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Thursday, November 21st, 2024
the Week of Proper 28 / Ordinary 33
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Bible Commentaries
Comentário Bíblico Enduring Word Enduring Word
Declaração de Direitos Autorais
Esses arquivos devem ser considerados domínio público e são derivados de uma edição eletrônica disponível no site "Enduring Word".
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Informação Bibliográfica
Guzik, David. "Comentário sobre Hebrews 3". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/commentaries/por/tew/hebrews-3.html. 2024.
Guzik, David. "Comentário sobre Hebrews 3". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/
Whole Bible (1)New Testament (2)
versos 1-19
Hebreus 3 – Jesus, Superior a Moisés
A. Fixando nossos pensamentos em Jesus.
1. (1a) Portanto: quem nós somos à luz dos parágrafos anteriores.
Portanto, santos irmãos, participantes do chamado celestial,
a. Portanto: Do capítulo anterior nos é deixada uma figura de Jesus como o nosso Sumo Sacerdote celestial. Como isso é verdade, nos ensina algo sobre quem somos. Compreendendo quem somos à luz de quem Jesus é e o que Ele fez é essencial para uma vida cristã saudável. Isso nos afasta das mesmas profundidades de desencorajamento que os cristãos hebreus enfrentaram.
b. Santos irmãos: Isso é quem somos porque Jesus nos considera assim, porque nosso Sumo Sacerdote celestial e sagrado não se envergonha em chamá-los irmãos ( Hebreus 2:11). Deveria nos abençoar e encorajar que Jesus nos chama de seus santos irmãos.
c. Participantes do chamado celestial: Porque Jesus está comprometido a levar muitos filhos à glória ( Hebreus 2:10), somos parceiros em Seu chamado celestial. Isto deveria nos abençoar e encorajar a continuarmos firmes, até mesmo através de momentos de dificuldade e provação.
2. (1b) Portanto: o que nós devemos fazer à luz dos parágrafos anteriores.
Fixem os seus pensamentos em Jesus, apóstolo e sumo sacerdote que confessamos.
a. Fixem os seus pensamentos em Jesus, apóstolo e sumo sacerdote: Nós frequentemente não aplicamos esta palavra Jesus, mas ele é nosso apóstolo. A antiga palavra grega traduzida para apóstolo significa, na verdade, algo como embaixador. Neste sentido, Jesus é o embaixador final do Pai ( Hebreus 1:1-2). Deus Pai tinha que enviar uma mensagem de amor que era tão importante que a enviou por meio de Cristo Jesus.
i. Antiga palavra grega traduzida para fixem os seus pensamentos é katanoein: “Ela não significa simplesmente olhar para ou notar uma coisa. Qualquer um pode olhar para uma coisa ou até mesmo notá-la sem realmente vê-la. A palavra significa fixar a atenção em algo de tal maneira que seu significado interno, a lição que está designada a ensinar, possa ser aprendida.” (Barclay) A mesma palavra (em grego) é usada em Lucas 12:24 (Observem os corvos). É um apelo honesto a olhar, aprender e compreender.
ii. A mensagem é clara: fixem os seus pensamentos nisso. Fixem os seus pensamentos em que Deus ama tanto vocês que Ele enviou o Mensageiro final, Cristo Jesus. Fixem os seus pensamentos também em quão importante é para vocês prestarem atenção no apóstolo final que é Cristo Jesus.
iii. Deus também escolheu Seus “embaixadores” originais e autorizados para a igreja. Estes são o que pensamos como os doze apóstolos originais. Deus ainda escolhe abaixadores em um sentido de menor autoridade, e existe um sentido no qual somos todos embaixadores para Deus. Contudo, certamente Jesus foi e é o embaixador final do Pai.
b. Fixem os pensamentos em…sumo sacerdote: Jesus é Aquele que nos representa de maneira suprema diante do Pai e que representa o Pai para nós. Deus se importa tanto conosco que Ele colocou o mediador final, o sumo sacerdote final entre Ele e o homem pecador.
i. A mensagem é clara: fixem os seus pensamentos nisso. Fixem os seus pensamentos em que Deus ama tanto vocês que lhes deu um Sumo Sacerdote tão grande. Observe que se um sumo sacerdote tão grande é dado a nós, devemos honrar e nos submeter a este sumo sacerdote, que é Cristo Jesus.
c. Que confessamos: Jesus é o embaixador e o mediador a quem confessamos. No cristianismo confessamos tanto com a boca quanto com a vida (Mateus 10:32, Romanos 10:9).
i. A palavra “confissão” significa “dizer a mesma coisa.” Quando confessamos nosso pecado, “dizemos a mesma coisa” que Deus sobre ele. A respeito da salvação, todos os cristãos “dizem a mesma coisa” sobre sua necessidade pela salvação e pela provisão de Deus em Jesus.
