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Sunday, December 22nd, 2024
the Fourth Week of Advent
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Bible Commentaries
Comentário Bíblico Enduring Word Enduring Word
Declaração de Direitos Autorais
Esses arquivos devem ser considerados domínio público e são derivados de uma edição eletrônica disponível no site "Enduring Word".
Esses arquivos devem ser considerados domínio público e são derivados de uma edição eletrônica disponível no site "Enduring Word".
Informação Bibliográfica
Guzik, David. "Comentário sobre Galatians 6". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/commentaries/por/tew/galatians-6.html. 2024.
Guzik, David. "Comentário sobre Galatians 6". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/
Whole Bible (1)New Testament (2)
versos 1-18
Gálatas 6 – Instruções Finais
A. Responsabilidade pessoal e ajudar os outros.
1. (1) Restaurando aqueles vencidos pelo pecado.
Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta, vocês, que são espirituais deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado.
a. Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta: Paulo reconheceu que pode haver aqueles entre os cristãos na Galácia que foram surpreendidos em alguma falta. Paulo não parecia excluir, mas eles nunca deveriam permanecer no lugar de onde foram surpreendidos.
i. As palavras de Paulo aqui não falam de um pecador determinado e endurecido. Em vez disso, a ideia é de alguém que caiu em pecado, encontrando-se surpreendido em um lugar que nunca pensou que estaria. Surpreendido “contém a ideia de queda. Não é o aspecto deliberado e planejado do pecado que é enfatizado aqui, mas sim o elemento inconsciente. Erro, em vez de má ação, é a força da palavra, embora sem absolvição de responsabilidade.” (Ridderbos, citado em Morris)
ii. “Se pesarmos cuidadosamente as palavras do Apóstolo, percebemos que ele não fala de faltas e erros doutrinários, mas de faltas muito menores pelas quais uma pessoa é vencida pela fraqueza de sua carne. Isso explica por que o apóstolo escolheu o termo mais suave ‘falta’. Para minimizar a ofensa ainda mais, como se ele pretendesse desculpá-la totalmente e tirar toda a culpa da pessoa que cometeu a falta, ele fala dela como tendo cometido sido ‘vencido’, seduzido pelo diabo e pela carne… Esta frase reconfortante uma vez salvou minha vida”. (Lutero)
b. Deverão restaurá-lo: Os surpreendidos precisam ser restaurados. Eles não devem ser ignorados. Eles não devem ser desculpados. Eles não devem ser destruídos. O objetivo é sempre a restauração.
i. Stott sobre restauração: “O verbo é instrutivo. Kataritzo significa “colocar em ordem” e, portanto, “restaurar sua condição anterior”… Era usado no grego secular como um termo médico para definir um osso fraturado ou deslocado. É aplicado em Marcos 1:19 aos apóstolos que estavam ‘consertando’ suas redes.”
ii. Essa tarefa de restauração é frequentemente negligenciada na igreja. Temos a tendência de fingir que o pecado nunca aconteceu ou de reagir com severidade demais para com quem pecou. O equilíbrio entre esses dois extremos só pode ser negociado pelo espiritual. Deveria ser normal fazer o que Deus diz aqui, mas não é. É muito fácil responder ao pecado de alguém com fofoca, julgamento severo ou aprovação sem discernimento.
c. Restaurá-lo com mansidão:A restauração deve sempre ser feita com um espírito de mansidão, com total compreensão de nossa própria fraqueza e corrupção. Aqueles que fazem a restauração devem se proteger contra a tentação do orgulho, bem como contra a mesma tentação contra a qual o restaurado lutava.
i. “Que os ministros do Evangelho aprendam com Paulo como lidar com aqueles que pecaram. ‘Irmãos’, diz ele, ‘se alguém for surpreendido por uma falta, não agravem sua dor, não o repreendam, não o condenem, mas levante-o e restaurem gentilmente sua fé”. (Lutero)
ii. “Isso sugere que a gentileza nasce do senso de nossa própria fraqueza e tendência ao pecado.” (Stott)
iii. A influência dos legalistas entre os gálatas tornou esta advertência necessária; “Nada revela melhor a maldade do legalismo do que a forma como os legalistas tratam aqueles que pecaram.” (Wiersbe)
2. (2-5) Carregando os fardos uns dos outros e suportando nossa própria carga.
Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo. Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém, pois cada um deverá levar a própria carga.
a. Levem os fardos pesados uns dos outros: Quando Paulo trouxe a ideia de quem é atingido em qualquer transgressão, isso pintou o quadro de uma pessoa cedendo sob uma carga pesada. Aqui, ele expandiu a ideia para encorajar cada cristão a carregar os fardos uns dos outros.
i. O foco não está em “esperar que outros carreguem seus fardos”. Isso é egocêntrico e sempre leva ao orgulho, à frustração, ao desânimo e à depressão. Em vez disso, Deus sempre nos direciona para sermos focados nos outros e diz: “Carreguem os fardos uns dos outros.”
ii. Este é um comando simples de obedecer. Procure um irmão ou irmã com um fardo e ajude-os com isso. Não é complicado e não requer um grande programa ou infraestrutura para fazer isso. Apenas procure um fardo para carregar e carregue-o.
iii. “Observe a suposição que está por trás dessa ordem, ou seja, que todos nós temos fardos e que Deus não quer que os carreguemos sozinhos.” (Stott)
b. Assim, cumpram a lei de Cristo:Enquanto carregamos os fardos uns dos outros, estamos cumprindo a simples lei de Cristo: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”. (João 13:34-35).
i. Ao longo de toda esta carta, Paulo lutou contra os legalistas entre os cristãos da Galácia. Aqui, ele bateu neles novamente. Paulo disse essencialmente: “Você quer cumprir a lei? Esta é a sua leia cumprir. Carreguem os fardos uns dos outros e assim cumpram a lei de Cristo.”
ii. “Então, Paulo pode estar dizendo a eles, de fato, que em vez de impor a lei como um fardo sobre os outros, eles deveriam, em vez disso, aliviar seus fardos e assim cumprir a lei de Cristo.” (Stott)
c. Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo: O orgulho nos impede de carregar os fardos uns dos outros e de cumprir a lei de Cristo. Muitas vezes, é o orgulho que nos impede de ministrar uns aos outros como deveríamos.
i. Acima de tudo, o orgulho é o foco em si mesmo. Orgulho não significa necessariamente: “Eu sou melhor do que você”. O orgulho simplesmente diz: “Eu sou mais importante do que você, então mereço mais da minha atenção e amor do que você”. Em vez disso, a humildade bíblica nos diz: “Não sou mais importante do que você. Deixe-me cuidar de seus fardos e necessidades.”
ii. Quando alguém pensa que é algo, quando ele não é nada, isso também sufoca o ministério de outra forma. Por orgulho, as pessoas se recusam a receber ajuda quando alguém estende a mão para ajudar a carregar seu fardo.
iii. É importante entender que Paulo escreveu a cada cristão quando disse: “Quando ele não é nada”. No sentido em que Paulo usa a ideia aqui, não é que alguns cristãos sejam algo e outros nada, e o problema é que os nada pensam que são um dos algo. Em vez disso, Paulo escreve com a mesma ideia por trás de Filipenses 2:3b-4: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.” Se eu te estimo acima de mim, e você me estima acima de você, uma coisa maravilhosa acontece: temos uma comunidade onde todos são respeitados e ninguém é desprezado.
iv. “O significado é mais geral e, portanto, deve ser expresso assim: ‘Uma vez que todos os homens não são nada, aquele que deseja aparecer algo e se convence de que é alguém, engana-se a si mesmo.’” (Calvino)
d. Engana-se a si mesmo: Há poucas coisas que mais enganam a si mesmo do que o orgulho. Ser orgulhoso é ser cego – cego para o favor e os dons dados gratuitamente por Deus, cego para o nosso pecado e depravação, cego para o bem dos outros e cego para a tolice do egocentrismo.
i. Frequentemente, ficamos zangados quando alguém nos engana. No entanto, não levamos o perigo de nos enganarmos tão a sério quanto deveríamos. É uma coisa séria e terrível enganar a si mesmo. “A miséria da maioria dos homens é que suas mentes são tão ruins quanto seus olhos, nenhum deles olha para dentro.” (Trapp)
ii. Isso ajuda a explicar o maior engano do maior dos enganadores – o próprio Satanás. Se houve alguém que pensou ser alguma coisa quando não é nada, foi Satanás antes e depois de sua queda. E se há alguém que se engana a si mesmo, certamente é Satanás – que trabalha continuamente contra Deus na ilusão de que um dia pode triunfar.
