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Thursday, November 21st, 2024
the Week of Proper 28 / Ordinary 33
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Bible Commentaries
Comentário Bíblico Enduring Word Enduring Word
Declaração de Direitos Autorais
Esses arquivos devem ser considerados domínio público e são derivados de uma edição eletrônica disponível no site "Enduring Word".
Esses arquivos devem ser considerados domínio público e são derivados de uma edição eletrônica disponível no site "Enduring Word".
Informação Bibliográfica
Guzik, David. "Comentário sobre Acts 23". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/commentaries/por/tew/acts-23.html. 2024.
Guzik, David. "Comentário sobre Acts 23". "Comentário Bíblico Enduring Word". https://www.studylight.org/
New Testament (2)
versos 1-35
Atos 23 – Paulo em custódia protetora de Jerusalém a Cesaréia
A. A defesa de Paulo diante do Sinédrio.
1. (1-2) Paulo começa seu discurso diante do conselho.
Paulo, fixando os olhos no Sinédrio, disse: “Meus irmãos, tenho cumprido meu dever para com Deus com toda a boa consciência, até o dia de hoje”. Diante disso o sumo sacerdote Ananias deu ordens aos que estavam perto de Paulo para que lhe batessem na boca.
a. Paulo, fixando os olhos no Sinédrio: No dia anterior Paulo viu uma grande oportunidade passar sem ser aproveitada quando a multidão no templo do monte não lhe permitiu terminar sua mensagem para eles, mas começou a se revoltar novamente. Agora Paulo tinha uma outra oportunidade de ganhar Israel para Jesus, e talvez uma oportunidade melhor. Aqui ele falou com o sinédrio com a oportunidade de pregar Jesus a estes homens influentes.
b. Meus irmãos: De acordo com William Barclay, este discurso significou que Paulo foi ousado ao falar com o conselho, se colocando em uma posição de igualdade com eles. O estilo normal de discurso seria dizer: “Governantes do povo e anciãos de Israel”.
c. Tenho cumprido meu dever para com Deus com toda a boa consciência, até o dia de hoje: Paulo provavelmente pensou que isso era uma maneira inocente o suficiente de começar sua pregação. Ele não quis dizer que era perfeito e sem pecados e que sua consciência nunca lhe disse que estava errado. Ao invés disso, ele quis dizer que ele havia respondido a consciência quando havia feito algo errado e tinha corrigido as coisas.
i. Paulo jamais consideraria uma consciência limpa uma maneira de se justificar diante de Deus. “Paulo bem que poderia apelar para o testemunho da consciência enquanto estava diante da corte suprema de Israel; não foi em nenhuma justiça própria, no entanto, que ele confiou para a justificação na corte celestial. A consciência mais pura era uma base insegura de confiança sob o escrutínio de Deus”. (Bruce)
ii. A afirmação de Paulo em 1 Coríntios 4:4 é relevante: Embora em nada minha consciência me acuse, nem por isso justifico a mim mesmo; o Senhor é quem me julga.
d. Sumo sacerdote Ananias deu ordens aos que estavam perto de Paulo para que lhe batessem na boca: A reivindicação de Paulo de uma boa consciência ofendeu o sumo sacerdote. Ele pensou que alguém acusado de crimes tão sérios nunca deveria reivindicar uma consciência limpa.
i. Ou talvez, ele foi condenado em seu coração pela integridade inerente da reivindicação de Paulo. Ele era um homem com uma boa consciência, e era evidente em seu discurso e semblante.
ii. Não importa qual era seu motivo, “esta ordem foi ilegal, pois a lei judaica dizia: ‘Aquele que golpeia a bochecha de um Israelita, golpeia como se fosse a glória de Deus’, e ‘Aquele que golpeia um homem golpeia o Santo”. (Hughes)
iii. O Ananias que era o sumo sacerdote nessa época não honrava o cargo. Ele era bem conhecido por sua ganância; o antigo historiador judeu Josefo conta como Ananias roubou para si os dízimos que pertenciam aos sacerdotes comuns.
iv. “Ele não tinha escrúpulos ao usar violência e assassinato para promover seus interesses” (Bruce). Mais tarde, por causa de suas políticas em favor dos romanos, Ananias foi brutalmente morto por nacionalistas judeus.