3. (2) Fixe seus pensamentos em Jesus como fiel em Seus deveres diante do Pai.
Ele foi fiel àquele que o havia constituído, assim como Moisés foi fiel em toda a casa de Deus.
a. Ele foi fiel: Quando fixamos nossos pensamentos na fidelidade passada de Jesus, nos faz compreender que ele continuará a ser fiel. E como ele foi fiel a Deus Pai (àquele que o havia constituído), Ele também será fiel a nós. Isto deveria nos abençoar e encorajar.
b. Assim como Moisés foi fiel em toda a casa de Deus: Moisés mostrou uma fidelidade incrível em seu ministério; mas Jesus mostrou uma fidelidade perfeita – ultrapassando até mesmo a de Moisés.
B. Jesus, superior a Moisés.
1. (3a) Jesus recebeu mais gloria do que Moisés.
Jesus foi considerado digno de maior glória do que Moisés,
a. Moisés: Moisés recebeu muita glória de Deus. Isso é visto em seu rosto brilhante depois de passar um tempo com Deus ( Êxodo 34:29-35), em sua justificação diante de Miriã e Arão ( Números 12:6-8), e diante dos filhos de Corá (Números 16).
b. Jesus foi considerado digno de maior Glória do que Moisés: Mas Jesus recebeu muito mais glória do Pai, em Seu batismo (Mateus 3:16-17), em Sua transfiguração (Marcos 9:7) e em Sua ressurreição ( Atos 2:26-27 e Atos 2:31-33).
2. (3b-6) Moisés o servo, Jesus o Filho.
Da mesma forma que o construtor de uma casa tem mais honra do que a própria casa. Pois toda casa é construída por alguém, mas Deus é o edificador de tudo. Moisés foi fiel como servo em toda a casa de Deus, dando testemunho do que haveria de ser dito no futuro, mas Cristo é fiel como Filho sobre a casa de Deus; e esta casa somos nós, se é que nos apegamos firmemente à confiança e à esperança da qual nos gloriamos.
a. Da mesma forma que o construtor de uma casa tem mais honra do que a própria casa: Moisés foi um membro da casa de Deus, mas Jesus é o criador dessa casa, digno de maior glória.
i. De acordo com Morris, os antigos rabinos consideravam Moisés como o maior homem de todos os tempos, maior até do que os anjos. O escritor de Hebreus não faz nada para criticar Moisés, mas ele olha para Moisés em sua relação apropriada a Jesus.
b. Moisés foi fiel como servo em toda a casa de Deus…mas Cristo é fiel como Filho sobre a casa de Deus: Moisés foi um servo fiel, porém ele nunca foi chamado de Filho da maneira que Jesus é. Isso mostra que Jesus é maior do que Moisés.
c. E esta casa somos nós, se é que nos apegamos firmemente: Nós fazemos parte da casa de Jesus se nos apegamos firmemente. O escritor de Hebreus está encorajando aqueles que sentiam vontade de dar as costas, ajudando-os a se apegar firmemente explicando os benefícios de continuar com Jesus.
i. O compromisso verdadeiro com Jesus é demonstrado através de um longo período, não apenas em uma explosão inicial. Nós confiamos que aquele que começou sua obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus ( Filipenses 1:6).
ii. E esta casa somos nós: 1 Pedro 2:4-5 diz que estamos sendo utilizados…na edificação de uma casa espiritual. Deus possui uma obra a edificar através de Seu povo, assim como alguém construiria uma casa.
C. A aplicação do fato da superioridade de Jesus a Moisés.
1. (7-11) Uma citação do Salmo 95:7-11 e sua relevância.
Assim, como diz o Espírito Santo:
“Hoje, se vocês ouvirem a sua voz,
Não endureçam o coração, como na rebelião,
Durante o tempo da provação no deserto,
Onde os seus antepassados me tentaram, pondo-me à prova,
Apesar de, durante quarenta anos, terem visto o que eu fiz.