e. Cada um examine os próprios atos: Em vez de nos enganar, devemos fazer um exame cuidadoso e sóbrio de nossas obras diante de Deus. Se não o fizermos, e se continuarmos sob o nosso autoengano, podemos pensar que nossas obras são aprovadas diante de Deus, quando na verdade não são. Queremos que nosso trabalho seja aprovado diante de Deus, para que nossa alegria no dia da recompensa seja pelo nosso próprio trabalho (ele mesmo), e não pelo trabalho de outrem.
i. Existe outro aspecto para se regozijar em si mesmo. Significa ter alegria em sua própria caminhada com o Senhor, em vez de se sentir espiritual porque alguém ao seu redor talvez seja surpreendido por qualquer transgressão.
f. Pois cada um deverá levar a própria carga: A Bíblia fala de um dia em que nossas obras serão examinadas perante o Senhor. Este é o tribunal de Cristo descrito em Romanos 14:10 e 2 Coríntios 5:10. Nesse dia, cada um carregará sua própria carga.
i. Não há contradição entre carregar as cargas uns dos outros ( Gálatas 6:2) e cada um deve carregar a sua própria carga ( Gálatas 6:5). Em Gálatas 6:5, Paulo falou de nossa responsabilidade final perante Deus. Em Gálatas 6:2, ele falou de nossa necessidade de cuidar dos outros no corpo de Cristo.
ii. Também há uma diferença nas palavras que Paulo usa. A palavra para carga em Gálatas 6:5 era um termo comum para a mochila de um homem. A palavra para fardos em Gálatas 6:2 era uma palavra diferente que significa “fardos pesados” – aqueles que são mais do que um homem deveria carregar. No final, seremos todos responsáveis pôr nosso próprio trabalho, mas podemos ajudar a carregar os fardos dos outros.
3. (6-10) Fazer o bem aos outros na família da fé.
O que está sendo instruído na palavra partilhe todas as coisas boas com quem o instrui. Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos. Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé.
a. O que está sendo instruído na palavra partilhe todas as coisas boas com quem o instrui: Neste contexto de cuidar uns dos outros, Paulo instrui aqueles que são ensinados a apoiar (compartilhar todas as coisas boas) a aqueles que os ensinam.
i. Partilhe todas as coisas boas têm a ideia focada no apoio financeiro, mas não se limitando a ele. “Da variedade de interpretações das palavras de Paulo aqui, a mais comum é também a mais provável: isso tem participação no sentido de doação ativa e todas as coisas boas no sentido de bens físicos (Lucas 1:53; 12:18-19; 16:25).” (Fung)
ii. Lightfoot traduz o sentido disso: “Eu falei sobre carregar os fardos uns dos outros. Há uma aplicação especial que eu faria a essa regra. Atenda às necessidades temporais de seus mestres em Cristo”.
iii. Passagens como essa são importantes, mas podem ser estranhas para o pregador. Martinho Lutero escreveu: “Todas essas passagens têm o objetivo de beneficiar a nós, ministros. Devo dizer que não tenho muito prazer em explicar esses versículos. Sou feito para parecer que estou falando em meu próprio benefício.”
iv. “A relação certa entre mestre e ensinado, ou ministro e congregação, é de koinonia, ‘comunhão ‘ou ‘parceria’. Assim, Paulo escreve: ‘Aquele que aprende a palavra, compartilhe (koinoneito) todas as coisas boas com aquele que ensina.’” (Stott) Não é pagamento; é compartilhar.
v. Este é um princípio espiritual básico, embora às vezes negligenciado. Aqueles que o alimentam e abençoam espiritualmente devem ser sustentados por você financeiramente. Paulo repetiu esse princípio em vários outros lugares. “Se entre vocês semeamos coisas espirituais, seria demais colhermos de vocês coisas materiais?”( 1 Coríntios 9:11). “Da mesma forma o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho, que vivam do evangelho.” ( 1 Coríntios 9:14). “Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino.” ( 1 Tessalonicenses 5:17). Se você confia a eles sua saúde espiritual, você também deve confiar neles para administrar os dons do povo de Deus (Lucas 16:11).