2. (3-5) A resposta de Paulo ao soco no rosto.
Então Paulo lhe disse: “Deus te ferirá, parede branqueada! Estás aí sentado para me julgar conforme a lei, mas contra a lei me mandas ferir?” Os que estavam perto de Paulo disseram: “Você ousa insultar o sumo sacerdote de Deus?” Paulo respondeu: “Irmãos, eu não sabia que ele era o sumo sacerdote, pois está escrito: ‘Não fale mal de uma autoridade do seu povo’”.
a. Deus te ferirá, parede branqueada! Desejamos que soubéssemos como Paulo disse essas palavras. Teria ajudado escutar tom de voz de Paulo; foi uma explosão de raiva, ou foi uma repreensão calma e controlada com muito mais peso?
i. Seja qual for o tom, a repreensão foi totalmente precisa e justificada. O homem que comandasse que um homem indefeso fosse esmurrado na face, realmente era uma parede branqueada; um verniz branco de pureza cobrindo uma corrupção óbvia.
b. Estás aí sentado para me julgar conforme a lei, mas contra a lei me mandas ferir? Paulo expôs a hipocrisia do homem que deu o comando.
i. Os homens do sinédrio deveriam ser exemplos da lei de Moisés. O comando para golpear Paulo foi um fato contraditório a ambos, o espírito e a letra da lei. Deuteronômio 25:1-2 diz que somente um homem julgado culpado pode ser golpeado, e Paulo ainda não havia sido julgado culpado de nada.
ii. Deus te ferirá: “As palavras de Paulo, no entanto, foram mais proféticas do que ele imaginava. Os dias finais de Ananias – apesar de todo seu esquema e subornos – foram vividos como um animal caçado e acabou nas mãos de seu próprio povo”. (Longenecker)
c. Os que estavam perto de Paulo disseram: “Você ousa insultar o sumo sacerdote de Deus?” Paulo instantaneamente sabia que ele estava errado em sua explosão, não importava como ele disse. Ele concordou que era errado falar mal de uma autoridade do seu povo ( Êxodo 22:28). Contudo Paulo se desculpou, reivindicando que ele não sabia que o homem que ordenou o soco era Ananias, o sumo sacerdote.
i. Isso é razoável, já que Paulo tinha estado afastado do conselho e dos altos círculos da sociedade judaica em Jerusalém por mais de 20 anos. Provavelmente, ele simplesmente não reconheceu o homem que deu a ordem de golpeá-lo como o sumo sacerdote. No entanto, alguns pensam que ele não sabia, pois, a visão de Paulo estava ruim. Isto é uma inferência a Gálatas 4:14-15 e 6:11, assim como das primeiras tradições escritas da igreja.
ii. Outros acham que Paulo foi sarcástico com a ideia, “eu não pensava que qualquer um que agisse de tal maneira pudesse ser o sumo sacerdote”.
3. (6) O estratagema inteligente de Paulo.
Então Paulo, sabendo que alguns deles eram saduceus e os outros fariseus, bradou no Sinédrio: “Irmãos, sou fariseu, filho de fariseu. Estou sendo julgado por causa da minha esperança na ressurreição dos mortos!”
a. Paulo, sabendo: Paulo parece ter lido sua audiência e visto que eles não eram propícios ao evangelho – as ações do sumo sacerdote e as atitudes daqueles presentes deixaram isso claro. Então, Paulo desistiu de pregar o evangelho, e fez o que ele pôde para preservar sua liberdade diante de um conselho que queria matá-lo.
b. Alguns deles eram saduceus e os outros fariseus: O curso de Paulo era dividir o Sinédrio entre suas linhas de partido – fazer um lado (os fariseus) simpático a ele, em invés de tê-los unidos contra ele.
c. Sou fariseu, filho de fariseu: Conhecendo seu público, Paulo se referiu a sua hereditariedade como um fariseu e declarou: “Estou sendo julgado por causa da minha esperança na ressurreição dos mortos”. Ele sabia que isso era um assunto de grande controvérsia entre os dois partidos.
i. É claro que isso era uma reivindicação essencialmente verdadeira. O centro do evangelho de Paulo foi um Jesus ressuscitado. Ele estava sendo julgado sobre a questão da ressurreição dos mortos.
