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the Week of Christ the King / Proper 29 / Ordinary 34
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Bible Commentaries
1 Coríntios 2

Comentário Bíblico Enduring WordEnduring Word

versos 1-16

1 Coríntios 2 – A Sabedoria Verdadeira de Deus

A. A confiança de Paulo na sabedoria de Deus.

1. (1-4) Como Paulo pregou aos Coríntios.

Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloqüente, nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de Deus. Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. E foi com fraqueza, temor e com muito tremor que estive entre vocês. Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder do Espírito,

a. Quando estive entre vocês: A chegada de Paulo em Corinto está descrita em Atos 18. Ele veio e encontrou um casal cristão chamado Áquila e Priscila, que tinham a profissão de construtores de tenda, como Paulo. Ele ministrou em Corinto por mais de um ano e meio se sustentando construindo tendas.

b. Não fui com discurso eloqüente: Paulo não veio como um filósofo ou um vendedor; ele veio como uma testemunha (proclamar o Ministério de Deus).

i. Paulo era certamente um homem que conseguia raciocinar e debater de forma persuasiva, mas ele não usou essa abordagem ao pregar o evangelho. Ele tomou uma decisão consciente (decidi) de colocar a ênfase em Jesus Cristo, e este, crucificado. Paulo era um embaixador, não um vendedor.

ii. Ao usar essa abordagem, Paulo compreendia que não dava a sua audiência o que ela queria. “Corinto valorizava o verniz da retórica falsa e pensamento fino.” (Barclay) Ele já sabia que os judeus pedem sinais miraculosos, e os gregos procuram sabedoria ( 1 Coríntios 1:22), mas parece não se importar. Ele pregará Jesus Cristo, e este, crucificado.

iii. Se um pregador não for cuidadoso, ele vai atrapalhar o evangelho ao invés de ser um servo do evangelho. Eles podem obscurecer Jesus por sua pregação, na apresentação ou na mensagem. Como a garotinha que quando um homem menor estava palestrando, conseguiu finalmente ver o vitral de Jesus atrás do púlpito disse: “Onde está o homem que geralmente fica em pé lá para que a gente não consiga ver Jesus?”

c. Nem com muita sabedoria “não significa que ele deixou de lado o outro conhecimento todo, mas sim, que ele tinha o evangelho com o seu Messias crucificado como seu foco singular e paixão enquanto estava entre eles.” (Fee)

d. E foi com fraqueza, temor e com muito tremor que estive entre vocês: Paulo não estava cheio de autoconfiança. Conhecendo a necessidade e suas próprias limitações fizeram dele fraco e temeroso. Contudo, o mantiveram longe do veneno da confiança no eu e deixaram a força de Deus fluir.

i. Vincent diz que o que 1 Coríntios 2:3 implica é que sua condição surgiu das circunstâncias em ele se encontrava em Corinto. A fraqueza, temor e tremor de Paulo podiam ter sido o resultado de uma doença que ele pegou enquanto estava em Corinto, ou alguns (como Calvin) acreditam que foi por causa da ameaça da perseguição.

ii. Qualquer que seja a causa “o senso de fraqueza e o temor dele era tão grande e sua falta de confiança em si mesmo era tão profunda que ele estremeceu, Ele tremeu. Estes são os segredos da força em toda pregação.” (G. Campbell Morgan)

e. Não consistiram de palavras persuasivas: Paulo não está rejeitando a pregação, ou mesmo a pregação persuasiva (seu sermão diante de Agripa em Atos 26 é um exemplo notável de pregação persuasiva). Paulo está rejeitando qualquer confiança na habilidade do pregador de persuadir com sabedoria humana.

i. “É nosso dever falar a verdade com ousadia e em todos os casos sermos um aroma suave para Deus; mas contemporizar na esperança de converter é fazer o mal para que o bem venha, e não se deve pensar nisso nem por um instante.” (Spurgeon)

f. Mas consistiram de demonstração do poder do Espírito: Paulo sabia que é o trabalho do pregador pregar e é o trabalho do Espírito Santo demonstrar. A pregação de Paulo pode não ter sido impressionante ou persuasiva a nível humano, porém a nível espiritual, ela teve poder.

2. (5) A razão da confiança no Espírito em vez de na sabedoria humana.

Para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus.

a. Para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana: Estratégias de pregação centradas na sabedoria humana – em torno da emoção, do entretenimento e da personalidade humana – podem gerar resposta, mas não resultados para o reino de Deus.

i. Muitas pessoas usam lisonja, entretenimento ou mesmo meios enganadores para “atrair” pessoas para a igreja, e justificam isso dizendo: “Estamos atraindo-os e em seguida ganhando-os para Jesus.” Mas o princípio permanece: com o que você os atrai é para o que você os atrai.

b. Não se baseasse na sabedoria humana: Se a fé de alguém está na sabedoria humana e não no poder de Deus; se alguém pode ser persuadido para dentro do reino da sabedoria humana, também pode ser persuadido para fora do reino da sabedoria humana.

