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Sunday, November 24th, 2024
the Week of Christ the King / Proper 29 / Ordinary 34
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Bible Commentaries
Lucas 22

Matheus Henry - Comentário do Novo testamentoHenry Comentário NT

versos 1-71

Cristo conhecia todos os homens e teve fins sábios e santos ao aceitar que Judas fosse seu discípulo. Aqui se nos diz como aquele que conhecia tão bem a Cristo chegou a traí-lo: Satanás entrou em Judas. Custa muito dizer se fazem mais dano ao Reino de Cristo o poder de seus inimigos declarados ou a traição de falsos amigos, mas sem esses, os inimigos não poderiam fazer tanto mal como o que fazem.



Cristo guardou as ordenanças da lei, particularmente a da Páscoa, para ensinar-nos a observar as instituições do evangelho e, mais que nada, a da Ceia do Senhor. Os que andam pela Palavra de Cristo não devem temer desilusões. Segundo as instruções que lhes deu, todos os discípulos se prepararam para a Páscoa.

Jesus expressa sua alegria por celebrar esta Páscoa. A desejava, ainda que sabia que depois viriam seus sofrimentos, porque tinha como objetivo a glória de seu Pai e a redenção do homem. Despede-se de todas as Páscoas significando que terminam as ordenanças da lei cerimonial, da qual a Páscoa era uma das primeiras e a principal. O tipo foi deixado de lado, porque agora no Reino de Deus tinha chegado a substância.



A Ceia do Senhor é um sinal ou comemoração de Cristo que já veio, que nos libertou morrendo por nós; sua morte se põe ante nós de forma especial nesta ordenança, pela qual a lembramos. Aqui o partir do pão nos lembra o quebrantamento do corpo de Cristo em sacrifício por nós. Nada pode ser melhor alimento e mais satisfatório para a alma que a doutrina da expiação do pecado feita por Cristo, e a certeza de termos parte nessa expiação. Destarte, fazemos isto em memória do que Ele fez por nós quando morreu por nós; e como lembrança do que fazemos, ao unir-nos a Ele na aliança eterna. O derramamento do sangue de Cristo, pelo qual se faz a expiação, se representa pelo vinho no cálice.



Que inconveniente para o caráter do seguidor de Jesus é a ambição mundana de ser o maior, sabendo que Cristo assumiu a forma de servo e se humilhou até a morte de cruz! No caminho à felicidade eterna, devemos esperar ser atacados e sacudidos por Satanás. Se não puder destruir-nos, tratará de fazer-nos infelizes ou de angustiar-nos. Nada precede com maior certeza a queda de um seguidor confesso de Cristo, que a confiança em si mesmo, com desconsideração pelas advertências e desprezo do perigo. Amenos que vigiemos e oremos sempre, podemos ser arrastados no curso do dia àqueles pecados contra os quais estávamos mais decididos na manhã. Se os crentes fossem deixados a si mesmos, cairiam, porém são mantidos pelo poder de Deus e a oração de Cristo.

Nosso Senhor anuncia a aproximação de uma mudança muito grande de circunstâncias. Os discípulos não devem esperar que seus amigos sejam amáveis com eles como antes. Portanto, o que tenha dinheiro, que o leve consigo porque pode necessitá-lo. Agora devem esperar que seus inimigos sejam mais ferozes que antes, e necessitarão armas. Nessa época, os apóstolos entenderam que Cristo queria dizer armas reais, mas Ele somente falava das armas da guerra espiritual. a espada do Espírito é a espada com que devem armar-se os discípulos de Cristo.



Cada descrição que dão os evangelistas da disposição mental com que nosso Senhor enfrenta este conflito, prova a terrível natureza do ataque, e o perfeito conhecimento antecipado de seus terrores que possuía o manso e humilde Jesus. aqui há três coisas que não estão nos outros evangelistas:

1) Quando Cristo agoniza, se apresenta um anjo do céu que o fortalece. Parte de sua humilhação foi ter de ser fortalecido por um espírito ministrador.

2) Estando em agonia orou mais fervorosamente. A oração, ainda que nunca é inoportuna, é especialmente oportuna quando agonizamos.

3) Nesta agonia seu suor foi como grandes gotas de sangue que caiam. Isto mostra o sofrimento de sua alma. devemos orar também para sermos capacitados para resistir até derramar nosso sangue na luta contra o pecado, se alguma vez formos chamados a isso.

A próxima vez que em sua imaginação se detenha a deleitar-se em algum pecado favorito, pense em seus efeitos como os que vê aqui! Olhe para seus terríveis efeitos no jardim de Getsêmani e deseje profundamente odiar e abandonar esse inimigo, com a ajuda de Deus, e resgatar pecadores pelos quais o Redentor orou, agonizou e sangrou.



Nada pode ser maior afronta ou dor para o Senhor Jesus que ser traído pelos que professam ser seus seguidores, e dizem que o amam. Muitos exemplos há de Cristo sendo traído por quem, sob a aparência de piedade, lutam contra seu poder. Aqui Jesus deu um exemplo ilustre de sua regra de fazer o bem aos que nos odeiam, como depois o deu sobre orar pelos que nos tratam depreciativamente. A natureza corrompida envolve nossa conduta até o extremo; devemos buscar a direção do Senhor antes de agir em circunstâncias difíceis. Cristo esteve disposto a esperar seus triunfos até que sua guerra estiver consumada, e assim devemos fazer nós também. A hora e o poder das trevas foram curtos, e sempre será assim com os triunfos dos ímpios.



A queda de Pedro foi negar que conhecia a Cristo e que era seu discípulo; o negou devido à angústia e ao perigo. O que uma vez diz uma mentira, é tentado fortemente a persistir: o começo desse pecado, como nas lutas, é como deixar correr a água. O Senhor se volta e olha para Pedro:

1) Foi um olhar acusador. Jesus se voltou e o olhou como dizendo "Pedro, não me conheces?"

2) Foi um olhar de recriminação. Pensemos com que aspecto de repreensão nos olha Cristo, com justiça, quando pecamos.

3) Foi um olhar de admoestação. "Você era o mais disposto a confessar-me como Filho de Deus, e prometeu solenemente não negar-me jamais!"

4) Foi um olhar compassivo. "Pedro, quão caído e desarmado estás se não te ajudo!"

5) Foi um olhar de mando. "Vai e reflexiona".

6) Foi um olhar significativo. Significava a transmissão de graça ao coração de Pedro para capacitá-lo, para que se arrependesse. A graça de Deus opera na palavra de Deus e por ela, a traz à mente e a faz chegar até a consciência, e assim dá a alma o feliz regresso. Cristo olhou aos principais sacerdotes, mas não os impressionou como a Pedro. Não foi somente o olhar de Cristo o que restaurou a Pedro, senão sua graça divina nela.



Os que condenaram a Jesus por blasfemo eram os mais vis blasfemos. Os referiu a sua segunda vinda como prova completa de que era o Cristo, para confusão deles, já que não reconheceriam a prova que os deixaria convencidos. Se reconhece Filho de Deus embora saiba que deverá sofrer por isso. eles basearam nisto sua condena. Cegados seus olhos, se precipitaram. Meditemos nesta assombrosa transação e consideremos Àquele que suportou tal contradição dos pecadores contra si mesmo.




Informação Bibliográfica
Henry, Matthew. "Comentário sobre Luke 22". "Matheus Henry - Comentário do Novo testamento". https://www.studylight.org/commentaries/por/mhn/luke-22.html. 1706.
 
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