4. (7-9) O conselho está dividido.
E, havendo dito isto, houve dissensão entre os fariseus e saduceus; e a multidão se dividiu. Porque os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus reconhecem uma e outra coisa. E originou-se um grande clamor; e, levantando-se os escribas da parte dos fariseus, contendiam, dizendo: Nenhum mal achamos neste homem, e se algum espírito ou anjo lhe falou, não resistamos a Deus.
a. E, havendo dito isto, houve dissensão entre os fariseus e saduceus; e a multidão se dividiu: Paulo escolheu a questão certa. Enquadrada nestes termos, ele imediatamente ganhou os fariseus como aliados, e deixou que eles discutissem isso com os saduceus.
i. Os saduceus eram os teólogos liberais de sua época, e negavam a realidade da vida após a morte e o conceito da ressurreição. Lucas escreveu corretamente sobre eles: os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito.
ii. Os fariseus eram mais prováveis de encontrar um grau de concordância com Paulo, sendo mais os crentes da Bíblia no mundo judeu daquele tempo. Eles levavam a Bíblia a sério, mesmo que eles tenham errado muito ao adicionar as tradições dos homens às que eles recebiam na Bíblia.
iii. Geralmente os saduceus e os fariseus eram grandes inimigos, mas eram capazes de se unir em oposição a Jesus (Mateus 16:1, João 11:47-53) e Paulo. É estranho como as pessoas com nada em comum se unirão como amigos para se opor a Deus e Sua obra.
b. Não resistamos a Deus: Ao dizer isso, os fariseus recomendaram um retorno ao conselho de seu grande líder Gamaliel como registrado em Atos 5:38-39.
5. (10) Paulo é resgatado pelo comandante romano.
A discussão tornou-se tão violenta que o comandante teve medo que Paulo fosse despedaçado por eles. Então ordenou que as tropas descessem e o retirassem à força do meio deles, levando-o para a fortaleza.
a. A discussão tornou-se tão violenta: O comandante tinha que ter certeza de que estes judeus estavam loucos em suas infinitas e violentas disputas. Anteriormente eles se revoltaram contra a uma palavra “gentios”, agora os distintos homens do conselho brigavam por causa da uma palavra “ressurreição”.
b. O comandante teve medo que Paulo fosse despedaçado por eles. Então ordenou que as tropas descessem e o retirassem à força do meio deles: O comandante removeu Paulo para sua própria segurança, e o deixou em custódia na fortaleza.
i. O estratagema inteligente de Paulo o resgatou do conselho, mas ele não podia estar feliz com o resultado. Ele teve a oportunidade de pregar para uma enorme multidão de judeus atentos no templo do monte e ela terminou em fracasso. Em seguida, ele teve a oportunidade de pregar ao influente conselho judeu, e ela também terminou em uma briga.
ii. Mais tarde Paulo pareceu sugerir que esta tática de levantar a controvérsia da ressurreição da maneira como fez não foi boa. Ele sugere que foi uma “transgressão” da parte dele ( Atos 24:20-21).
6. (11) Jesus conforta Paulo à noite.
Na noite seguinte o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: “Coragem! Assim como você testemunhou a meu respeito em Jerusalém, deverá testemunhar também em Roma”.
a. Na noite seguinte: Esta deve ter sido uma noite difícil para Paulo. Seu coração ansiava pela salvação de seus companheiros judeus ( Romanos 9:1-4), e duas grandes oportunidades não deram em nada. Não seria nenhuma surpresa se Paulo se culpasse pela oportunidade perdida diante do Sinédrio. Poderia se dizer que a reação dele ao soco ordenado pelo sumo sacerdote estragou tudo.
i. Talvez com lágrimas, Paulo lamentou estas oportunidades perdidas para Deus e como ele poderia ter as estragado. Em momentos como estes, nós somos geralmente atormentados com um senso profundo de desmerecimento e inutilidade diante de Deus. Talvez este fosse seu fim do ministério.
