma natureza “interior” e “exterior” ( Gênesis 2:7, 2 Coríntios 4:16). O homem interior é descrito tanto com o termo espírito ( Atos 7:59, Mateus 26:41, João 4:23-24) quanto alma ( 1 Pedro 2:11, Hebreus 6:19, Hebreus 10:39). Estes dois termos são muitas vezes usados da mesma forma, como uma referência geral ao homem interior. Mas esse não é sempre o caso. Às vezes uma distinção é feita entre alma e espírito. Podemos dizer que a alma parece focar mais na individualidade a respeito da vida interior (muitas vezes definida como a mente, a vontade e as emoções). O espírito parece focar mais no contato e poder sobrenaturais na vida interior.
iv. Que existe um pouco de distinção entre alma e espírito é óbvio em passagens como essa ( Hebreus 4:12) e 1 Tessalonicenses 5:23. Passagens como Jó 7:11 e Isaías 26:9 mostram que ambos os termos são às vezes usados para se referir genericamente ao homem interior.
v. Porque ambos, a alma e o espírito fazem referência ao “homem interior”, são facilmente confundidos. Muitas vezes uma experiência destinada a edificar o espírito apenas “abençoa” a alma. Não há nada errado com emoção e bênção “da alma”, mas não há nada nisso que nos edifique espiritualmente. É por isso que muitos cristãos vão de uma experiência emocionante para outra, mas nunca realmente crescem espiritualmente – o ministério que eles recebem é “tipo de alma.” É por isso que a Palavra de Deus é tão eficaz e precisa; ela pode perfurar até o ponto de dividir a alma e o espírito, o que não é fácil de fazer.
vi. “Quando a alma é diferenciada assim do espírito, pela anterior quer-se dizer que a faculdade inferior pela qual nós pensamos e desejamos que se refere ao nosso ser e bem-estar presentes. Por espírito quer-se dizer um poder superior pelo qual nós preferimos coisas futuras às do presente.” (Clarke)
vii. Os termos carne ( Colossenses 2:5, Mateus 26:41, Gálatas 5:16-17) e corpo ( Romanos 6:6, Romanos 8:13, 1 Coríntios 6:13 e 6:19-20) descrevem o homem exterior. Os termos carne e corpo também parecem incluir aspectos de nossa pessoa tais como os sentidos e hábitos. Quando permitimos que nossa carne direcione nossos pensamentos e ações, acaba em ruína espiritual. Deus quer que sejamos direcionados pelo espírito, não pela carne, ou mesmo pela alma.
f. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas: Não existe ninguém escondido de Deus. Ele vê nosso coração e sabe como tocá-lo, e devemos prestar contas sobre como respondemos ao Seu toque.
i. Descoberto nos lembra da forma como Deus viu através do frágil esconderijo de Adão. Deus vê através de nosso esconderijo da mesma forma.
ii. Exposto traduz a palavra grega antiga trachelizo, usada apenas aqui no Novo Testamento. Ela foi usada sobre lutadores que tinham um golpe que envolvia agarrar o pescoço e era tão poderoso que trazia a vitória. Então a palavra pode significar “prostrar-se” ou “derrubar”, porém muitos estudiosos adotam o simples significado de “exposto” – no sentido de deixar um oponente aberto e vencido.
iii. Lembre-se do contexto. O escritor de Hebreus confia que ele perfurou os corações de sua audiência, que pensou em “desistir” de Jesus. Nesta passagem, ele deixa claro que eles não podem desistir de Jesus e manter isso “escondido” de Deus. A palavra de Deus descobre e expõe sua condição.
B. Jesus, nosso Sumo Sacerdote.
1. (14) Vendo Jesus, nosso grande Sumo Sacerdote.
Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos,
a. Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote: A ideia de que Jesus é nosso sumo sacerdote foi mencionada antes ( Hebreus 2:17 e Hebreus 3:1). Porém agora a ideia será desenvolvida mais extensivamente.
b. Portanto, visto que: O escritor de Hebreus chama atenção para o caráter específico e único de Jesus como nosso sumo sacerdote.
·Nenhum outro Sumo Sacerdote foi chamado de grande.
·Nenhum outro sumo sacerdote… adentrou os céus.
·Nenhum outro sumo sacerdote é o Filho de Deus.
c. Apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos: É maravilhoso saber que temos um sumo sacerdote, e como Ele é único e glorioso. É ainda maior saber que Ele adentrou os céus, que ascendeu ao céu, e agora ministra lá em nosso favor. Estas duas verdades deveriam nos encorajar a nos apegarmos com toda a firmeza à fé que professamos.