vi. “Muitas vezes me pergunto por que todos os apóstolos reiteraram esse pedido com uma frequência tão embaraçosa… Viemos a entender por que é tão necessário repetir a admoestação desse versículo. Quando Satanás não pode suprimir a pregação do Evangelho pela força, ele tenta cumprir seu propósito golpeando os ministros do Evangelho com pobreza.” (Lutero)
b. Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá: Para aqueles que hesitam em compartilhar todas as coisas boas com aqueles que os ensinam, Paulo os lembra do princípio de Deus de semear e colher. O dar (compartilhar todas as coisas boas com aquele que ensina) não é como jogar dinheiro fora; é como plantar sementes, e tudo o que o homem semear, ele também colherá.
i. Considerar a partilha de todas as coisas boas com aquele que ensina um desperdício é zombar de Deus. É o egoísmo que zomba da generosidade de Deus para com aqueles que dão a Ele. Lutero expressou com veemência: “Cuidado, seus escarnecedores. Deus pode adiar Sua punição por um tempo, mas Ele vai descobrir você a tempo e puni-lo por desprezar Seus servos. Você não pode rir de Deus.”
ii. O que Paulo quer dizer é que o povo de Deus não deve compartilhar todas as coisas boas com aquele que ensina, porque isso é bom para o mestre. Devem fazê-lo porque é bom para quem aprende e compartilha, e o princípio de colher e semear demonstra isso.
c. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna: Se quisermos colher do Espírito, não devemos hesitar em semear para o Espírito com quaisquer recursos que Deus nos deu.
i. O fazendeiro colhe o que semeou. Se ele planta trigo, o trigo cresce. Da mesma forma, se semearmos para a carne, a carne aumentará em tamanho e força.
ii. O fazendeiro colhe o que semeou, mas não exatamente. A semente da maçã não apenas cresce mais sementes de maçã, mas mais maçãs com sementes. Mesmo assim, quando semeamos para o Espírito– mesmo com as coisas materiais – o que colhemos não são necessariamente as coisas materiais, mas algo melhor: do Espírito colhemos a vida eterna. Portanto, não damos como um “investimento” grosseiro ou esquema de geração de dinheiro, embora estejamos totalmente confiantes de que nunca seremos perdedores por dar.
iii. O agricultor também colhe mais se semeou mais, e a relação entre o que semeia e o que colhe é exponencial. Um agricultor pode plantar uma semente de maçã e receber centenas de maçãs ao longo do tempo.
d. Pois, o que o homem semear, isso também colherá: Este princípio tem aplicação além de dar e apoiar mestres e ministros. Tem uma aplicação geral na vida; o que ganhamos da vida muitas vezes é o que investimos. No entanto, Paulo não está promovendo alguma lei do “carma” espiritual que garante que ficaremos bem quando fizermos o bem, ou que sempre ficaremos mal quando fizermos o mal. Se existisse tal lei espiritual absoluta, certamente nos condenaria a todos. Em vez disso, Paulo simplesmente relaciona o princípio de semear e colher à maneira como administramos nossos recursos diante do Senhor. Ele usou a mesma imagem em 1 Coríntios 9:11 e 2 Coríntios 9:6-10.
i. Podemos nos enganar esperando muito quando semeamos pouco, mas não podemos enganar a Deus e os resultados de nossa má semeadura serão evidentes.
e. E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos: Ao administrarmos sabiamente nossos recursos diante de Deus sob o princípio de semear e colher, precisamos de paciência. Isso ocorre porque a colheita não acontece imediatamente após a semeadura.
i. É fácil, mas perigoso perder o ânimo. No mundo antigo, esta frase traduzida por perder o ânimo era usada para o tipo de medo e cansaço que uma mulher experimenta durante o trabalho de parto. Descreve uma época em que o trabalho é árduo e doloroso, mas também inacabado e sem recompensa. É fácil perder o ânimo quando nos sentimos assim, mas é exatamente quando devemos nos agarrar e não nos cansar ao fazer o bem.
f. Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé: Sem desanimar, procuramos fazer o bem com os nossos recursos e fazer o bem a todos– mas especialmente aos que pertencem a Família de Deus.
i. Quando Paulo escreveu como temos oportunidade e nos permitiu fazer o bem, ele claramente se incluiu no que escreveu. Ele falou consigo mesmo aqui tanto quanto com os gálatas. Por causa do perigo trazido pelos legalistas, o trabalho de Paulo entre eles ainda não tinha sido realmente recompensado, então ele precisava se lembrar de não desanimar.
ii. Morris em família da fé: “A ênfase está nos cristãos e crentes. O que distinguia os cristãos das outras pessoas era sua fé. Eles eram as pessoas que colocaram sua confiança em Jesus como seu Salvador, e isso era o que havia de mais importante neles.