ii. “Ousado, corajoso, destemido durante o dia, a noite de solidão encontra a força gasta e o inimigo nunca é lento para tirar vantagem deste fato”. (Morgan)
iii. Foi na escuridão daquela noite que as lágrimas caíram de Paulo; quando sua confiança em Deus pareceu falhar; quando ele se preocupou sobre o que Deus iria fazer e se ele sobreviveria. Foi na escuridão daquela noite que Jesus veio até Paulo e pôs-se do lado dele.
b. O Senhor, pondo-se do lado dele: A presença física de Jesus (como parece ter sido o caso) com Paulo foi uma manifestação única. Mas Jesus prometeu a cada crente de estar sempre com eles (Mateus 28:20).
i. Jesus sabia onde Paulo estava; Ele não havia perdido Paulo de vista porque ele estava na prisão. Quando John Bunyan, autor de Pilgrim’s Progress, estava na prisão, um homem visitou-o e disse: “Amigo, o Senhor me enviou para você, eu estive procurando em metade das prisões na Inglaterra por você”. John Bunyan respondeu: “Eu não acho que o senhor te enviou para mim, porque se Ele tivesse, você teria vindo aqui primeiro. Deus sabe que eu estive aqui a anos”. Deus sabe onde você está hoje; mesmo se você está se escondendo de todos os outros, Deus sabe onde você está.
ii. Paulo estava sozinho, mas ele não estava sozinho; se todos os outros abandonassem ele, Jesus era o suficiente. Melhor estar na prisão com o Senhor do que estar no céu sem ele.
iii. Paulo havia sido milagrosamente libertado de celas de prisões antes; porém desta vez, o Senhor se encontrou com ele bem na cela da prisão. Nós frequentemente exigimos que Jesus nos tire para fora de nossas circunstâncias, quando ele quer nos encontrar bem dentro delas. Às vezes nós pensamos que estamos nos rendendo a Jesus quando nós estamos na verdade apenas exigindo uma fuga. Deus quer nos encontrar dentro de qualquer coisa que enfrentamos no momento.
c. Coragem! Jesus não estava somente com Paulo; Ele lhe deu palavras de conforto. A palavra coragem nos diz que a noite trouxe consigo uma escuridão emocional e talvez espiritual sobre Paulo. Jesus estava lá para dar coragem ao Seu servo fiel depois de ter se exaurido pelo amor de Jesus.
i. Jesus não teria dito coragem a não ser que Paulo precisasse ouvir esta palavra. Paulo sabia que sua situação era ruim, mas ele não tinha a menor ideia do quanto! No dia seguinte, quarenta assassinos judeus se juntariam e jurariam entrar em uma greve de fome até que eles assassinassem Paulo. Paulo não sabia que isto aconteceria, mas Jesus sim. Contudo, Ele ainda podia dizer a Paulo: coragem.
ii. Você poderia pensar que as coisas estão ruins agora, mas você não tem a menor ideia do quanto. Mas Jesus sabe, e Ele ainda diz para você, coragem. Por quê? Não porque está tudo bem; mas porque Deus ainda está em Seu trono, e Ele ainda mantém sua promessa de que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito ( Romanos 8:28).
iii. Qualquer um pode ter coragem quando tudo está ótimo; porém o cristão pode ter coragem quando tudo está estragado, sabendo que Deus é poderoso e maravilhoso independentemente da crise do momento.
iv. Coragem é também apenas uma palavra no grego antigo, e é usada cinco vezes no Novo Testamento – todas as vezes por Jesus.
·Jesus disse ao paralítico acamado: Tenha bom ânimo, filho; os seus pecados estão perdoados (Mateus 9:2).
·Jesus disse a mulher com o problema do sangramento de 12 anos: Ânimo, filha, a sua fé a curou (Mateus 9:22).
·Jesus disse aos discípulos assustados no Mar da Galiléia: Coragem! Sou eu. Não tenham medo (Mateus 14:27).
·Jesus disse aos Seus discípulos na noite anterior à sua crucificação: Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo (João 16:33).