Por isso fiquei irado contra aquela geração
E disse: O seu coração está sempre se desviando,
E eles não reconheceram os meus caminhos.
Assim jurei na minha ira:
Jamais entrarão no meu descanso.”
a. Assim, como diz o Espírito Santo: O Espírito de Deus (falando através de Sua Palavra) nos disse que Jesus Messias é muito maior do que Moisés. Esta verdade deveria levar alguém a ação, e agora o escritor de Hebreus encorajará estas ações.
b. Não endureçam o coração: Se aqueles que seguiram a Moisés eram responsáveis por se render, confiar e perseverar seguindo o líder de Deus, Somos muito mais responsáveis a fazer o mesmo com um líder maior, Jesus Messias.
i. O ponto é claro. Quando o Espírito Santo fala devemos ouvir Sua voz e não permitir que nossos corações se endureçam. Ouvimos o espírito falar nas Escrituras, no coração de Seu povo, naqueles que Ele traz para a salvação e por Suas obras.
ii. Assim como o espírito fala de muitas maneiras, também existem muitas maneiras em que podemos endurecer nossos corações.
·Alguns endurecem seus corações voltando para a sua velha indiferença.
·Alguns endurecem seus corações com a descrença.
·Alguns endurecem seus corações pedindo por mais sinais.
·Alguns endurecem seus corações presumindo a misericórdia de Deus.
c. Hoje: Existe urgência na voz do Espírito Santo. Ele nunca nos leva a nos tornarmos retos com Deus amanhã, ou a confiar no ontem – o Espírito Santo apenas nos move a agir hoje.
i. O Espírito Santo nos diz hoje, porque esse é um convite genuíno. Sabemos que o Espírito Santo realmente quer que venhamos a Jesus porque ele diz: “hoje.” Se alguém me pede para visitar sua casa para jantar, mas não me dão o dia ou a hora, eu sei que isso ainda não é um convite firme. Mas quando eles dizem: “Venha neste dia e nesta hora”, eu sei que é um convite firme, que eles querem que eu venha, que eles estão prontos para eu vir, E que o jantar estará preparado para a minha vinda. O Espírito Santo dá a você uma hora para seu convite – hoje.
ii. Charles Spurgeon apontou uma razão pela qual o Espírito Santo é tão urgente: “Além disso, ele espera para executar seu ofício favorito de um Confortador, e ele não pode confortar uma alma ímpia, ele não pode confortar aqueles que endurecem seus corações. Conforto para descrentes seria a sua destruição. Como ele se deleita em ser o Confortador e foi enviado à frente do Pai para agir especialmente nesta capacidade, que ele possa confortar o povo de Deus, ele vigia com olhos ansiosos os corações partidos e espíritos contritos, para que ele possa aplicar o bálsamo de Gileade e curar suas feridas.”
iii. Também devemos ter grande urgência sobre o hoje. “Selecione o homem mais forte que você conhece, e suponha que tudo em referência ao seu bem-estar eterno está na dependência de se ele sobrevive até o ano que vem. Com que ansiedade você ouviria sobre a doença dele, o quão preocupado você estaria com a saúde dele? Bem, pecador, sua salvação é arriscada por você sobre sua própria vida, isso é de alguma forma mais seguro?” (Spurgeon)
d. Como na rebelião, durante o tempo da provação: O tempo da provação se refere primeiro à provação em Meribá ( Números 20:1-3). De maneira mais geral fala sobre a recusa de Israel de confiar e entrar na Terra Prometida durante o Êxodo ( Números 13:30-14:10). Deus não aceitou a incredulidade deles e condenou aquela geração de incredulidade a morrer no deserto ( Números 14:22-23 e 14:28-32).
i. Isso só faz sentido porque existe alguma continuidade na obra de Deus entre Seu povo através dos séculos. Podemos aprender com os erros do povo antigo de Deus.
e. Durante 40 anos, terem visto o que eu fiz: Por causa de sua incredulidade, o povo de Israel enfrentou o julgamento que culminou após 40 anos. Este aviso em Hebreus foi escrito há mais ou menos 40 anos depois da rejeição inicial dos judeus a Jesus. A ira de Deus estava vindo rapidamente sobre o povo judeu que rejeitou Jesus e culminaria na destruição romana de Jerusalém.
f. Por isso fiquei irado contra aquela geração: A ira de Deus se acendeu contra aquela geração por conta de sua incredulidade. Eles se recusaram a confiar em Deus para as grandes coisas que ele prometeu, e não estavam dispostos a continuar na confiança. Portanto, não puderam entrar no descanso que Deus havia apontado para eles, a Terra de Canaã.