B. Palavras finais.
1. (11) Introdução ao pós-escrito pessoal de Paulo.
Vejam com que letras grandes estou lhes escrevendo de próprio punho!
a. Estou lhes escrevendo de próprio punho! O costume de Paulo, típico do mundo antigo, era ditar suas cartas a um secretário. Mas ele costumava escrever pessoalmente uma pequena parte no final, tanto para autenticar a carta quanto para adicionar um toque pessoal.
i. Outros exemplos deste tipo de pós-escrito são 1 Coríntios 16:21-24 (Eu, Paulo, escrevi esta saudação de próprio punho) e Colossenses 4:18 (Eu, Paulo, escrevo esta saudação de próprio punho). Uma razão pela qual Paulo pode ter feito isso foi para provar que ele realmente escreveu a carta, como em 2 Tessalonicenses 3:17: “Eu, Paulo, escrevo esta saudação de próprio punho, a qual é um sinal em todas as minhas cartas. É dessa forma que escrevo.”
b. Vejam com que letras grandes estou lhes escrevendo: Paulo aponta que ele escreveu seu pós-escrito com letras grandes. Muitos especulam que isso acontecia porque ele tinha problemas de visão e não conseguia ler ou escrever letras pequenas. Mas é mais provável que ele tenha tornado as letras grandes simplesmente para dar ênfase.
i. “Neste ponto, o apóstolo tira a caneta de seu amanuense, e o parágrafo final é escrito com sua própria mão… Ele também o escreve em grandes caracteres em negrito, para que sua caligrafia reflita a energia e determinação de sua alma.” (Lightfoot)
ii. “A maioria dos comentaristas considera que ele usou letras grandes deliberadamente, ou porque estava tratando seus leitores como crianças (repreendendo sua imaturidade espiritual usando escrita infantil) ou simplesmente para dar ênfase… da mesma forma que usaríamos letras maiúsculas ou sublinharíamos hoje.” (Stott)
2. (12-13) Uma palavra final sobre os motivos dos legalistas entre os gálatas.
Os que desejam causar boa impressão exteriormente, tentando obrigá-los a se circuncidarem, agem desse modo apenas para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. Nem mesmo os que são circuncidados cumprem a lei; querem, no entanto, que vocês sejam circuncidados a fim de se gloriarem no corpo de vocês.
a. Os que desejam causar boa impressão exteriormente, tentando obrigá-los a se circuncidarem: Paulo aqui se referiu aos cristãos legalistas entre os gálatas e escreveu francamente sobre seu motivo – fazer uma boa exibição na carne. Eles trabalharam para trazer os cristãos da Galácia de origem gentia para a circuncisão porque seria uma boa exibição para eles – mas uma boa exibição na carne.
i. Os legalistas fingiram estar motivados por preocupação com aqueles que tentaram submeter à lei. Mas Paulo viu através desse engano e viu que o motivo deles era realmente egoísta, simplesmente desejando a honra e a glória de uma boa exibição na carne. Eles queriam que os gálatas fossem circuncidados para que pudessem usar a submissão desses gentios como um emblema de conquista. Assim como Davi se gabou nos duzentos prepúcios dos filisteus que matou, esses legalistas queriam a lealdade desses gentios principalmente como um troféu.
ii. Obrigar é uma palavra importante. Não havia nada de errado em um gentio ser circuncidado. Havia tudo de errado em obrigar um gentio a ser circuncidado, dizendo que ele não poderia estar certo com Deus sem se submeter à lei de Moisés.
b. Agem desse modo apenas para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo: Além de sua própria glória, seu outro motivo era evitara perseguição pela cruz de Cristo. Se esses legalistas tivessem dito: “Somos salvos apenas pela obra da cruz de Cristo, não por nossa obediência sob a lei”, eles teriam sido perseguidos. Provavelmente a perseguição teria vindo de outros cristãos legalistas ou daqueles que ainda estavam no judaísmo. Sua relutância em enfrentar essa pressão fez com que defendessem falsas doutrinas.
i. Também há outra maneira de considerar isso. Ao alinhar o cristianismo com o judaísmo, enfatizando a circuncisão e a Lei de Moisés, os homens podiam escapar da perseguição dos romanos. “Defender a circuncisão era alinhar o novo movimento com o judaísmo, uma religião que tinha sanção romana oficial e, portanto, que evitava a perseguição. Os pregadores a que Paulo se opunha podem ter incluído a cruz em sua proclamação, mas acrescentando a necessidade da circuncisão, eles evitaram a perseguição.” (Morris)
3. (14-15) Paulo escreve sobre seus motivos.
Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo. De nada vale ser circuncidado ou não. O que importa é ser uma nova criação.
a. Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo: O coração de Paulo não se importava com a glória que vinha da fama. Ele não se importava com a glória que vinha das riquezas. Ele não se importava com a glória que vinha do status e poder entre os homens. Ele só se preocupou com a glória da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.
i. É difícil para nós avaliar como as palavras de Paulo são estranhas aqui. Para as pessoas que sabiam do que se tratava a crucificação, as palavras “cruz” e “glória” simplesmente não combinavam. Eles eram opostos diretos porque não havia maneira mais humilhante e vergonhosa de ser executado do que a cruz. Parecia muito mais lógico se gloriarem sua boa exibição na carne, em vez da cruz. Mas Paulo pensa e escreve com uma lógica celestial que ultrapassa tudo nesta terra.
ii. “A palavra cruz não era mencionável na educada sociedade romana… mesmo quando alguém era condenado à morte por crucificação, a sentença usada era uma fórmula arcaica que servia como uma espécie de eufemismo azarado: arbori infelici suspendito, ‘pendurá-lo na árvore do azar.’” (Bruce, citado em Morris) Mas Paulo não apenas usou esta palavra não mencionável; ele se gloriava nisso.
iii. “O que ele quis dizer, entretanto, com a cruz? É claro que ele não se importou com o pedaço de madeira em que aquelas mãos e pés abençoados foram pregados, pois isso era mero materialismo e há perecido fora da mente. Ele se refere à gloriosa doutrina da justificação – justificação livre – por meio do sacrifício expiatório de Jesus Cristo.” (Spurgeon)
b. Por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo: Em Gálatas 5:24, Paulo escreveu sobre ter crucificado a carne com suas paixões e desejos. Agora, com a carne na cruz, ele também colocou o mundo na cruz e se considerou morto para o mundo. O mundo não poderia ter qualquer influência sobre Paulo se estivesse morto, e Paulo não poderia responder a qualquer influência dele se estivesse morto para o mundo.
i. O mundo, no sentido que Paulo quer dizer aqui, não era a terra global; nem era a massa da humanidade (que o próprio Deus ama, João 3:16). Em vez disso, foi a comunidade da humanidade pecadora que está unida em rebelião contra Deus.
ii. Não há nada mais mundano do que tentar fazer uma boa exibição na carne. Quando vivemos para a glória que vem da fama, da riqueza, do status ou do poder entre os homens, estamos muito vivos para o mundo e o mundo está muito vivo para nós.
iii. Paulo e o mundo podiam concordar em uma coisa: eles não gostavam um do outro. “‘O mundo está crucificado para mim’ significa que eu condeno o mundo. ‘Estou crucificado para o mundo’, significa que o mundo, por sua vez, me condena.” (Lutero) “O mundo e eu estamos bem de acordo. O mundo não se importa comigo e eu tão pouco me importo com o mundo.” (Trapp)
iv. “Viver para servir aos homens é uma coisa, viver para abençoá-los é outra; e isso faremos, Deus nos ajudando, fazendo sacrifícios para o bem deles. Mas temer os homens, pedir-lhes permissão para pensar, pedir-lhes instruções sobre o que falaremos e como o diremos – isso é uma baixeza que não podemos tolerar. Pela graça de Deus, não nos degradamos tanto, e nunca faremos.” (Spurgeon)
c. De nada vale ser circuncidado ou não. O que importa é ser uma nova criação: Sem dúvida, Paulo sabia que os cristãos tinham um padrão moral pelo qual viver (descrito em passagens como em Gálatas 5:19-21). Mas o que realmente importava não era o que fazemos para guardar a lei, especialmente em suas cerimônias, mas o que Deus fez em nós – tornando-nos uma nova criação.
i. Para os legalistas entre os cristãos da Galácia, a circuncisão era um grande problema, porque era a iniciação a viver sob a Lei mosaica. Mesmo que fosse importante para os legalistas, Paulo sabia que não importava de forma alguma (não aproveita nada). Se você fosse circuncidado, mas não uma nova criação, você não pertencia a Jesus. Se você não fosse circuncidado, mas fosse uma nova criação, você pertencia a Jesus.
ii. Não nos tornamos uma nova criação; Deus faz isso em nós. Na raiz, o cristianismo é algo que Deus faz em nós, não algo que fazemos para Deus. Isso pode simplesmente definir a diferença entre os sistemas da graça e da lei.