2. (15) Nosso Sumo Sacerdote pode simpatizar conosco.
pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.
a. Não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se: Até agora o escritor de Hebreus foi cuidadoso ao documentar a divindade de Jesus ( Hebreus 1:4-14), enquanto foi cuidadoso também ao lembrar de Sua humanidade compassiva ( Hebreus 2:5-18). Isso significa que Jesus, Deus Filho, entronizado no céu, nosso sumo sacerdote, consegue compadecer-se das nossas fraquezas.
i. Para os gregos da antiguidade, o atributo primário de Deus era apatheia, a incapacidade essencial de sentir qualquer coisa. Jesus não é assim. Ele conhece e sente o que nós passamos. A palavra grega antiga traduzida para compadecer-se literalmente significa “sofrer junto com.”
ii. O que faz a diferença é que Jesus adicionou humanidade à sua divindade e viveu entre nós. Quando você esteve lá, faz toda a diferença. Poderíamos ouvir sobre alguma tragédia em uma escola e sentir um pouco de tristeza. Mas não é nada como a dor que sentiríamos se fosse na escola que frequentamos.
b. Mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado: Jesus sabe como é passar por…tentação e batalhar contra o pecado, embora Ele nunca tenha sido manchado pelo pecado. “A sua impecabilidade foi, pelo menos em parte, uma impecabilidade conquistada, pois ele obteve vitória após vitória na batalha constante com a tentação que a vida nesse mundo acarreta.” (Morris)
i. Às vezes pensamos que porque Jesus é Deus, Ele nunca poderia conhecer a tentação da forma que nós conhecemos. Em parte, isso é verdade: Jesus enfrentou a tentação muito mais severamente do que jamais enfrentamos ou enfrentaremos. O Impecável conhece a tentação de maneiras que nós não conhecemos, porque apenas aquele que nunca se entrega à tentação conhece a força total da tentação. É verdade que Jesus nunca enfrentou a tentação em um sentido interno como nós enfrentamos, porque nunca houve uma natureza pecaminosa puxando-O para o pecado do lado de dentro. Mas Ele conheceu a força e fúria da tentação externa de uma maneira e a um nível que nós nunca podemos conhecer. Ele sabe pelo que passamos e enfrentou coisa pior.
ii. “No entanto, Ele suportou triunfantemente toda forma de teste que o homem pudesse suportar, sem qualquer enfraquecimento de Sua fé em Deus ou qualquer relaxamento de Sua obediência a Ele. Uma resistência como essa envolve mais, não menos, do que o sofrimento humano comum.” (Bruce)
c. Compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação: Jesus pode compadecer-se de nossas fraquezas e nossa tentação, porém Ele não pode compadecer-se de nosso pecado. Não deveríamos pensar que isso faz de Jesus menos compadecido de nós, e que Ele poderia nos conhecer melhor se Ele mesmo tivesse pecado.
i. “Mas me ouça; não imagine que se o Senhor Jesus tivesse pecado, teria sido mais terno com você; pois o pecado é sempre de natureza endurecedora. Se o Cristo de Deus pudesse pecar, teria perdido a perfeição de sua natureza compassiva.” (Spurgeon)
3. (16) Um convite: venha para o trono da graça.
Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade.
a. Assim, aproximamo-nos…com toda a confiança: Porque nós temos um Sumo Sacerdote que é tanto onipotente quanto compassivo, podemos nos aproximar… com toda a confiança de Seu trono. Nos desencorajar deste acesso é uma estratégia central de Satanás. O diabo às vezes quer que nós consideremos Jesus como inacessível – talvez nos encorajando a vir para Maria ou para os santos, em vez de Jesus. Às vezes o diabo quer que pensemos sobre Jesus como não tendo poder para ajudar, não como alguém que se senta em um trono no céu.
i. Com toda a confiança não significa de maneira orgulhosa, arrogante ou com presunção.
·Com toda a confiança significa que podemos vir constantemente.
·Com toda a confiança significa que podemos vir sem reservas.
·Com toda a confiança significa que podemos vir livremente, sem palavras extravagantes.
·Com toda a confiança significa que podemos vir com confiança.
·Com toda a confiança significa que deveríamos vir com persistência.
b. Do trono da graça: O Trono de Deus é um trono da graça. Quando viermos, podemos receber misericórdia (isso não é receber o que merecemos) e encontrar graça (isso é receber o que não merecemos) em nosso momento da necessidade.
i. Antigos rabinos judeus ensinavam que Deus possuía dois tronos, um de misericórdia e um de julgamento. Eles diziam isso porque sabiam que Deus era misericordioso e justo, mas eles não conseguiam reconciliar esses dois atributos de Deus. Eles pensavam que talvez Deus possuía dois tronos para demonstrar os dois aspectos de Seu caráter. Em um trono Ele mostrava julgamento e no outro trono misericórdia. Mas aqui, à luz da obra consumada de Jesus, vemos misericórdia e julgamento reconciliados em um trono da graça.
ii. Lembre-se que a graça não ignora a justiça de Deus; ela opera no cumprimento da justiça de Deus, à luz da cruz.
c. Encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade: Ainda bem que Deus provê ajuda em nosso momento de necessidade. Nenhum pedido é pequeno demais, porque Ele quer que não sejamos inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas. ( Filipenses 4:6)