B. Paulo prega a verdadeira sabedoria, não a sabedoria dos homens.

1. (6-8) A sabedoria de Deus não é reconhecida por esta era.

Entretanto, falamos de sabedoria entre os que já têm maturidade, mas não da sabedoria desta era ou dos poderosos desta era, que estão sendo reduzidos a nada. Ao contrário, falamos da sabedoria de Deus, do mistério que estava oculto, o qual Deus preordenou, antes do princípio das eras, para a nossa glória. Nenhum dos poderosos desta era o entendeu, pois, se o tivessem entendido, não teriam crucificado o Senhor da glória.

a. Entretanto, falamos de sabedoria: Só porque Paulo não atendeu ao amor coríntio pela sabedoria humana não significa que sua mensagem não possuía sabedoria. Na verdade, existe uma vasta riqueza de sabedoria vedada a todos, exceto ao cristão.

b. Entre os que já têm maturidade: Quem são os que já têm maturidade a quem Paulo poderia falar sobre essa sabedoria? Alguns acham que a linha divisória está traçada entre salvos e não salvos, outros pensam que está entre crentes maduros e imaturos.

i. Paulo não usa a palavra maturidade para crentes maduros em passagens como Efésios 4:13, 1 Coríntios 14:20 e Filipenses 3:15. Uma pessoa imatura (como um bebê) não tem o discernimento para saber o que é bom para comer e o que não é. Um bebê colocará qualquer coisa em sua boca.

c. Nenhum dos poderosos desta era o entendeu: Os que têm maturidade reconhecem a sabedoria de Deus, mas os poderosos desta era não. Os poderosos desta era são homens ou poderes demoníacos?

i. Este debate volta até o tempo de Orígenes e Crisóstomo. Na superfície, parece claro que os poderosos desta era deve-se referir aos governantes humanos, porque apenas eles não sabiam o que estavam fazendo quando incitaram a crucificação de Jesus. “Paulo habitualmente atribui poder às forças demoníacas, mas não ignorância.” (Morris)

ii. No entanto, pode-se dizer que poderes demoníacos eram ignorantes sobre o que resultaria da crucificação de Jesus – o desarmamento e derrota dos poderes demoníacos ( Colossenses 2:15) – e se soubessem que estavam causando sua própria destruição ao incitar a crucificação, eles não teriam feito isso.

iii. Não importa exatamente quem são os poderosos desta era, sua derrota é certa: estão sendo reduzidos a nada. Seus dias acabaram e o dia de Jesus Cristo está aqui.

d. Nenhum dos poderosos desta era o entendeu: Por que os poderosos desta era falharam ao reconhecer a sabedoria de Deus? Porque ela veio em um mistério; um “segredo sagrado” que poderia apenas ser conhecido pela revelação. É o mistério que estava oculto que é revelado agora pelo Evangelho de Jesus Cristo que Paulo prega.

e. Senhor da glória: Alguns estudiosos consideram Senhor da glória o título mais alto que Paulo já deu a Jesus. É prova concreta de que Paulo considerava Jesus como Deus, A Segunda Pessoa da Trindade. É inconcebível que Paulo daria esse título a qualquer ser menor.

2. (9-11) A sabedoria de Deus é conhecida apenas pelo Espírito Santo.

Todavia, como está escrito:

“Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu,
Mente nenhuma imaginou
O que Deus preparou para aqueles que o amam”;

Mas Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus. Pois, quem conhece os pensamentos do homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus.

a. Como está escrito: Falando corretamente, esta não é uma citação exata das Escrituras. Paulo está a parafraseando Isaías 64:4 para nos lembrar que a sabedoria e plano de Deus estão além do nosso descobrimento por conta própria.

i. “Como está escrito não é neste caso, a forma de citação, mas sim o equivalente a dizer: ‘Para usar a linguagem das Escrituras’.” (Hodge)

b. Olho nenhum viu: A maioria das pessoas de forma errada acha que o que Deus preparou para aqueles que o amam significa as coisas que nos esperam no céu. Enquanto seja verdade que não podemos compreender a grandiosidade do céu, não é o que Paulo quis dizer aqui, porque 1 Coríntios 2:10 nos diz que Deus o revelou a nós por meio do Espírito. Esta coisa gloriosa foi revelada pelo evangelho.