4. (16) Uma bênção para aqueles que andam na verdade de Deus.
Paz e misericórdia estejam sobre todos os que andam conforme essa regra, e sobre o Israel de Deus.
a. Paz e misericórdia estejam sobre todos os que andam conforme essa regra: Lightfoot essa regra, a palavra grega antiga kanon: “A linha do carpinteiro ou topógrafo pela qual uma direção é tomada.” Existe uma regra para a vida cristã, revelada pela Palavra de Deus. Nós apenas não inventamos à medida que avançamos. Devemos nos medir de acordo com esta regra.
b. Paz e misericórdia estejam sobre todos: Assim como Paulo estava disposto a pronunciar uma maldição sobre aqueles que ensinavam falsas doutrinas ( Gálatas 1:8-9), ele também estava disposto a dar uma bênção àqueles que andam conforme esta regra. Estes são aqueles que são o verdadeiro Israel de Deus, os descendentes de Abraão de acordo com a fé.
5. (17-18) Últimas palavras.
Sem mais, que ninguém me perturbe, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus. Irmãos, que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o espírito de vocês. Amém.
a. Pois trago em meu corpo as marcas de Jesus: Paulo escreveu como quem sofreu por Jesus e carregou essas marcas no corpo. Tendo sofrido, ele pode dizer de agora em diante que ninguém me perturbe, no sentido de que é inútil tentar, porque ele já suportou o pior.
i. Em 2 Coríntios 11:23-25, Paulo descreveu seu sofrimento físico por causa de Jesus. O que ele suportou foi o suficiente para deixar cicatrizes, marcas do Senhor Jesus.
ii. Alguns pensam que “que ninguém me perturbe” foi a maneira de Paulo dizer aos cristãos da Galácia: “Não sejam um problema para mim, continuando a brincar com essas falsas doutrinas – eu já sofri o suficiente.”
b. As marcas de Jesus: Alguns pensaram que Paulo fala aqui de um fenômeno conhecido como estigmas. Diz-se que são marcas no corpo semelhantes às feridas de Jesus, como feridas nas mãos, pés, lado ou cabeça, como resultado de uma intensa identificação mística com Jesus. Esse ponto de vista lê muito nas palavras simples do texto, e muitas vezes elas são usadas para justificar um misticismo doentio.
i. As marcas do Senhor Jesus não eram feridas semelhantes às feridas de Jesus; são marcas que identificam – ou mesmo “marcam” – Paulo como seguidor de Jesus. No mundo antigo, os escravos eram marcados com o nome de seu mestre. “Frequentemente, um mestre marcava seus escravos com uma marca que mostrava que eram seus. Muito provavelmente o que Paulo quis dizer é que as cicatrizes das coisas que ele sofreu por Cristo são as marcas que mostram que ele é um escravo de Cristo.” (Barclay)
ii. A prática da marca também era conhecida na vida militar: “São registrados casos de soldados que se auto-marcam com o nome de seu general em sinal de sua devoção absoluta à causa”. (Rendall) Paulo disse que suas marcas eram suas “marcas” de fidelidade.
iii. “Pois assim como a guerra terrestre tem suas decorações com as quais os generais honram a bravura de um soldado, assim Cristo, nosso líder, tem Suas próprias marcas, das quais faz bom uso para decorar e honrar alguns de Seus seguidores. Essas marcas, no entanto, são muito diferentes das outras; pois eles têm a natureza da cruz, e aos olhos do mundo eles são vergonhosos… mas diante de Deus e dos anjos eles superam todas as honras do mundo.” (Calvino)
c. Irmãos, que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o espírito de vocês. Amém: Paulo não poderia desejar nada maior para os gálatas do que isso. Se assim fosse, eles caminhariam em um relacionamento de graça com Deus, em vez do relacionamento legal baseado em desempenho que os colocava em perigo. Este é um final apropriado para a carta e oração por todas as nossas vidas.
i. “Depois da tempestade, do estresse e da intensidade da carta, vem a paz da bênção. Paulo argumentou, repreendeu e bajulou, mas sua última palavra é GRAÇA, para ele a única palavra que realmente importava”. (Barclay)