2. (12-15) Cuidado: Não seja como a geração que pereceu no deserto.
Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo. Ao contrário, encorajem-se uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama “hoje”, de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado, pois passamos a ser participantes de Cristo, desde que, de fato, nos apeguemos até o fim à confiança que tivemos no princípio. Por isso é que se diz:
“Se hoje vocês ouvirem a sua voz,
não endureçam o coração, como na rebelião.”
a. Para que nenhum de vocês tenha coração perverso incrédulo: Essa é uma linguagem forte, porém muitas vezes subestimamos a natureza terrível de nossa incredulidade. Se recusar a crer em Deus é um pecado sério porque mostra um coração perverso que se afasta do Deus vivo.
i. “A incredulidade não é falta de capacidade em entender, mas falta de vontade de confiar…a vontade, não a inteligência, é que está envolvida.” (Newell)
ii. Você pode realmente crer em Deus, contudo ser ocasionalmente perturbado por dúvidas. Existe uma dúvida que quer a promessa de Deus, mas é fraca na fé do momento. Incredulidade não é fraqueza de fé; ela se coloca em oposição à fé.
iii. “Se fala sobre o grande pecado de não crer no Senhor Jesus Cristo geralmente com leveza e em um espírito muito trivial, como se mal fosse um pecado; ainda assim, de acordo com meu texto, e de fato, de acordo com todo o teor das Escrituras, incredulidade é dar a Deus a mentira, e o que pode ser pior?” (Spurgeon)
iv. “Ouça, ó incrédulo, você disse: ‘Não posso crer’, mas teria sido mais honesto se você falasse: ‘Não quero crer’. A maldade está aqui. Sua incredulidade é sua culpa, não sua desgraça. É uma doença, porém também é um crime: é uma terrível fonte de miséria para você, mas é justamente assim, pois é uma ofensa atroz contra o Deus da verdade.” (Spurgeon)
v. “Eu não ouvi alguém dizer: ‘Ah, senhor, eu venho tentando crer há anos’. Palavras terríveis! Elas tornam o caso ainda é pior. Imagine que depois que eu ter feito uma declaração, um homem declarasse que ele não acreditou em mim, na verdade, ele não conseguia acreditar em mim embora quisesse acreditar. Eu deveria me sentir certamente prejudicado; mas a situação seria pior se ele acrescentasse: ‘Na verdade há anos venho tentando acreditar em você, e não consigo fazer isso’. O que ele quer dizer com isso? O que ele pode querer dizer, exceto que eu sou tão incorrigivelmente falso, e um mentiroso tão convicto, que embora ele queira me dar algum crédito, ele realmente não consegue fazer isso? Com todo o esforço que ele pode fazer em meu favor, ele acha muito além do seu poder acreditar em mim? Agora, um homem que diz: ‘Venho tentando crer em Deus’, na realidade diz exatamente isso com relação ao Altíssimo.” (Spurgeon)
vi. Do Deus vivo: “Este título divino é de significado supremo e mostra que o caráter de Deus é o mesmo para crentes assim como para todos os outros.” (Griffth Thomas)
b. Encorajem-se uns aos outros todos os dias: Se for para nós aumentarmos a força de nossa fé e evitarmos a ruína da incredulidade, devemos estar em volta de outros cristãos que irão nos encorajar – ou seja, nos encorajar seriamente. Isto mostra a nossa responsabilidade tanto ao dar encorajamento quanto ao receber encorajamento, e para nos encorajar uns aos outros todos os dias. É algo fácil julgar e criticar, mas isso não é encorajar.
i. Se você está totalmente esgotado de companheirismo, você não pode encorajar ou ser encorajado. Quando estamos esgotados de companheirismo existe muito menos em volta de nós para nos prevenir de nos tornarmos endurecidos pelo engano do pecado.