·E aqui, em Atos 23:11 – Jesus disse a Paulo: Coragem.
d. Assim como você testemunhou a meu respeito em Jerusalém, deverá testemunhar também em Roma: Jesus lembrou o que Paulo havia feito em Jerusalém, e disse à Paulo que restava mais trabalho para ele fazer em Roma.
i. Paulo podia ter ficado desanimado com a falta de resultados do sermão em Jerusalém. Mas os resultados não eram responsabilidade dele. Sua responsabilidade era trazer a Palavra de Deus e testemunhar sobre Jesus; os resultados eram responsabilidade de Deus. Você testemunhou a meu respeito em Jerusalém significa que Jesus elogiou Paulo por um trabalho bem-feito.
ii. Ainda assim, apesar de que Paulo havia feito um bom trabalho, havia mais trabalho a fazer. Deverá testemunhar também em Roma era a próxima tarefa de Paulo. As maiores palavras que um filho de Deus fiel pode ouvir são: “Há mais trabalho para você fazer”. Estas palavras entristecem o servo preguiçoso, mas trazem alegria ao servo fiel.
iii. Pode-se dizer sobre todo filho de Deus: Há mais trabalho para você fazer. Mais pessoas a trazer para Cristo, mais maneiras de você glorificar a Ele, mais pessoas com quem orar, mais maneiras humildes de servir Seu povo, mais famintos a alimentar, mais nus a vestir, mais santos cansados para você encorajar.
iv. “Um decreto divino ordena a você serviço maior e mais penoso do que você já viu. Um futuro te aguarda, e nenhum poder na terra ou sob a terra pode roubá-lo de você; portanto coragem”. (Spurgeon)
e. Deverá testemunhar também em Roma: A promessa de mais trabalho a fazer foi também uma promessa de proteção contínua. Paulo tinha que viver até que terminasse o curso que Deus traçou para ele.
i. Paulo realmente queria ir a Roma ( Atos 19:21 e Romanos 1:9-12). Às vezes pensamos que só porque queremos muito algo, não poderia ser a vontade de Deus para nós. Mas Deus frequentemente nos dá os desejos de nossos corações (Salmo 37:4).
ii. O tempo da sua promessa era especialmente precioso. Não parecia que Paulo sairia de Jerusalém vivo; menos ainda que chegaria em Roma. Deus não só sabe o que precisamos ouvir; Ele sabe quando precisamos ouvi-lo.
iii. Paulo enfrentou seus inimigos no dia seguinte com um sorriso no rosto, sabendo que eles não tinham poder contra ele, porque Deus tinha mais trabalho para ele fazer!
iv. “Esta garantia significou muito para Paulo durante os atrasos e ansiedades dos próximos dois anos, e vai longe explicando a calma e porte digno que de agora em diante marcam ele como um mestre dos eventos em vez de uma vítima deles”. (Bruce)
B. Paulo é salvo da conspiração de assassinos.
1. (12-15) Quarenta homens juram criar uma armadilha e matar Paulo.
Na manhã seguinte os judeus tramaram uma conspiração e juraram solenemente que não comeriam nem beberiam enquanto não matassem Paulo. Mais de quarenta homens estavam envolvidos nessa conspiração. E, dirigindo-se aos chefes dos sacerdotes e aos líderes dos judeus, disseram: “Juramos solenemente, sob maldição, que não comeremos nada enquanto não matarmos Paulo. Agora, portanto, vocês e o Sinédrio peçam ao comandante que o faça comparecer diante de vocês com o pretexto de obter informações mais exatas sobre o seu caso. Estaremos prontos para matá-lo antes que ele chegue aqui”.
a. Juraram solenemente que não comeriam nem beberiam enquanto não matassem Paulo: Nos dias de Paulo e Jesus, havia um grupo secreto de assassinos judeus que tinham como alvo os romanos e seus apoiadores. Eles eram homens-adaga, porque muitas vezes escondiam adagas e apunhalavam soldados romanos enquanto passavam. Parece que este mesmo tipo de assassinos, tinham agora Paulo como alvo.
i. Eles eram tão zelosos que eles fizeram votos de não comer ou até mesmo beber até que Paulo estivesse morto. Este foi um nível grande de comprometimento.
ii. Estes homens não careciam nada de comprometimento ou zelo. Porém seu zelo não se baseia no conhecimento ( Romanos 10:2). Zelo e devoção por si só nunca provam que alguém está reto perante a Deus.
b. Peçam ao comandante que o faça comparecer diante de vocês com o pretexto de obter informações mais exatas sobre o seu caso: Os assassinos queriam que os chefes dos sacerdotes e aos líderes dos judeus mentissem ao comandante romano, fingindo que eles queriam outra audiência com Paulo.
i. Sua mentira era um pecado; e homens que deveriam estar comprometidos com a lei de Deus estavam, em vez disso, felizes em pecar contra Ele. Eles eram zelosos, mas ainda dispostos a mentir e pecar para completar seus objetivos supostamente piedosos.
