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Bible Commentaries
Romanos 12

Matheus Henry - Comentário do Novo testamentoHenry Comentário NT

versos 1-21

Tendo terminado o apóstolo a parte de sua carta em que argumenta e prova diversas doutrinas que são aplicadas praticamente, aqui apresenta deveres importantes a partir dos princípios do Evangelho. Ele roga aos romanos, como irmãos em Cristo, que pelas misericórdias de Deus apresentem seus corpos em sacrifício vivo a Ele. Este é um poderoso chamado. Recebemos diariamente do Senhor os frutos de sua misericórdia. Apresentemo-nos; todo o que somos, todo o que temos, todo o que fazemos, porque depois de tudo, que tanto é em comparação com as grandes riquezas que recebemos? É aceitável a Deus: um culto racional, pelo qual somos capazes e estamos preparados para dar razão, e o entendemos. A conversão e a santificação são a renovação da mente; mudança, não da substância, sena das qualidades da alma. O progresso na santificação, morrer mais e mais para o pecado, e viver mais e mais para a justiça, é executar esta obra renovadora, até que é aperfeiçoada na glória. O grande inimigo desta renovação é conformar-se a este mundo. Cuidem-se de formar-se planos para a felicidade, como se ela estiver nas coisas deste mundo, que logo passam. Não caiam nos costumes dos que andam nas luxúrias da carne, e se preocupam com as coisas terrenas. A obra do Espírito Santo começa, primeiramente, no entendimento, e se efetua na vontade, nos afetos e na conversação, até que há uma mudança em todo o há a semelhança de Deus, no conhecimento, a justiça e a santidade da verdade. assim, pois, ser piedoso é apresentar-nos a Deus.



O orgulho é um pecado que está em nós por natureza; necessitamos sermos advertidos e armados em sua contra. Todos os santos constituem um corpo em Cristo que é a Cabeça do corpo, e o centro comum de sua unidade. No corpo espiritual há alguns que são aptos para uma classe de obra, e são chamados a ela; outros, para outra classe de obra. Devemos realizar todo o bem que pudermos, uns aos outros, e para proveito do corpo. Se pensarmos devidamente nos poderes que temos, e quão longe estamos de aproveitá-los apropriadamente, isso nos humilharia. Porém, como não devemos estar orgulhosos de nossos talentos, devemos cuidar-nos, não seja que sob pretexto de humildade e abnegação sejamos preguiçosos em entregar-nos para benefício dos outros. não devemos dizer "não sou nada, portanto, ficarei quieto e nada farei"; senão "não sou nada por mi mesmo e, portanto, me darei ao máximo no poder da graça de Cristo". Sejam quais forem nossos dons ou situações, tratemos de ocupar-nos humilde, diligente, alegremente e com simplicidade, sem buscar nosso próprio mérito ou proveito, senão o bem de muitos neste mundo e no vindouro.



O amor mútuo que os cristãos se professam deve ser sincero, livre de engano e de adulações mesquinhas e mentirosas. Em dependência da graça divina, eles devem detestar e ter pavor a todo mal, e devem amar e deleitar-se em todo o que seja bom e útil. Não só devemos fazer o que é bom; devemos aferrar-nos ao bem. Todo nosso dever mútuo está resumido nesta palavra: amor. Isto significa o amor dos pais por seus filhos, que é mais tenro e natural que qualquer outro; é espontâneo e sem ataduras. Amar com zelo a Deus e ao homem pelo evangelho dará diligência ao cristão sábio em todos seus negócios mundanos para alcançar uma destreza superior.
Deus deve ser servido com o espírito, sob as influências do Espírito Santo. Ele é honrado com nossa esperança e confiança nEle, especialmente quando nos regozijamos nessa esperança. É servido não só realizando sua obra, senão sentando-nos tranqüilos e em silêncio quando nos chama a sofrer. A Paixão por amor a Deus é a piedade verdadeira. Os que se regozijam na esperança provavelmente sejam pacientes quando estão atribulados. Não devemos ser frios nem cansar-nos no dever da oração.
Não só deve haver benignidade para os amigos e irmãos; os cristãos não devem albergar ira contra os inimigos. Só é amor falso o que resta nas palavras bonitas quando nossos irmãos necessitam provisões reais e nós podemos provê-los. Devemos estar preparados para receber aos que fazem o bem: segundo haja ocasião, devemos dar as boas-vindas aos forasteiros.
Abençoem, e não amaldiçoem. Pressupõe a boa vontade completa não abençoar quando oramos para amaldiçoar em outros momentos, mas bendizê-los sempre sem amaldiçoá-los em absoluto. O amor cristão verdadeiro nos fará participar nas penas e alegrias de uns e outros. Trabalhe o mais que possa para concordar nas mínimas verdades espirituais; e quando não o consiga, concorde no afeto. Olhe com santo desprezo a pompa e dignidades mundanas. Não se preocupe com elas, não se apaixone por elas. Conforme-se com o lugar em que Deus o colocou em sua providência, qualquer que seja. Nada é mais baixo que nós senão o pecado. Nunca encontraremos em nossos corações a condescendência para com o próximo enquanto alberguemos vaidade pessoal; portanto, esta deve ser mortificada.



Desde que os homens se fizeram inimigos de Deus, têm estado muito dispostos a serem inimigos entre si. Os que abraçam a religião devem esperar encontrar-se com inimigos em um mundo cujos sorrisos rara vez concordam com os de Cristo. não paguem a ninguém mal por mal. Essa é uma recompensa brutal, apta só para animais que não têm consciência de nenhum ser superior, ou de nenhuma existência depois desta. E não só façam, senão estudem e cuidem-se em fazer o que é amistoso e elogiável, e que faz que a religião resulte recomendável a todos aqueles com os que conversem.
Estuda as coisas que trazem a paz; se possível, sem ofender a Deus nem ferir a consciência. Não se vinguem vocês mesmos. Esta é uma lição difícil para a natureza corrupta; portanto, se dá o remédio para isso. Deixem lugar à ira. Quando a paixão do homem está em seu auge, e a torrente é forte, deixe-o passar, não seja que seja enfurecido mais ainda contra nós. A línea de nosso dever está claramente marcada e se nossos inimigos não são derretidos pela benignidade perseverante, não devemos buscar a vingança; eles serão consumidos pela fera ira desse Deus ao que pertence a vingança.
O último versículo sugere o que é facilmente entendido pelo mundo: que em toda discórdia e contenda são vencidos os que se vingam, e são vencedores os que perdoam. Não se deixe esmagar pelo mal. Aprenda a derrotar as más intenções em sua contra, já seja para mudá-las ou para preservar a paz. O que tem esta regra em seu espírito, é melhor que o poderoso. Pode-se perguntar aos filhos de Deus se para eles não é mais doce, que todo bem terreno, que Deus capacite por seu Espírito de modo que seja esse seu sentir e seu agir.




Informação Bibliográfica
Henry, Matthew. "Comentário sobre Romans 12". "Matheus Henry - Comentário do Novo testamento". https://www.studylight.org/commentaries/por/mhn/romans-12.html. 1706.
 
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