ii. Alguns pensam que a ordem de Jesus para não nos incomodarmos com o cisco no olho de nosso irmão enquanto temos uma viga em nosso (Mateus 7:5) indica que não deveríamos encorajarmo-nos uns aos outros todos os dias. Contudo, Jesus nos disse para primeiro lidarmos com nossa viga em nosso próprio olho, e então ir e lidar com o cisco no olho do nosso irmão. Ele não nos disse para ignorar o cisco dele, apenas para lidar com ele na ordem adequada.
iii. Esta ênfase na importância do companheirismo está diante do pensamento da sociedade. Uma pesquisa nos Estados Unidos encontrou que mais do que 78% do público geral e 70% das pessoas frequentadoras de igreja acreditavam que “você pode ser um bom cristão sem ir à igreja.” (Roof e McKinney)
iv. “Você deve vigiar seus irmãos, encorajar uns aos outros todos os dias, especialmente vocês que são oficiais da igreja, ou que são mais idosos e experientes. Estejam atentos de modo que nenhum de seus irmãos na igreja gradualmente retroceda, ou de modo que ninguém na congregação se endureça em uma condição de incredulidade estabelecida e pereça em seu pecado. Aquele que lhe pede que cuide de si mesmo, não quer que você se acomode em um cuidado egoísta apenas de si mesmo, para que você não se torne como Caim, que até ousou dizer ao próprio Senhor: ‘Sou eu o responsável por meu irmão?’” (Spurgeon)
c. De modo que nenhum de vocês seja endurecido: Cristãos devem estar vigilantes contra o endurecimento do coração. Aquele pecado oculto ao qual você se entrega – ninguém suspeita de você porque você o esconde bem. Você se engana, acreditando que ele realmente causa pouco prejuízo. Você sempre pode pedir por perdão mais tarde. Você sempre pode morrer para o eu e se entregar a Jesus nos próximos meses ou anos. O que você não consegue ver ou sentir é que o seu pecado endurece seu coração. Quando seu coração se torna endurecido você se torna cada vez menos sensível ao seu pecado. Você fica cada vez mais distante de Jesus. E o seu perigo espiritual cresce todo dia.
d. Pelo engano do pecado: O perigo da incredulidade tem sua raiz na mentira e a flor dela está marcada pela dureza (de modo que nenhum de vocês seja endurecido). A incredulidade e o pecado são enganosos porque quando nós não cremos em Deus, não paramos de crer – nós simplesmente começamos a acreditar em uma mentira.
i. Um grande perigo do pecado é o seu engano. Se ele viesse em revelação completa, exposição completa de todas as suas consequências, não seria atrativo – mas a natureza do pecado é o engano.
ii. Desde o começo, muito do poder do pecado reside em seu engano.
·O pecado é enganoso na maneira que vem a nós.
·O pecado é enganoso no que ele nos promete.
·O pecado é enganoso no que ele chama a si mesmo.
·o pecado é enganoso nas desculpas que faz, tanto antes quanto depois do pecado.
e. Participantes de Cristo: Crentes – aqueles que saem do pecado e do eu e colocam a confiança de suas vidas em Jesus – são gloriosamente chamados de participantes de Cristo.
i. Participantes de Cristo – isso é a imagem completa. Participantes de Sua obediência, participantes de Seu sofrimento, participantes de Sua morte, participantes de Sua ressurreição, participantes de Sua vitória, participantes de Seu plano, participantes de Seu poder, participantes de Seu ministério de intercessão, participantes da Sua obra, participantes da Sua glória, participantes de Seu destino. Falando “participantes de Cristo” diz tudo.
ii. Existem muitas formas nas quais a união do crente com Jesus é descrita:
·Como uma pedra cimentada à sua fundação.
·Como uma videira conectada aos seus ramos.
·Como uma esposa casada com seu marido.
f. Não endureçam o coração: Geralmente dizemos que nossos corações ficam endurecidos por causa do que os outros ou as circunstâncias fazem conosco. Mas o fato é que nós endurecemos nossos próprios corações em resposta ao que acontece conosco.
3. (16-19) Não é suficiente ter um bom começo.