2. (16-22) O sobrinho de Paulo descobre sobre a conspiração e alerta o comandante romano.
Entretanto, o sobrinho de Paulo, filho de sua irmã, teve conhecimento dessa conspiração, foi à fortaleza e contou tudo a Paulo, que, chamando um dos centuriões, disse: “Leve este rapaz ao comandante; ele tem algo para lhe dizer”. Assim ele o levou ao comandante. Então disse o centurião: “Paulo, o prisioneiro, chamou-me, pediu-me que te trouxesse este rapaz, pois ele tem algo para te falar”. O comandante tomou o rapaz pela mão, levou-o à parte e perguntou: “O que você tem para me dizer?” Ele respondeu: “Os judeus planejaram pedir-te que apresentes Paulo ao Sinédrio amanhã, sob pretexto de buscar informações mais exatas a respeito dele. Não te deixes convencer, pois mais de quarenta deles estão preparando uma emboscada contra Paulo. Eles juraram solenemente não comer nem beber enquanto não o matarem. Estão preparados agora, esperando que prometas atender-lhes o pedido”. O comandante despediu o rapaz e recomendou-lhe: “Não diga a ninguém que você me contou isso”.
a. Entretanto, o sobrinho de Paulo, filho de sua irmã, teve conhecimento dessa conspiração: Não foi por acidente que isto aconteceu. Deus teve de proteger Paulo, pois Jesus prometeu que ele iria a Roma para testemunhar sobre Ele ( Atos 23:11).
b. Paulo, o prisioneiro: Paulo não havia cometido crime algum; ainda assim, era um prisioneiro. Porque o comandante romano suspeitou que ele poderia ser algum tipo de revolucionário, Paulo tinha de ser mantido em custódia até que os fatos do caso pudessem ser descobertos.
3. (23-24) Paulo escapa para Cesaréia com uma escolta militar completa e uma carta referindo seu caso ao governador da província.
Então ele chamou dois de seus centuriões e ordenou-lhes: “Preparem um destacamento de duzentos soldados, setenta cavaleiros e duzentos lanceiros a fim de irem para Cesaréia esta noite, às nove horas. Providenciem montarias para Paulo, e levem-no em segurança ao governador Félix”.
a. Preparem um destacamento de duzentos soldados, setenta cavaleiros e duzentos lanceiros: 470 soldados romanos treinados escoltariam Paulo para fora de Jerusalém. Foi como se Deus quisesse exagerar Sua fé para Paulo, e mostrá-lo sem sombra de dúvida que a promessa de Jesus era verdadeira.
b. Providenciem montarias para Paulo, e levem-no em segurança ao governador Félix: Não apenas Paulo escapou de Jerusalém vivo, ele o fez cavalgando um cavalo – na verdade, várias montarias foram disponibilizadas para Paulo.
4. (25-30) A carta de Lísias a Félix.
O comandante escreveu uma carta nestes termos:
“Cláudio Lísias,
ao Excelentíssimo Governador Félix,
Saudações.
Este homem foi preso pelos judeus, que estavam prestes a matá-lo quando eu, chegando com minhas tropas, o resgatei, pois soube que ele é cidadão romano. Querendo saber por que o estavam acusando, levei-o ao Sinédrio deles. Descobri que ele estava sendo acusado em questões acerca da lei deles, mas não havia contra ele nenhuma acusação que merecesse morte ou prisão. Quando fui informado de que estava sendo preparada uma cilada contra ele, enviei-o imediatamente a Vossa Excelência. Também ordenei que os seus acusadores apresentassem a Vossa Excelência aquilo que têm contra ele”.