i. “Essas palavras foram aplicadas ao estado de glória em um mundo futuro; mas certamente pertencem ao estado presente e expressam apenas a maravilhosa luz, vida e liberdade que o Evangelho comunica àqueles que creem no Senhor Jesus Cristo da maneira em que o próprio Evangelho requer.” (Clarke)

ii. Paulo está comunicando muito da mesma mensagem de Efésios 3:17, onde ele escreve sobre o mistério da igreja e como a igreja não foi dado a conhecer a homens doutras gerações, mas agora foi revelado pelo espírito aos Santos apóstolos e profetas de Deus. ( Efésios 3:5)

iii. Antes da vida e ministério de Jesus, o povo de Deus tinha uma vaga compreensão da glória de Sua obra e o que ela faria por Seu povo. Mas eles realmente não a compreendiam ou não conseguiam compreendê-la plenamente à frente do tempo.

c. Por meio do Espírito nos lembra que apenas o Espírito Santo pode nos falar sobre Deus e Sua sabedoria. Esse conhecimento é inalcançável pela sabedoria ou investigação humanas.

i. Ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus: Paulo argumenta a partir da premissa filosófica grega que osemelhante só é conhecido pelo semelhante. Você pode adivinhar o que seu cachorro está pensando, mas você não pode realmente saber a não ser que ele te diga. Da mesma maneira, poderíamos adivinhar o que Deus está pensando e sobre Sua sabedoria, mas nunca saberíamos a não ser que Ele nos contasse.

d. As coisas mais profundas de Deus: Em seu amor pela sabedoria humana, os coríntios orgulhosamente pensavam que Paulo estava apenas ensinando “apenas o básico” como o evangelho. Paulo insiste que sua mensagem chega ao coração das coisas mais profundas de Deus.

3. (12-13) Como podemos receber sua sabedoria.

Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus, para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente. Delas também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito, interpretando verdades espirituais para os que são espirituais.

a. Para que entendamos: A sabedoria vem pelo Espírito procedente de Deus, não do espírito do mundo. Como todo crente recebeu… o espírito procedente de Deus, todo crente tem o acesso a essa sabedoria espiritual.

i. Isso não significa que todo crente tem uma sabedoria espiritual igual. E não significa que entenderemos todos os mistérios espirituais. Ela significa que todo crente pode entender o básico da mensagem cristã, que é inalcançável (e indesejável) pela sabedoria humana.

b. Interpretando verdades espirituais para os que são espirituais: Cristãos combinam coisas espirituais com palavras espirituais; eles usam palavras e conceitos ensinados apenas pelo Espírito Santo.

i. Ou, Paulo está falando da forma em que apenas um homem espiritual pode receber coisas espirituais. “A passagem, portanto, deveria ser traduzida dessa forma: Explicando coisas espirituais para pessoas espirituais.” (Clarke)

4. (14-16) O homem natural e o homem espiritual.

Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.

a. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus: A antiga palavra grega para homem natural é “psuchikos.” Ela descreve o materialista, que vive como se não houvesse nada além dessa vida física. Este é o tipo de vida comum a todos os animais.

i. O homem natural é onde todos nós começamos a vida, a vida herdada de Adão. O homem natural é o homem não regenerado, o homem não salvo.

ii. Temos que lidar com o mundo material, para que não haja nada inerentemente pecaminoso na vida “natural.” Não desagrada a Deus quando você tem que comer, dormir e trabalhar. Mas a vida nesse nível é sem discernimento espiritual: o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus.

iii. Coisas espirituais parecem loucura ao homem natural. Por que perder tempo com coisas “espirituais” quando você poderia estar ganhando dinheiro ou se divertindo?

b. Não compreende as coisas do Espírito de Deus: O homem natural não quer as coisas de Deus porque ele as considera loucura. E ainda mais, ele não consegue entender as coisas de Deus (nem se quisesse) porque elas se discernem espiritualmente. Seria errado esperar que o homem natural visse e valorizasse coisas espirituais, assim como seria errado esperar que um cadáver visse o mundo material.

i. O homem natural não é salvo. Cristãos demais ainda pensam como homens naturais se recusando a discernir as coisas espiritualmente. Quando nossa única preocupação é com “o que faz sentido” ou o “lucro”, não estamos discernindo espiritualmente e estamos pensando como o homem natural, embora pudéssemos ser salvos.

c. O que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido: Paulo não está dizendo que todos os cristãos estão acima de toda crítica (afinal de contas, muito dessa carta é crítica). O ponto é claro: nenhum homem natural está equipado para julgar um homem espiritual.

d. Quem conheceu a mente do Senhor: Isaías 40:13 se refere a mente de Javé (traduzida aqui para Senhor); no entanto, Paulo não vê problema em inserir mente de Cristo no lugar de mente do Senhor, porque Jesus é Javé!

Informação Bibliográfica
Guzik, David. "Comentário sobre 1 Corinthians 2". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/commentaries/por/tew/1-corinthians-2.html. 2024.
 
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