Quem foram os que ouviram e se rebelaram? Não foram todos os que Moisés tirou do Egito? Contra quem Deus esteve irado durante quarenta anos? Não foi contra aqueles que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que nunca haveriam de entrar no seu descanso? Não foi àqueles que foram desobedientes? Vemos, assim, que por causa da incredulidade não puderam entrar.
a. Quem foram os que ouviram e se rebelaram? Como uma nação Israel teve um bom começo. Afinal de contas, foi necessária muita fé para atravessar o Mar Vermelho. Ainda assim, toda aquela primeira geração pereceu no deserto, exceto por dois homens de fé – Josué e Calebe.
i. Pense no grande privilégio deles:
·Eles viram as sete pragas descerem sobre o Egito.
·Eles tiveram grande revelação de Deus.
·Eles receberam grande paciência de Deus.
·Eles receberam grande misericórdia.
b. Nunca haveriam de entrar no seu descanso: 11 vezes em Hebreus nos capítulos 3 e 4, o Livro de Hebreus fala de entrar no descanso. Esse descanso será profundamente detalhado no próximo capítulo. Mas aqui, a chave para entrar no descanso é revelada: crença.
c. Vemos, assim, que por causa da incredulidade não puderam entrar: Você poderia ser tentado a pensar que a chave para entrar no descanso é obediência, especialmente por Hebreus 3:18: E a quem jurou que nunca haveriam de entrar no seu descanso? Não foi àqueles que foram desobedientes? Mas a desobediência mencionada em Hebreus 3:18 é uma consequência da incredulidade mencionada em Hebreus 3:19. A incredulidade veio primeiro, depois a desobediência.
i. Foi a incredulidade e não outra coisa que os manteve fora de Canaã:
·O pecado deles não os manteve fora de Canaã.
·Falta de evidência não os manteve fora de Canaã.
·Falta de encorajamento não os manteve fora de Canaã.
·Circunstâncias difíceis não os manteve fora de Canaã.
ii. Em um contexto do Novo Testamento, nossa fé é centrada na superioridade de Jesus Cristo, na verdade de quem Ele é (plenamente Deus e plenamente homem) e em Sua obra de expiação por nós como um fiel Sumo Sacerdote (como em Hebreus 2:17). Quando confiamos nessas coisas, fazendo delas a “comida” de nossas almas, entramos no descanso de Deus.
d. Não puderam entrar: O grande fracasso de Israel foi perseverar na fé. Depois de atravessar muito do deserto confiando em Deus e depois de ver tantas razões para confiar Nele, eles acabaram falhando – porque não perseveraram na fé em Deus e em Sua promessa.
i. Jesus nos lembrou na parábola dos solos com as sementes lançadas no chão de pedras e entre espinhos que não é suficiente ter um bom começo, a crença verdadeira persevera até o fim. É maravilhoso ter um bom começo, mas como nós terminamos é ainda mais importante do que como começamos.
ii. C.S. Lewis fala sobre a dificuldade da persistência (da perspectiva ficcional de um demônio tentador): “O Inimigo o protegeu de você, durante a primeira grande onda de tentações. Mas, só se puder mantê-lo vivo, terá o tempo como aliado seu. Os compridos, aborrecidos e monótonos anos de prosperidade na idade madura ou de adversidade na mesma idade são um excelente tempo de combate. É tão difícil para estas criaturas perseverar… A rotina da adversidade, a gradual decadência dos amores juvenis e das esperanças juvenis, o desespero mudo (quase não sentido como doloroso) de superar alguma vez as tentações crônicas com que uma ou outra vez os derrotamos, a tristeza que criamos em suas vidas, e o ressentimento incoerente com que os ensinamos a reagir a ela, tudo isto proporciona admiráveis oportunidades para desgastar uma alma por esgotamento. Se, ao contrário, sua idade madura for próspera, nossa posição é ainda mais sólida. A prosperidade une um homem ao Mundo. Sente que está “encontrando seu lugar nele”, quando na realidade o mundo está encontrando seu lugar nele…Por isso devemos com frequência desejar uma longa vida a nossos pacientes; em setenta anos não sobra um dia para a difícil tarefa de desembaraçar suas almas do Céu e edificar uma firme atadura à Terra.” (Cartas do Inferno)
iii. Se entrarmos no descanso de Deus então os próximos anos somente aumentarão nossa confiança e dependência em Jesus. Se pela incredulidade falharmos em entrar, então os próximos anos apenas nos afastarão gradualmente de um relacionamento apaixonado e confiante com Jesus.