a. O resgatei, pois soube que ele é cidadão romano: Nesta carta, Lísias deixou implícito que ele descobriu sobre a cidadania romana de Paulo imediatamente, e ele não disse nada sobre como Paulo foi amarrado duas vezes e quase açoitado por causa do interrogatório.
b. Não havia contra ele nenhuma acusação que merecesse morte ou prisão: Para Lucas, esta foi a linha importante da carta. É possível que oficiais romanos revisaram o Livro de Atos antes do julgamento de Paulo diante de César. Aqui, Lucas mostrou que outros oficiais romanos haviam julgado Paulo “inocente”.
i. “Um dos principais motivos de Lucas ao escrever sua história dupla é para demonstrar que não havia substância nesta acusação de subversão trazida não apenas contra Paulo, mas contra cristãos em geral – que juízes competentes e imparciais haviam repetidamente confirmado a inocência do movimento cristão e dos missionários cristãos com respeito a lei romana”. (Bruce)
5. (31-33) Paulo chega em Cesaréia.
Os soldados, cumprindo o seu dever, levaram Paulo durante a noite, e chegaram a Antipátride. No dia seguinte deixaram a cavalaria prosseguir com ele, e voltaram para a fortaleza. Quando a cavalaria chegou a Cesaréia, deu a carta ao governador e lhe entregou Paulo.
a. Levaram Paulo durante a noite, e chegaram a Antipátride: Os 200 soldados só foram até Antipátride porque a parte mais perigosa da estrada só vinha até este ponto.
i. “Até Antipátride [mais ou menos 25 milhas] o país era perigoso e habitado por judeus; depois daqui o país era aberto e plano, bem inadequado para qualquer emboscada e amplamente habitado por gentios”. (Barclay)
b. E lhe entregou Paulo: Paulo conseguiu sair de Jerusalém para Cesaréia na costa. A conspiração dos 40 assassinos fracassou.
i. Alguns imaginam se os homens que fizeram este juramento de jejum morreram porque eles fracassaram em sua missão de matar Paulo. Este provavelmente não é o caso. Rabinos antigos permitiam quatro tipos de votos a serem quebrados: “Votos de incitação, votos de exagero, votos feitos por engano e votos que não podem ser cumpridos por motivos de restrição” – exclusões permitindo quase qualquer contingência. (Longenecker)
6. (34-35) Paulo aguarda julgamento em Cesaréia.
O governador leu a carta e perguntou de que província era ele. Informado de que era da Cilícia, disse: “Ouvirei seu caso quando os seus acusadores chegarem aqui”. Então ordenou que Paulo fosse mantido sob custódia no palácio de Herodes.
a. Informado de que era da Cilícia: Talvez Félix tinha esperança de que Paulo vinha de algum lugar que requirisse que algum outro ouvisse seu caso. Aparentemente, saber que ele era da Cilícia significava que Félix seria realmente o responsável para ouvir e julgar seu caso.
b. “Ouvirei seu caso quando os seus acusadores chegarem aqui” Esta seria a primeira oportunidade de Paulo falar com alguém neste nível de autoridade (o governador). Este foi o começo do cumprimento da promessa feita a Paulo a mais ou menos 20 anos atrás: que ele levaria o nome de Jesus perante os reis ( Atos 9:15).
c. Então ordenou que Paulo fosse mantido sob custódia no palácio de Herodes: Isto começou para Paulo um período de dois anos de confinamento em Cesaréia. Depois disso ele passou pelo menos dois anos em Roma. Somado ao tempo de viagem, os próximos cinco anos da vida de Paulo foram vividos sob custódia romana. Este foi um grande contraste aos seus anos anteriores de viagem ampla e espontânea.
i. Paulo viveu muitos anos em grande liberdade e teve que confiar nas promessas de Deus durante todos aqueles anos. Contudo, ele também teve que confiar nas promessas de Jesus em seus anos de pouca liberdade – e saber que Deus podia trabalhar com o mesmo poder por meio destas circunstâncias mais difíceis.
ii. Paulo precisava receber a promessa de Jesus – ambas: promessas de 20 anos atrás e promessas recentemente feitas – para recebê-las com fé confiante, permitindo que aquelas promessas fizessem uma diferença em como ele pensava e até mesmo se sentia. Todo crente deve fazer o mesmo.